Em meio a muito sigilo, desvio de finalidade e suspeita de irregularidade, o Congresso Nacional destina mensalmente aos 594 deputados federais e senadores uma cota para compra de passagens aéreas que, em alguns casos, permite a aquisição todo mês de mais de 30 bilhetes de ida e volta entre Brasília e o Estado de origem, informa reportagem de Ranier Bragon e Andreza Matais, publicada nesta segunda-feira pela Folha .
Criada originalmente para permitir ao congressista quatro deslocamentos mensais ao Estado, a cota aérea é paga conforme o Estado do parlamentar e se ele ocupa ou não posto de destaque nas duas Casas e pode ser usada também por congressistas do Distrito Federal, que não precisam viajar. Na atual legislatura, o valor varia de R$ 4.700 a R$ 33 mil.
A reportagem da Folha constatou ainda que, além do alto valor, não há fiscalização sobre o uso da verba. O congressista emite a passagem no nome de quem quiser e não precisa prestar contas. "O controle é do parlamentar", confirmou Odair Cunha (PT-MG), terceiro-secretário da Câmara, responsável pela administração da cota dos deputados.
Outro lado
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou por meio da sua assessoria que aguarda para os próximos dias estudo sobre a verba aérea e que vai apoiar todas as medidas sugeridas para aprimoramento do seu uso.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não quis falar sobre o assunto, argumentando que não trata de assuntos administrativos.
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