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domingo, 8 de agosto de 2010

Reynaldo Gianecchini rouba a cena como o vilão Fred em 'Passione'


Nem todo mundo sabe, mas o ator Reynaldo Gianecchini é Júnior: herdou o nome paterno, ficou famoso e virou o orgulho da família, que, de Birigui, torce pela redenção do personagem

POR GABRIELA GERMANO

Rio - Filhinho de papai, definitivamente, o ambicioso Fred de ‘Passione’ não é. De família simples, o vilão de Reynaldo Gianecchini tem que lutar pelas coisas que quer conquistar. E escolhe os piores meios. Mas o personagem conta com uma certa compaixão dos telespectadores justamente porque usa a morte do pai como motivação para suas vinganças.



“Acho que nada justifica uma pessoa ser mau-caráter, mas o público percebeu que Fred teve uma infância difícil e isso o humaniza, explica um pouco por que ele ficou assim”, acredita o ator. O primeiro inescrupuloso que Giane faz na TV tem emocionado seu pai da vida real. E o senhor Reynaldo Gianecchini — sim, ele deu o mesmo nome ao filho — confirma: “As pessoas não veem a hora de ele ficar bonzinho”, diz, direto de Birigui, interior de São Paulo.

Neste Dia dos Pais, a distância vai impedir que os dois comemorem a data juntos. Mas, mesmo que quisesse, as alunas desse popular professor de química, conhecido como ‘Patão’ na cidade paulista, não o deixariam esquecer do filho famoso. “Elas vivem me chamando de sogrão e só respondo uma coisa: ‘Vocês têm um excelente gosto’”, orgulha-se.

Foto: Fernando Souza / Agência O Dia

Mas nem sempre as mulheres se deixaram seduzir pelo belo ator. Se na novela das oito Melina (Mayana Moura) desprezou Fred, ainda nos tempos de anonimato, uma garota teve coragem de esnobar Gianecchini. “Me apaixonei por uma menina que tinha namorado. Ela deu a impressão que ia largar o cara para ficar comigo e pichei o muro em frente à casa dela com uma declaração de amor. A garota detestou a ideia, me ligou no dia seguinte reclamando. Sofri horrores e nunca superei esse trauma. Na adolescência, eu tinha essas grandes paixões de não conseguir dormir, ficar beijando o travesseiro. Depois foi tudo mais maduro”, recorda o ator, dando risada.

É uma realidade que faz parte do passado. Depois que se tornou conhecido, Giane, hoje com 37 anos, não consegue nem visitar o lugar em que cresceu: “É complicado voltar para Birigui. Faz muito tempo que não vou para minha terra. Mas todas a vezes que tentei ir, foi uma grande confusão. Eu não conseguia ficar com os meus pais. Sinto falta, não adianta, é nossa raiz. Passei 18 anos da minha vida, infância e adolescência maravilhosas lá. Tenho amigos queridos, sinto vontade de ir à casa em que nasci”, lamenta o ator.

Orgulho da cidade? “Acho que sim”, responde Giane. Mas logo ele emenda: “Na verdade é uma mistura de sentimentos. Sabe aquela história que santo de casa não faz milagre? Tem gente que torce o nariz. Já pararam a minha mãe e disseram: ‘Meu filho é mais bonito que o seu’. Acontecem manifestações meio malucas”, entrega.

Pensar que alguém ousa discutir a beleza de Reynaldo Gianecchini... Ou é problema de visão ou é dor de cotovelo. Mas acredite quem quiser, ele jura não sofrer com a abordagem do público feminino. “As pessoas sempre tiveram muito respeito por mim. Talvez porque, quando comecei na carreira, era casado com a Marília (jornalista Marília Gabriela). Ela impunha respeito e as pessoas me achavam meio sério por estar com ela”, acredita.

Ser bonito, ele não nega, abre portas. Mas Giane também sofreu duras críticas por ter ‘pinta de galã’, como costumam dizer. Principalmente quando estreou como Edu em ‘Laços de Família’, de 2000. “No início, eu era a primeira pessoa a me achar verde.

'Na adolescência eu tinha grandes paixões de não conseguir dormir, ficar beijando o travesseiro'

Fazer TV sem experiência é um ato de coragem. Você não sabe nada e ninguém tem tempo de te ensinar. Algumas críticas foram pertinentes. Mas também fui achincalhado. Tinha um pouco de desrespeito. As pessoas na época falavam com uma certa birra: ‘Quem é esse filho da mãe que apareceu e está se achando?’ Nunca fui assim. Eu queria aprender e não mostrar a minha cara fazendo bonito para minha mãe e para as gatinhas”, valoriza.

Todo mundo quer saber o que Gianecchini faz, onde e com quem ele está. Tanto que é incansavelmente fotografado na janela de seu apartamento na Gávea, de cueca, com calça, sem camisa, tomando suco... Mas ele não lê nada do que é publicado sobre sua vida. “Não quero encher o saco com isso. É impressionante o tanto de mentira que sai. Lugares em que nunca estive, pessoas que não conheço e falam que é amiga, amante ou o caramba. Eu não gosto de ver porque me irrita. Se eu lesse isso, ia ficar todos os dias desmentindo coisas”, reclama o ator.

Apesar do estresse, o bacharel em Direito formado pela PUC-SP diz que nunca pensou em se esconder atrás de uma pilha de processos em um escritório. Mas já pensou em desistir da carreira artística. “Quando percebi o tamanho do pacote que vem com o fazer TV, teatro e cinema, me perguntei se queria pagar esse preço. Hoje não me pergunto mais. Vi que quero colocar minha energia na atuação e evoluir nisso”, valoriza.

Tanto é que Giane quer mais é fugir do estereótipo do mocinho bonitão. “Se deixar, a gente é sempre enquadrado. Eu já tenho cara de bom moço e existe essa coisa da TV que te estigmatiza como galã. Se você não fizer certas escolhas, vai ficar a vida inteira repetindo certos papéis. Cabe a mim batalhar para ter todas as chances. Quando recebi a sinopse do Fred, adorei. E o Silvio (de Abreu) já me deu o Pascoal, em ‘Belíssima’, que foi uma oportunidade incrível”, elogia.

Mas a pergunta que não quer calar é: Fred vai se redimir? Para a alegria do senhor Reynaldo, de Birigui, e seus amigos, o cara vai tomar jeito? O autor Silvio de Abreu joga um balde de água fria: “Não acredito na redenção de Fred. O fato de ele ter um motivo não o torna menos vil. Acho que todos que enganam, matam, roubam, trapaceiam também têm seus motivos. Abandono dos pais, má-criação, influência do ambiente... Nada justifica o mau-caratismo, nem o desrespeito pelo outro”, conclui o autor.

Tudo bem, isso não tem tanta importância assim. Para o paizão Gianecchini, o Júnior arrebenta sempre: “Tenho ótimas passagens com meu filho. Sempre foi um bom aluno, agora é bom profissional. Mas só a mãe que o mimou, eu não”, avisa. E o senhor ‘Reynaldão’ sonha em ganhar netos do filhão? Pode ter mulher interessada nessa resposta. “Acho que ele não tem essa vocação. Mas não tem problema, uma de minhas filhas já me deu dois netos”, minimiza o papai.



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