Essa história poderia estar na categoria "Na Garagem" e contar como um indiano voltou feliz para casa após pagar cerca de US$ 2,5 mil num Tata Nano. Mas o carro em questão pegou fogo apenas 45 minutos após sair da loja em Mulund, nos arredores de Mumbai (Noroeste da Índia), e o caso é mesmo uma "Derrapagem" no currículo do modelo mais barato do mundo.
Foto: AP
O Tata Nano zero-quilômetro em chamas, momentos após a compra
A foto acima, do Nano incendiado, é da agência AP (Associated Press), assim como as principais informações sobre o caso, que só agora chegou ao lado ocidental do planeta e com algumas divergências: a AP diz que o comprador/vítima é um engenheiro de software e não confirma se ele estava sozinho no momento da compra; já a agêndia indiana ND, de Nova Déli, o classifica como um corretor de seguros acompanhado da mulher e do filho pequeno.
Juntando as pontas, sabemos que o indiano Satish Purushottam Sawant saiu de casa no último domingo, dia 21, para comprar o primeiro carro da família. Na concessionária Concorde Motors, fechou a aquisição de um Tata Nano prata equipado com direção elétrica e tomada de 12V (opcionais), pelo equivalente a R$ 4.520. No caminho de volta para casa, o Nano enfeitado com flores (cortesia da loja) foi tomado pela fumaça. Rapidamente, Sawant encostou o carro e correu com mulher e filho para longe do veículo. Um motociclista que passava pelo local avisou ao motorista do fogo que tomava a parte traseira do carro, onde fica o motor.
A Tata Motors informou à AP que as causas da combustão espontânea do Nano -- que não teria sido o primeiro (leia no site parceiro Carsale) -- ainda estão sendo investigadas, mas que Sawant poderia escolher entre receber um Nano novo ou ter o dinheiro devolvido. A agência indiana ND, por sua vez, relata que o comprador está insatisfeito, já que não houve um pedido formal de desculpas por parte da montadora, que trata o caso como um incidente com veículo pré-série, que não deveria ter sido vendido a um consumidor. Ao que parece, o carro foi fabricado em 2008, quando os testes de segurança estavam incompletos, apesar da nota fiscal emitida pela Concorde tratar o carro como um modelo 2009.
Para encerrar a história, a AP informa que cerca de 30.000 unidades do Nano já circulam na Índia, apesar do escritório de Nova Déli da consultoria IHS Global Insight não recomendar a compra, como afirma o analista Deepesh Rathore: "Considerando os padrões de segurança, o Nano mal atinge a nota de corte".
Em seu depoimento, Alexandre Nardoni foi firme e ostensivo, afirma o jurista Luiz Flavio Gomes. Nardoni e a mulher, Ana Carolina Jatobá, estão sendo julgados pela morte de Isabella Nardoni, filha de Alexandre.
Rosanne D'Agostino e Daniela Paixão Do UOL Notícias
Em São Paulo
Anna Carolina Jatobá atacou a polícia em seu depoimento desta quinta-feira (25) no júri popular do caso Isabella. A madrasta da menina disse que a polícia chegou a pedir que ela entregasse Alexandre Nardoni como culpado pela morte da menina, que caiu da janela do 6ª andar do edifício London, na capital paulista, em março de 2008. O casal enfrenta o quarto dia de júri popular pelo homicídio, em julgamento que acontece no Fórum de Santana, na zona norte de SP.
Nardoni foi firme e ostensivo, diz jurista
A madrasta, que demonstrou desespero no início do depoimento, soluçando e parecendo chorar, afirmou que a delegada Renata Pontes, que registrou o boletim de ocorrência à época, e outro investigador do caso, pediram que ela entregasse o marido. “Eles queriam que eu falasse que tinha sido o Alexandre. A doutora Renata disse que ele tinha cara de psicopata”, disse a madrasta ao júri.
Neste momento, segundo Jatobá, os investigadores do caso estavam no apartamento, para onde ela voltou com a polícia depois do crime. Pontes estava sentada em um rack em seu apartamento, disse a madrasta. No depoimento, ela diz que eles tomavam café na sala.
O juiz questionou sobre a conversa com a delegada e Jatobá afirmou que um investigador lhe perguntou se ela tinha noção do que seria uma cadeia, já que o Alexandre estava bem, pois tinha curso superior. Jatobá não tem diploma universitário pois seu curso ainda estava incompleto. “Eles ficaram me pressionando.”
Antes, Jatobá repetiu a versão de Nardoni sobre como chegaram ao edifício pouco antes da morte da menina. Fez questão de ressaltar duas informações: “Excelência, eu quero é deixar bem claro que não tinha fralda no carro” e “quero deixar claro que a camiseta dele estava seca, normal, não tinha vômito”, ao contrário do que dizem as investigações.
Quarto dia de julgamento
Depoimento de Nardoni Jatobá e Nardoni repetem que não têm envolvimento na morte da menina. O depoimento de Jatobá teve início às 16h20, logo após o término do interrogatório de Alexandre.
Durante seu depoimento, Alexandre Nardoni deu a mesma versão da mulher, dizendo que recebeu uma proposta de acordo para assumir sozinho um homicídio culposo (sem intenção de matar), livrando Jatobá das acusações. Nardoni chorou, negou o crime e disse que teve desentendimentos no edifício London.
Nardoni disse ainda que, depois da queda e da morte de Isabella, foi obrigado a passar a madrugada de domingo até segunda de manhã na delegacia, onde ele e Jatobá foram separados em duas salas. “Não desejo nem para o pior inimigo isso que passei e que estou passando hoje.”
Segundo o réu, delegados jogaram objetos nele. “Aí começou a sessão de xingamentos. Eu só falava que estava ali para ajudar e que eles podiam até me bater, mas teriam que responder por isso. Aí a Renata [Pontes, que relatou o boletim de ocorrência] pediu para algemar. Eles [os policiais] não estavam se conformando com aquilo”, disse.
Mais adiante, questionado pelo promotor Francisco Cembranelli se ele sabia o nome da professora e da pediatra de Isabella, Nardoni desconversou e começou a falar sobre o que teria acontecido em um interrogatório, que, segundo ele, contava inclusive com a presença do promotor.
"Eles mostraram a foto da minha filha no necrotério e houve uma proposta de acordo. Ele queria que eu assinasse um homicídio culposo e tirasse a minha esposa do processo. Eu disse que tava querendo descobrir a verdade. O doutor Calixto [Calil Filho, delegado] explicou qual era a diferença entre homicídio culposo e doloso”, afirmou.
O promotor questionou Nardoni se todos os que ele estava citando haviam participado daquela negociação e perguntou ao juiz o que tinha aquilo a ver com a pergunta que fora feita. “Eu só estou falando o que houve no interrogatório, no dia 18 de abril de 2008”, respondeu.
Choro e traição O promotor Francisco Cembranelli afirmou que o choro de Alexandre Nardoni não tem lágrimas e tentou, com suas perguntas, provar contradições em relação ao depoimento do pai sobre a morte da filha, Isabella.
O réu respondia às perguntas de forma nervosa e evasiva. A defesa usava a estratégia de perguntar ao promotor em que página do processo estavam as afirmações que ele usava para interrogar Nardoni. O promotor rebateu dizendo que isso era feito para dar tempo do réu pensar. No final, Cembranelli começava a dizer a página em que se baseava antes de perguntar.
Cembranelli perguntou se Alexandre traía Ana Oliveira com Jatobá, porque o primeiro encontro do casal aconteceu quando Isabella já tinha 11 meses. “Não traí”, disse Alexandre. Em seguida, o promotor perguntou se Nardoni, que não usava óculos, tinha problemas de visão: “Eu sempre usei óculos, o senhor não acompanha a minha vida”, retrucou o acusado. “Então, qual o seu problema de visão?” A resposta demorou a sair: “Ah, é, eu não enxergo de longe”. O juiz do caso, Maurício Fossen, pediu o fim das perguntas irônicas.
Marcas em camiseta No interrogatório, Nardoni, afirmou que, na tentativa de achar a filha Isabella no dia do crime, entrou no apartamento, não viu mais a filha dormindo, foi imediatamente ao quarto dos irmãos quando viu a tela cortada. Com Pietro, outro filho do casal no colo, ficou de joelhos na cama e encostou o rosto na tela. “Não dava para passar a cabeça”, disse.
"A sua cabeça tem meio metro por acaso?", questionou Cembranelli, provocando a reação do advogado de defesa, Roberto Podval: "Faça o que é a sua obrigação". O juiz interveio novamente, dizendo que iria indeferir se houvese xingamento no tribunal.
O depoimento contraria o que diz o laudo da perícia técnica. A perita Rosângela Monteiro, do IC (Instituto de Criminalística), afirmou ao júri popular que as marcas na camiseta de Nardoni são as de alguém que encostou na tela de proteção com um peso de 25 quilos pendente para o lado de fora da janela. Para ela, foi ele quem jogou Isabella.
O que ainda deve acontecer Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são réus por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (entenda as acusações). O julgamento teve início nesta segunda-feira (22), quando o casal se encontrou pela primeira vez desde maio de 2008, e deve durar até o final desta semana.
O casal é julgado por quatro mulheres e três homens, sorteados no primeiro dia de sessão. Destes, cinco nunca participaram de um júri.
Em seguida, foram tomados os depoimentos das testemunhas. Os réus são os últimos a serem ouvidos. Depois, ocorrem os debates, quando defesa e acusação apresentam seus argumentos. São duas horas e meia para cada (por se tratarem de dois réus), o que deve ocupar toda a sessão de sexta-feira (26). Se o Ministério Público pedir réplica, de duas horas, a defesa tem direito à tréplica, também de duas horas.
Ao final, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, se houver condenação, o juiz dosa a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres. A sentença deve sair ainda na noite de sexta.
O segundo dia de júri foi marcado pelas fotos do corpo de Isabella no IML (Instituto Médico Legal), que chocaram muitos dos presentes. Um dos peritos convocados disse que alguém tentou calar os gritos de Isabella, que morreu de asfixia, fruto de uma esganadura, e da queda do prédio. Pouco antes, ela teria sido atirada com força ao chão, segundo a perícia.
Já o terceiro dia de julgamento finalizou a fase das oitivas das testemunhas, com a desistência da defesa em ouvir os depoimentos que havia convocado. Pela acusação, a perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística, afirmou que marcas na camiseta de Alexandre Nardoni são compatíveis com as de alguém que atirou Isabella pela janela do apartamento. Irônica, ela provocou a reação indignada do réu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia na cidade de Tatuí, em São Paulo (Foto: Epitácio Pessoa/AE)
O presidente Luiz Inácio Lula Silva lembrou nesta quinta-feira (25), durante cerimônia de entrega de 650 ambulâncias em Tatuí (SP), o dia em que teve o dedo amputado e brincou com o fato. “Eu era um peão. Cheguei ao hospital com o macacão fedendo a graxa às 3h da manhã. O médico olhou para minha cara e disse: ‘Pra que esse peãozinho quer esse dedo? Vou logo tirar’. E tirou o cotozinho. Podia ter deixado o cotó para eu poder coçar o nariz”, afirmou, arrancando risos da plateia.
O presidente disse que, se o acidente tivesse acontecido hoje, não teria perdido o dedo. “Até faria um implante. Colocaria um dedo maior do que esse”, brincou.
Eu era um peão. Cheguei ao hospital com o macacão fedendo a graxa às 3h da manhã. O médico olhou para minha cara e disse: ‘Pra que esse peãozinho quer esse dedo? Vou logo tirar’. E tirou o cotozinho. Podia ter deixado o cotó para eu poder coçar o nariz"
Lula disse que se considera um portador de deficiência e contou que, apesar de lidar bem com o assunto, teve, por muito tempo, vergonha da mão. Ele disse que, quando entrava em um ônibus, por exemplo, colocava a mão no bolso ou enrolada numa toalha para que ninguém visse.
“Tinha dificuldade quando ia lavar o rosto. Eu colocava a mão assim [como se unisse as duas mãos próximas ao rosto] e, antes da água chegar ao rosto, ela caía”, afirmou.
Estavam presentes na cerimônia a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), além de outros representantes do governo.
Durante a cerimônia, Dilma disse, ao lado de Serra, que "a esperança mais uma vez vem vencendo o medo". A expressão "a esperança venceu o medo" foi criada e utilizada durante a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, quando ele derrotou José Serra e foi eleito para o Palácio do Planalto.
Presidente Lula durante cerimônia de entrega de 650 ambulâncias em Tatuí, em São Paulo, nesta quinta-feira (25) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Dilma e Serra devem se enfrentar na disputa pela Presidência da República nas eleições de outubro deste ano.
Mais tarde, em Osasco, Lula evitou citar o nome da ministra durante discurso de entrega de obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente lembrou que já havia sido multado e repreendeu em tom bem humorado os gritos da plateia. "Se eu for multado, vou trazer a conta para vocês", disse.
Acusados serão julgados por homicídio duplamente qualificado. Daniel foi sequestrado e morto em janeiro de 2002.
Do G1, com informações do SPTV
A Justiça decidiu nesta quinta-feira (25) que seis acusados da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, irão a júri popular. A decisão foi anunciada no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Os acusados serão julgados por homicídio duplamente qualificado.
O prefeito foi sequestrado em janeiro de 2002 e encontrado morto numa estrada de terra em Juquitiba. O Ministério Público denunciou oito pessoas por envolvimento no crime.
Para a promotora Eliana Vendramini, o assassinato do prefeito foi encomendado. "Mataram a vítima por motivo torpe, que é a paga ou promessa de recompensa e o juiz reconheceu que houve essa motivação. Então o crime não foi patrimonial fosse por latrocínio, fosse por extorsão mediante seqüestro”, diz a promotora.
Anna Carolina admitiu durante seu interrogatório que durante seu depoimento à polícia acabou “aumentando” e “inventando” informações, como, por exemplo, ao mencionar que apanhava de seu pai.
Anna Carolina Jatobá disse que ela não mencionou em seu primeiro depoimento à polícia que havia perdido a chave do apartamento. Questionada pelo promotor Francisco Cembranelli sobre a ausência dessa informação, afirmou que não falou sobre isso porque estava nervosa e porque “esqueceu”.
Por diversas vezes, o promotor apontou diversas contradições entre o primeiro e o segundo depoimentos dados à polícia na época da morte de Isabella.
Anna Carolina Jatobá negou acusações contra ela e Alexandre. Depoimento deve durar até a noite desta quinta-feira.
Do G1, com informações do Globo Notícia
Ilustração do depoimento de Anna Carolina Jatobá feita pelo infografista Leonardo Aragão, do G1, na sala de julgamento. No momento, ela falava com o juiz. Ele trajava calça e blusa roxa brilhante (Foto: Leonardo Aragão/G1)
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, chorou durante interrogatório realizado no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, nesta quinta-feira (25). Ela disse que as acusações contra ela e Alexandre são falsas.
O depoimento da acusada de matar a menina em 2008 teve início às 16h30. Com a voz embargada e falando muito rápido, ela disse: "São totalmente falsas [as acusações]”. O juiz Maurício Fossen, que preside a sessão, teve de intervir algumas vezes pedindo para que ela falasse mais devagar.
Anna Jatobá começou a dar detalhes da rotina da família antes da morte da menina Isabella. Na quarta, 26 de março de 2008, segundo ela, após uma festa, Isabella pediu que o filho de Jatobá com Nardoni ficasse com ela. “A Isa me pediu de um jeito muito meigo e carinhoso para deixar o Pietro na casa dela.” Ela diz ter conversado com a Ana Carolina Oliveira e ela deixou.
Na sexta, dia 28, Isabella não foi a uma excursão da escola para sair com a avó. “Mas a Ana Carolina me ligou e disse que a Isabella não queria ficar com a avó, mas comigo.”
Anna afirmou, então, que levou a garota ao edifício London. À tarde, disse, foram à piscina, mas começou a ventar e elas subiram.Segundo ela, Ana Carolina Oliveira ligou para a garota por volta das 14h e perguntou se estava tudo bem.
Sobre o dia da morte de Isabella, ela disse que teriam que ir ao supermercado, mas antes passaram na casa da mãe de Jatobá, já que um de seus filhos com Alexandre estava com febre. Na casa da mãe, Isabella tomou refrigerante e derramou na blusa. Teve que trocar e usou uma roupa do meio-irmão.
Foram ao supermercado e na volta não houve incidente nenhum. “Não discutimos , era uma família normal”, disse. E acrescentou: "Queria deixar uma coisa bem clara; não tinha fralda nenhuma no carro. A bolsa dos meninos estava no porta-malas do carro." A fralda encontrada no balde do apartamento tinha sido usada na sexta-feira (28) ou no sábado.
Já no estacionamento do Edifício London, Alexandre teria perguntado qual dos três filhos levaria primeiro. Mas antes de ouvir uma resposta, ele pegou a Isabella, pois ela estava atrás dele. Colocou-a no colo e saiu.
Depois que Alexandre saiu com a filha, chegou um carro preto com som alto. Ela ouviu vozes de gente jovem. Quando Alexandre voltou, ela não viu mancha alguma na camiseta de Alexandre.
O depoimento de Anna é acompanhado pelo seu marido, também acusado de matar Isabella. A previsão é que o interrogatório termine na noite desta quinta.
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, afirmou na noite desta quinta-feira (25), no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, que sentiu falta de um laptop no dia seguinte à morte da enteada. Segundo a acusada de matar a menina disse durante interrogatório, o desaparecimento foi notado após a perícia realizada no apartamento onde morava com o marido, Alexandre, e os dois filhos.
Ela disse que os policiais responsáveis pela investigação da morte de Isabella foram grossos com a menina.
As duas maquetes usadas pela Promotoria durante o depoimento da delegada Renata Pontes, na terça-feira (23), mostrando o Edifício London e o apartamento do casal Nardoni, de onde a menina Isabella foi jogada na noite de 29 em março de 2008, foi usada pela defesa durante os depoimentos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá nesta quinta-feira (25). O pai de Isabella, por exemplo, levantou-se por três vezes, durante seu depoimento, para indicar na maquete a versão dele do que teria ocorrido naquela noite no apartamento e no prédio para os jurados. (Por SPTV)
Alexandre Nardoni afirmou, durante interrogatório na tarde desta quinta-feira (25), que a animação feita com base em informações do Instituto de Criminalística (IC) com a conclusão dos peritos é um “filminho completamente mentiroso”. “Não sei de onde criaram essas histórias”, disse. A animação foi reproduzida aos jurados a pedido da defesa, para que Alexandre comentasse alguns pontos.
Ele negou, por exemplo, ter jogado Isabella no chão após chegar ao apartamento. Nardoni também disse que carregava a filha com a mão esquerda, com as pernas caídas para baixo – na simulação, ele entra com a menina apoiada nos dois braços. Ele também afirmou que não poderia ter ficado em pé sobre a cama porque bateria a cabeça no teto. Em alguns momentos, o réu levantou para mostrar alguns detalhes do prédio na maquete, como a entrada de serviço do edifício. “Eu sempre falei a verdade”, afirmou ele em uma das respostas. (Por Luciana Bonadio)
Alexandre Nardoni disse em depoimento que investigadores o colocaram em uma sala na delegacia, durante a apuração do crime, “começaram a bater na mesa”, e disseram que Anna Carolina Jatobá tinha “falado tudo”. Alexandre Nardoni afirmou que foi chamado de “assassino e vagabundo” no local. Ele contou que, quanto foi depor no dia 18 de abril de 2008, havia uma foto de Isabella sobre a mesa da delegada Renata Pontes, responsável pela investigação do caso. (Por Luciana Bonadio)
Alexandre Nardoni afirmou, durante o interrogatório, que o pai, Antonio Nardoni, está “sendo seguido o tempo todo”. “Tenho medo de retaliações a mim, minha esposa e meus filhos”, afirmou, fazendo referência à polícia. Segundo ele, a caixa de correio de um dos advogados de defesa do casal, Ricardo Martins, foi “explodida” e o defensor também recebeu cartas com ameaças. Ele atribuiu todas essas suspeitas a policiais que trabalham na delegacia onde o caso foi investigado. (Por Luciana Bonadio)
Questionado pela assistente de acusação, Cristina Christo, se a madrasta de Isabella era ciumenta, Alexandre Nardoni afirmou que isso “é normal em casais que se gostam”. “Tanto a minha esposa atual como a mãe da minha filha tinham ciúmes, como eu tinha ciúmes delas”, disse. Ele voltou a afirmar que Jatobá “fala alto” e o xingou “uma vez ou outra” durante discussões. “Mas não desse jeito, na gritaria”, completou.
Ainda respondendo a perguntas da assistente de acusação, ele disse que pediu para que Anna Carolina Jatobá ligasse para o sogro e o pai dela assim que descobriram que Isabella havia caído. Também quis que a mulher telefonasse para a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira. Cristina perguntou por que ele não ligou para a emergência. “Quando nós descemos, a primeira coisa que eu pensei, no choque, foi em ligar para os meus pais.”
Ele negou ter dito ainda durante o socorro da filha que tinha ladrão no edifício. “Eu imaginei que pudesse ter alguém no prédio”, contou. “Quando estava ajoelhado próximo a ela, a todo momento estava gritando por socorro”, disse. O réu afirmou que Isabella gostava muito de ir para a casa deles e que todas as coisas eram feitas em torno da filha. “A minha esposa tratava a minha filha como o terceiro filho dela.” (Por Luciana Bonadio)
Anna Jatobá afirmou ao júri nesta quinta-feira (25) que não tinha fralda no carro quando o casal, os filhos e Isabella voltavam do supermercado para o Edifício London, na noite do crime. “Queria deixar uma coisa bem clara: não tinha fralda nenhuma no carro. A bolsa dos meninos estava no porta-malas do carro, afirmou.”
A ré Anna Carolina Jatobá disse na noite desta quinta-feira (25), durante interrogatório no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, que não é uma pessoa violenta. “Eu nunca bati em ninguém. Nunca fui violenta.” Ela contou que antes de o filho mais velho nascer, ela e Alexandre brigavam muito. “Depois de ter meu filho, amadureci”, contou.
Bastante emocionada durante o seu depoimento, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, chorou em vários momentos diante do júri. E a várias perguntas feitas a ela pela acusação, Jatobá repetiu uma resposta padrão: “Não me recordo”. O depoimento dela já dura duas horas e trinta minutos. (Por SPTV).
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, chorou durante interrogatório nesta quinta-feira (25). Ela disse que as acusações contra ela e Alexandre são falsas. Alexandre Nardoni acompanha o depoimento da mulher. (Com informações da TV Globo)
Teve início às 16h30 desta quinta o depoimento de Anna Carolina Jatobá, que começou o interrogatório negando as acusações contra ela. “São totalmente falsas”, afirmou.
Anna tem a voz embargada e fala muito rápido. O juiz Maurício Fossen, que preside a sessão, teve de intervir algumas vezes pedindo para que ela falasse mais devagar.
Anna Jatobá começou a dar detalhes da rotina da família antes da morte da menina Isabella.
Na quarta, 26 de março de 2008, segundo ela, após uma festa, Isabella pediu que o filho de Jatobá com Nardoni ficasse com ela. “A Isa me pediu de um jeito muito meigo e carinhoso para deixar o Pietro na casa dela.” Ela diz ter conversado com a Ana Carolina Oliveira e ela deixou.
Na sexta, dia 28, Isabella não foi a uma excursão da escola para sair com a avó. “Mas a Ana Carolina me ligou e disse que a Isabella não queria ficar com a avó, mas comigo.”
Anna afirmou, então, que levou à garota ao edifício London. À tarde, disse, foram à piscina, mas começou a ventar e elas subiram.
Segundo ela, Ana Carolina Oliveira ligou para a garota por volta das 14h e perguntou se estava tudo bem.
Terminou por volta das 16h25 o interrogatório de Alexandre Nardoni, acusado de matar a própria filha, Isabella, em março de 2008.
Durante o depoimento, Nardoni chorou ao falar da filha. “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noção do que estava acontecendo.”
Ele disse ainda que o delegado Calixto Calil Filho sugeriu que ele assumisse o crime durante as investigações. Nardoni se disse “indignado”, porque, para ele, isso demonstrou que a “a polícia não queria descobrir” o que de fato ocorreu no edifício London, onde Isabella morreu. O delegado foi procurado pelo G1 às 15h40 para falar sobre o assunto, pediu para falar mais tarde, mas não atendeu mais às ligações
A emoção de Nardoni durante o interrogatório sensibilizou os sete jurados. Ele afirmou que lutou para que Isabella nascesse.
O depoimento dele teve início às 10h45. Houve uma pausa para almoço e o interrogatório foi retomado às 15h15. Anna Carolina Jatobá não pôde assistir à fala do marido. Ela deverá ser a próxima a prestar depoimento. (Por Kleber Tomaz)
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, passou mal nesta quinta-feira (25), quarto dia de julgamento do casal Nardoni.
Ainda isolada em uma sala do Fórum de Santana, na Zona Norte, no mesmo andar onde Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são julgados pela morte de sua filha, ela teve um mal estar e teve de ser atendida por um médico.
Ela está desde segunda-feira incomunicável após pedido da defesa. Assim que terminou um depoimento emocionado, Ana Carolina Oliveira foi levada à sala.
A mãe de Isabella ainda pode ser solicitada para uma acareação com os réus. (Por Débora Miranda)
A defesa dos acusados de matar Isabella começou a questionar Alexandre Nardoni às 15h35. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, a assistência de acusação terminou de interrogar o réu às 15h30. A previsão é que Anna Carolina Jatobá comece a ser ouvida após a defesa terminar as perguntas a Alexandre. (Por: Kleber Tomaz)
Perguntado pelo juiz Maurício Fossen como era o seu relacionamento com Anna Jatobá, Alexandre Nardoni disse que era normal e que os dois tinham brigas normais de casal. “Por exemplo, eu queria jogar futebol e ela não queria que eu fosse”, afirmou. E emendou: “A Jatobá fala muito alto. Então, às vezes, as pessoas pensam que ela está gritando, está nervosa.”
O advogado Ricardo Martins, reintegrado à equipe de defesa no primeiro dia de julgamento do casal Nardoni, acompanha o interrogatório de Alexandre dentro da sala do júri nesta quinta-feira (25).
Ele está no lugar que vinha sendo ocupado pela advogada e perita Roselle Soglio.
A convite do advogado Roberto Podval, Martins, que chegou a defender Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá logo no início das investigações, em março de 2008, ajuda nessa fase decisiva.
Ele chegou a falar no início da semana que se não tivesse trabalhado no processo e tivesse somente assistido ao que foi televisionado, também tenderia a condenar o casal. (Por Kleber Tomaz)
Durante o seu depoimento, Alexandre Nardoni afirmou que o único contato que teve com a Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, foi junto ao corpo da menina, quando ela chegou no prédio e pergunto para ele o que havia acontecido, na noite de 29 de março de 2008. Em seguida, ele disse que todos seguiram para a Santa Casa de Misericórdia, no Centro, para onde Isabella foi levada.
Alexandre Nardoni chorou bastante quando contou o momento em que a médica confirmou a morte de sua filha. Neste momento, ele disse: “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noçao do que estava acontecendo”. Depois, completou, ainda chorando muito: “Minha princesinha estava ali e logo eu que lutei tanto por ela desde o começo”.
Um comentário irônico do promotor Francisco Cembranelli provocou uma discussão com o advogado de defesa do casal, Roberto Podval, obrigando o juiz Maurício Fossem a intervir e até a repreendê-los. O promotor questionou Alexandre Nardoni se ele havia tentado passar a cabeça pelo buraco na tela da janela da qual Isabella foi jogada na noite de 29 de março de 2008. O pai da menina disse que “não dava”. “A sua cabeça tem meio metro, por acaso?”, perguntou de forma irônica, então, o promotor.
A reação tanto do juiz quanto da defesa foi imediata. “O senhor faça a pergunta de forma objetiva, senão vou indeferi-la”, disse o juiz. “Faça o que é a sua obrigação”, afirmou Podval. O juiz, então, disse que se as partes – acusação e defesa – partissem para xingamento, iria retirar a palavra de ambos. Em seguida, indeferiu a pergunta do promotor. “Pela ironia”, justificou. Em seguida, Nardoni foi questionado se tem conhecimento de que o zelador continua trabalhando no edifício London. “Estou preso há dois anos, não tenho essa informação”, declarou Nardoni. (por Kleber Tomaz)
Ao ser questionado pelo promotor Francisco Cembranelli sobre o assunto na manhã desta quinta-feira, Alexandre Nardoni negou que tivesse retirado sangue no Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exame de DNA. O pai de Isabella negou e afirmou que só havia cedido urina para o exame. “Como explicar que o DNA no sangue de Isabella é o mesmo do seu se você não doou (sangue)?”, questionou Cembranelli. “Acho que (o DNA obtido) foi pela urina. Não sei explicar, não tinha seringa para retirar sangue. O senhor (Cembranelli) estava presente. Não foi recolhido sangue, só mucosa e urina”, afirmou Alexandre Nardoni.
O promotor afirmou, então, que os advogados anteriores do casal (Rogério Neres e Ricardo Martins) haviam dito que ele havia colaborado com a polícia, inclusive para a retirada de sangue. “Isso você tem de perguntar para os meus advogados anteriores”, respondeu Nardoni. (por Kleber Tomaz)
O promotor Francisco Cembranelli se baseou nos depoimentos de Ana Carolina Oliveira e Anna Carolina Jatobá para tentar mostrar que Alexandre Nardoni está mentindo em sua versão dos fatos, e, por algumas vezes, o acusado não conseguiu esclarecer detalhes questionados pela Promotoria.
Jatobá disse, em seu depoimento, que esperou por dez minutos no carro com os filhos enquanto Alexandre levava Isabella para cima. Ele, por sua vez, afirmou não ter certeza de quanto tempo demorou.
Outra contestação do promotor foi relacionada ao pagamento de pensão a Isabella. Alexandre afirmou que pagava R$ 300, e Cembranelli comprovou que a quantia exata era R$ 315. Mostrou ainda documentos comprovando que muitas vezes o acusado deixou de pagar a pensão ou mesmo pagou quantia menor do que a determinada -e que já teria inclusive sido acionado por Ana Carolina judicialmente por conta disso.
O promotor perguntou, ainda, por que Alexandre não falou com Ana Carolina nem com seus familiares após a morte de Isabella. Ele afirmou apenas que estava muito perturbado.
Após o choro inicial, Alexandre se mostrou sereno e bem orientado por seus advogados. Os jurados pareceram sensibilizados com os momentos de emoção do pai de Isabella e, apesar de visivelmente cansados, seguiram anotando todos os detalhes do que estava sendo dito em plenário.
Em seu depoimento, na manhã desta quinta-feira, Alexandre Nardoni foi questionado pelo promotor Francisco Cembranelli se ele e Anna Carolina Jatobá literalmente “quebravam o pau”. O pai de Isabella respondeu então que a pergunta teria de ser feita à Jatobá, mas negou que as brigas fossem frequentes. “O que o promotor quer dizer com quebra pau?”, indagou, em seguida, Nardoni ao promotor. Cembranelli, por sua vez, afirmou que os vizinhos do casal haviam declarado no inquérito que as brigas eram frequentes.
Sobre o fato de Anna Jatobá ter se ferido em um vidro durante uma discussão, Alexandre disse desconhecer o depoimento da mulher sobre isso. No depoimento, o pai de Isabella afirmou que a mulher havia lhe dito que tinha encostado em um vidro temperado e se cortado. Em seguida, ele disse que ligou para o pai, Antonio Nardoni, e a levou chorando para o hospital. Cembranelli o questionou sobre as pessoas com quem tinha tido desavenças no edifício London, citando o porteiro, o antenista e o eletricista. “Ela (delegada Renata Pontes) me perguntou com quem discuti e eu fui citando, mas não sei se ela foi atrás deles”, concluiu. (Por Kleber Tomaz)
SÃO PAULO - Durante depoimento ao juiz Maurício Fossen, Anna Carolina Jatobá contradisse uma das versões apresentada pelo marido Alexandre Nardoni nesta quinta-feira, no Fórum de Santana. O casal é acusado de matar a menina Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. Horas depois de Alexandre ter garantido que não colocou a cabeça para fora da janela para ver a menina caída no jardim porque estava com o filho no colo, a madrasta da menina deu outras informações a respeito desse episódio, enquanto contava passo a passo o que o aconteceu na noite do crime.
- Assim que entramos no quarto eu vi a janela aberta e uma gota de sangue bem próxima da cama do Pietro. O meu marido foi até a janela, colocou a cabeça para fora, virou-se para mim, já branco e disse 'Carol, a Isabella está lá embaixo' - disse ela, para em seguida contar como foi sua reação.
- Comecei a gritar. Não sei se falei palavrões. Só sei que coloquei o joelho na cama e, quando vi a Isabella lá embaixo, comecei a gritar desesperadamente - disse , afirmando que tanto ela como Alexandre estariam cada um com um dos filhos no colo no instante em que foram até a janela.
Assim como o marido, a madrasta de Isabella Nardoni disse que policiais civis pediram para que ela responsabilizasse Alexandre pela morte da garota. Falando muito depressa e atropelando as palavras, a madrasta disse que, por várias vezes, ouviu de investigadores e também da delegada Renata Pontes 'indiretas' para que ela incriminasse o marido.
Respondendo às perguntas do juiz Maurício Fossen, Anna Jatobá também se emocionou duas vezes durante o depoimento, uma quando lembrou ter encontrado Alexandre chorando horas depois da notícia da morte de Isabella e outra quando foi perguntada como era sua relação com a menina.
A madrasta embargou a voz também quando falou de Isabella.
- Eu tinha ela como se fosse minha filha. Nas férias, ela nem queria ir para a casa da minha sogra, queria ficar no nosso apartamento. A relação dela com o pai era de muito carinho.
Anna Carolina Jatobá contou outros detalhes a respeito da noite do crime e por várias vezes o Fossen pediu que ela fosse mais breve. O depoimento, no entanto, foi definitivamente marcado pela tentativa da ré de desqualificar o trabalho da polícia.
- Eles queriam que eu falasse que foi o Alexandre. A doutora Renata me disse várias vezes que ele tinha cara de psicopata. Os investigadores davam indireta, como eu era estudante de Direito, perguntavam se eu tinha noção de como era uma cadeia - disse ela, que por várias vezes foi interpelada pelo juiz para que falasse pausadamente.
Dando continuidade à conversa que teve com os policiais no dia seguinte ao crime, ainda no apartamento do Edifício London, Anna Jatobá disse que teria ali mesmo afirmado que não faria qualquer tipo de confissão.
- O senhor não vai tirar de mim o que não sei. Não vou falar o que não presenciei - disse ela.
O juiz também quis saber como era a relação do casal. Anna Jatobá admitiu que os dois brigavam muito até o nascimento do primeiro filho.
- Antes do nascimento do primeiro filho, eu discutia bastante com ele, gritava muito. Eu brigava direto, mas não como se fala por aí. Nunca ele partiu para cima de mim nem eu para cima dele. Eu só xingava - disse ela que também foi questionada sobre sua relação com a mãe de Isabella.
Anna Jatobá chegou a dizer que as duas trocavam mensagens via internet entre 2003 e 2004 quase todos os dias para falar sobre Alexandre e outros vários assuntos. Fossen quis saber se as duas já tinham brigado alguma vez.
- Sem briga, mas ela vivia me infernizando a vida. Ela me falava que mandava mensagem para ele (Alexandre) e eu achava isso absurdo. Teve um dia que fomos buscar a Isa e o Alexandre nos colocou frente a frente. Nós começamos a discutir, mas foi uma coisa rápida - disse.
Após uma pausa no júri, Anna Carolina Jatobá será interrogada pela acusação e pela defesa.
O jurista Luiz Flávio Gomes, que vem acompanhando todo o julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá afirmou que eles ainda não caíram em nenhuma contradição relevante. Os dois são acusados de matar a menina Isabella Nardoni, então com 5 anos, atirada da janela do apartamento em que o casal morava.
Os dois negaram em depoimento realizado nesta quinta-feira (25/3) que tenham matado a menina, no dia 29 de março de 2008. Nesse momento, Anna Jatobá, que já respondeu às perguntas feitas pelo juiz Maurício Fossen, que preside a sessão, está sendo questionada pelo promotor Francisco Cembranelli.
Segundo Luiz Flávio Gomes, que já foi juiz do Tribunal do Júri por cinco anos, Alexandre negou o crime de forma mais enfática. "Já a negativa de Jatobá é longa, minuciosa e ansiosa", diz Luiz Flávio. Anna Jatobá, em seu depoimento, fala de maneira rápida,muitas vezes interrompendo até o juiz Maurício Fossen.
Durante o depoimento de Alexandre Nardoni, a defesa usou a animação feita pela poícia científica —que seria utilizada por Cembranelli na fase de debates—, que mostra como teria ocorrido o crime. Alexandre falou que o vídeo era totalmente mentiroso. "Filminho mentiroso, não sei de onde tiraram essa história", afirmou Alexandre.
Luiz Flávio Gomes acredita que a fase dos debates já foi claramente confirmada no decorrer do julgamento até agora. "A acusação vai focar nas forças dos indícios. E a defesa na negativa de autoria", diz o ex-juiz.
SÃO PAULO - Anna Carolina Jatobá chorou e negou ter matado Isabella, mas Alexandre Nardoni usou seu interrogatório diante dos jurados para tentar desmoralizar a ação da polícia, que investigou o crime e colocou o casal no banco dos réus. Por duas vezes, ao falar ao juiz Maurício Fossen e ao advogado de defesal, Roberto Podval, o pai de Isabella acusou os delegados do 9º Distrito Policial, Calixto Calil Filho e Helena Pontes, de terem feito a ele a proposta de assumir o crime e ser indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar, e livrar da acusação a mãe de seus dois filhos, Anna Carolina Jatobá. Nardoni foi mais longe. Disse que seu pai, Antonio Nardoni, recebeu ameaças e vem sendo seguido por policiais do 9º Distrito Policial nos últimos dois anos.
Alexandre Nardoni disse que Calil Filho fez a proposta a ele no dia 18 de abril de 2008, durante interrogatório. Isabella havia sido morta no dia 29 de março. A delegada Helena Pontes, afirmou, chegou a perguntar a ele se aceitaria ou não a proposta. Foi o mesmo dia em que o casal saiu do 9º Distrito Policial indiciado pela morte da menina.
- Meu pai até hoje é seguido e ameaçado de morte. Ele me falou. Também explodiram a caixa de correio do Dr Ricardo (Ricardo Martins, um dos advogados de defesa), não sabemos quem foi. Tenho medo de retaliações, tanto eu quanto a minha esposa, pelos meus filhos - disse Alexandre.
Alexandre Nardoni disse que a proposta do delegado, de inocentar a madrasta, foi feita na presença do promotor Francisco Cembranelli e de seus advogados de defesa. Perguntado pelo promotor a razão de não ter denunciado, foi ríspido:
- Eu não acredito que polícia investigue polícia, por isso não relatei o fato à Corregedoria.
" Eu briguei para ela nascer. A avó materna queria que ela abortasse "
Interrogado na presença da mãe, que foi ao fórum pela primeira vez desde o início do julgamento e, com um terço na mão, chorou ao ver o filho no banco dos réus, Alexandre Nardoni conseguiu surpreender a plateia ao lançar também sobre a família Oliveira uma polêmica moral. Ele acusou a avó materna de Isabella de ter pedido que a filha abortasse ao descobrir que Ana Carolina Oliveira estava grávida. Segundo ele, a mãe de Isabella escondeu a gravidez dos pais até o quarto mês de gestação.
A plateia reagiu com um generalizado "ohhh".
- Eu briguei para ela nascer. A avó materna queria que ela (Ana Carolina Oliveira) abortasse. A Ana Carolina Cunha Oliveira também discutia. Ela escondeu da família até o quarto mês - afirmou Alexandre.
Rosa Maria Oliveira, a avó, não estava na sala no momento em que Alexandre fez o comentário.
Alexandre Nardoni chamou a atenção também pela formalidade com que se referiu o tempo todo à mãe da filha morta. Sempre que a citava, falava o nome completo: Anna Carolina Cunha de Oliveira.
Tentou dizer aos jurados que sua família era feliz, negou todas as acusações e chegou a ser ríspido ao responder à acusação. Perguntado pelo promotor Francisco Cembranelli sobre uma briga com Anna Carolina Jatobá ouvida por uma vizinha de parede do antigo prédio onde moravam, não teve dúvidas e disparou:
- O senhor deve perguntar a ela (a vizinha). Nossas discussões eram normais e nunca frequentes. Não me lembro de os meus pais ou os pais da minha esposa terem sido chamados para apartar qualquer briga, como o senhor diz - afirmou Alexandre.
Rebateu ainda a acusação da perita Rosângela Monteiro, que afirmou que sua camiseta ficou com marcas da tela por onde Isabella foi jogada e que o vinco só seria feito se ele estivesse carregando um peso de 25 quilos (o peso de Isabella).
Nardoni disse que quem estava em seu colo quando ele se aproximou da tela era seu filho Pietro. Segundo o réu, não era possível passar a cabeça pela tela de proteção rasgada, por onde Isabella caiu, nem tampouco os braços, porque o buraco era muito pequeno.
No interrogatório da acusação, veio o troco. O promotor Cembranelli retrucou:
- A sua cabeça não passava pelo buraco? O corte era de 47 centímetros. A sua cabeça tem mais de meio metro?
O juiz Maurício Fossen repreendeu novamente o promotor, que fez questão de citar o número da página do processo onde consta que o buraco na tela tinha 47 centímetros. Até então, Cembranelli vinha se recusando a citar a página do processo ao fazer as perguntas, irritando também o advogado Roberto Podval.
- Faça porque é sua obrigação. Não seja bobo - disse ao advogado numa das vezes.
Na primeira parte, quando falou ao juiz, Alexandre tentou emocionar os jurados ao relembrar passagens dramáticas, como o momento em que viu a filha morta:
- Para mim, aquele foi o pior dia. Perdi tudo de mais valioso na minha vida. Passamos o dia bem, brincamos o dia todo. Ela ensinou meus filhos a mergulhar e vejo ela na maca, falecida - disse Alexandre, chorando e olhando para os jurados.
- Vê-la no necrotério, num saco preto, aquilo não dá para descrever - afirmou Alexandre, que chorou muito neste momento.
Na hora de falar à Promotoria sobre a mesma cena, o clima mudou. O promotor alterou a voz e se inclinou na direção de Alexandre perguntando o motivo de ele não ter socorrido Isabella se sabia que ela ainda estava viva, logo que ele encontrou o corpo da criança caído no jardim do edifício London, após a queda.
Cembranelli perguntou:
- Você a viu viva? Ela estava viva? Por que não socorreu?
Embaraçado, Alexandre respondeu:
- Sim, ela estava viva, mas eu não sei porque não socorri. Eu estava em choque e o porteiro me alertou para que eu não mexesse nela.
Na última pergunta do interrogatório, Cembranelli questionou o motivo de Alexandre usar óculos de grau. Alexandre respondeu com raiva:
- Sempre usei. O senhor não acompanha minha vida, por isso não sabe.
Presidente disse que extinção da contribuição foi 'mesquinharia'. Ele disse que futuro presidente terá que discutir receita para a saúde.
Maria Angélica Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou em seu discurso nesta quinta-feira (25), durante uma cerimônia de entrega de 650 ambulâncias em Tatuí, São Paulo, relembrou o episódio em que o Senado derrubou a renovação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que arrecadava recurso para a área de saúde.
"Fiquei muito magoado e ofendido quando a minha oposição no Senado derrubou a CPMF", afirmou o presidente, acrescentando ainda que isso ocorreu por "mesquinharia". Neste momento uma pessoa do público o interrompeu gritando: "Foi por ciúme".
O presidente voltou a dizer que a extinção da CPMF, além de trazer prejuízos para a saúde devido a perda de arrecadação, não gerou benefícios para o consumidor. "Não vi nenhum empresário reduzir em 0,38% (alíquota que era cobrada na CPMF) o preço do seu produto por conta disso", disse.
Ele alertou que quem for eleito presidente este ano terá que discutir as fontes de receita para a saúde.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), participou do evento e acompanhou todo o discurso do presidente. Após a cerimônia, Serra, que deve disputar as eleições para a Presidência da República, foi questionado se apoiaria um retorno da CPMF. O governador respondeu apenas que foi à favor da criação da CPMF.
Ambulâncias
Sem citar nomes, Lula disse que um ex-prefeito do Rio de Janeiro, trancafiou ambulâncias fornecidas pelo governo federal por ser da oposição. Segundo ele, as unidades não foram destinados ao atendimento da população e sequer motoristas foram contratados.
"Nem o Bolsa Família eles cadastravam", criticou Lula. Ele voltou a dizer, como já fez em discurso anteriores, que não discrimina prefeitos por serem de partidos da oposição. "Nunca perguntei se um prefeito é do meu partido ou não", disse.
Alexandre Nardoni afirmou em seu depoimento que o delegado responsável pelo caso, Calixto Kalil Filho, teria proposto que ele assumisse a culpa pela morte da filha Isabella. O delegado teria falado em “homicídio culposo” (sem intenção de matar). O pai de Isabella se disse “indignado” com isso, porque, para ele, isso demonstrou que a “a polícia não queria descobrir” o que de fato ocorreu no Edifício London, onde Isabella morreu. Alexandre disse ainda que foi “humilhado” na delegacia durante as investigações da morte da menina Isabella. Durante a primeira parte do depoimento, Alexandre chorou três vezes e negou o crime.
Durante o interrogatório realizado nesta quinta-feira (25), no Fórum de Santana (Zona Norte), Alexandre Nardoni disse que lutou muito para que Isabella nascesse. Segundo ele, a avó materna não queria que Ana Carolina Oliveira tivesse a criança. “Eu lutei por ela desde o começo.”
O acusado voltou a contar a versão que apresenta desde o início, a de que deixou Isabella dormindo e foi à garagem buscar os outros filhos. Quando retornou ao apartamento, com o filho Pietro no colo, ajoelhou-se sobre a cama, colocou a cabeça para fora da tela cortada e viu a filha caída no jardim do prédio.
Ele disse que foi tudo normal até a chegada da família ao Edifício London e que os filhos dormiam no carro. Nardoni também negou uma eventual discussão entre ele e Anna Carolina Jatobá no interior do veículo.
O réu chorou muito ao descrever o momento em que a médica do hospital deu a notícia de que a menina havia morrido. “Foi o pior dia da minha vida, eu perdi tudo de mais valioso que eu tinha. Perdi o chão. Não sabia o que estava acontecendo”, afirmou em plenário.
Durante todo o interrogatório, ele repetiu algumas frases, como “eu perdi o chão” e “ela era minha princesinha”.
O réu também reclamou muito da ação da polícia durante a investigação do crime. Ele afirma que foi insultado seguidas vezes na delegacia. Alexandre também disse que, durante o interrogatório realizado em 18 de abril de 2008, o delegado responsável chegou a propor que ele assumisse o homicídio culposo (sem intenção de matar) e tirasse Jatobá do caso. Ele disse ter ficado indignado, porque queria descobrir o que aconteceu e percebeu que “a polícia não queria”.