Em outubro, foram registrados 36 casos de lesões graves no Metrô e na CPTM; maior parte das vítimas é idosa
05 de dezembro de 2011 | 0h 20
Tiago Dantas, de O Estado de S. Paulo
Todos os dias, pelo menos três pessoas se machucam na
capital dentro de estações ou vagões da Companhia do Metropolitano de
São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM). Os acidentes estão relacionados ao excesso de passageiros
transportados pelo sistema, ao corre-corre, pressa e até mesmo distração
das pessoas, dizem especialistas.
A maior parte das vítimas é idosa, segundo o delegado Valdir Rosa. "Eles têm dificuldade para se locomover, embarcar e desembarcar", afirma o policial.
Procurados, o Metrô e a CPTM destacam que tomam medidas para reduzir o número de acidentes em suas redes, como campanhas de desembarque seguro, uso de obstáculos e mensagens sonoras para incentivar as pessoas a entrar e sair dos trens sem fazer confusão. Mas nem as companhias nem a polícia são informadas de todos os acidentes.
A aposentada Maria Eugênia Teixeira, de 71 anos, por exemplo, torceu o pé em agosto, após sofrer um empurrão quando tentava embarcar na Estação Ana Rosa, e achou melhor não falar para ninguém. "Foi um acidente simples, que poderia ter acontecido na rua ou no mercado."
Solução
Para se proteger, o idoso pode andar com um acompanhante e sempre usar o assento preferencial, observa a geriatra Fania Santos, chefe da unidade ambulatorial de geriatria e gerontologia da Unifesp. Segundo ela, é importante utilizar o calçado adequado e evitar movimentos bruscos. "É melhor perder o trem ou a estação."
Mas uma solução para evitar trombadas, empurrões e outros problemas desse tipo depende de medidas que orientem a circulação dos passageiros, segundo o consultor em transportes Peter Alouche. O risco de acidentes na plataforma de embarque poderia cair, segundo ele, com a instalação de portas de plataformas, como aquelas existentes na Linha 4-Amarela. Ele defende também o uso de gradis e faixas que limitem o espaço onde as pessoas podem andar.
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