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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Atendimento preferencial em restaurante?


Será que celebridades e plebeus recebem o mesmo atendimento no restaurante? A preço da roupa que se usa ou a marca do carro entregue ao manobrista influenciam a qualidade do serviço?

Maria Ninguém no restaurante



Por Flávia Pinho

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Eu sou a Maria Ninguém. Os chefs não me conhecem, muito menos os garçons e sommeliers. Não uso roupas caras de grife, dirijo um carro popular. Jamais me anuncio quando vou visitar um restaurante, dou até nome falto na hora da reserva. Chego discretamente, como e bebo sem estardalhaço, pago a conta com meu próprio cartão de crédito (o valor é reembolsado pela revista depois). E quando sou recebida com cara feia, serviço desatento e comida de quinta, reclamo na qualidade de cliente - nem mesmo em situações extremas posso me identificar. Se faz diferença? Faz, e como.

Há quem discorde. “Quem faz comida ruim cozinha mal para todo mundo”, já argumentaram. Concordo, mas não se trata de somente cozinhar bem ou mal. Dia desses estava eu almoçando em um restaurante moderninho muito bom, a chef é das mais talentosas da cidade. Ela tem carreira sólida, não precisa se esforçar nem um tiquinho para conquistar a simpatia de alguém - mas não é que o couvert entregue à mesa de um jornalista importante era muito maior do que o meu? Simpatia pura e simples… Pode ser. mas se o meu couvert cresce, minhas frutas têm mais cor, meu prato vem mais quente e o garçom não sai da minha cola, não posso bancar a informação de que o restaurante X ou Y é bom pra todo mundo.

A questão não vale só para críticos. Feche os olhos e se imagine entrando em um restaurante bacana, aquele que é seu sonho de consumo - você, do jeito que é. Agora ponha ao seu lado uma celebridade, um político poderoso. Dá pra imaginar que o tratamento vai ser o mesmo? A americana Ruth Reichl, ex-crítica do New York Times, fez o teste várias vezes e comprovou que não. Foi a um mesmo restaurante à paisana, com a cara dela (que era bem conhecida) e na companhia de diretores do jornal, e depois voltou disfarçada de Maria Ninguém. Esse final bem previsível e outras histórias hilárias estão no livro Alhos e Safiras, vale a pena ler.

Meu mundo por… um croissant da Pâtisserie Douce France, não tem melhor em São Paulo.

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