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sábado, 10 de maio de 2008

Entrevista completa com a atriz Marília Pêra

Instinto Puro


A grande dama fala de sua relação com a obra de Nelson Rodrigues – das crônicas que a avô lhe contava para dormir (!) à cafetina do filme Vestido de Noiva<>

Quando você assistiu uma peça do Nelson Rodrigues pela primeira vez?

Tenho uma abordagem anterior com o Nelson porque quando tinha, sei lá, uns 5 anos meus pais saíam para trabalhar no teatro e me deixavam com a minha avó, que era atriz também, lá no Rio Comprido. E ela lia pra mim na cama aquelas crônicas de A Vida Como Ela É. Não tinha idéia de quem escrevia, mas gostava daquilo. Tenho esse encontro com Nelson ainda muito menina. Depois vi Toda Nudez Será Castigada com a Cleyde Yáconis, o Bonitinha Mas Ordinária com a minha avó, todas as adaptações para o cinema. Fiz também alguns trechos de peças dele para o Fantástico na década de 1970 e depois, em 1998, estive em uma nova montagem de Toda Nudez Será Castigada com direção do Moacyr Góes.

Existiu alguma razão para essa demora ou simplesmente aconteceu assim?

É que foi a primeira vez que me convidaram pra fazer um Nelson Rodrigues e como não produzo tudo o que faço... foi só por isso. Outras atrizes foram fazendo e houve um momento em que montaram muito as peças dele. Acho que acabou surgindo um desinteresse meu por causa disso, por causa de tantas e boas montagens. Já estava feito. Aí fui esquecendo da minha vontade de fazer.

Qual a contribuição do Nelson Rodrigues para a dramaturgia nacional?

Ele é um revolucionário e uma pessoa louca, mas no sentido criativo. Engraçado. Com uma família dilacerada e uma coragem de expor todas as coisas que aconteceram com ele. Teve uma vida muito rica, uma história muito sofrida e tudo colocado ali no teatro. É um clássico. É o nosso maior autor e um desbravador que abriu o caminho para muitos autores brasileiros.

Você lembra a primeira vez que viu uma montagem de Vestido de Noiva?

Foi em um teatro que hoje se chama Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro em 1976. Tinha Camila Amado, Carlos Vereza, a Norma Bengell fazendo a Madame Clessy e direção do Ziembinski. Era uma cópia exata e belíssima da montagem original de 1943.

E como chegou para você o convite para participar dessa adaptação para o cinema?

Acho que o Joffre Rodrigues [diretor do filme e filho de Nelson Rodrigues] pretendia fazer com outras atrizes, uma delas era a Lucélia Santos, mas não sei porque não aconteceu com nenhuma delas e ele acabou chegando a mim. Quando ele chegou com o texto e o convite não entendi muito bem porque sempre imaginei a Madame Clessy como uma mulher de 40 anos. Achei estranho porque tenho uma idade maior que essa, mas ele disse que isso não tinha importância e partimos para o filme.

Como foi a experiência de viver a Madame Clessy?

Viver qualquer texto do Nelson é uma experiência rica porque ele tem um jeito todo particular de contar a vida. Queria muito viver isso. E a Clessy é linda, é uma personagem muito bonita que morre de amor por um menino de 17 anos. Sempre vi a Madame Clessy muito meiga e delicada, diferente de outras interpretações que deram a ela. Já vi a Clessy muito incisiva, mais cafetina mesmo, mas sempre imaginei ela mais doce, mais menina. Aliás, eu tenho mesmo essa tendência de puxar o lado menina das personagens. Gosto de fazer isso.

E porque você faz isso?

Acho que a alma da personagem está mais na criança. É quando ela é mais verdadeira. Eu sempre regrido um pouco os personagens para entender as almas deles. Acho que é isso. E a Madame Clessy é uma menina, uma menina.

Isso me fez lembrar de seu personagem duplo no filme Polaróides Urbanas...
É que as gêmeas são puro instinto. A criança é puro instinto. A Magali e a Magda talvez tenham essa coisa mais infantil, mais espontânea. Possuem menos auto-censura.

Como foi o trabalho em Polaróides?

O Miguel Falabella é um homem de teatro. Primeiro como ator e depois como escritor, produtor e diretor. Depois é que foi fazer televisão e agora está começando em cinema. Jamais achei que o filme ficasse “televisivo”. Imaginei que pudesse ser teatral, e ele é, porque uma parte acontece dentro do teatro. Agora, o Miguel é muito talentoso e delicado no trato com os atores. Essa é uma diferença muito visível entre os diretores que são também atores e os diretores-diretores. Os diretores-atores possuem um extremo cuidado com os atores e um desejo enorme de deixá-los à vontade e felizes. Afinal são os atores que carregam a obra mesmo que seja imprescindível ter um grande texto e um grande diretor. Agora se o ator não complementa tudo isso, o trabalho se perde. Voltando ao Miguel... ele sabia muito bem o que queria, nunca ficou perdido e conseguiu com o diretor de fotografia uma movimentação de câmera muito cinematográfica. Acho o filme muito bem acabado, muito redondo. E muito bonito, o que acabou me surpreendendo porque a minha parte é muito chanchada da Atlântida – a Magali e a Magda são a Dercy Gonçalves [risos] - e não sabia que aconteceriam tantos momentos pungentes e dramáticos nas outras partes.

Você possui muitos sucessos como diretora de teatro, entre eles O Mistério de Irma Vap. Nunca pensou em dirigir para cinema?
Não, não conheço a mecânica da coisa e é um trabalho insano. Teatro também é, mas o diretor de cinema fica envolvido com o texto muito tempo antes e demora para começar a filme. Depois é uma tourada para filmar e quando acaba ainda tem a edição, a captação de recursos para finalização, o lançamento, festivais. É muito trabalhoso fazer cinema e tem toda uma técnica que desconheço. Já é o teatro eu conheço.

O Vestido de Noiva estréia na TV, o Polaróides ainda está nos cinemas e a novela Duas Caras está acabando neste mês. O que vem pela frente?
Estou na direção da peça Doce Deleite, texto de Alcione Araújo com Camila Morgado e Reynaldo Gianecchini no elenco e que estréia este mês no Rio de Janeiro. Em junho começo a ensaiar com Ivaldo Bertazzo o espetáculo Oscaritos e Grandes Otelos que é meio a história do musical brasileiro. Vou dirigir uma nova montagem de O Mistério de Irma Vap com Cássio Scapin e Marcelo Médici e que deve estrear em setembro em São Paulo. E para o começo do ano que vem vou dirigir a Fafy Siqueira em uma peça sobre a Dercy Gonçalves. Texto da Maria Adelaide Amaral.

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26/10/2008 free counters

Jornal Nacional tem acesso a e-mail sobre vazamento de dossiê


Assessor de senador tucano recebeu planilha excel com gastos de FHC de 1998 a 2002.
Apontado como autor do vazamento, José Aparecido Nunes Pires nega envio do dossiê.
Do G1 em Brasília, com informações do Jornal Nacional entre em contato

O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao e-mail que foi usado por um funcionário da Casa Civil para vazar o dossiê com gastos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso.

Veja o site do Jornal Nacional

O Instituto de Tecnologia da Informação (ITI) descobriu como o dossiê vazou da Casa Civil. José Aparecido Nunes Pires, secretário de controle interno do ministério, mandou as informações por e-mail para André Eduardo da Silva Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias, do PSDB.

O e-mail foi enviado pelo endereço japarecido@planalto.gov.br para André Eduardo da Silva Fernandes, no dia dia 20 de fevereiro, às 11h47. O e-mail tem dois arquivos. No primeiro, um texto técnico. No segundo, uma planilha excel com gastos de 1998 a 2002. Em pastas, há depesas da ex-primeira-dama, Ruth Cardoso, e da chef de cozinha Roberta Sudbrack. As dos ex-ministros Eduardo Jorge, Arthur Virgílio e Clóvis Carvalho aparecem em branco. O arquivo foi feito pela Presidência da República, no dia 11 de fevereiro.

Foto: Fabio Pozebbom e Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil
Rooseweelt Pinheiro/Agência Brasil
Lula e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em evento na quinta-feira (8) em Brasília (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

A ministra Dilma Rousseff passou o sábado em Brasília. Ela não se manifestou sobre o laudo preliminar do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), responsável pela perícia nos computadores da Casa Civil.

A ordem no Planalto é esperar pelo fim da sindicância e da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento do dossiê com os gastos sigilosos da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso.

Entenda a crise dos cartões corporativos e o caso dossiê


José Aparecido disse ao Jornal Nacional que o arquivo que mandou para André Fernandes não era o dossiê. “Seguramente, há troca de e-mails, mas de amigos que foram colegas de trabalho. E jamais teve qualquer coisa que pudesse pelo menos beirar a ilegalidade”, afirmou.

André não quis gravar entrevista, mas disse que o que o que o ITI encontrou na perícia é a pura verdade e não há como José Aparecido negar. Seria “loucura”, segundo André.
Ele disse ainda que se sentiu intimidado ao receber o dossiê. Há cinco anos, ele e o senador Álvaro Dias tentavam conseguir os gastos sigilosos do governo Lula e, no momento em que estava para sair a CPI dos Cartões Corporativos, mandaram o arquivo. André disse que era como se fosse para avisar que haveria “troco”.

André falou por telefone e relatou conversas em que José Aparecido afirmou que não tem bom relacionamento com Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma, e que José Aparecido disse que partiu de Erenice a ordem para levantar os dados, que ela chamou de "exóticos", do governo Fernando Henrique.

A convocação de José Aparecido e André na CPI dos Cartões Corporativos une oposição e governo. "O governo quer que seja tudo investigado. Profundamente. Tanto pela Polícia Federal quanto pela CPI que está no Congresso", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

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26/10/2008 free counters

Após demora, Globo estréia estúdio de vidro em SP

A TV Globo informou que vai estrear nesta segunda-feira (12) o estúdio de vidro no qual serão apresentados os telejornais produzidos em São Paulo. A estréia, inicialmente prevista para 1º de abril, teve que ser adiada, para ajustes de iluminação, já que os vidros refletiam muito a luz do estúdio.

Divulgação/TV Globo
Chico Pinheiro e Carla Vilhena no estúdio de vidro novo da Globo, no SPTV Divulgação/SPTV
Chico Pinheiro e Carla Vilhena fazem teste no novo estúdio de vidro da Globo em SP

O primeiro a utilizar a nova instalação será o "Bom Dia São Paulo". Depois será a vez das duas edições do "SPTV" serem ancoradas do novo estúdio.

A apresentação da previsão do tempo, que antes era feita em estúdio separado, do qual a moça do tempo conversava com o apresentador através de um telão, agora será feita no mesmo estúdio onde os telejornais são apresentados. Isso proporcionará maior interação entre ela e a bancada, diz a Globo.

Ponte ao fundo

O novo espaço tem visão de 180 graus da cidade, que funcionará como cenário na apresentação dos telejornais, informou a emissora. O estúdio dá visão para a marginal Pinheiros. Dele, é possível ver, atrás dos apresentadores, a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, que é aberta ao tráfego hoje (10).

"O novo estúdio inaugurará também uma nova linguagem na tevê, com a idéia de inserir o jornalismo no dia-a-dia de São Paulo", disse a Globo, em nota, na qual diz ainda que pretende destacar o telejornalismo comunitário.

O novo estúdio tem minigruas e câmeras em alta definição. O sistema de iluminação é automatizado, para controlar a intensidade do calor no ambiente.

A Globo informou que a comunicação entre o estúdio novo e a sala de controle de produção será feita através de fibra ótica, por conta da distância de 800 metros que separa as duas estações de trabalho.

Globo apanha para fazer jornal ao "ar livre"


A Globo está enfrentando dificuldades técnicas para colocar no ar telejornais apresentados de um estúdio de vidro, sobre novo edifício da TV na zona sul de São Paulo, com a marginal Pinheiros ao fundo, informa o colunista da Folha, Daniel Castro, na coluna Outro Canal desta quinta-feira (24).
João Miguel Júnior/TV Globo
Carla Vilhena, William Bonner, Fátima Bernardes e Chico Pinheiro
Câmera atual rejuvenesce Carla Vilhena, Bonner, Chico Pinheiro e Fátima Bernardes

A estréia do estúdio, novo cenário dos dois "SP TV", já foi adiada duas vezes e pode ser transferida novamente. O conteúdo completo da coluna Outro Canal é exclusivo para assinantes UOL e Folha.

Segundo Daniel Castro, inicialmente, a inauguração seria em 1º de abril, com a nova programação. Depois, foi agendada para este sábado, aniversário da Globo. Está marcada para segunda, mas jornalistas já foram alertados que a estréia poderá ser adiada para o dia 5.

O principal problema, segundo a coluna Outro Canal, é com iluminação e com reflexos de imagens no vidro. Como o estúdio é transparente, a iluminação interna tem de ser afinada com a externa. Como os jornais vão ao ar em vários horários, os ajustes têm de ser feitos caso a caso e durante as exibições (uma nuvem passageira tapando o Sol, por exemplo, exige compensações imediatas).

Os testes apresentaram resultados insatisfatórios principalmente no "SP TV" das 12h, informa Daniel Castro. A luz forte do meio-dia interfere na aparência dos apresentadores, cujas falhas na pele ficam ainda mais evidentes, porque serão usadas câmeras de alta definição.

A jornalista Carla Vilhena é a mais insatisfeita. Nos estúdios atuais e na tecnologia convencional, a Globo se serve de um tratamento de câmera que rejuvenesce os apresentadores em até dez anos.

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26/10/2008 free counters

Um dândi abandonado (Entrevista com Fábio Assunção)

por André Bernardo TV Press

O ator Fábio Assunção costuma dizer que a beleza representou uma ameaça no início da carreira.

Por causa dos belos olhos azuis, ele parecia condenado a fazer sempre o papel de mocinho. Mas não foi bem assim.

Hoje, aos 29 anos, ele se orgulha de ter feito os mais variados tipos, como um vampiro sedutor em "Vamp", um mau-caráter em "Sonho Meu" e um mauricinho conservador em "Por Amor". Agora, Fábio está prestes a assumir o que acredita ser um dos papéis mais difíceis da carreira: o de fidalgo português em "Os Maias", a nova minissérie da Globo.

"Além de ser um personagem do Eça de Queirós, ele tem uma participação fundamental na história", orgulha-se.

De fato, a história de Carlos de Maia faz parte da espinha dorsal do romance escrito em 1888. O rapaz é abandonado pela mãe, que foge com o amante, perde o pai, que se suicida e é criado pelo avô.

Quando cresce, vai estudar Medicina na Universidade de Coimbra e depois de formado, retorna a Lisboa e se apaixona por Maria Eduarda, papel de Ana Paula Arósio, sem saber que ela é sua irmã.

DE TUDO UM POUCO - Fábio, hoje com 29 anos, se orgulha de ter feito os mais variados tipos de papéisPara compor o personagem, Fábio leu alguns livros de Eça de Queirós, assistiu a palestras sobre o escritor e teve aulas de etiqueta social para aprender, entre outras coisas, como sentar-se à mesa e como cumprimentar uma dama.

O arremate final ficou por conta de um par de lentes de contato na cor castanha. "No livro, o Eça não se cansa de fazer referências aos olhos castanhos da família Maia", justifica.

Além de satisfeito por estar fazendo um personagem de Eça de Queirós, Fábio não esconde a alegria por estar trabalhando com dois velhos amigos: o ator Selton Mello, com quem atuou em "Força de Um Desejo" ( QUE FARIA PAR COM ANA PAULA ARÓSIO , ESCOLHIDA PELO AUTOR,MAS JÁ ESTAVA COMPROMETIDA COM A NOVELA TERRA NOSTRA TB UM GRANDE SUCESSO ), e o diretor Luiz Fernando Carvalho, que o dirigiu em "O Rei do Gado". Mas, se Fábio esbanja cumplicidade cênica com Selton e Luiz Fernando, o mesmo não se pode dizer de Ana Paula Arósio. "Eu e a Ana ainda estamos nos conhecendo", observa.

Os dois ainda não fizeram uma cena juntos sequer e já foram convidados para repetir o par romântico em "Começar de Novo"( a novela ganhou o nome de O CLONE, ela seria Jade e ele faria os gemeos Lucas e Diogo e o clone Leo, e foi um enorme sucesso! ) , título provisório da próxima novela de Glória Perez.

P - Como você analisa o seu novo trabalho em "Os Maias"?
R - É óbvio que fazer um Eça de Queirós enriquece o currículo de qualquer ator. Mas sempre que começo um novo trabalho, me entrego a ele de corpo e alma. Honestamente, não saberia dizer qual dos trabalhos que eu fiz até hoje foi o mais importante. O resultado de uns pode não ter sido tão bom quando o de outros. Mas, no final das contas, sinto orgulho de tudo que fiz. Como me orgulho também por ter sido convidado para participar deste projeto. Mas sei que estou com uma "puta" responsabilidade nas mãos.

P - O que mais chamou a sua atenção no Carlos de Maia?
R - Foi o fato de ele não ter qualquer referência paterna ou materna na vida. O Carlos foi criado pelo avô. É um homem rico, que fala várias línguas e tem formação musical. Além disso, é um sujeito liberal, um autêntico dândi. Em Coimbra, ele faz amizade com um grupo de intelectuais que tece críticas à inércia de Portugal. A vida do Carlos só se transforma quando ele conhece e se apaixona por Maria Eduarda. Ela se transforma numa figura materna muito forte na vida do Carlos. Até o dia em que ele descobre que os dois são irmãos.

P - E o que acontece quando eles descobrem que são irmãos?

R - Eles têm mais uma noite de amor muito intensa. Mas não é uma noite de amor como outra qualquer. Eles transam quase que com raiva um do outro. A minissérie tem um apelo emocional muito forte. Mas ainda estou por gravar esta cena. Para falar a verdade, ainda não gravei uma cena sequer com a Ana Paula. Estamos nos conhecendo ainda. Daqui a uma ou duas semanas é que vamos pegar no pesado.

P - Você teve alguma preocupação especial na hora de compor o personagem?
R - Tive todas. O Carlos não é um personagem fácil de fazer. Costumo defini-lo como um dândi. Mas o que é um dândi? Para responder a essa pergunta, assisti a várias palestras para entender melhor o universo de Eça de Queirós. Essas palestras sempre funcionam como um ótimo suporte técnico para o ator. Mesmo assim, tomei cuidado para não cair em nenhum estereótipo. Não estou priorizando o exterior em função do interior. Apenas fiz o que o personagem pedia. Por isso mesmo, deixei a barba crescer. Naquela época, ter barba era sinal de status e poder. Não podia prescindir dela. Além disso, passei a usar lentes de contato...

P - O que você achou da mudança do visual?
R - Ficou bacana. Mas não recorri às lentes por vaidade ou coisa parecida. Não componho personagem por compor. Não vou colocar uma cicatriz no rosto só porque eu acho que fica bonito. Acontece que, no livro, o Eça menciona os olhos castanhos da família Maia a todo instante. Foi uma coincidência o Luiz ter convidado dois atores de olhos claros para interpretar o Carlos e a Maria Eduarda. Não foi uma jogada de marketing da parte dele. Em todo caso, foi bom porque o uso das lentes dá uma "fechada" na expressão facial. Tenho o rosto muito colorido. O olho é claro e a boca, vermelha. Com as lentes de contato, o meu rosto perde a cor. Até o olhar fica diferente...

P - O fato de ter gravado as primeiras cenas em Portugal, terra natal do Eça de Queirós, facilitou a composição?
R - Facilitou e muito. Eu já tinha ido uma vez a Portugal, mas só passei quatro dias. Desta vez, fiquei 30. Foi maravilhoso. Além do mais, "Os Maias" é leitura obrigatória em Portugal. Todo mundo conhece o livro de cor e salteado. Eu andava nas ruas e as pessoas vinham desejar boa sorte. Adorei ter gravado em Portugal porque você já começa o trabalho imbuído do personagem. Estivemos em lugares que foram mencionados por Eça no livro. Foi realmente inesquecível.

P - O seu último trabalho na Globo foi "Força de Um Desejo", do Gilberto Braga. Em algum momento, você ficou receoso por emendar dois trabalhos de época?
R - Sim e não. Fiquei em dúvida quando me chamaram porque "Força de Um Desejo" é da mesma época que "Os Maias". Mas resolvi fazer porque as histórias do Brasil e de Portugal são muito diferentes. O Brasil vivia a época da escravidão, a Guerra do Paraguai... Já Portugal era um mundo completamente diferente. Para mim, não faz muita diferença. Entre um trabalho e outro, fiz cinema, teatro, um monte de coisa. Pode fazer diferença é para o público que só assiste tevê.

P - Qual é a sensação de voltar a trabalhar com o Selton Mello, que interpretou o irmão do seu personagem em "Força de Um Desejo"?

R - A sensação é muito boa. O Selton é um ótimo ator. Na minissérie, interpretamos o melhor amigo um do outro. O Ega, por sinal, é uma espécie de alter ego do Eça de Queirós. Eu e o Selton nos damos muito bem. Dentro e fora da Globo. O Luiz Fernando Carvalho é outro cara com quem tenho bastante afinidade. Ele deixa o ator "pirar" em cima do personagem. Costumo dar as sugestões e ele só apara as arestas. É uma parceria bem proveitosa.

P - Você começou a carreira na tevê em "Meu Bem, Meu Mal", de 90. Que balanço você faz de uma década de carreira?

R - O melhor possível. Foram 10 anos muito bem vividos. Em 89, cursava escola de teatro em São Paulo e, no ano seguinte, já estava no Rio fazendo novela. A tevê sempre abriu muitas portas para mim. Tive milhões de oportunidades de trabalho. Algumas boas, outras nem tanto. Mas adorei tudo o que fiz. Nem sempre, em termos de resultado. Às vezes, o resultado não corresponde às expectativas. Mas, de todos os trabalhos que fiz, não posso deixar de mencionar "O Rei do Gado" como o meu favorito. É daquelas novelas que você guarda no coração para a vida inteira. Gostei muito também de "Por Amor" e "Labirinto"

P - E do que você não gostou?
R - Para ser franco, nunca tive o azar de "entrar numa furada". Sempre fui muito criterioso e pretendo continuar sendo. Por isso mesmo, nenhum trabalho me frustrou a ponto de eu reclamar: "Meu Deus, onde foi que eu errei?". Às vezes, a linguagem não é tão boa quanto a história. Outras vezes, a história não é legal, mas o personagem que você interpreta é. Ou seja: todo e qualquer trabalho tem seus prós e contras.

P - Você chegou a sofrer preconceito no início de carreira?
R - Cheguei. As pessoas costumam achar que um ator tem de ser feio para ser talentoso. Você, então, começa a chamar a atenção pela beleza, não pelo trabalho. Mas existe preconceito também com o ator que é gay, com o filho do ator famoso e assim por diante. Quando comecei na Globo em "Meu Bem, Meu Mal", já tinha cinco anos de teatro. Já tinha encenado Nelson Rodrigues e Plínio Marcos no teatro. Não quis fazer novela para abrir uma grife ou ficar rico. Quis fazer porque adoro a profissão.

P - Você se considera realizado profissionalmente?

R - Não sou rico. Vivo bem, com conforto. Não tenho qualquer investimento. Se parar de trabalhar, não tenho o que comer. Conquistei um nível de vida que todo mundo merece ter. Não acho que ganho mais do que mereço ou menos do que deveria. Para ser franco, se não pudesse atuar mais, ficaria extremamente infeliz.

Atividades paralelas

Há exatamente um ano, desde que "Força de Um Desejo" acabou, Fábio Assunção não aparece no vídeo.

Mesmo assim, ele não parou de trabalhar.

Em fevereiro, participou das filmagens de "Duas Vezes com Helena", de Mauro Faria.

No filme, ele interpreta Polidoro, jovem estudante que é induzido pelo professor, vivido por Carlos Gregório, a trair a própria mulher, papel de Christine Fernandes.

Dois meses depois, dublou o simpático Aladar no filme "Dinossauros", da Disney.

A atriz Malu Mader, que já trabalhou com Fábio em "Labirinto" e "Força de Um Desejo", emprestou a voz a Neera. "Nem vi aquilo como trabalho. Vi como diversão mesmo!", empolga-se.

Em junho, Fábio voltou a trabalhar com Malu em "Bellini e A Esfinge", adaptação de Roberto Santucci para o livro de Toni Belloto, marido de Malu e guitarrista do Titãs.

No longa, o ator interpreta "um detetive com jeitinho brasileiro". Paralelamente às filmagens, Fábio ensaiou também o espetáculo "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?", de Edward Albee. Apesar do corre-corre, ele adorou filmar nos lugares mais barra-pesada do Centro de São Paulo, como prostíbulos e delegacias.

Para o ator, o segredo da bem-sucedida parceria com Malu é o perfeccionismo. "Sempre trocamos informação e passamos os textos antes de gravar", analisa.

Em 15 anos de carreira, Fábio já atuou nas mais diferentes áreas.

Embora tenha se tornado conhecido graças à imagem de galã da Globo, o ator declara verdadeira paixão pelo teatro. "No palco, não existe fórmula.

Você nunca sabe o que pode dar certo e o que pode dar errado", reconhece.

Para ele, a tevê só não é perfeita porque o ritmo industrial não permite que o ator faça um trabalho minucioso gravando 20 cenas por dia.

Mesmo assim, ressalva que a capacidade de se comunicar com um público que não tem acesso ao cinema e ao teatro é a principal virtude da tevê. "Prefiro ter sucesso a ser famoso.

A fama tem um 'quê' de histeria. Já ter sucesso é ser reconhecido pelo talento", diferencia.

Desprezo pela fama

Antes de se tornar ator, Fábio Assunção sonhou em fazer sucesso como "guitar hero" de uma banda de rock.

Aos 15 anos, já empunhava uma guitarra no grupo Delta T.

Só que os acordes estridentes produzidos pelo rapaz não eram encarados com bons olhos - e ouvidos - pela família. Encorajado pelos pais, trocou os ensaios de música pelas aulas de teatro.

Em pouco tempo, passou a cursar Artes Dramáticas na Faculdade de São Caetano do Sul, em São Paulo.

Não demorou para estrear como ator profissional na peça "Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, em 85. "O palco é onde me sinto mais à vontade.

Adoro conversar com a platéia antes de cada espetáculo", conta.

Em 90, Fábio foi "descoberto" pela Globo e convidado para "Meu Bem, Meu Mal", de Cassiano Gabus Mendes.

Apesar de pequeno, o papel de Marco Antônio levou o ator a encabeçar o musical "Blue Jeans", de Wolf Maya.

Logo, Fábio passou a excursionar com o espetáculo pelo interior do país e a fazer bailes de debutantes em busca de uns trocados.

Por diversas vezes, Fábio Assunção teve de recorrer à escolta policial para fugir do assédio enlouquecido da multidão.

Com o tempo, o ator acabou percebendo que aquelas fãs não valorizavam o seu trabalho. Elas o viam apenas como um objeto em exposição. "Hoje, prefiro o assédio respeitoso àqueles puxões de cabelo", raciocina.

Atualmente, Fábio leva uma vida quase monástica.

Avesso a badalações, detesta lugares públicos, com muita gente e confusão. Prefere ficar em casa, tocando o piano recém-comprado. "De vez em quando, também componho e escrevo algumas letras", gaba-se.

Bem-humorado, Fábio não lembra da última vez que foi a um shopping.

O máximo que se permite é sair para jantar com a mulher, a modelo Priscila (hoje ex-mulher).

A mudança aparentemente radical aconteceu quando Fábio notou que tanta badalação só prejudicava o lado profissional. "Não estou condenando quem faz, mas chegou uma hora que decidi priorizar minha carreira de ator", jura.

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26/10/2008 free counters

Abasteça seu carro em casa

Foto: Reprodução Internet

Empresa anunciou o primeiro sistema caseiro de etanol do mundo, que permite que consumidores criem seu próprio combustível e bombeiem diretamente para
os carros.


A empresa E-Fuel Corporation anunciou o primeiro sistema caseiro de etanol do mundo, que permite que os consumidores criem seu próprio combustível e bombeiem diretamente para os carros. O MicroFueler produz combustível por menos de $1.00 por galão. Para criar o etanol é simples: os usuários podem usar ingredientes disponíveis do açúcar, levedura e água, e um fornecimento de energia residencial padrão de 110-220 AC.

Foto Divulgação

Carros que funcionam com etanol com base em açúcar produzem 85% menos emissões de carbono do que a gasolina. Negócios, como cervejarias, bares e restaurantes podem inclusive usar bebidas alcóolicas descartadas para criar etanol, somente por 10 centavos de dõlar por galão.

A E-Fuel agora está aceitando encomendas do MicroFueler através do site www.efuel100.com, e as primeiras remessas vão começar no quarto trimestre de 2008. O EFuel100 MicroFueler está disponível nos EUA por cerca de 10 mil dõlares e todas as encomendas iniciais requerem um depósito adiantado. O MicroFueler também será distribuído para a China e para o Brasil

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26/10/2008 free counters

Presidente do STF critica autoridades sob "holofotes" e prega revisão de lei

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, criticou hoje a conduta de autoridades envolvidas na investigação do assassinato da menina Isabella Nardoni.

Sem nomear instituições, o ministro defendeu a revisão da lei 4.898, de 1965, que trata do abuso de autoridade, de forma a dificultar que agentes públicos se manifestem antes da conclusão dos inquéritos.

Para ele, algumas autoridades não resistem aos "poucos minutos de celebridade" proporcionados pelos "holofotes" da mídia. Mendes falou no 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em Belo Horizonte.

Ele afirmou que, mesmo tendo lido pouco sobre o caso Isabella, percebeu "muitos desencontros de informações fornecidas por autoridades". E concluiu: "Isso não é bom".

Questionado sobre a prisão do pai e da madrasta da menina morta por causa de uma suposta pressão popular, o presidente do STF disse que não conhece os autos, mas afirmou: "O STF tem uma jurisprudência [interpretação reiterada que tribunais dão à lei] no sentido de que clamor público não justifica prisão preventiva".

Sem entrar em detalhes do caso, o presidente do STF foi categórico na defesa da revisão da lei 4.898, de 1965 --feita no regime militar, segundo ele, com o intuito de até evitar abusos. Defendeu também o que chamou de "um processo de reaprendizado e reeducação".

"Todos nós temos um dever constitucional de contribuir para criar novos padrões civilizatórios. Isso vale para o Judiciário e também para a mídia."

Em entrevista, antes do seminário, Mendes disse ter havido muito "desacerto de informação" no caso Isabella. Questionado sobre a atuação da mídia, disse apenas: "A imprensa cumpre a sua função. Há um interesse geral e a imprensa, na verdade, acaba por mediar esse tipo de interesse".

Em sua palestra, porém, ele citou os jornalistas como "responsáveis" pelos minutos de celebridade dados às autoridades. "É tão elementar que alguém não possa falar antes de concluída a investigação. Mas essa ânsia é enorme por conta desses poucos minutos de celebridade. Isso distorce por completo. E os senhores [jornalistas] também têm responsabilidade".

Mendes chegou a levantar a suspeita de que algumas autoridades não concluam inquéritos antes do prazo apenas para continuar na mídia. "Estou absolutamente convencido de que tem que haver revisão desse modelo. Porque sabe lá se alguém não ofereceu denúncia para ter dois minutos de fama. E depois ele [o agente público] volta a ser esse famoso quem?".

Em entrevista, o presidente do STF disse que esses assuntos "demandam muita cautela". "Delegado, promotor e juiz desse tipo de caso têm que ter muita cautela, exatamente para não alimentar informações desencontradas e não propiciar ou estimular às vezes uma sanha de justiceirismo".

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26/10/2008 free counters

Google terá novidades no YouTube e quer parceria com Yahoo

Transformar YouTube em fonte de lucro é a principal prioridade da empresa para este ano

Reuters


MOUNTAIN VIEW - O Google espera lançar novos produtos para seu serviço de vídeo YouTube nos próximos meses e vê motivos para cooperação mais estreita com o Yahoo, disse o presidente-executivo do grupo, Eric Schmidt.

Schmidt afirmou que transformar o site de vídeo em fonte de lucro é a principal prioridade da empresa de buscas na Internet para este ano. Ele não ofereceu detalhes sobre os produtos, no entanto, e disse que eles não estão nem mesmo em estágio de teste inicial.

Na assembléia anual dos acionistas do Google, o co-fundador da empresa, Sergey Brin, disse que o YouTube e a DoubleClick, uma empresa de publicidade online que o Google adquiriu no início este ano por US$ 3,1 bilhões, ainda são pequenos negócios.

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26/10/2008 free counters

Época

Cartões corporativos

Revista revela gastos da ABIN

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26/10/2008 free counters

José Aparecido ameaça contar quem mandou fazer dossiê. 'Quero ir para a CPI', diz.


BRASÍLIA e RIO - O secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, apontado como o responsável pelo vazamento do dossiê com gastos secretos do governo Fernando Henrique, mandou avisar nesta sexta-feira a assessores do Palácio do Planalto e dirigentes petistas que está disposto a prestar depoimento na CPI do Cartão Corporativo. Antes de viajar para Goiânia para tentar esfriar a cabeça, ele fez um desabafo em tom de ameaça de que não será o bode expiatório do escândalo. Acrescentou que está disposto a revelar que a ordem de comando para elaboração do dossiê com objetivo político partiu da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, principal auxiliar da ministra Dilma Rousseff. É o que mostra reportagem de Gerson Camarotti na edição deste sábado em 'O Globo'.

- Tudo o que eu quero é ir para a CPI - disse Aparecido a amigos.

A ministra Dilma Rousseff prestou depoimento no Senado, esta semana, com a informação confirmada de que Aparecido tinha sido o autor do vazamento.

Para integrantes da cúpula do PT, Aparecido negou com veemência que tenha sido o autor do vazamento das informações sigilosas. Mas voltou a relatar que forneceu dois funcionários da Secretaria de Controle Interno para elaborar o que Dilma chama de banco de dados.

Segundo ele, os funcionários de sua secretaria estranharam o comportamento dos demais servidores da Casa Civil que faziam o mesmo trabalho. Por esse relato, esses servidores reagiam com gargalhadas e comemoração diante de cada nova descoberta sobre gastos curiosos ou exóticos do ex-presidente Fernando Henrique e de sua mulher, dona Ruth Cardoso.

Já naquela ocasião, Aparecido chegou a alertar caciques petistas sobre o que classificou de comportamento "amador" dos funcionários da Casa Civil. Esses relatos circularam pelo Palácio do Planalto, ainda em fevereiro, o que causou grande desconforto no comando da Casa Civil. Desde então, ele alega que passou a sofrer forte perseguição política de Erenice Guerra.

Nesta sexta, a própria Dilma falou por telefone com petistas e assessores do Planalto que têm contato com Aparecido. Nessas conversas, a ministra tentou passar segurança e afirmou que o secretário de Controle Interno não teria munição contra ela. Mesmo assim, Dilma foi alertada de que Aparecido está disposto a chegar muito perto dela, ao atacar diretamente Erenice. Por isso, cresce no Planalto o sentimento de que a secretária-executiva deveria ser sacrificada, apesar da resistência da própria Dilma.

Leia a reportagem completa no Globo Digital (somente para assinantes)

Lula: 'Quem fala a verdade conversa até com o diabo'

Em mais um evento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ganhou tom de comício, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta sexta-feira, na Bahia, a elogiar o desempenho de Dilma Rousseff, em seu depoimento no Senado, na última quarta-feira. E, ao se referir à pressão exercida pelos senadores de oposição, disse que a ministra poderia ter conversado "até com o diabo", porque estaria falando a verdade sobre o dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.

- Por isso que levaram a Dilma lá no Senado, porque era preciso questionar, achando que a gente tem medo de debate. Quem fala a verdade conversa até com o diabo sem medo e sai de cabeça erguida - afirmou Lula.

Marisa Serrano vai pôr em votação convocação de Aparecido

A presidente da CPI do Cartão Corporativo, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), quer pôr em votação na próxima semana dois requerimentos de convocação de José Aparecido. A próxima reunião da CPI é na terça-feira. Em nota, a OAB diz que vazamento é crime e que CPI deve exigir investigação.

- Eu vou depender da base do governo, que é amplamante majoritária, e eu espero que na próxima terça a base do governo vote a favor para que a gente conheça melhor esse caso. Será ruim se a base votar contra - disse a senadora em entrevista à rádio CBN.

A senadora vai conversar com o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para tentar um entendimento. Ela sabe que sem o apoio da base governista não consegue aprovar a convocação. (Leia a íntegra da entrevista de Luiz Sergio)

O relator já admitiu nesta sexta-feira a convocação do secretário, mas defende que seja ouvido também o assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Eduardo Fernandes da Silva, que teria recebido o material. Os dois são funcionários do Tribunal de Contas da União (TCU). A partir daí, o dossiê foi repassado à imprensa. O requerimento para convocação de Fernandes foi protocolado nesta sexta pelo petista João Pedro (AM) na CPI. (Leia mais: Dirceu nega ser aliado de Aparecido; Dias nega ter vazado dossiê para a imprensa)

" Acho que é mais um desses aloprados do PT (que elaborou o dossiê). O banco de dados ou dossiê foi feito na Presidência e eles mandaram para um tucano para avisar que tinha coisas contra Fernando Henrique "

Um dos requerimentos é da oposição, e foi apresentado pelos deputados Índio da Costa (DEM-RJ) e Vic Pires (DEM-PA). Outro é da base, assinado pelo deputado Maurício Quintella (PR-AL). Ambos foram apresentados antes de o dossiê vir a público, o que indica que os parlamentares podem ter se motivado apenas por sua funções no controle interno.

Vic Pires disse esperar que seja aprovada a convocação. Na opinião do deputado, esse é o último suspiro para tentar manter a CPI viva. Vic Pires vai representar também um requerimento para convocação o assessor do senador Álvaro Dias. Ao contrário de outros integrantes da oposição, ele não acredita na participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na elaboração do dossiê.

- Acho que é mais um desses aloprados do PT (que elaborou o dossiê). O banco de dados ou dossiê foi feito na Presidência e eles mandaram para um tucano para avisar que tinha coisas contra Fernando Henrique. Mas o senador Álvaro Dias que é inteligente, transformou o limão em uma limonada.

Noblat: assessor de Álvaro Dias se oferece para ir à CPI

O Blog do Noblat informou na noite de sexta-feira que André Eduardo se ofecereu para depor na CPI:

- Estou pronto para ir depor na CPI do Cartão Corporativo. Espero que me convoquem. Guardo o arquivo com o dossiê sobre despesas do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso que recebi de José Aparecido Nunes Pires. E qualquer perícia poderá comprovar que não adulterei o arquivo - disse André Eduardo.

PF também vai ouvir Aparecido e André Eduardo

Aparecido e André Eduardo serão intimados nos próximos dias pela Polícia Federal. O delegado Sérgio Menezes, que está à frente das investigações, decidiu pedir à 12ª Vara da Justiça Federal autorização para anexar aos autos do inquérito o resultado da sindicância da Casa Civil, onde estariam as provas materiais do vazamento dos dados sobre Fernando Henrique.

Garibaldi: revelação dá novo fôlego à CPI do Cartão

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho- Agência Senado O episódio deu novo fôlego à CPI mista do Cartão Corporativo, na opinião do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho.

- Me parece um fato novo, que precisa ser apurado. Ou apurado pela CPI que está aí ou apurado até mesmo pela própria Polícia Federal, por delegação da CPI ou por iniciativa do governo. O que se faz necessário é apurar.

Depois de ter afirmado na quinta-feira que, com o depoimento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, a CPI caminhava para o fim, Garibaldi reconheceu nesta sexta que agora existe um fato novo.

- Eu tive até uma premonição. Quando disse que a CPI poderia marchar para o final, fiz um parênteses e disse a não ser que ocorra um fato novo. Quer dizer, parecia até que eu estava adivinhando.

Leia mais

Dirceu nega que Aparecido seja seu aliado. Dias nega que tenha vazado dossiê para a imprensa

Oposição cobra responsabilidade de Dilma

Leia entrevista com Luiz Sérgio, relator da CPI



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26/10/2008 free counters

Ponte de 138 metros será inaugurada neste sábado em SP

Os motoristas poderão circular a partir das 11h deste sábado (10) pela ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira, que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo. A estrutura, que começou a ser projetada em 2003, deve beneficiar os motoristas que circulam por bairros como Brooklin, Campo Belo e Jabaquara. A ponte tem capacidade para 4 mil veículos por hora em cada sentido, mas, segundo a prefeitura, no início cerca de mil carros devem passar por ela a cada hora.



A ponte permite o acesso direto da Marginal Pinheiros – no sentido Interlagos - à Avenida Jornalista Roberto Marinho. Além disso, o motorista que circula pela avenida poderá acessar os dois sentidos da marginal. A intenção é desafogar o tráfego no cruzamento das avenidas Jornalista Roberto Marinho e Luís Carlos Berrini, além de diminuir o trânsito de veículos sobre a Ponte do Morumbi nos horários de pico.

A estrutura chama a atenção de quem passa por causa, principalmente, da altura do mastro, de 138 metros – o que equivale a um prédio de 46 andares. Ele é a base das duas pontes em X, que são sustentadas por 144 estais (cabos), revestidos em polietileno amarelo, com comprimentos entre 79 e 195 metros.

De acordo com o arquiteto João Valente Filho, responsável pelo projeto de arquitetura e urbanismo, a cor amarela foi escolhida para produzir um efeito. “Eu optei por fazer da cor amarela para criar uma aura de luz em torno do mastro”, explicou. Além disso, a disposição dos estais também permite, de acordo com o arquiteto, visões diferentes dos cabos. “Têm lugares que você vê a geometria, têm lugares que eles se misturam.”

A idéia inicial era a construção de duas pontes comuns, mas os engenheiros consideraram que elas teriam um impacto muito grande no ambiente. “No desenvolvimento do projeto, nós percebemos que, se o tabuleiro fosse em curva, diminuiria o impacto no meio urbano. Ela ocupou muito bem o vazio que tinha no meio do rio e tem uma relação amistosa com o entorno”, disse Valente Filho.

O investimento na obra foi de R$ 233 milhões, de acordo com a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb). A ponte estaiada faz parte da Operação Urbana Água Espraiada. O projeto prevê também o prolongamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo ao litoral, que deve ser concluído até 2010.

Leia introdução de "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira"

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26/10/2008 free counters