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sábado, 14 de agosto de 2010

Governo sai em defesa de Dilma



Governo sai em socorro de Dilma
Autor(es): Agência O Globo/Regina Alvarez, Gerson Camarotti ,Luiza Damé
O Globo - 13/08/2010

Depois do apelo de Lula, o governo saiu em defesa de Dilma Rousseff com números para rebater críticas de José Serra. Lula disse que evitou politizar as instituições públicas.

Após ordem dada por Lula, o próprio presidente e seus ministros reagem a críticas feitas pelo tucano José Serra

O governo, capitaneado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a campo ontem para reagir às críticas do presidenciável tucano, José Serra, feitas na entrevista de anteontem ao Jornal Nacional.

Em evento no INSS, Lula respondeu às críticas de Serra sobre o aparelhamento do Estado no atual governo.

Também os ministérios dos Transportes e da Saúde reagiram, divulgando notas para contestar Serra, mesma atitude que teve o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Dois dias antes, Lula reunira todo o Ministério para cobrar forte ofensiva para ajudar sua candidata, Dilma Rousseff, com reação aos ataques da oposição.

Sem citar as críticas de Serra ao aparelhamento do Estado, Lula, falando para cerca de 150 servidores do INSS, disse que valorizou os servidores de carreira e que não politizou as instituições: Estou convencido de que, quanto mais valorizar os ser vidores de carreira, mais o Brasil ganha; e quanto menos politizar as instituições públicas, mais o Brasil ganha. Por isso, decidi não indicar mais políticos para as embaixadas disse Lula, apesar de em seu governo terem sido nomeados políticos para embaixadas, como o ex-presidente Itamar Franco (Roma) e os ex-deputados federais Paes de Andrade (Lisboa) e Tilden Santiago (Havana).

Transportes contesta dados

Em nota oficial, o Ministério dos Transportes contestou dados apresentados por Serra sobre as estradas. O tucano dissera no JN que, de 2003 até agora, foram arrecadados R$ 65 bilhões com a Cide (imposto para financiar obras de infraestrutura em transportes, entre outras) mas só R$ 25 bilhões foram aplicados nas estradas.

A nota dos Transportes diz que, no período citado, foram arrecadados R$ 54 bilhões, sendo R$ 12,3 bilhões repassados a estados e municípios.

Dos R$ 41,7 bilhões restantes, R$ 32,6 bilhões foram para o Ministério dos Transportes, diz a nota. Os investimentos em rodovias, diz a pasta, somam R$ 34,5 bilhões, de 2003 a 2010.

Estudo do economista Raul Velloso com base no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostra dados distintos. A arrecadação da Cide, segundo o Siafi, de 2003 a julho de 2010, é de R$ 53 bilhões, e os investimentos executados em transportes somam R$ 24,7 bilhões.

Pasta usa dados da CNT

A nota do ministério usa dados da última pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) para contestar a afirmação de Serra de que em cada dez estradas federais, sete estão esburacadas.

Segundo a pesquisa de 2009, em 51% das estradas federais, o pavimento está ótimo ou bom. O ministério comparou os investimentos em rodovias no governo anterior e no atual para afirmar que a gestão Lula investiu mais que a de Fernando Henrique.

Até a pasta da Saúde divulgou notas para negar a redução no número de cirurgias eletivas (não urgentes). Os mutirões foram incluídos na Política Nacional de Cirurgias Eletivas, criada em 2004. Essa política incorporou os quatro procedimentos que eram realizados até então (catarata, próstata, varizes e retinopatia diabética) e outros 86 procedimentos, totalizando 90 tipos de cirurgias eletivas. O ministério informou que as cirurgias eletivas cresceram de 1,5 milhão (2002) para 2 milhões (2009). Como exemplo, o governo cita que, no ano passado, a quantidade de cirurgias de catarata foi maior que em 2002, tido como o ano auge dos mutirões. Pelos dados, foram 309.981 cirurgias há oito anos, contra 319.796 cirurgias de cataratas em 2009.

Na fila da cirurgia, 171 mil

Reportagem do GLOBO de 23 de maio, porém, mostrou que nas sete maiores capitais do país (São Paulo, Rio, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba) pelo menos 171,6 mil pessoas aguardam para serem operadas, o que pode levar cinco anos. Os procedimentos vão de uma retirada de amígdala à correção de uma fratura na coluna.

Na época, as secretarias municipais e estaduais de Saúde admitiram que os dados estão subestimados: na maioria dos estados e capitais, gestores responsáveis pela administração da fila têm dados parciais sobre a demanda reprimida ou nem sequer os possuem. Em muitos casos, transferem a regulação aos hospitais, que definem as prioridades conforme seus interesses.

Ao afirmar que a saúde não andou bem nos últimos anos, o tucano acrescentou que pararam os mutirões, que muita prevenção ficou para trás e que faltam hospitais, tem problemas de consultas, problemas de demoras e problemas relacionados à saúde da mulher.

Mantega admite erros em boletim

Na semana passada, o Ministério da Saúde havia informado que os mutirões de cirurgias realizadas pelo Serviço Único de Saúde (SUS) tinham sido extintos no governo Lula e substituídos por políticas permanentes.

Na entrevista, Serra criticou ainda a falta de hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros e citou a demora para a realização de consultas, tem as não abordados pela nota do Ministério da Saúde.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também negou ontem que dados do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado terça-feira por sua pasta, procurem favorecer a campanha de Dilma. Ele convocou coletiva para atacar reportagem da Folha de S.Paulo, que apontou erros na publicação. Mas admitiu problemas em três dos seis quadros do boletim destacados pelo jornal. E admitiu que era sua a hipótese de volta do superávit em conta corrente em até dois anos.

Dilma, também no JN, tinha divulgado dados errados sobre a correção do salário mínimo, como mostrou O GLOBO.



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