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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bancários iniciam greve no País e protestam em agência de SP


Paralisação foi decidida na última terça, em assembléias no País; sindicato quer reajuste salarial de 13,23%

Paulo Justus, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - A partir desta quarta-feira, 8, bancários de todo o País começaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na noite anterior, quando ocorreram assembléias em todos os 150 sindicatos ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo de Finanças (Contraf), que representam 90% da categoria. O sindicato afirma que o auto-atendimento não será atingido pela paralisação e cabe às direções dos bancos decidirem se fecham ou se mantêm aberta a área dos caixas eletrônicos.

Os bancários de São Paulo, Osasco e Região aderiram à paralisação. Eles reivindicam reposição salarial de 7,15%, por conta do efeito da inflação, e mais 5% de aumento real, além da valorização dos pisos, auxílio-creche no valor de R$ 415, vale-refeição no valor de R$ 17,50 por dia e PLR composta de três salários, mais valor fixo de R$ 3.500.

Um grupo de 90 bancários, de acordo com a Polícia Militar, estavam em frente a uma agência bancária, na região da República, no centro de São Paulo. De acordo com a PM, a manifestação era pacífica e teve início às 9 horas desta quarta. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), não atrapalhava o trânsito.

O último levantamento divulgado pela Contraf, às 22 horas, apresentava 75 aprovações da greve. Cinco sindicatos já estavam em greve desde a semana passada. Três assembléias rejeitaram a paralisação em São Carlos (SP) e nos sindicatos de Blumenau e Videira, em Santa Catariana.

A greve foi deflagrada porque a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou nova proposta desde a paralisação de 24 horas realizada no dia 30 de setembro. O protesto marcou a rejeição da proposta da Fenaban, de reajuste de 7,5%. "Eles apostaram no confronto e os bancários reagiram com a greve por tempo indeterminado", diz Vagner Freitas, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Os bancários reivindicam aumento real de 5% - a proposta da Fenaban é de apenas 0,35% acima da inflação -, valorização dos pisos salariais, participação nos lucros e resultados (PLR) maior e simplificado, fim das metas abusivas e do assédio moral.

A categoria justifica as demandas pelos ganhos dos bancos. "Os bancos são o setor que mais ganha dinheiro na economia e apresentaram uma proposta muito aquém das reivindicações, abaixo das conquistas que outras categorias profissionais tiveram neste ano. E ainda propõem uma PLR menor", diz Freitas. Na terça, a Contraf divulgou um estudo do Dieese que comparava a PLR e o lucro dos bancos. Dos nove bancos consultados, apenas a Caixa Econômica corrigiu o adicional da PLR de acordo com o aumento do lucro do banco.

Emergências

Quem precisar dos serviços bancários pode recorrer aos correspondentes, como casas lotéricas e supermercados, ou ao internet banking. "Não queremos prejudicar os consumidores, queremos que os bancos se movimentem para que essa greve acabe logo", diz Freitas. O Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco informou que os caixas eletrônicos continuarão funcionando normalmente. O Comando Nacional dos Bancários aguarda a nova proposta da Fenaban. "Caso recebamos nova proposta, convocarem novas assembléias. "

(Com Solange Spigliatti, do estadao.com.br)

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