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terça-feira, 24 de junho de 2008

Morre a ex-primeira-dama Ruth Cardoso




Morre a ex-primeira-dama Ruth Cardoso

Mulher do ex-presidente FHC esteve internada no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, de onde teve alta na última segunda-feira (23)

Da Redação com agências - 24/06/2008, 21:51 (atualizado em 24/06/2008 22:40)
Ricardo Stuckert
Ex-primeira-dama Ruth Cardoso
Ex-primeira-dama Ruth Cardoso

A ex-primeira-dama Ruth Cardoso, 77 anos, mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, morreu em sua casa, no bairro do Higienópolis, na noite desta terça-feira (24). Segundo informações da Agência Brasil, a causa da morte foram problemas cardíacos.

Dona Ruth esteve internada desde a quinta-feira no Hospital Sírio Libanês e na manhã de segunda-feira foi para o hospital da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) onde passou por um cateterismo e teve alta à noite. Ela sofria de angina e vinha sentindo dores no peito; os médicos haviam descartado a necessidade de uma intervenção cirúrgica. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cancelou compromissos para cuidar da esposa.

Segundo declarou à TV Globonews o presidente do PSDB, senador tucano Sérgio Guerra, a ex-primeira-dama deixou o hospital sabendo que teria uma vida com mais restrições, "mas não estava em perigo de vida". O senador falou sobre Ruth Cardoso como uma "pessoa honrada e discreta" e classificou a perda como "irreparável".

Luto

O PSDB cancelou as comemorações de 20 anos do partido que aconteceriam nesta quarta (25) em sessão solene no plenário do Senado. FHC é um dos fundadores do grupo político.

O governador de São Paulo, José Serra, lamentou a morte de Ruth Cardoso e decretou luto oficial de três dias no Estado. “A Ruth era uma pessoa muito especial, para sua família, para seus amigos, para nosso país. Um exemplo de dignidade, delicadeza, inteligência e carinho pelas pessoas. É uma dor imensa a que sinto nesse momento", disse em nota.

O presidente Lula expressou "surpresa e pesar a notícia do falecimento de dona Ruth Cardoso". Leia a íntegra da nota do presidente.

Quem foi Ruth Cardoso

Ruth Cardoso nasceu em 1930 na cidade de Araraquara, interior de São Paulo. Era doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), atuou no corpo docente da Universidade de São Paulo (USP) e colaborou para importantes Universidades da Inglaterra e Estados Unidos.

Durante os oito anos em que seu marido ocupou a presidência do país, Ruth Cardoso conquistou o respeito de políticos do PSDB e dos demais partidos. Estava casada com Fernando Henrique há 56 anos. O casal, que se conheceu ainda nos tempos de universidade e chegou a viver juntos em exílio no Chile, teve três filhos. Ruth Cardoso fundou e presidiu o projeto Comunidade Solidária.


Saiba mais sobre a ex-primeira-dama Ruth Cardoso

Nascida em 19 de setembro de 1930 na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Ruth Correa Leite Cardoso foi professora de Antropologia e Ciência Política na USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em São Paulo.

Sergio Lima /Folha Imagem
A ex-primeira-dama Ruth Cardoso durante entrevista para a Folha em 1999
A ex-primeira-dama Ruth Cardoso durante entrevista para a Folha em 1999

Casou-se com o então sociólogo Fernando Henrique Cardoso em 1953, com quem teve três filhos. Em 1972, recebeu o título de doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Anos depois, concluiu pós-doutorado na Universidade de Columbia em Nova York e também foi professora em universidades americanas e inglesas.

Durante o mandato de FHC (1995-2002), dona Ruth fundou o projeto Comunidade Solidária em 1995, uma ação de combate a pobreza e a exclusão social. Atualmente, fazia parte do conselho diretor da Oscip (organização da sociedade civil de interesse público) Comunitas, criada para para dar continuidade aos projetos do Comunidade Solidária.

Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.

Tornou-se uma das das principais referências sobre antropologia no país, tendo escrito diversos livros sobre temas relacionados, como juventude, violência e cidadania.



Longe de escândalos e marcada pela sua seriedade e sobriedade no período em que foi primeira-dama, Ruth Cardoso viu seu nome voltar à mídia recentemente pela divulgação de um dossiê com gastos do governo durante a gestão FHC (1994-2002).

A lista, supostamente montada a mando da Casa Civil para constranger integrantes do governo anterior, continha detalhes, fora da ordem cronológica, de diversos gastos, com ênfase nos feitos pela ex-primeira-dama e naqueles que envolvem bebidas e itens como lixas de unha.

17.out.2007 Bruno Miranda/Folha Imagem
A ex-primeira-dama Ruth Cardoso durante entrevista à Folha, em São Paulo
A ex-primeira-dama Ruth Cardoso durante entrevista à Folha, em São Paulo

A montagem do dossiê chegou a ser alvo de investigação de uma CPI no Congresso que investigou denúncias de gastos irregulares com cartões corporativos do governo.

Veja a seguir alguns fatos que marcaram o período de Ruth Cardoso como primeira-dama do Brasil:

Novembro de 1998

Durante visita à UniRio (Universidade do Rio de Janeiro), estudantes jogaram notas e moedas de real em sua direção protestando quanto a situação do ensino no país.

D. Ruth minimizou o protesto, afirmando que os manifestantes não tinham "representatividade do meio estudantil".

Setembro de 1998

Foi notícia na época a internação de D. Ruth no Hospital das Forças Armadas depois de uma crise de arritmia cardíaca no Palácio da Alvorada.

Na época com 68 anos, os médicos diagnosticaram na ex-primeira-dama um quadro de arritmia cardíaca, sem comprometimento das funções cardíacas.

Novembro de 1997

A então primeira-dama lançou em Brasília o projeto Voluntários, do programa Comunidade Solidária, para cadastrar pessoas interessadas em prestar serviços não remunerados em entidades sem fins lucrativos.

A iniciativa contou com um investimento de R$ 3 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para a implantação dos centros de voluntariado.

Outubro de 1997

Em 1997, foi alvo de protestos de religiosos e órgãos ligados à igreja ao defender, às vésperas de uma visita do papa João Paulo 2º ao Brasil, a aprovação pelo Congresso Nacional da lei que regulamenta a realização de abortos legais em hospitais públicos.

Na ocasião, bispos da Igreja Católica acusaram D. Ruth de demagogia e agressão ao papa.

Setembro de 1997

Em visita à Inglaterra, a ex-primeira-dama e o então presidente FHC jantaram com a rainha Elizabeth 2ª.

D. Ruth foi presenteada pela rainha da Inglaterra com um serviço de chá de porcelana, enquanto FHC ganhou duas imagens antigas de Londres, um livro de imagens do Reino Unido e dois retratos da rainha com o príncipe Philip com moldura prateada.

Fevereiro de 2000

O carro da ex-primeira-dama foi furtado no Rio de Janeiro no bairro de Laranjeiras (zona sul do Rio). O furto ocorreu quando o motorista da primeira-dama, Gilberto de Souza Passos, jantava na casa de amigos.

O veículo foi achado pelo polícia por acaso menos de 72 horas depois. Ele estava estacionado sem sinais de arrombamento próximo a uma praça no Jardim Botânico (zona sul do Rio).

Dezembro de 2002

Com o mandato de FHC chegando ao fim, Ruth Cardoso anuncia que vai continuar atuando na área social ao ir trabalhar na Comunitas.

Na organização, a ex-primeira-dama assumiu o cargo de presidente de honra e deu seqüência ao trabalho que desenvolvia no comando dos projetos do Comunidade Solidária.



Morre em São Paulo a ex-primeira dama Ruth Cardoso

Mulher do ex-presidente FHC, ela havia sido internada no último fim de semana, mas teve alta ontem




Ex-primeira dama Ruth Cardoso

Janete Longo/AE - 10/11/07

Ex-primeira dama Ruth Cardoso

SÃO PAULO - Morreu às 20h40 desta terça-feira, 24, aos 77 anos a ex-primeira-dama e antropóloga Ruth Cardoso, segundo informou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra. Ruth morreu de infarto fulminante, conforme informação do seu médico cardiologista Arthur Beltrame. Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta na segunda-feira, 23.

Veja também:

Serra e Alckmin lamentam morte de Ruth Cardoso

Galeria de fotos da trajetória de Ruth Cardoso

Após receber alta do Sírio Libanês, Ruth foi internada no Hospital do Rim e Hipertensão (ligado à Unifesp), em São Paulo, para passar por um cateterismo. No mesmo dia, foi liberada. Segundo o cardiologista Beltrame, o procedimento foi considerado "bem sucedido." "Ela tinha problemas coronarianos havia mais de seis anos e hoje teve uma morte súbita", afirmou. "O cateterismo foi normal. Os médicos estavam contentes com o resultado, mas a Medicina não é onipotente." Ruth sofria de angina e vinha sentindo dores no peito.

Segundo colaboradores próximos, Ruth Cardoso voltou do hospital em ótimo estado. Estava bem disposta e alegre. "Estávamos combinando mandar um as flores de boas-vindas para ela amanhã (quarta)", disse uma amiga. Os colaboradores da ex-primeira-dama ficaram perplexos.

Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no último domingo à Convenção Municipal do PSDB em que o partido definiu apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin a prefeito da capital paulista, contra a adesão ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato a permanecer no cargo.

O PSDB informa, em nota, que as comemorações dos 20 anos de criação do partido, que aconteceriam amanhã, no Senado, foram canceladas em sinal de luto.

Ruth Cardoso

Ruth Corrêa Leite Cardoso nasceu em Araraquara em 19 de setembro de 1930 era antropóloga e foi professora da Universidade de São Paulo (USP), assim como FHC. Deu aulas também em universidades no exterior como a Maison des Sciences de L'Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova York). Foi pesquisadora e conheceu o marido na USP, com quem era casada desde 1953. Teve três filhos.

Era membro da equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap - São Paulo). Publicou vários livros e trabalhos sobre imigração , movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho. Durante o mandato de FHC, fundou e presidiu o Comunidade Solidária. Também atuou em ONGs, como a Alfabetização Solidária (AlfaSol).

Ruth Cardoso marcou sua passagem como uma primeira-dama com agenda própria. Com o programa Comunidade Solidária, implementou redes sociais de longo alcance no País, aplicando o conceito de desenvolvimento local sustentável.

A estratégia dos programas de Ruth Cardoso se baseia na identificação das vocações naturais e potencialidades nas comunidades carentes. Com isso, as próprias comunidades são estimuladas a criar e manter programas de geração de riqueza e renda.

O programa original, Comunidade Solidária, foi transformado numa rede de organizações não governamentais voltadas para a criação de oportunidades para populações carentes. Sob o guarda-chuva da ONG Comunitas, as ações são executadas pelo Alfabetização Solidária e Universidade Solidária.

Texto ampliado às 22h33

SÃO PAULO - Morreu na noite desta terça-feira, aos 77 anos, a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, segundo informou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Alisson Louback

Ruth Cardoso

A íntegra da nota oficial diz o seguinte: "Aos 77 anos, faleceu subitamente a professora Ruth Cardoso de cateterismo cardíaco. Um dia antes, ela havia sido submetida a um exame que detectou uma doença coronariana de restrição semelhante a que foi detectada em dois exames anteriores, em 2004 e 2006. A causa da morte foi uma arritmia grave em decorrência da doença coronariana." O laudo é assinado pelos médicos Arthur Ribeiro, Valter Lima e Edson Stefanini, do Hospital do Rim e do Hospital Sírio-Libanês.

Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que governou o País entre 1995 e 2002, ela havia sido internada no último fim de semana no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas recebeu alta na segunda-feira após ter sido submetida a um cateterismo.

Segundo Leôncio Martins Rodrigues, professor aposentado de ciência política da USP e da Unicamp e amigo da família, Ruth Cardoso estava junto com o filho no quarto, por volta das 20h. Fernando Henrique participava de uma conferência. "Foi totalmente inesperado. Ontem, conversei com ela, estava bem, fez até piada. Foi uma grande professora, sua morte é uma grande perda", diz Leôncio.

Até o momento, não foram divulgados nem os locais do velório nem do enterro.

Ruth Cardoso já teve problemas cardíacos antes e estava internada para realização de vários exames, a pedido de seu cardiologista. A assessoria da ex-primeira-dama chegou a informar que os resultados do cateterismo mostraram que não haveria necessidade de uma intervenção cirúrgica.

Por causa da internação de Ruth, FHC não compareceu no domingo à Convenção Municipal do PSDB em que o partido definiu apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin a prefeito da capital paulista, contra a adesão ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição.

O PSDB cancelou as comemorações pelos 20 anos do partido, que ocorreriam nesta quarta-feira.

Perfil

Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso nasceu em Araraquara, no dia 19 de setembro de 1930. Era doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

-Como docente e pesquisadora atuou na USP, Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L'Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova Iorque).

Era membro associado do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e membro da equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap - São Paulo).

Publicou vários livros e trabalhos sobre imigração, movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho.

Durante o mandato do marido, fundou e presidiu o Comunidade Solidária, atual Comunitas, organização responsável por programas sociais e de voluntariado.

(Com informações da Agência Estado e do repórter Plinio Fabio Teodoro, do Último Segundo)


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