MARCO BAHÉ
colaboração para a Agência Folha, em Recife
A família da advogada Paula Oliveira, 26, que afirma ter sido atacada por skinheads na Suíça, diz que pode provar que a pernambucana estava mesmo grávida de três meses no momento da agressão.
A madrasta dela, Jussara Britto, 48, diz que a jovem fez exames de ultrassonografia e de sangue que podem comprovar a gravidez. "Meu marido [o empresário Paulo Oliveira] está em contato com o médico que acompanhava a gravidez de Paula para juntar todas as provas", conta.
Leia íntegra do comunicado feito pela polícia de Zurique
Família e amigos rechaçam tese de automutilação
Reprodução/TV Globo |
A advogada Paula Oliveira, 26, diz ter sido atacada por neonazistas nos arredores de Zurique, Suíça; polícia fala em automutilação |
Ela acompanha o caso de Recife. E questiona a versão da polícia de Dubendorf (3 km de Zurique), que diz que Paula não estava grávida e que os diversos cortes podem ter sido feitos pela própria advogada.
"Desde o primeiro momento, antes de qualquer exame, a polícia está insistindo na tese de que ela se autoflagelou. É um absurdo e vamos provar que Paula está dizendo a verdade", diz a madrasta.
Segundo ela, o retorno da advogada ao Brasil, marcado inicialmente para o próximo dia 19, talvez tenha que ser adiado.
"Talvez ela só possa vir mesmo depois do Carnaval. Estamos esperando que ela fique bem física e emocionalmente para poder viajar. Também temos que esperar a liberação dela pelas autoridades suíças."
Agressão
Os advogados da advogada e a família afirmam que Paula foi atacada por três skinheads, em uma estação de trem em Zurique, depois de conversar com a mãe, pelo celular, em português. Segundo a versão apresentada pela brasileira, os skinheads teriam escrito símbolos nazistas com estiletes no corpo.
Várias fotos da agressão foram divulgadas, com os supostos ferimentos causados pelos skinheads nas pernas e nos braços da advogada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu para que o caso fosse investigado, mas afirmou que se tratava de um caso explícito de xenofobia.
O Itamaraty, por meio de sua assessoria de imprensa, informou nesta sexta-feira que deverá se pronunciar apenas após o fato ser apurado.
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