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sábado, 22 de março de 2008

O vinho do Porto em Eça de Queirós

Dário Moreira de Castro Alves


Rótulo de garrafa de vinho do Porto de Adriano Ramos Pinto, comemorativo do centenário da morte de Eça de Queirós, gentilmente pelo Arquivo Histórico da Adriano Ramos Pinto - Vinhos S. A.

O vinho do Porto é, de entre os vinhos portugueses de toda categoria, o mais referido na obra de Eça de Queirós.

As referências ao vinho Duque de 1815 são frequentes. Trata-se do «vintage» daquela data, em homenagem ao Duque de Wellington, vencedor de Napoleão em Waterloo. Ainda antes de ser titulado Duque, o Tenente-General Arthur Wellesley teve uma brilhante actuação militar nas Guerras Peninsulares em Portugal e Espanha, tendo enfrentado com êxito o Marechal Soult, no Porto, o General Massena, no Buçaco, além de ter sido protagonista em outros feitos militares. Mereceu do Príncipe Regente D. João, no Brasil, em 1811, o título de Visconde do Vimeiro. Também teve em Portugal o título de Marquês de Torres Vedras.

Em O Crime do Padre Amaro, o cónego Dias abriu uma garrafa, «não do seu famoso ‘duque de 1815’», mas do seu «1847», também um Porto de um grande ano. Mas, no mesmo romance, o abade da Cortegaça, no famoso jantar do meio dia, serviu aos amigos o finíssimo néctar do qual dizia, «depois de o fazer reluzir à luz na transparência dos copos: Disto não se bebe todos os dias».

Algumas situações são verdadeiramente verdadeiramente antológicas, e o vinho do Porto esplende pela expressão de graça e ironia que com tanta frequência e força marcam e matizam a obra de Eça de Queirós.


©2008 Instituto Camões

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