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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sistema da Farmácia Popular sai do ar e consumidor fica sem remédio

Nas drogarias conveniadas com o Governo Federal o sistema está oscilando ou fora do ar Foto: Ana Linhares
Ana Linhares


O motorista Valdemir Leocádio de Jesus, de 42 anos, é hipertenso e precisa tomar diariamente o genérico Captopril para controlar a pressão arterial. Há mais de cinco dias, ele procura o medicamento nas drogarias conveniadas com o governo federal no programa "Aqui tem farmácia popular". Ele até encontra o produto, só não consegue comprá-lo. A razão para o transtorno é uma mudança no sistema de vendas do Ministério da Saúde, que está deixando milhares de consumidores do Rio sem os remédios mais baratos. O novo processo foi implantado na última quinta-feira e, desde então, os balconistas não conseguem efetuar as vendas.

Ontem, Valdemir foi à Drogasmil no bairro de Madureira em mais uma tentativa de encontrar o sistema funcionando normalmente. Só que, mais uma vez, o sistema estava fora do ar.

— Passei em várias farmácias conveniadas e, em todas, o sistema não funciona. Como sempre, quem sofre é a população mais carente.

Casado e com o salário comprometido com as despesas da casa, ele lamenta ter que gastar R$ 15 na compra de um remédio que sairia por R$ 2, ou seja, 87% mais barato:

— Não posso ficar sem me medicar, porque com pressão alta não se brinca. Vou continuar procurando, mas se não conseguir, terei que desembolsar um dinheiro que não poderia.

Drogarias registram prejuízo nas vendas

Na Pacheco do Bairro de Fátima, o cliente tem que dar sorte. Em algumas drogarias, o sistema oscila. Em outras, está fora do ar desde quinta-feira passada. Na Drogasmil, em Madureira, a gerente Claudete Moreira disse que, ao tentar acessar o sistema de vendas do governo, aparece na tela a mensagem "solicitação não autorizada". E, até ontem, não existia previsão para o serviço voltar à normalidade.

— Temos muitos clientes que procuram a Farmácia Popular aqui no bairro. Estamos perdendo uma média de R$ 4 mil a R$ 5 mil por dia.

Na drogaria Pacheco, no Bairro de Fátima, a balconista Vanessa Mendes explicou que, com a modificação, o sistema não fica no ar por muito tempo, e os consumidores precisam dar sorte ou esperar muitas horas.

— O problema é no sistema do governo. A gente liga no 0800 e constata que o problema não é nosso. Algumas vezes, até consegue registrar no balcão, mas a venda não finaliza no caixa. É preciso sorte — ou ter paciência — para conseguir encontrar o sistema no ar. O problema é que eles representam 80% das nossas vendas.

Numa das Drogas Raia de Madureira, os funcionários enfrentam o mesmo problema.

— O pior é que alguns clientes acham que estamos com má vontade. Fica uma situação muito chata — disse o balconista Felipe Aguiar.

Para Ministério, lojistas não se adaptaram

O Ministério da Saúde criou novas medidas de segurança para aperfeiçoar o programa que oferta medicamentos com desconto de até 90%, ou mesmo de graça, para hipertensos e diabéticos. De acordo com o ministério, as 15.326 unidades credenciadas pelo programa deveriam se adaptar ao novo sistema até o dia 4 de maio. O problema é que, segundo o órgão, a adaptação não foi feita, o que estaria causando a pane.

As medidas de segurança adotadas com o novo sistema garantem a blindagem eletrônica das transações, o que deve impedir tentativas de fraude. Outra novidade é a obrigatoriedade de informações mais completas no cupom vinculado, uma espécie de nota fiscal eletrônica. O cupom deve conter o valor total da venda, a quantidade autorizada, a identificação do atendente e o telefone 0800-61-1997, da Ouvidoria do Ministério da Saúde, para consultas ou denúncias.

Os lojistas dizem, porém, que seguiram as orientações, e que o problema estaria no próprio sistema.

Onde o consumidor pode encontrar Farmácia Popular

Ilha do Governador

Praia do Galeão 92. Telefones: 3368-3743/3368-3731

Central do Brasil

Praça Christiano Ottoni s/nº, Estação Dom Pedro II. Telefones: 2233-1930/2233-8056.

Copacabana

Rua Barata Ribeiro 173, Copacabana. Telefones: 2334-7259/2334-7258.

Penha

Avenida Nicarágua 175, lojas R e S. Telefones: 3888-1668/3888-1637.

Praça XV

Praça XV 27, Centro Rio. Telefones: 2524-1831/2220-7059.

Mesquita

Rua Mister Waltkins 63 e 69, Centro. Telefones: (21) 3763-4886/2697-8096.

Nilópolis

Rua Frei Ludorf sem número, lote 90, Centro do município. Telefone: (21) 2791-3502.

Japeri

Avenida Leny Ferreira 230, no Centro do município. Telefone: (21) 2670-1104.

Rio Bonito

Rua João Carmo 27, no Centro do município. Telefone: (21) 2734-0957/2734-0288.

Belford Roxo

Avenida Presidente Kennedy 6.526, Lote XV. Telefones: (21) 3134-2607/3134-3566; e Avenida Augusto Vasco Aranha 665, em Areia Branca. Telefones: (21) 2613-5060/3775-5496

Nova Iguaçu

Av. Marechal Floriano Peixoto 2.487, no Centro. Telefones: (21) 2668-3335/2767-4583.

São Gonçalo

R. Francisco Portela 2.738, loja A, no Centro. Telefone: (21) 2604-1442.

Itaguaí

R. Coronel Freitas 783, Centro. Telefone: (21) 2688-4157 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2688-4157





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