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domingo, 8 de agosto de 2010

Lula, o coitado


Em comício em Porto Alegre ao lado de Dilma Rousseff, Lula acusou as elites de direita de tentarem derrubar seu governo a cada 24 horas. É um ingrato.

Se não fossem as “elites de direita” – esse avatar altamente lucrativo –, Lula não existiria mais.

Lula é uma espécie de Bush dos pobres. Assim como o imperialista americano precisava desesperadamente de Saddam Hussein para justificar sua existência, o ex-operário brasileiro precisa do mito da elite opressora para manter vivo seu personagem.

Como se sabe, a elite mais voraz existente no Brasil hoje é a República Sindical fundada pelo próprio Lula. Uma turma da pesada que tomou de assalto o Estado nacional em benefício de uma casta política.

Já flagrado com a boca na botija do valerioduto, o companheiro Delúbio, por exemplo, ainda gritava que as denúncias eram conspiração da direita contra o governo popular.

Lula é um gênio. Passou oito anos cultivando, dia a dia, o mito do presidente coitadinho. Brasileiro adora isso. Conseguiu a proeza de fazer oposição a si mesmo, perpetrando críticas ao neoliberalismo do Banco Central – o mesmo que sustenta sua política econômica.

Brincando de terceiromundismo com atos bizarros como o apoio à ditadura atômica iraniana, foi alimentando seu próprio mito de vingador internacional dos fracos.

O mundo já perdeu a paciência com sua pantomima ao lado de Ahmadinejad, Fidel, Chávez e outros embusteiros. Mas o Brasil ainda está achando graça.

Enquanto seus aliados afundam os Correios, manipulam a Receita Federal, sangram as estatais, engendram o controle da imprensa e conspiram em praça pública, Lula reclama dos poderosos. De fato, atingiu a perfeição como vítima profissional.

A julgar pelos cerca de 40% de intenção de voto em Dilma Rousseff, esse autoritarismo com verniz de oprimido ainda vai longe no Brasil. Mas ainda há focos de sinceridade na aliança montada pelo PT.

O ex-presidente Collor, por exemplo, parceiro eleitoral de Dilma, acaba de se dirigir a um jornalista, por telefone, sem fingir que defende a liberdade de expressão: “Quando eu lhe encontrar, vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu fdp”.

Pelo menos um pouco de franqueza no salão.



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