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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Cemitério onde serão enterradas vítimas de tremor ameaça cair


10 de abril de 2009 • 07h25 • atualizado às 10h22

Cemitério de L'Aquila também foi bastante afetado pelos tremores
Cemitério de L'Aquila também foi bastante afetado pelos tremores
10 de abril de 2009
Francisco Assis/Especial para Terra


Francisco Assis

Direto de L'Aquila


Os moradores de L'Aquila estão vivendo nesta sexta-feira um dos momentos mais comoventes da história da cidade: o sepultamento das vitimas do terremoto que deixou pelo menos 289 mortos e cerca de 50 mil pessoas desabrigadas. A cerimônia, prevista para ser iniciada às 11h da manhã, na Escola Guardia di Finanza, está sendo encarada com extremo cuidado pelas autoridades. As vítimas serão enterradas no cemitério da cidade, que também foi bastante afetado pelos tremores e está com algumas áreas condenadas.

"É uma situação muito difícil. Sabemos que essa tragédia marcou definitivamente a vida de muitas famílias", afirmou o Padre Andrés Banella, um dos representantes do Vaticano. Coincidência ou não, a cerimônia será realizada em plena Sexta-Feira Santa, data em que a Igreja Católica tradicionalmente celebra a morte e crucificação de Cristo. "Por si, já é um dia especial. Um dia em que Deus mostra seu amor às pessoas ao ponto de se entregar à morte para nos salvar. A ocasião serve, também, para mostrar que, da mesma forma que Cristo ressuscitou, também temos o direito a vida eterna", complementou.

Ao término da cerimônia ecumênica, os corpos das vitimas de origem de L'Aquila serão levados para o cemitério municipal da cidade. Mais de mil corpos estão enterrados na área. As sepulturas foram construídas a sombra dos bosques e algumas necrópoles possuem característica gótica. "Não dá nem para pensar muito nisso porque já ficamos emocionados. Será um dia muito triste para a gente", afirmou o desabrigado Maximo D'Pascale.

Da mesma forma que praticamente toda a cidade, o cemitério apresenta riscos de deslizamentos. Muitas áreas foram isoladas por faixas e algumas tumbas estão inacessíveis. Entretanto, para quem nasceu e morreu em L'Aquila, o local ainda representa a única alternativa para que as vitimas possam permanecer em sua terra natal. "Esse incidente mudou a vida de muita gente. Trata-se de uma situação gravíssima e depois de tanta dor, nada mais justo que os nosso filhos possa ficar com a gente", comentou o também desabrigado Joseph Loldoli.

Apesar da disponibilidade de espaço para o sepultamento, as vítimas de outras partes da Itália serão transportadas, logo após a cerimônia ecumênica, para as suas respectivas cidades. O Vaticano encarregou de providencias os indultos de enterro e transporte.

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