Único personagem brasileiro da trama, Castro Gomes VAI SE VINGAR DA MULHER QUANDO DESCOBRIR QUE FOI TRAÍDO
Certo dia, Paulo Betti recebeu o seguinte telefonema: “Deixa a barba crescer que eu tenho um papel para você”. A voz do outro lado da linha era do diretor Luiz Fernando Carvalho, e o papel a que se referia era Castro Gomes, o único personagem brasileiro de Os Maias. O ator não titubeou. Mesmo já tendo experiência em trabalhos de época, fez os cursos de postura e etiqueta.
“Eu já tinha trabalhado com o Luiz Fernando outras vezes. Estou muito feliz com a minissérie e com meu personagem”, diz ele. Castro Gomes, como o próprio ator define, é um homem que não tem capacidade de amar: “Ele é duro, uma espécie de coronel daquela época. Vê a mulher como um objeto de luxo. A Maria Eduarda (Ana Paula Arósio) o ajuda a se projetar, mas ele não tem consideração por ela.
O personagem não chega a ser um vilão. Simplesmente não consegue entender a mulher que tem. Ele se aproveita de sua condição financeira para ter Maria Eduarda ao seu lado. “Castro Gomes sustenta a mulher, a filha e a mãe dela. Por isso, se acha no direito de tê-la. Na verdade, ele não a ama, apenas a possui - explica Paulo. - O personagem ficará na trama até por volta do capítulo 36. O grande momento de Castro na história será quando descobrir o romance entre a mulher e Carlos (Fábio Assunção).
“Ele arquitetará uma vingança contra os dois, principalmente contra Carlos”, adianta o ator. Entre os planos de Paulo para quando a minissérie acabar está a apresentação da peça Feliz Ano Velho, da qual é diretor, no Rio de Janeiro: “Também quero lançar o filme Cafundó, do qual sou produtor e co-diretor. Quanto à repercussão da minissérie, Paulo é enfático: “Os Maias é um alento à mediocridade”.
CORPO-A-CORPO - A portuguesa Maria Adelaide Amaral está realizando um antigo sonho: adaptar a obra Os Maias, de Eça de Queiroz, para a TV. “O trabalho está perfeito. É uma verdadeira obra de arte”, comenta a autora. Com relação aos índices de audiência estarem inferiores aos conseguidos durante a exibição de A Muralha, também de sua autoria, ela explica que “A Muralha tinha muita ação. O tempo de Os Maias é mais lento, trata-se de um romance português do século XIX. Não há dúvidas de que as classes A e B, a crítica e os formadores de opinião adoram a minissérie. Resta-nos conquistar as classes C, D, E, F, o que acontecerá progressivamente” salienta.
Sobre o atraso na edição dos primeiros capítulos, Maria Adelaide explica que tudo ocorreu por razões técnicas. “Os primeiros capítulos não foram ao ar integralmente. Mas o público teve a oportunidade de ver na tela cinema de extraordinária beleza. Luiz Fernando é imprescindível para isso”. Segundo a autora, personagens de outras obras do autor na minissérie foram acrescentadas à minissérie porque era necessário um núcleo cômico. “Os personagens estão fiéis ao original, mas é bom lembrar que a minissérie é inspirada, não baseada. Assim, permito-me algumas licenças”, conclui.
Fonte:
http://www.pernambuco.com/diario/2001/02/05/revistatv5_0.html
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Um homem que não sabe amar (Paulo Betti)
Marcadores:
OS MAIAS,
PAULO BETTI
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