Médico Nadir Farah fez o parto de Bruna Bianchi em 2008.
Promotor tem até 30 dias para se pronunciar sobre o caso.
segunda filha. Na foto, Bruna está com David
Goldman, pai de Sean (Foto: Arquivo: Agência O Globo )
O Ministério Público estadual recebeu nesta quarta-feira (18) o inquérito da Polícia Civil que indicia sob suspeita de homicídio culposo o médico Nadir Farah pela morte de Bruna Bianchi, mãe do menino Sean Goldman. Bruna morreu em 2008, depois de dar à luz a filha de seu segundo casamento.
Bruna era a mãe do menino Sean, cuja guarda foi obtida pelo pai biológico, o americano David Goldman, num caso de grande repercussão. Bruna morou com David nos Estados Unidos antes de se mudar para o Brasil com o filho do casal, e se casar pela segunda vez.
Segundo o MP, outras quatro pessoas da equipe do médico também foram indiciadas. O promotor Márcio José Nobre de Almeida, da 3ª Promotoria de Justiça, tem até 30 dias para se pronunciar sobre o caso.
De acordo com o MP, se o indiciamento for aceito, o inquérito será encaminhado ao Tribunal de Justiça.
O advogado do médico, Sérgio Bermudes, entrou em contato com a redação e informou que o que aconteceu com a paciente Bruna Bianchi foi uma queda de pressão arterial na hora do procedimento médico. E que os procedimentos médicos foram avaliados como corretos por vários especialistas consultados.
A Casa de Saúde São José, onde Bruna foi internada para ter a filha, enviou nota sobre o caso. No documento diz que e estilista contratou a equipe médica de Farah, e que o médico escolheu a clínica para o parto.
"A sucessão de eventos que levou ao óbito da paciente, portanto, não se relaciona com o hospital, mas com decisões exclusivamente médicas, a cargo da equipe contratada diretamente pela família da paciente, que poderá prestar mais esclarecimentos. Tanto na ação judicial quanto no inquérito criminal, não há uma única referência desabonadora à Casa de Saúde São José, que aguarda o pronunciamento final da Justiça", diz a nota.
Estilista morreu no parto
O relatório preliminar da polícia apontava um possível erro médico da equipe que atendeu a estilista na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Já existem duas ações na Justiça – uma na área criminal, outra na cível – , além de uma sindicância, em andamento, no Conselho de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
De acordo com as investigações da delegacia, mesmo diante do estado gravíssimo da paciente depois do parto, ela teria ficado sob os cuidados de uma médica de 70 anos “que sofre de esclerose múltipla em estágio avançado e com dificuldades de locomoção", já que precisava usar muletas ou cadeira de rodas para se movimentar durante o trabalho na clínica.
A médica seria assistente particular do obstetra Nadir Farah, responsável pelo parto e que não estaria presente no momento em que Bruna começou a se sentir mal e apresentar quadro de hemorragia. Ele teria feito o parto e saído em seguida. Logo depois, Bruna sofreu uma hemorragia tão intensa que evoluiu para uma parada cardíaca.
Médico amigo da família
O obstetra Nadir Farah tem mais de cinquenta anos de carreira e é um profissional respeitado em sua especialidade. Amigo de muitos anos da família Bianchi, foi o médico responsável pelo nascimento da própria Bruna.
Família enfrentou drama após morte
Logo após a morte da estilista, a família ebtrou numa batalha judicial com o pai do menino Sean. Em dezembro de 2009, David Goldman conseguiu a guarda do filho e o levou para morar com ele nos Estados Unidos.