O ator que está solteiro, conta sobre sua vida, relação com a ex-mulher, preocupações na educação do filho e sobre esta nova fase.
01. | Por que decidiu dar um tempo? Ir para Nova York? |
Quando acabou Mad Maria, falei 'vou dar um tempo real. Dezesseis anos trabalhando sem parar, sempre nessa correria, fazendo filme não sei onde, gravando no Rio... Vou descansar'. Tinha acabado de me separar, precisava por ordem na casa. Fiquei arrumando a vida aqui, organizando as coisas com a Priscila (ex-mulher), decidindo onde cada um ia morar, como ia ser com o João. E isso leva um tempo. Depois de seis meses organizando tudo, fui para Nova York onde passei dois meses.
02. | Foi uma experiência legal? |
Foi. Só fiquei dois meses, porque queria ficar com o meu filho. Minha vida mudou demais, pensei: 'o que estou fazendo aqui?!' Meu filho está em São Paulo, quero voltar. E voltei. Mas foi bom. Nova York oferece muitas coisas, tem ótimos espetáculos, muita cultura. Fiz inglês, academia, caminhava muito pela cidade. Descia a sétima (avenida) a pé e voltava. Saía da escola e ia andar. Assisti Virginia Wolf que fiz aqui no Brasil com o (Marco) Nanini. Fui a bons shows como os do Coldplay, (Rolling) Stones e U2. No show do U2 fiquei naquela área VIP em frente do palco (conta animado).
03. | E, agora, além da 5 produções e do |
Vou começar um ano que vai se estender por dois de trabalho. E isso é positivo. Dia 15 de julho dou inicio às filmagens de "Belini e o demônio" que é a segunda parte do livro do Tony Belloto, o primeiro foi "Belini e a esfinge". Tenho outro filme, "O primo Basílio", que vai ser dirigido pelo Daniel Filho, da Globo Filmes, mas ainda estamos acertando. Aí, na seqüência, tem uma novela do Gilberto (Braga), que entra no ar depois da do Manoel Carlos ("Páginas da vida"). A estréia está prevista para depois do carnaval do ano que vem, vou fazer um par com a Cláudia Abreu que deve viver dois personagens, uma coisa meio bem e mal. Mas muita coisa ainda pode mudar até lá. Durante ano que vem vou estar fazendo isso. E aí meu projeto de teatro, vem depois da novela .
04. | O que virá no teatro? |
Quero fazer um clássico. Adoraria fazer Hamlet.
05. | O seu filho mora com você? |
Nós optamos por uma guarda compartilhada para minimizar a perda e também para eu não virar um pai de visita, de 15 em 15 dias. Então o João fica uma semana comigo, uma semana com a Priscila.
06. | Você e a Priscilla se dão bem? |
Sim, nos damos bem. No começo da separação foi um pouco difícil, mas entendemos que tivemos uma história de oito anos, que foi super bacana, e que temos uma missão que é tornar o mundo acessível para o João.
07. | Qual a sua maior preocupação em relação à educação do João? |
Acho que é isso, tornar o mundo acessível para ele, para ele seguir o caminho que quiser ir. De cara, pensamos "vamos ver em que escola o Bonner vai colocar as crianças dele, e fazemos igual (risos). Se ele colocar numa escola japonesa a gente põe porque vai ser bom (risos)". Aí pensamos em colocar o João em um colégio suíço, mas não falamos francês. E no fundo você tem que se identificar com o lugar onde seu filho estuda, então abortamos essa coisa de escola bilíngüe, e decidimos por uma construtivista que trata o aluno como indivíduo, forma o cidadão, incentiva o contato com a música, com o teatro, com as plantas. Depois, se for o caso, o colocamos numa escola de inglês ou de japonês... (risos). O João faz natação desde os 6 meses, começou judô agora, tem muita ligação com o esporte está crescendo forte. Acho que a função dois pais é essa: tornar o mundo cheio de opções viáveis para os seus filhos.
08. | Ele sabe do seu trabalho? Entende o que você faz? |
Outro dia ele me perguntou : " pai você é ator né?!" (risos). Foi muito engraçado. Acho que as pessoas ficam falando para ele 'seu pai é ator', e ele quis, sei lá, checar isso. Eu morri de rir e expliquei que era.
09. | E, agora, está solteiro? |
Pode-se dizer que sim. Estou tranqüilo, não faço nada publicamente.
10. | E a vida de solteiro em São Paulo é boa? |
Ah, é boa.
11. | Onde você tem ido? Você foi à Disco... |
Fui uma vez na Disco para ver os Los Impossibles. Fui algumas vezes no Café de La musique. Na verdade saio muito menos do que as pessoas acham que eu saio. Fico muito em casa, sou muito caseiro. Mas como estou solteiro, as pessoas acham que estou na balada e não é verdade. Fico muito em casa. Quando estou com o João faço minha vida para ele. Pego ele na escola e já começo armar para casa de qual amiguinho ele vai, ou qual amiguinho vai vir brincar em casa. Fico pronto para preparar um lanche, essas coisas. Mas, quando estou sem ele, na semana que estou sozinho, sem ninguém, aí sou solteiro. No entanto, não vou para a balada. Vou tomar um chopp com os amigos, um café. Porque se saio na balada, e volto às cinco horas da manhã, perco o dia seguinte. Isso não cabe mais na minha vida.
12. | Uma vez você falou que não gosta de mulher perfeita...Como é isso? |
Não, eu falei que é legal alguma coisa de instigar, ela ter alguma coisa diferente. Não gosto do tipo modelinho, daquela coisa toda certinha, muito bonitinha... Acho ruim... E esse negócio de paixão, amor, é um lance de olhar, mas as mulheres que tive são muito bonitas. Tanto a Priscila quanto a Cacau (Cláudia Abreu). Mas não são assim como Gisele Bundchen. Eu nunca procurei, isso. Foi mais um lance de olhar, foi isso o que eu quis dizer.
Vários. Hoje menos, mas quando era adolescente era terrível. E isso é engraçado. Por ser ator, as pessoas são muito simpáticas, mas as vezes chegam a ser agressivas. Na locadora, por exemplo, um dia fui sem a carteirinha e o cara não me deixou levar o filme. Uma coisa do tipo : regra é regra, não é só porque você é ator. Mas, hoje, sobre os foras, estou mais tranqüilo. Não tenho do que reclamar.
por Mariana Sodréeg
EGO
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