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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Brasileiro é condenado a 109 anos de prisão nos EUA por violência e abuso sexual


Marília Martins - Correspondente

NOVA YORK - O brasileiro Lindolfo Thibes, de 48 anos, foi condenado na sexta-feira a 109 anos de prisão por um tribunal em Los Angeles, sob múltiplas acusações de violência, entre elas a de abusar sexualmente da própria filha desde que ela tinha 6 anos. A filha está hoje com 29 anos e teve três filhas como resultado desses abusos sexuais. As meninas têm, atualmente, 11, 7 e 4 anos. Thibes vive nos EUA ilegalmente desde 1982. O caso lembra o do austríaco Josef Fritzl, que manteve uma filha em cativeiro por duas décadas e teve com ela sete crianças.

Thibes, que é professor de artes marciais, optou por fazer sua própria defesa, e protestou contra a sentença declarando que sua condenação se baseou em "provas fraudulentas e testemunhos mentirosos".

O principal testemunho contra Thibes foi dado por sua própria filha, cujo nome está sob sigilo de justiça. Ela declarou no tribunal que o pai a mantinha prisioneira em casa e monitorava todos os seus passos com câmeras de vídeo. Disse que também sofria espancamentos e recebia ameaças de morte caso revelasse à polícia o que acontecia em sua casa.

Nem mesmo à mãe ela revelou que o pai de seus filhos era também o avô das crianças. No tribunal, declarou que temia a deportação se o caso chegasse à polícia, já que ela e o irmão nasceram no Brasil e estavam ilegalmente nos EUA.

- Eu quero que ele morra na prisão, porque foi isso o que ele fez comigo: destruiu a minha vida e me manteve prisioneira - disse a filha, logo após a sentença.

O caso foi descoberto em 2005, quando a polícia de Las Vegas foi chamada porque um homem havia esfaqueado a namorada num estacionamento. A vítima foi parar no hospital e a polícia descobriu que ela era a filha do acusado. Durante as investigações, testes de DNA confirmaram que Lindolfo era pai e avô das três crianças do casal.

Abusos começaram na ausência da esposa de Thibes

Segundo a filha, os abusos começaram em 1985, quando Lindolfo aproveitava ausências da mulher, que trabalhava como enfermeira num hospital, para manter relações com a filha, então com 6 anos. Aos 8 anos, ela declarou ao juiz que seu pai lhe teria oferecido álcool e maconha. Ao chegar à adolescência, ela foi proibida de sair de casa e teve que abandonar os estudos na sexta série. A menina era também vítima de espancamentos constantes, inclusive com bastões de beisebol.

Lindolfo apresentou em juízo um diagnóstico de esquizofrenia paranoica, mas o juiz Dennis Landin rejeitou a alegação dizendo que o acusado pretendia usar o recurso para adiar a sentença. Segundo o vice-promotor distrital Rouman Ebrahim, o acusado é mentalmente perturbado, mas não insano. Lindolfo terá que cumprir duas sentenças, uma de 22 anos pelo esfaqueamento e outra por incesto e abuso sexual na Califórnia, num total de 109 anos.

- O acusado teve uma conduta hedionda. O caso é chocante. O pai é exatamente aquele de quem se espera proteção para uma filha, e ele agiu como um predador selvagem - diz.

A partir de agora, a filha e vítima de Lindolfo terá permissão legal para permanecer nos EUA por ter colaborado com as investigações.

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