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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

#rio : Depressão e pânico são sintomas mais comuns entre vítimas de Teresópolis



Além dos atingidos pelas chuvas, pessoas que trabalharam em resgates também precisam de ajuda psicológica.

13 de janeiro de 2012 | 14h 18


Sintomas de estresse pós-traumático, a depressão e a síndrome do pânico são os principais distúrbios psicológicos que atingem as pessoas afetadas pelas enchentes e pelos desmoronamentos ocorridos em Teresópolis um ano atrás, segundo a Secretaria da Saúde do município.
Segundo as autoridades, o número de consultas realizadas pelos psicólogos da prefeitura aumentou de 534 em janeiro do ano passado para 1.323 em dezembro. Destes atendimentos, 541 foram de crianças e adolescentes.
Somente os seis psicólogos voluntários que trabalhavam para o município realizaram 1.123 atendimentos entre fevereiro e dezembro de 2011.
Também entre janeiro e dezembro do ano passado, os psiquiatras que trabalham para a Secretaria da Saúde atenderam 779 novos pacientes, em um total de 12.596 consultas.
De acordo com a psicóloga Daniela Matera, que trabalha na área de saúde mental da Secretaria da Saúde, a gravidade dos distúrbios pode depender tanto da intensidade da experiência por que passou o paciente, quanto da estrutura emocional da pessoa e da pré-existência de sintomas.
"Geralmente quem passa por isso recebe um acolhimento no início, mas depois precisa de algo mais. O processo de reconstrução do lar é fundamental, e para quem perdeu a família, a situação é mais grave, diz ela."

"As pessoas podiam já ter algum tipo de transtorno, que acabou emergindo com a tragédia", diz.
A coordenadora de Saúde Mental da Secretaria, Cláudia Jaconianni, afirma que muitos pacientes que já recebiam tratamento do município tiveram suas terapias reavaliadas e redirecionadas, por terem sido atingidos pelo desastre.
Ela diz que alguns grupos de terapia, por exemplo, foram reconfigurados e tiveram pacientes realocados, para garantir a maior eficácia do tratamento.
Crianças
Para Cláudia, as crianças normalmente respondem melhor aos tratamentos psicológicos e psiquiátricos.
"O adulto precisa ir atrás de uma casa, de um trabalho, precisa buscar o auxílio-moradia, enquanto com a criança o tratamento é mais fácil, porque ela tem menos atribuições", afirma.
A coordenadora acredita que o acompanhamento psicológico fará com essas crianças se tornem adultos melhores do que aqueles que passaram pela tragédia.
Hoje a gente chega a ver as crianças confortando seus pais quando chove. Elas realmente acabam lidando melhor com esse tipo de situação."
Ação em rede
O encaminhamento de pacientes à área de saúde mental da Secretaria de Saúde de Teresópolis ocorre muitas vezes por ação de agentes comunitários, que levam os casos aos Postos de Saúde da Família instalados no município.
No caso das crianças que apresentem problemas com os estudos, a coordenadora de saúde mental da Secretaria diz que é obrigação da escola encaminhar o aluno à Divisão de Educação Especial da Secretaria de Educação, que faz uma triagem e avalia os casos passíveis de tratamento.
"A gente trabalha com uma rede, e essa rede tem que funcionar. Se um médico dá irregularmente uma receita de remédios controlados, ou se a escola não encaminha um aluno com problemas, isso quebra o processo. As pessoas sabem de suas obrigações", diz Cláudia.
A coordenadora diz que, às vezes, a busca por solucionar um problema pode levar ao conhecimento de outro.
"Em um dos casos, fomos investigar uma criança que tinha problemas na escola, e descobrimos que o próprio pai dela tinha crises de pânico, então ele acabou sendo encaminhado para o tratamento psicológico."


Além dos moradores e pacientes atingidos pelo desastre, as próprias pessoas responsáveis por prestar ajuda acabam precisando de auxílio.





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