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sábado, 30 de maio de 2009

Em inauguração de obra do PAC no Rio ao lado de Dilma, Lula diz não estar em campanha

Esse país pode ser diferente se a gente aprender a não eleger mais vigaristas. Tem que eleger pessoas com compromisso com o povo e que não tenham medo de pegar na mão de um pobre ou abraçar um negro

Recém-nascidos passam primeiros dias de vida como desabrigados

Lívia Amanda Mendes Leite, o filho, Luan Vinícius, de 27 dias, e a filha, Amanda Letícia Leite Santos, de 1 ano e 8 meses (Foto: Alessandra Correa)

Lívia pega água do rio Mearim para dar banho no filho Luan

Há pouco menos de um mês, a desabrigada Lívia Amanda Mendes Leite, de 19 anos e então grávida de nove meses, teve um sangramento e percebeu que estava na hora de seu bebê nascer.

Acompanhada de uma tia, Lívia caminhou por quase uma hora do abrigo para vítimas das enchentes em Trizidela do Vale, no Maranhão, até o hospital da cidade.

Luan Vinícius nasceu de parto normal, e com apenas dois dias de vida foi levado para o abrigo com a mãe.

Na tarde de quinta-feira, o menino, hoje com 28 dias, dormia em um colchão colocado no chão, alheio ao barulho de outras crianças que brincavam no local, ao calor e à sujeira a sua volta.

Desde que a casa em que viviam foi inundada pelas águas do rio Mearim, Lívia, a filha Amanda Leticia, de um ano e oito meses, a avó e outros parentes vivem no alojamento improvisado em um hospital abandonado em Trizidela do Vale.

Há mais de um mês, não há água no local. A energia elétrica só foi religada na última sexta-feira. Cascas de banana, restos de comida e lixo se acumulam pelo chão dos corredores.

Apesar das dificuldades, Lívia diz não estar preocupada com o bebê. "Trago água do rio para dar banho nele", diz.

Hábitos noturnos

Cleidiane de Souza Pereira e o filho, Wallisson, de 17 dias (Foto: Alessandra Corrêa)

Cleidiane e o marido levaram enxoval do bebê para o abrigo

A situação não é incomum nos abrigos do Vale do Mearim, região mais atingida pelas enchentes no Maranhão.

Nesta quinta-feira, em outro abrigo de Trizidela do Vale, montado em um ginásio, Cleidiane de Souza Pereira amamentava o filho Wallisson, de 17 dias.

A casa de barro em que ela e o marido Marcos Costa dos Santos viviam foi inundada e desabou. "O barro amoleceu com a água", diz Santos, que é ajudante de pedreiro, mas ficou desempregado com as enchentes.

O casal conseguiu levar alguns móveis para o abrigo e também o enxoval do bebê, comprado pela mãe de Cleidiane.

"Não fiquei com medo de ter ele aqui. Só perdi um pouco de sangue. A polícia veio me buscar e me levou para o hospital", diz ela. "Quando ele estava com quatro dias, voltamos para cá."

A água para o banho do bebê é retirada das três torneiras disponíveis na área externa do ginásio. "Pego a água, fervo e misturo com um pouco de água fria", diz Santos.

Pais de primeira viagem, Cleidiane e Santos só estranham os hábitos noturnos de Wallisson. "Ele dorme o dia todo e, de noite, acorda de três em três horas para mamar", diz a mãe

Crianças e porcos dividem espaço em abrigo no Maranhão

Leitão no colo de Luciana. Foto: Alessandra Corrêa

'Neném' virou mascote do abrigo temporário

Nas ruas de terra do Parque de Exposições de Bacabal, no Maranhão, crianças e porcos dividem espaço em meio à lama, às moscas e ao lixo acumulado pela ocupação desordenada de instalações projetadas para funcionar como estandes e pavilhões de animais, e não como casa.

Levados para o parque por famílias abrigadas no local desde meados de março, quando as chuvas começaram a fazer o rio Mearim transbordar e inundaram boa parte da cidade, os suínos já se transformaram em parte da paisagem, e muitos são tratados como mascotes.

Um dos mais famosos é "Neném", um leitãozinho órfão de pouco mais de um mês. Sua dona, Luciana Ferreira de Souza, mora no parque há quase dois meses com o marido, dois filhos, de 9 meses e 3 anos, e um cachorro. Todos dividem o mesmo cômodo.

Além de brincar com as crianças, o porquinho gosta da companhia dos cachorros, que proliferam no abrigo.

"Ele adora os cachorros. Se dão bem", diz Luciana.

Luciana ainda não sabe quando vai poder deixar o parque.

"Nossa casa era de barro e desabou com as chuvas", diz. "Meu marido trabalha como carroceiro, mas está desempregado."

A esperança, diz ela, é que as águas baixem logo para que possa comprar barro e tentar reconstruir a casa.




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