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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mãe de Isabella pede R$ 100 mil de indenização por livro de Sanguinetti






Ação de danos morais quer impedir publicação e comercialização de obra.
Médico alagoano aponta pedófilo como assassino em livro não lançado.

Kleber Tomaz Do G1 SP


Imagem de livro sobre caso IsabellaImagem de novo livro sobre o caso Isabella
(Foto: Divulgação)

Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, assassinada em 29 de março de 2008, entrou na Justiça de São Paulo com uma ação indenizatória por danos morais no valor de R$ 100 mil contra o médico alagoano George Sanguinetti por causa do livro “A morte de Isabella Nardoni - Erros e Contradições Periciais”, que ele escreveu e pretende publicar ainda este ano. A obra, que não teve a autorização da família Oliveira para ser feita, inocenta o casal Nardoni, condenado em março deste ano pela morte da menina, e diz que o assassino foi um pedófilo não identificado. O processo está em segredo.

O G1 apurou que o processo entregue na segunda-feira (24) no Fórum de Santana, na Zona Norte da capital, quer impedir a publicação, divulgação e comercialização da obra literária sob a justificativa de que ela agride a memória da menina morta aos 5 anos de idade e também causa constrangimento à sua mãe. Por telefone, a advogada de Ana Oliveira, Cristina Christo Leite, confirmou à reportagem ter entrado recentemente com uma ação, mas não quis dar mais detalhes sobre ela ou comentar o assunto.

Em 87 páginas, o livro de Sanguinetti discorda da decisão dos jurados. O casal Alexandre Nadoni e Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta de Isabella, foi condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte da menina. Ambos dizem ser inocentes. O texto, ao qual o G1 teve acesso, critica o trabalho dos peritos e volta a reafirmar a existência de uma “terceira pessoa”, mas, desta vez, “revela” que o criminoso é, na verdade, um pedófilo, que abusou sexualmente da garota e a matou.

Procurado pela reportagem, Sanguinetti afirmou que vai esperar ser comunicado oficialmente pela Justiça para informar quais medidas irá tomar sobre a ação que quer barrar seu livro. O autor, no entanto, diz que não quis ofender nenhum familiar da menina.

“Ainda negocio o lançamento do livro com editoras, mas garanto que não há nenhuma alusão que denigra a imagem de Isabella ou sua família. Insistirei na publicação do livro e irei para qualquer tribunal. Estou fazendo o que meu país me permite: a liberdade de expressão. Responsabilizo-me pelo que escrevi. Fiz uma análise meramente técnica de um caso de grande repercussão. E reforço que não precisava pedir aturorização da família porque é um caso público”, declarou Sanguinetti, que já chegou a ser contratado pela família Nardoni para analisar os laudos periciais sobre a morte da menina.

Imagem de livro sobre caso Isabella

Pedófilo (Divulgação)

Fotos de Isabella e boneca
Não é a primeira vez que Ana Oliveira entra com uma ação na Justiça contra um livro sobre o caso Isabella. Em junho de 2009, o gaúcho Paulo Papandreu, que também é médico, publicou “Isabella”, que apresentava outra explicação para a morte da garota: “acidente doméstico”. Segundo ele, a garota caiu sozinha do sexto andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo.

O livro, que exibia uma foto de Isabella, não agradou a mãe da menina. Ela entrou com uma ação contra as imagens e o conteúdo da publicação. Em outubro, uma decisão judicial proibiu a venda e determinou o recolhimento dos 10 mil exemplares. O processo, no entanto, só será concluído após a sentença. Cerca de R$ 200 mil foram pedidos de indenização. Se a causa for ganha, a mãe de Isabella disse que doará o dinheiro a uma instituição de caridade.

Precaução

Ganhador do prêmio Jabuti de literatura de 1998 pelo livro “A Morte de PC Farias: O Dossiê de Sanguinetti”, o médico alagoano disse que ainda teve a preocupação de não exibir nenhuma foto de Isabella neste novo livro que trata do caso. “Me precavi. O primeiro passo foi o de não colocar nenhuma foto de Isabella, qualquer citação da família dela ou cópia de documento original do processo. Faço linguagem técnica a partir de achados. A polícia e a perícia deveriam ter investigado uma terceira pessoa”, disse.

“A morte de Isabella Nardoni - Erros e Contradições Periciais” contém fotos de uma boneca para representar a menina e desenhos feitos à mão de um suspeito, apontado como o pedófilo. O restante das páginas é de cópias de documentos de pareceres que Sanguinetti já fez sobre o caso.

“Sim, quem matou Isabella foi um pedófilo. As lesões encontradas no seu órgão genital são iguais a de uma criança abusada sexualmente. Ela caindo sentada, como afirmou a perícia paulista, não teria lesões como as que ficaram em seu corpo”, afirmou Sanguinetti. Os peritos dizem que as lesões na genitália são decorrentes da queda do sexto andar.

Imagem de livro sobre caso IsabellaBoneca representa Isabella no livro (Foto:Divulgação)

Leia abaixo o trecho do livro no qual ele tenta reproduzir como Isabella foi morta possivelmente por um pedófilo:

A provável e talvez única motivação para o crime, para que ela fosse jogada do 6º andar do Edifício London foi desviar o foco do atentado sexual. Para que não fossem descobertas as lesões na genitália de Isabella e também impedir o reconhecimento do pedófilo. Acredito que a menor estava adormecida na cama, quando o infrator baixou a calça e a calcinha e a vulnerou com toques impúdicos, dedos, manuseios, etc. Ela acorda e grita papai...papai...papai e para...para..para, como foi descrito por testemunhas que ouviram os gritos de Isabella, audíveis até no 1º andar e no edifício vizinho. Os depoentes que ouviram os gritos, testemunharam que foram minutos antes da precipitação. Na tentativa de silenciá-la, de ocultar a tentativa de abuso sexual, a menor é jogada para a morte. Quando iniciei meus trabalhos, relatei meus primeiros achados e divulguei: ‘procurem o pedófilo, procurem o pedófilo,’ mostrando a causa real da morte de Isabella. No prédio ou nas cercanias, havia alguém com antecedentes de pedofilia? Os que trabalharam anteriormente foram investigados sob esta ótica? Repito: ‘Procurem o pedófilo! Procurem o pedófilo.’”, escreve Sanguinetti.

Isabella Nardoni morreu no dia 29 de março de 2008. Nardoni foi sentenciado a 31 anos, 1 mês e 10 dias; Jatobá, a 26 anos e 8 meses de prisão. Os dois estão presos em Tremembé, a 147 km da capital paulista. Eles sugerem que alguém entrou no apartamento enquanto Isabella dormia sozinha e a matou. Roberto Podval, advogado do casal, entrou com pedido na Justiça pedindo a anulação do júri. A solicitação será julgada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Caso seja negada, a defesa poderá recorrer a outras instâncias superiores, como o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.





Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, conversa com CLAUDIA
O futuro, um amor

"Tirei passaporte pela primeira vez (???). Não estou muito convicta de que vou viajar porque não quero me afastar da terapia. Quando tudo aconteceu, não pensei em me matar, mas tive vontade de desaparecer, de ficar quieta na cama, sem ouvir nem falar. Meus pais e eu mudamos de casa e doei roupas e brinquedos. Guardei os ursinhos, e algumas meias dela ainda se misturam às minhas na gaveta. A terapia me ajuda a digerir o trauma e outras dificuldades pessoais. Não faço planos, mas seria bom voltar a ter desejos banais, de me maquiar, emagrecer, colocar uma roupa, sair para dançar... Nunca mais dancei e adoro samba. Não estou namorando, o que não significa que me negue ao amor. Mas espero que desta vez seja diferente – quando a Isabella nasceu, eu era adolescente e solteira. Agora quero alguém só para mim, casar, ter filhos... São projetos ainda sem data, para a hora em que estiver totalmente pronta. Também não sei se esse alguém vai tirar de letra a minha história.

( COMO SOFRE... !!)
Foto Chris Parente/Realização Noris Martinelli/Produção Sylvia Radovan/Cabelo e maquiagem Giuliano Rezende, First Blusa, Pelu; calça, Calvin Klein; sandálias, Shoestock/Poltrona, Conceito Firma Casa

Medo de pôr tudo a perder

"Ao ficar trancada naquela sala abafada do fórum aguardando a acareação, tive medo de pôr tudo a perder. Sempre acreditei no trabalho dos peritos e do promotor Francisco Cembranelli, a quem sou eternamente grata. Mas três dias ali, sem celular, internet, sem saber como andava o julgamento que escancarava a minha vida e a da minha filha... entrei em stress. Tive queda de pressão, dor de cabeça, puxava a pele dos lábios sem parar. Um psiquiatra atestou que eu estava sem condições e o juiz me mandou para casa. Foi melhor: temia que, na hora H, cara a cara com eles (o casal Nardoni), eu perdesse o controle, desse um murro ou algo assim. Até sair a sentença, fiquei inquieta. Lembrava que a Suzane von Richthofen( ??????) tinha planejado a morte dos pais, confessado e ainda conseguido três votos do júri a seu favor.

( TINHA MEDO DE ESTRAGAR TUDO? DE SE ENTREGAR? DE CONFESSAR QUE HAVIA MENTIDO? QUE NÃO HÁ PROVAS? MEDO DE ESTRAGAR O " TRABALHINHO" DO PROMOTOR?)


VEJA NESTA REPORTAGEM








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