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domingo, 26 de julho de 2009

Veja a trajetória da carreira do artista Sérgio Viotti; ator morre aos 82 anos

colaboração para a Folha Online

O ator e diretor Sérgio Viotti, 82, morreu na manhã deste domingo após sofrer uma parada cardiorrespiratória às 8h45, de acordo com nota divulgada pelo Hospital Samaritano, onde ele estava internado desde o dia 19 de abril.

Viotti marcou sua carreira artística ao receber diversos prêmios por suas atuações. Acompanhe sua trajetória.

Willian Andrade/TV Globo
Ator Sérgio Viotti, 82, morreu de parada respiratória em São Paulo
Ator Sérgio Viotti, 82, morreu de parada respiratória em São Paulo

Carreira

Sérgio Luiz Viotti nasceu em São Paulo, em 1927. Ele revelou-se um bom adaptador e tradutor de obras literárias e teatrais.

Ne metade da década de 40 foi morar no Rio de Janeiro com intenções de ingressar na carreira diplomática, um projeto que ele desistiu após frequentar alguns círculos musicais da cidade e colaborar com a imprensa local.

Em 1949, foi sua estreia como ator na Aliança Francesa do Rio de Janeiro, com a montagem de L'Apollon du Marsac (título primeiro de L'Apollon de Bellac), de Giraudoux, dirigida por Simone Cox.

Entre 1949 e 1958, viveu em Londres, na Inglaterra, onde trabalhou na rádio BBC. Neste período, gravou peças para transmissão radiofônica, escreveu críticas de dança e ópera, conviveu com escritores emergentes e trabalhou com a atriz Madalena Nicoll no Arts Theater Club, onde dirigiu três monólogos.

De volta ao Brasil, voltou a trabalhar em rádio. Conheceu Antunes Filho, que o convidou a dirigir "Viagem a Três", de Jean de Letràz, em 1959. No mesmo ano, assinou a direção de "A Folha de Parreira", de Jean-Bernard Luc. Em 1960, a convite de O Tablado, dirige "Dona Rosita, a Solteira", texto de Federico García Lorca com tradução de Carlos Drummond de Andrade.

Profissionalmente, trabalhou como ator pela primeira vez em 1961, na montagem de "O Contato" de Jack Gelber, com direção de Jack Brown, cujo enredo fala de um grupo de viciados em heroína. Viotti recebeu o Prêmio da ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais), na categoria de ator revelação.

Na década de 1960, firmou-se como ator e diretor. Sua primeira peça, "Lua Cheia", é encenada por Carlos Murtinho, em 1961. É dirigido por João Bethencourt em 1962 na montagem de "O Milagre de Annie Sullivan", de William Gibson. No mesmo ano, revela também potencial para a comédia em "Você Pode Ser o Assassino", de Alfonso Paso, com direção de C. H. Christensen e ganha mais um prêmio da ABCT, na categoria ator coadjuvante, pelo musical "My Fair Lady", no qual divide o palco com Paulo Autran e Bibi Ferreira.

Em 1965, assina a direção de cinco espetáculos: "Vamos Brincar de Amor em Cabo Frio" texto próprio; "As Inocentes do Leblon", de Barillet e Grédy; "As Viúvas do Machado", adaptação sua para textos de Machado de Assis; "Amor Depois das Onze" coletânea de textos, que vão da Bíblia a Jung; e "Martins Pena Faz Rir", com textos de Martins Pena.

O ator também teve atuação marcante em "Queridinho", de Charles Dyer, com direção de Martim Gonçalves, em 1967. No papel de um homossexual, foi muito elogiado pela crítica e ganhou o prêmio Molière. Ao lado de Dulcina de Morais, atuou em "Um Vizinho em Nossas Vidas", de Françoise Dorin, dirigido pela atriz.

Viotti era extremamente versátil na atuação de distintos papéis. Em 1978, encenou com Cleyde Yáconis "Os Amantes", de Harold Pinter, dirigida por Dorival Carper.

Em 1985, recebeu mais um prêmio, desta vez da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) na categoria de melhor ator por "A Herdeira", de Henry James, direção de Flávio Rangel.

Em 1991, na comemoração dos 30 anos de carreira como ator fez "As Idades do Homem", compilação de trechos de peças de Shakespeare dirigida de Dorival Carper. Um ano depois, "A Volta ao Lar", seu segundo Harold Pinter, encenado por Luiz Arthur Nunes, confere a ele o Prêmio Shell pelo papel do açougueiro Max.

Fez grande sucesso entre o público em 2007 com "O Dia em que Raptaram o Papa", de João Bethencourt, com direção de Iacov Hillel.

Sérgio Viotti destacou-se como crítico de teatro, dança e ópera em veículos como Correio Paulistano, 1958; revista Cláudia, 1968; O Estado de S. Paulo, 1969/1971; e Jornal da Tarde, 1976/1983. É autor da biografia da atriz Dulcina de Morais publicada em 1991, Dulcina - Primeiros Tempos (1908-1937), e editada pela Fundação Nacional de Artes Cênicas. Em 2001, a versão ampliada, Dulcina e o Teatro de Seu Tempo, é lançada pela editora Lacerda.

O ator também trabalhou nas novelas "Sinhá Moça", "Meu Bem Meu Mal", "Xica da Silva" e "Terra Nostra".

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