Célebre autor de 'O Crime do Padre Amaro' teve um sacerdote entre os seus antepassados em linha directa
Como se ele próprio fosse personagem de um romance, José Maria de Eça de Queiroz nasceu na Póvoa do Varzim a 25 de Novembro de 1845, sendo baptizado como "filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e de Mãe incógnita".
Este misterioso assento dever-se--á ao facto de a mãe do escritor, Carolina Augusta Pereira de Eça, não ter obtido consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça, para poder casar.
De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se opunha, casaram os pais de Eça de Queiroz, já o menino tinha quase quatro anos. Por via destas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para Aveiro, a casa da sua avó paterna que em 1855 morreu.
Nesta altura foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861 para a Universidade de Coimbra. Só em adulto é que acabaria por viver com os seus pais, em Lisboa.
Além do escritor, o casal teria mais seis filhos.
O pai também era formado em Direito por Coimbra, magistrado. Curiosamente foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Lisboa, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.
O avô paterno de Eça de Queiroz, Joaquim José de Queiroz e Almeida, de uma família oriunda de Amarante, tal como seu filho e seu neto também se formou em Direito por Coimbra, foi ministro da Justiça em 1847, desembargador e presidente do Tribunal da Relação do Porto.
Foi ainda fidalgo de cota de armas. Casou com Teodora Joaquina de Almeida.
O avô materno do escritor foi o referido coronel de infantaria José António Pereira de Eça, nascido em Valença em 1784, filho mais velho do tenente-coronel Francisco António Pereira de Eça, também de Valença, e de sua primeira mulher Ana Pimentel Amado Soromenho, natural de Lagos, e que por sua vez era filha de Pedro Galego Soromenho, natural de Silves, sargento-mor do regimento de Valença e de sua mulher, Rosa Pereira Amado.
A família Soromenho encontra-se no Algarve desde o século XIV.
Foram trisavós de Eça de Queiroz o sargento-mor António Pereira de Eça, governador da Ínsua de Caminha, nascido em Britelo em 1724, e sua mulher Luísa Joana de Azevedo Freire de Castro, natural de Torres Novas.
Foi quarto-avô do escritor João António Pereira de Eça, inquiridor em Celorico de Basto, filho de Martinho Pereira de Eça, sacerdote, e de Maria Veloso.
Este padre era filho de Manuel de Moura Coutinho, senhor da Quinta de Freixieiro, neto de Lourenço de Moura Coutinho e de sua mulher, Joana Veloso de Camões de Eça, filha de Paulo Veloso, licenciado, chantre de Braga, reitor de Viatodos, nascido em 1552.
Pela família Moura Coutinho era Eça de Queiroz décimo-primeiro neto de Álvaro de Moura Coutinho, o Magriço, o mais célebre dos doze cavaleiros portugueses que foram a Inglaterra pelejar pela honra de doze damas, e de sua mulher, D. Isabel de Castro, sobrinha-neta de D. Inês que, depois de morta foi coroada rainha de Portugal.
Fonte: DN Online (Lisboa)
09.02.08
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Neto de ministro e filho de um juiz , Eça de Queiroz.
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