Universitário afirma ter sido confundido com assaltantes por policiais.
Defesa garante ter provas de que ele estava trabalhando na hora do crime.
O roubo de uma moto na Avenida Carlos Lacerda, no bairro do Capão Redondo, na Zona Sul da capital paulista, mudou a vida do universitário e motorista de ônibus Wilson Vareschi Oliveira. Ele agora é um dos 1.800 presos do Centro de Detenção Provisória do Belém, na Zona Leste.
O rapaz está preso há dois meses, sob suspeita de envolvimento no roubo, e diz que é inocente. "Prova é o que não falta para atestar minha inocência", afirma ele.
Desde a prisão, dois pedidos de liberdade provisória foram negados pela Justiça. Os advogados dele entraram com novo pedido de habeas corpus nesta segunda-feira (9).
Wilson diz que, no dia do crime, saiu da garagem de ônibus sem saber do assalto e foi parado por policiais militares. “Eles me interrogaram lá mesmo. [O policial] perguntou o que estava fazendo, falei que estava indo para casa. Perguntou onde trabalhava. Eu informei. Depois de dez minutos, voltaram e me deram voz de prisão”, conta.
O motorista de ônibus diz que, no momento da prisão, usava um capacete preto, igual ao de um dos assaltantes. E tentou explicar à policia que não era ele o ladrão. “Eu estava com a camiseta da empresa, mas eles não quiseram nem saber”, diz.
Boletim de ocorrência
Segundo o boletim de ocorrência, o roubo aconteceu no dia 6 de junho, às 22h15. No mesmo dia, de acordo com o documento que registra a movimentação na garagem de ônibus, Wilson entrou às 6h04 e parou às 22h19, quatro minutos depois do roubo.
As câmeras de segurança da empresa também registraram a saída dele. Às 22h19, ele atravessa o pátio para entregar a chave do ônibus. Às 22h21, o rapaz pega a moto dele, passa pela portaria e vai embora.
Para a defesa do rapaz, as provas foram ignoradas. “Não há nenhum elemento que demonstre que o juiz tenha lido as provas, que tenha verificado a fita de vídeo, que demonstra que Wilson estava em outro local no momento em que aconteceu a tentativa de roubo”, afirma o advogado Sérgio Vesentini.
A defesa de Wilson fez um novo pedido à Justiça para que Wilson fique em liberdade até o julgamento.
Família
Os pais não se conformam com a situação. Mostram as carteiras de trabalho do filho e dizem que confiam na honestidade dele. “Meu filho nunca precisou disso, ele sempre trabalhou. Toda vida ele trabalhou, desde os 13 anos. Com as provas, a gente vai provar a inocência dele”, afirma Vilson dos Santos Oliveira, pai de Wilson.
Os juízes que analisaram os pedidos de liberdade provisória não quiseram comentar o caso. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, o jovem também poderá ser acusado de roubo qualificado, porque a vítima afirmou ter sido ameaçada por uma arma.
'Bateu o desespero', diz mãe de 10 filhos que não pagou fiança de R$ 300
Desempregada é acusada de tentar furtar bermudas em supermercado.
Ela disse que tomou atitude porque filhos pediam roupas todos os dias.
A desempregada Claudinéia de Freitas Santos, de 39 anos, que teve a prisão decretada porque não pagou a fiança de R$ 300, disse nesta segunda-feira (9) que se arrependeu da tentativa de furto a roupas em um supermercado. “Meus filhos ficavam pedindo roupa e bateu o desespero em mim. Sujei minha reputação e meus filhos estão chorando com medo de a mãe ir presa”, afirmou.
Segundo ela, os filhos mais novos pediam roupas todos os dias. “Eles estavam pedindo bermudas, porque as que eles usam eram amarradas com cadarço”, disse a desempregada. O caso começou no dia 30 de julho, uma sexta-feira. Claudinéia, moradora de Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo, tentou furtar dez bermudas de criança, um tamanco e duas roupas de bebê de um supermercado, segundo a defensora pública Paula Barbosa Cardoso, que representa a mulher.
A desempregada conta que o caixa do supermercado percebeu e ela decidiu deixar as dez bermudas. No entanto, os seguranças a seguiram até o ponto de ônibus e encontraram o tamanco e as roupas de bebê. A mãe acabou detida em flagrante e levada para o 53º Distrito Policial, no Parque do Carmo, onde, segundo a defensora, confessou o delito. Ficou presa até o sábado (1º) e conseguiu a liberdade por causa da ajuda de um advogado que estava na delegacia no momento da prisão. “Ele fez isso por amor, quando ficou sabendo que eu tinha dez filhos”, disse a desempregada.
Uma juíza concedeu a liberdade, mas Claudinéia deveria comparecer ao fórum para pagar os R$ 300 de fiança na segunda-feira. “A juíza do plantão entendeu que, se ela tinha contratado alguém [para defendê-la], podia pagar a fiança”, explicou a defensora, destacando que o advogado não cobrou pelos serviços.
A desempregada se apresentou no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, na segunda-feira, 1º de agosto, e procurou a Defensoria Pública. Paula Cardoso disse que pediu para que a juíza do Departamento de Inquéritos Policiais afastasse a fiança, mas a solicitação foi negada na terça-feira. “Nesse dia, para Claudinéia vir ao fórum, ela teve que vender a lata do leite que tinha ganhado na escola”, afirmou a defensora.
Como a fiança não foi paga, a Justiça expediu o mandado de prisão preventiva da desempregada, que chegou a ser considerada foragida. A defensora entrou, na quinta-feira (5), com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). No início da noite desta segunda-feira, a Justiça concedeu liberdade provisória para a Claudinéia.
Família sem emprego
Claudinéia disse que 14 pessoas moram na residência da família, entre elas os filhos de 5 a 23 anos. Os adultos estão todos desempregados. “Tem dia que não tem nem pão, nem manteiga”, contou a mulher. Ela garante que nunca havia cometido atitude semelhante e diz ter medo de ficar presa. “Eu tenho medo porque meus filhos têm pai, mas dependem de mim para tudo.”
Após denúncia, vereadores são recebidos com protesto no RS
Vereadores de três cidades gaúchas estão envolvidos em escândalo.
Eles foram flagrados fazendo turismo com verba pública.
Os vereadores da cidade de Triunfo (RS) foram recebidos com protestos pela população, após denúncia de que usavam dinheiro público para fazer turismo, enquanto supostamente frequentavam cursos de aperfeiçoamento. A denúncia foi feita pelo "Fantástico", neste domingo (8), e envolve vereadores das cidades gaúchas de General Câmara, Dom Pedro de Alcântara e Triunfo.
Nesta segunda-feira (9), policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão nas câmaras das três cidades. A polícia recolheu notas fiscais e documentos, notas de diárias, de gastos com viagens e diplomas de cursos. Os policiais foram aplaudidos pela população. Só no ano passado, a Câmara de Triunfo gastou mais de R$ 1,1 milhão em diárias de viagens.
A reportagem do "Fantástico" flagrou vereadores em momentos de lazer pagos com dinheiro público, quando, oficialmente, eles estariam frequentando cursos. Durante um mês e meio, a reportagem acompanhou cursos de vereadores em cinco estados. Na maioria deles a prática é a mesma: em vez de aulas, turismo, compras e ganhos à custa do dinheiro público.
Joaquim Roriz aparece em vídeo entregando dinheiro, diz revista
Edição desta semana da revista ‘Veja’ traz reportagem sobre suposto vídeo.
Assessor diz que Roriz ajudou o envolvido, mas que dinheiro não era propina.
que o dinheiro pago a Barbosa era uma ajuda
e não propina. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
O candidato ao governo do Distrito Federal (DF) Joaquim Roriz (PSC) teria sido flagrado em um vídeo efetuando pagando em dinheiro a um suposto laranja no valor de R$ 10 mil. A reportagem sobre o suposto vídeo foi trazida pela revista “Veja” desta semana. Segundo a revista, o encontro entre Roriz e André Alves Barbosa, o suposto beneficiado pelo pagamento, teria sido gravado pelo próprio Barbosa no começo deste ano.
Por meio de seu assessor, Paulo Fona, Roriz negou neste sábado (7) que o pagamento que foi entregue a Barbosa fosse propina, mas afirmou ter ajudado financeiramente o suposto autor do vídeo. O valor do dinheiro que Roriz entregou a Barbosa não foi especificado pelo assessor. Segundo Fona, Roriz é amigo do avô de Barbosa há mais de 40 anos.
“Ele [Roriz] me disse que ajudou o André a pedido do avô dele, porque ele [André] estaria passando por dificuldades. O Roriz é amigo do avô dele, o seu Geraldo, há mais de 40 anos”, afirmou Fona, que falou em nome de Roriz na tarde deste sábado.
A reportagem da revista “Veja” afirma que Barbosa, que teria recebido o dinheiro do candidato, pertence a uma família que atuaria como laranja do ex-governador em imóveis e operações bancárias. Roriz teria reclamado da quantia que seria paga: “tudo isso”, teria dito o ex-governador no vídeo o qual a revista afirma ter tido acesso.
Segundo a reportagem, o candidato retirou os maços de dinheiro de uma caixa. Enquanto contava o recurso, Barbosa teria cobrado de Roriz o pagamento de um empréstimo rural contraído por sua família. Ainda de acordo com a revista, Barbosa recebeu o pagamento para não informar que seria “laranja de Roriz”. Fona acusou Barbosa de “chantagem”.
“Eu suponho que os valores que o Roriz aparece entregando ao André no suposto vídeo seria essa ajuda que foi pedida pelo avô dele. Ele (André) veio aqui e pediu ajuda. Depois vem com essa conversa. Ele quis fazer chantagem com o governador pela ajuda que recebeu”, alega o assessor de Roriz.
Alberto Fraga
Segundo Fona, entre março e maio deste ano, foram deixados envelopes na caixa postal da casa de Roriz avisando da existência do vídeo e cobrando um valor de R$ 50 milhões para que as imagens não fossem divulgadas.
Segundo o revista, Barbosa tentou vender o material com as gravações ao deputado federal Alberto Fraga (DEM). Ao G1, Fraga negou que tenha tido acesso ao vídeo.
“Só sei desse vídeo o que aparece na reportagem”, afirmou o deputado.