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MÁRCIA SOMAN MORAES
da Folha Online
Atualizado às 22h34.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou nesta quarta-feira que um programa de armas nucleares do Irã pode gerar uma corrida por este tipo de armamento no Oriente Médio, e que a melhor forma de evitar que isso aconteça seria aplicar sanções ao país.
"Eles têm direito de manter um programa nuclear, mas não de fabricação de armas nucleares. (...) Os países do Oriente Médio vão pensar: "se o Irã me ameaça e tem armas nucleares, também preciso ter"", afirmou.
José Paulo Cardeal /Divulgação
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A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, participa de debate mediado por Maria Beltrão e William Waack, da Globo News |
Hillary participou na noite desta quarta de uma conversa com alunos da Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo. Sua participação foi uma oferta do consulado dos Estados Unidos à instituição, que tem parceria com universidades americanas.
Ela chegou hoje ao Brasil, em visita pautada pelo polêmico programa nuclear iraniano. Em discurso aos alunos, voltou a pedir o apoio do Brasil na aprovação de sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Irã.
"O Brasil é um ator global com mente independente, ele pensa nos seus próprios interesses econômicos e de segurança, assim como os Estados Unidos. Mas a questão principal é o que fazer com o Irã. Esperamos apoio para uma ação única contra o país", disse.
Mais cedo, em Brasília, Hillary se encontrou com o chanceler brasileiro Celso Amorim, que manteve o discurso brasileiro de que as sanções são contraproducentes e que o diálogo é fundamental. "Ainda é possível fazer acordo, mas cada dia está mais difícil, pois as posições estão se enrijecendo", disse.
"Não se trata de o Brasil se recusar a se juntar a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com pressão. Cada país tem que pensar pela própria cabeça, e nós pensamos pela nossa própria cabeça", afirmou Amorim.
Venezuela
Hillary falou ainda de outro tema polêmico: a Venezuela. Ela criticou duramente a falta de liberdade de imprensa e a onda de estatizações do presidente venezuelano Hugo Chávez, mas disse que os EUA "queriam muito ter uma boa relação" com o país.
"Muitas coisas que acontecem lá nos preocupam. Eu vi uma imprensa livre em Brasília,muitos repórteres e câmeras. Chávez está tentando controlar a imprensa. Se o veículo fala mal de seu governo, ele o fecha", disse Hillary.
A americana criticou ainda a onda de estatizações de Chávez e responsabilizou a medida pela atual crise energética vivida pelo país.
Eleições no Brasil
Após dizer que os brasileiros não são uma ameaça aos EUA, Hillary afirmou que Washington não teme nenhum dos nomes cotados para a eleição presidencial deste ano no Brasil.
"Nós confiamos na democracia brasileira. Esta eleição será eletrizante e vou acompanha-la de Washington. Nós acreditamos que qualquer seja o eleito, vai cooperar com os EUA".
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