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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dilma deixa claro que não é Lula



07.07.2011| 01:30




A exoneração de Antonio Palocci completa hoje um mês. Passados 30 dias, ele já não está sozinho na lista de ex-ministros de Dilma Rousseff. A presidente deixa muito clara sua maior diferença em relação ao antecessor e padrinho político. Ficou para trás o tempo da demora em tomar decisões, de esperar que crises se resolvessem por si sós, de apostar no tempo como melhor remédio para resolver problemas e contornar turbulências. Dilma não cozinha ministros em banho-maria. Com Palocci, até deixou que a crise se prolongasse até muito depois de a permanência dele ter se mostrado claramente inviável - embora a definição tenha sido bastante veloz em comparação com o padrão Lula de decidir. Agora, sua ação foi bem mais rápida. A presidente só não o havia demitido antes em função da importância do PR para sua base de apoio. Novas denúncias tornaram sua situação insustentável. A cúpula do PR foi ontem chamada ao Planalto para ser comunicada sobre a exoneração. Nascimento se antecipou e pediu para sair.


O modo Dilma de agir tem vantagens e desvantagens. Do ponto de vista político, pode se mostrar desastroso na relação com aliados complicados e sedentos. Sob a ótica da moralidade e da preservação do interesse público, o estilo é uma bem-vinda novidade.


MINISTRO COMEÇOU A CAIR NO CEARÁ

Se há um vitorioso inconteste na queda de Alfredo Nascimento, ele é Cid Gomes. Caso a Assembleia Legislativa não tivesse impedido a continuidade da tentativa do ministro de processar o governador, na semana passada, ainda assim a iniciativa de Nascimento estaria desmoralizada por completo. Fica a torcida para que a troca de comando se reflita na melhora das rodovias federais cearenses. Do ponto de vista político, a mudança não deve ser considerável. Pelas primeiras informações, Dilma pretende manter alguém do PR no cargo. O partido é o único a integrar a base do Governo Federal e fazer oposição na esfera estadual. De todo modo, o novo titular deverá ser bem mais sensível às reivindicações do Governo do Ceará. Afinal, o governador já mostrou o estrago que é capaz de fazer.

IMPASSE NA REFORMA POLÍTICA E TENTATIVA DE MEDIAÇÃO

A comissão mais importante do Senado - e, não que uma coisa tenha necessariamente a ver com a outra, também a mais cearense - apreciou ontem duas propostas antagônicas para a reforma política. Em nome do PMDB, o líder do governo, Romero Jucá, propôs a adoção do voto majoritário nas eleições para deputados e vereadores. Ao invés do complexo sistema de cálculos atual, seriam eleitos os candidatos mais votados. Bastante simples, mas com um inconveniente: os partidos políticos perdem totalmente a pouca relevância que hoje possuem. Passam a ser meras exigências burocráticas para quem pretende se candidatar. E quanto mais frágeis as legendas, pior o sistema político. Na contramão do peemedebista, José Pimentel apresentou, em nome do PT, proposta do chamado voto em lista fechada. Trata-se do extremo oposto do que queria o PMDB. Nesse modelo, o leitor deixaria de votar no candidato e escolheria apenas o partido nas eleições para vereadores e deputados. Caberia às legendas escolher quem seriam os candidatos a preencher as cadeiras conquistadas. Na CCJ, nenhum modelo conseguiu ontem maioria. Diante do impasse, Pimentel apresentou proposta de mediação. Seria um voto em lista, mas que daria poderes ao eleitor para alterar a ordem de candidatos que o partido pré-definiu. Ou seja, o eleitor votaria duas vezes. Na primeira, escolheria o partido. No segundo voto, diria qual dos candidatos daquele partido deveria ter prioridade no preenchimento das cadeiras conquistadas no Legislativo. Sem que houvesse acordo na CCJ, as duas propostas irão a plenário.

CONSUMO DA RESIDÊNCIA DO GOVERNADOR: 25 MIL LITROS DE ÁGUA POR DIA

Sobre o contrato de abastecimento de água e esgoto da residência oficial do governador Cid Gomes, abordado ontem, a coluna recebeu alguns cálculos sobre o consumo potencial com o valor do contrato, de R$ 8,5 mil mensais. Eles foram feitos pelo ex-deputado Sérgio Novais, servidor da Cagece e presidente municipal do mesmo PSB de Cid: “O valor de 8,5 mil reais deve ser dividido por dois, levando-se em conta que na área onde se localiza a residência do governador, há oferta tanto de água e como de esgoto. Isso daria com água um gasto de aproximadamente R$ 4,25 mil. Baseado na tarifa oficial de esgoto da Cagece (disponível no site da empresa), esse valor representaria um consumo médio de 25 mil litros/dia, o que daria 750 mil litros/mês. Uma pessoa com bom padrão de consumo gasta em média de 300 litros/dia. Se imaginarmos que na residência do governador transitam/residam aproximadamente 20 pessoas, isso daria um consumo médio de 6 mil litros/dia. Multiplicado por 30, o gasto seria de 180 mil litros por mês. Ou seja, bem aquém dos 750 mil litros/mês. Uma explicação para esta conta tão alta seria se a contratação da Cagece envolvesse também o consumo de água do Palácio da Abolição, já que lá existe um espelho d’água. No entanto, num caso destes, a própria Cagece recomendaria um projeto de reutilização de água. O Palácio foi reformado há pouco tempo e, neste caso, teria sido apropriado a construção de um poço profundo”.

Em tempo: Sérgio trava com Cid disputa pelo controle do partido.


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