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sexta-feira, 26 de março de 2010

Isabella: promotor agora adota cautela e critica imprensa

08/04/2008 - 14h16

São Paulo - O promotor Francisco Cembranelli, responsável no Ministério Público Estadual (MPE) pela investigação da morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, que caiu do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo, adotou hoje um discurso mais cauteloso em entrevista sobre o andamento das investigações.

Segundo Cembranelli, "todas as especulações da imprensa são muito precipitadas" e é preciso aguardar os dados oficiais. Cembranelli reuniu-se hoje por duas horas com o delegado Calixto Calil Filho, do 9º Distrito Policial, que voltou a pedir sigilo nas investigações.








O promotor dá entrevista em frente ao 9º DP, em São Paulo




Conforme Cembranelli, a informação de que as manchas encontradas no carro de Alexandre Nardoni, pai de Isabella, não são de sangue - atestada por peritos do caso - não consta do laudo e ainda não há posição oficial do Instituto de Criminalística (IC) sobre a questão. "Nada foi comprovado. É especulação. Aguardo a posição oficial do Instituto de Criminalística", disse.

O promotor, que inicialmente acreditava que as investigações pudessem ser concluídas em 30 dias, evitou fornecer um novo prazo para o encerramento do processo. "Sei que a sociedade quer respostas. Eu também quero. Mas temos de ter calma suficiente para apresentação de um resultado que satisfaça a todos", afirmou.

Conforme o promotor, outros depoimentos ainda serão tomados pela polícia, mas não há data prevista. Cembranelli afirmou que é contrário à libertação do pai e da madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, uma vez que o Ministério Público já teria manifestado que os fundamentos para decretação da prisão "estão todos presentes".

Na sexta-feira, o promotor afirmou, em entrevista coletiva, que a versão dos suspeitos era "fantasiosa", com base na leitura dos depoimentos de Alexandre e Anna Jatobá. Segundo ele, havia contradições nos relatos. Ele chegou a citar exemplos de divergências nos depoimentos que corriam em sigilo.


Vídeo mostra imagens de Isabella em supermercado pouco antes de morrer

Do BandNews
As imagens de um circuito interno de segurança de um supermercado em Guarulhos, na Grande São Paulo, mostram a menina Isabella Nardoni, de 5 anos, ao lado do pai, Alexandre Nardoni, da madrasta, Anna Carolina Jatobá, e dos dois irmãos menores, poucas horas antes de morrer.





08/04/2008 - 07h58
Perícia descarta sangue no carro do pai de Isabella


07/04/2008 - 17h28

Pai e madrasta de Isabella pedem liberdade à Justiça; delegado manterá sigilo

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da Folha Online

Texto alterado às 17h35

Os advogados que defendem o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá, respectivamente pai e madrasta de Isabella Oliveira Nardoni, 5, entraram com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo às 17h15 desta segunda-feira. Ambos são suspeitos da morte da garota e estão presos desde a semana passada.

Um dos advogados do casal, Rogério Neres de Sousa, informou que o documento foi protocolado. No pedido, os advogados questionam a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Eles alegam que o casal têm endereço fixo, não possui antecedentes criminais e, ao contrário do que diz a Polícia Civil, não oferece risco às investigações sobre o crime.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça confirmou o recebimento do pedido. A assessoria informou, entretanto, que o pedido será analisado por um desembargador do TJ, que ficará responsável pela relatoria. Ainda não há um prazo definido para a decisão --favorável ou não ao casal.

Ainda nesta segunda-feira, o delegado responsável pelas investigações, Calixto Calil Filho, do 9º DP (Carandiru), informou que manterá o sigilo do caso, apesar de a Justiça ter determinado nesta segunda-feira que o inquérito não precisaria mais ser mantido em segredo.

Calil Filho preside o inquérito. Ele solicitou à Justiça a prisão temporária do pai da garota, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. Nardoni e Jatobá estão presos desde quinta-feira (3), respectivamente, na carceragem do 77º DP (Santa Cecília) e na do 89º DP (Portal Morumbi).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, para manter o sigilo, o delegado invocou o artigo 20 do Código de Processo Penal, que diz "A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade."

Silêncio

Além de determinar a prisão, o juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Júri, também havia decretado sigilo no inquérito. Hoje ele reviu sua decisão e suspendeu sua própria determinação.

Em seu despacho de hoje, o juiz escreve que o sigilo era importante para "conclusão dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela autoridade policial". Segundo Fossen, o promotor de Justiça José Taddei Cembranelli, que acompanha o caso, revelou detalhes à imprensa, na sexta-feira (4).

Cembranelli afirmou que há diversos aspectos das versões apresentadas pelos suspeitos que são contestados pelas testemunhas. O promotor chamou os depoimentos de Alexandre Nardoni, pai da garota, e a madrasta dela, Anna Carolina Jatobá, de "fantasiosos".

Para o promotor, se estiverem em liberdade, Nardoni e Jatobá retornarão ao apartamento onde o crime ocorreu e, inevitavelmente, terão contato com as testemunhas que participam do inquérito. Desde o crime, os peritos da Polícia Civil retornaram ao apartamento ao menos uma vez, e o carro --um Ka-- no qual o casal chegou, na noite do crime, continua lacrado.

Crime

Isabella foi encontrada com parada cardiorrespiratória no jardim do prédio onde mora o pai dela, na região do Carandiru (zona norte de São Paulo), na noite do último dia 29 de março. Segundo Nardoni, ela teria sido jogada do sexto andar do edifício. A menina morava com a mãe, mas visitava o pai a cada 15 dias.

Na versão apresentada à Polícia Civil, o pai de Isabella afirmou ter chegado de carro ao edifício onde mora, com os três filhos dormindo. Ele disse ter levado Isabella para o apartamento e retornado à garagem para ajudar a mulher com os outros dois filhos.

Quando voltou ao imóvel, Nardoni teria encontrado a luz acesa e percebido que a menina havia desaparecido. Ele teria, então, visto um buraco na tela de proteção da janela do quarto ao lado e Isabella deitada no jardim. Os bombeiros tentaram reanimar a menina por 34 minutos, mas não conseguiram.









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