"Sempre gostara muito de Sintra! Logo ao entrar, os arvoredos escuros e murmurosos do Ramalhão lhe davam uma melancolia feliz!"
- Eça de Queiroz in "O Primo Basílio"

Vista do Palácio da Pena sob o arco de Seteais - Princípios do séc. XX
Cintra: Palacio da Pena visto do portico de Sitiaes
A. desc., [ca 1910?]
Postal ilustrado
AMS - ARQ. HIST. BP521/cx.7
(foto retirada do site da Biblioteca Nacional)
"No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente; e emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo de céu azul claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta escura, coroada pelo castelo da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro..."
In "Os Maias", Eça de Queiroz, 1888
Um século depois...
(Foto de Sílvia Padrão)A última Rainha de Portugal
(D. Amélia aos 70 anos. D. Amélia surge com um colar de pérolas, A 28 Setembro de 1865, nasceu em Twickenham, Inglaterra, D. Amélia de Orleães, princesa de França e última rainha de Portugal.
D. Amélia casou com o pretendente ao trono português a 22 Maio de 1886, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, e, três anos depois, ocupou o lugar de Rainha com a subida do seu marido D. Carlos ao trono.
Enquanto Rainha, D. Amélia desempenhou um importante papel na corte portuguesa, tanto a nível social, como a nível das artes. Pintava e foi fundadora do Instituto de Socorros a Náufragos (1892), do Museu dos Coches Reais, hoje Museu Nacional dos Coches (1905) e da Assistência Nacional aos Tuberculosos.
(Aguarela da casa real pintada pela Rainha D. Amélia - Foto: Arquivo Expresso)
A Rainha D. Amélia sofreu um profundo desgosto com as mortes do filho D. Luís Filipe e do marido D. Carlos, vítimas do regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, refugiando-se no Palácio Nacional da Pena, continuando, no entanto, a acompanhar e a apoiar o jovem Rei D. Manuel II, seu filho mais novo.
(Rainha D. Amélia e D. Manuel II no Palácio da Pena - Foto publicada na 'Ilustração Portuguesa', 1909)
Era em Sintra que D. Amélia se encontrava quando se deu a revolução de 5 Outubro de 1910 e a consequente implantação da república.
Seguiu para o exílio com a restante família real para Londres e, após o casamento de D. Manuel II, seguiu para Versalhes, perto de Paris. Sofreu novo desgosto em 1932 com a morte de D. Manuel, último Rei legítimo de Portugal.
A viver em França durante a Segunda Guerra Mundial, o governo de Salazar ofereceu-lhe asilo político. D. Amélia recusou e o estado português declarou o seu castelo território nacional erguendo uma bandeira à entrada e transformando-o assim em território neutro e intocável numa França ocupada.
O regresso da última Rainha portuguesa a terras lusas deu-se a 8 de Junho de 1945, após o fim da guerra. Esta emocionante jornada, levou a Rainha a Fátima, ao Palácio da Pena e a todos os lugares a que estava emocionalmente ligada, com a excepção de Vila Viçosa, onde não foi capaz de regressar.
D.Amélia faleceu em Outubro de 1951 em Versalles. Foi transladada para junto do marido e dos filhos, no panteão real dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Palácio da Pena - Serra de Sintra
Inícios do Século XX

Inícios do Século XXI...

Pórtico do Palácio da Pena, 1909

Pórtico do Palácio da Pena, 1909
Quase um século depois...


Palácio da Pena

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"E a primeira cousa em que se ocupou depois que el-rei de Castela levantou o cerco, foi tomar os lugares dos arredores da cidade que tinham voz por Castela. E chegou à fala com alguns de Sintra, onde estava o conde D. Henrique Manuel por fronteiro, a cinco léguas da cidade, para que lhe dessem o castelo daquele lugar que é uma grande fortaleza num alto e fragoso monte, com a vila no sopé dele, sem nenhuma cerca que a possa defender".LOPES, Fernão, "A Crónica de El-Rei D. João I"
Lawrence's Hotel
FONTE :
Para os lados de Sintra... "Sempre gostara muito de Sintra! ... davam uma melancolia feliz!"Eça de Queiroz in "O Primo Basílio" Segunda-feira, Julho 09, ...
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