Publicado em 3 de novembro de 2011
Da imagem de articulador sagaz, militante dedicado e homem forte entre os governistas no primeiro mandato de Lula à do arquiteto do mensalão e lobbysta do governo, o ex-ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, sofreu uma reviravolta na última década em sua trajetória política. Afastado do Governo e com os direitos políticos cassados até 2015
Como o próprio nome sugere, o livro reúne 73 artigos escritos durante esse período longe do poder (ou, pelo menos, do quadro oficial do Planalto Central) e publicados em jornais e revistas entre 2006 e 2010.
"Os artigos reunidos nessa coletânea representam parte do que têm sido minhas atividades e reflexões desde que saí do governo e tive cassado meu mandato parlamentar. Um de meus desafios, perante gerações presentes e futuras, é demonstrar que um militante não precisa de cargos e postos para travar o bom combate", define o petista na introdução do livro.
Os artigos são divididos em oito capítulos temáticos que abordam temas da história recente brasileira, como a política econômica, reforma política, os meios de comunicação e a nova realidade do PT.
No livro, José Dirceu analisa a função da esquerda atualmente no Brasil, a herança neoliberal e os dilemas enfrentados pelo partido, colocando-se como um pensador crítico e materialista da realidade nacional.
"(Os textos) são uma coleção de artigos que publiquei em diversos jornais e revistas e que resumem como vejo nosso partido, nosso governo e as relações que estes estabelecem com a sociedade, ontem e hoje", completa Dirceu.
O livro teve um primeiro lançamento em setembro deste ano, em Brasília. A ocasião se transformou em um evento de demonstração da força política que ainda exerce o ex-ministro.
Trajetória
José Dirceu iniciou na política no movimento estudantil durante a ditadura militar, chegando a ser preso e exilado em Cuba até 1979. Membro-fundador do Partido dos Trabalhadores, ele foi decisivo na articulação da campanha de Lula à presidência em 2002. No governo, foi ministro-chefe da Casa Civil até 2005, quando foi afastado após denúncias no escândalo do Mensalão.
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