“Foi tudo falado sobre esse governo corrupto. Eu paguei 40.000 reais para ele [Israel Guerra]"
Luís Corsini, ex-piloto de motocross
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-piloto de motocross Luís Corsini confirmou o que já havia revelado a VEJA em setembro: pagou 40.000 reais a Israel Guerra, filho da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, em troca de um patrocínio de 200.000 reais da Eletrobras.
Corsini prestou depoimento na quinta-feira. Ele ficou por menos de uma hora na sede da Polícia Federal e saiu sem falar com a imprensa. Em setembro, o ex-motociclista, que é o chefe da equipe que recebeu o patrocínio da Eletrobras, revelou a VEJA que teve de negociar com Israel Guerra a ajuda do governo. A Eletrobras liberou 200.000 reais para a equipe, mas apenas 160.000 reais foram parar nas mãos dos atletas. Os 40.000 restantes ficaram com Israel e sua turma.
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Globo, Corsini disse à PF que, se não fosse a ajuda de Israel, não teria recebido o patrocínio. A estatal havia recusado o mesmo pedido de patrocínio em 2007. “Foi tudo falado sobre esse governo corrupto. Eu paguei 40.000 reais para ele [Israel Guerra]”, disse Corsini ao jornal. O ex-piloto acrescenta ainda que só conseguiu o patrocínio porque Israel, a quem se refere com um palavrão, “entrou no circuito”.
VEJA revelou, no mês passado, que Israel Guerra transformou-se em um lobista em Brasília, intermediando contratos entre empresas e o governo. A Capital Consultoria, empresa comandada por ele, cobrava uma comissão de 6% para facilitar negociações de empresas privadas interessadas em firmar contratos com estatais. O escândalo derrubou Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil.
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