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sábado, 11 de junho de 2011

Polícia investiga se “dono” de apartamento de Palocci ganha a vida ocultando o patrimônio de clientes que não querem aparecer. PCC

Polícia investiga se “dono” de apartamento de Palocci ganha a vida ocultando o patrimônio de clientes que não querem aparecer. Ou: “Proprietário” é irmão de homem que MP diz ser testa de ferro do PCC


Se o ex-ministro Antonio Palocci tivesse pedido a uma consultoria que lhe arrumasse a “imobiliária” mais enrolada do mercado para lhe alugar o apartamento em que mora e o proprietário com a ficha, digamos, mais polêmica, ela certamente não teria chegado à Morumbi Administração de Imóveis e ao petista Gesmo Siqueira dos Santos. Palocci realizou essa proeza sozinho. O termo “imobiliária” vai entre aspas para indicar que a palavra não tem aquele sentido usual de dicionário. A tal Morumbi, que alugou o imóvel ao petista em 2006 e que renovou o contrato no ano passado já não existe mais. Nos últimos três meses, ela mudou duas vezes de ramo e de nome comercial. Primeiro, se transformou numa revendedora de automóveis Asia Motors. Atualmente, chama-se Home Ortobel e atua, no papel ao menos, no ramo de venda de móveis e colchões. Tanto faz. A empresa não existe, e o endereço é falso!!!

Vocês se lembram que o apartamentão de 640 m², avaliado em R$ 4 milhões e pelo qual Palocci pagaria um aluguel de R$ 12,5 mil mensais, está no nome de um rapaz de 23 anos, Dayvini, um pobretão que mora numa casa de fundos, na periferia de Mauá, e que ganha R$ 700 por mês. À VEJA, ele já admitiu ser um dos “laranjas” do tio, o tal Gesmo, que SERIA, e apenas SERIA, o verdadeiro dono do imóvel. Confrontado com os fatos, Dayvini disse à revista que não quer encrenca com gente “como Palocci”.

Laura Dinis e Fernando Mello, na VEJA desta semana, tentam saber um pouco mais sobre o petista Gesmo. Leiam um trechinho da reportagem. Volto em seguida:

(…)
Investigações da polícia e do Ministério Público revelam que Gesmo é um laranja profissional. Aparentemente, ganha a vida ocultando o patrimônio de clientes que não querem ter a fortuna revelada. Ele está no centro de um esquema criminoso e milionário de lavagem de dinheiro - que apenas começou a ser descascado. Uma investigação feita pela Delegacia de Lavagem de Dinheiro de São Paulo e pelo Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos, do Ministério Público paulista, revela que Gesmo tem sob seu domínio uma quadrilha de pelo menos quinze pessoas que emprestaram seus nomes e CPFs para o registro de pelo menos 57 empresas (…)

PCC
Gesmo lava dinheiro de duas formas: simulando falsas operações imobiliárias e cometendo falcatruas envolvendo postos de combustível. (…) Gesmo tem um irmão, chamado Gildásio Siqueira dos Santos, que usa o mesmo esquema de postos para lavar dinheiro - com a diferença de que, ao contrário de Gesmo e de outras pessoas, pelo menos um entre seus clientes já foi identificado. É a facção criminosa paulista PCC, conforme apurou o Ministério Público.

Voltei
É isso aí, leitor. Abaixo, você encontra um resumo da ficha de Gesmo, o “dono” do apartamento em que mora a família Palocci:

- Filiou-se ao PT em abril de 1988 na cidade Mauá, no ABC paulista;
- investigação da Polícia Civil e do Ministério Púbico mostra que ele é um lavador de dinheiro profissional;
- para ocultar o patrimônio de seus clientes, montou uma rede de 15 laranjas, incluindo sua própria mãe, a mulher, a sogra, o sobrinho e a empregada;
- entre 2002 e 2011, teve 57 empresas, sobretudo postos de combustíveis e imobiliárias, registradas em seu nome ou de sua quadrilha;
- já foi alvo de 108 inquéritos policiais;
- em urna batida em seu escritório, a policia encontrou 22.000 notas fiscais falsificadas ou duplicadas;
- entre 2005 e 2007, suas empresas movimentaram R$ 35 milhões de origem suspeita;
- de 1996 a 2006, ele e a mulher “compraram” e “pagaram à vista” 41 imóveis, entre eles o apartamento onde vive hoje a família de Antonio Palocci. ]

Leiam a íntegra da reportagem na revista.

Peço a vocês que tenham a devida moderação nos comentários. Limitemo-nos ao que se tem até agora como fato.

Por Reinaldo Azevedo

11/06/2011

às 6:39

VEJA teve acesso a documentos em que executivos dizem que o ex-ministro Palocci ajudou doadora de campanha do PT

Por Rodrigo Rangel, na VEJA desta semana:

Em 30 dezembro de 2010, faltando apenas dois dias para terminar o governo Lula, a construtora Camargo Correa vendeu ao fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) a participação acionária que detinha na holding de um grande banco por 3 bilhões de reais. Um negócio absolutamente normal na superfície. A transação, no entanto, só saiu depois da intervenção do ex-ministro Antônio Palocci. No ano passado, como se descobriu recentemente, Palocci acumulou as atividades de deputado federal e consultor de empresas. As tratativas com a Camargo Correia começaram quando o ex-ministro já coordenava a campanha da presidente Dilma Rousseff e foram concluídas dois dias antes da posse, quando ele era o todo-poderoso chefe do governo de transição da presidente eleita, já cotado para assumir o comando da Casa Civil. Não houve contrato formal, até onde se sabe, nem pagamento pelo serviço.

A Camargo Correa doou 8,5 milhões de reais ao comitê eleitoral da campanha petista. Doou também para a campanha do candidato tucano José Serra. Não existem provas de que o acerto com a Petros tenha sido azeitado pela doação de campanha, mas, conhecendo os mecanismos de negócios entre as grandes empreiteiras e o estado brasileiro, é lícito indagar se sem a doação o negócio sairia da mesma forma. Palocci sempre negou ter sido intermediário dos pleitos da empresa. “Não houve nenhuma prestação de consultoria”, respondeu a VEJA, por escrito quando ainda era ministro. Repetiu o desmentido em sua entrevista ao Jornal Nacional. A empreiteira também nega: “Mais uma vez, de forma expressa e específica, reforço que o ministro Palocci jamais prestou serviço ao Grupo Camargo Corrêa e ou suas empresas controladas ou coligadas de qualquer natureza por qualquer via em qualquer momento”. VEJA teve acesso a documentos que mostram o contrário.

Leia integra da reportagem na edição impressa da revista

Por Reinaldo Azevedo





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