Novo seriado se inspira em Chanel e Angelina Jolie, em tom quase documental
16/06/2010 - 14:52
Célio Rocha, Ana Beatriz, Ademir Rodrigues, Gabriela Guerreiro e Edgar Mourão se re-encontram para fazer Maurício pagar pelo crime
"Justitia quae sera tamem": a mensagem na lápide de Eduardo Moreno (Thiago Fragoso) traduz o fio principal da história do seriado “Na Forma da Lei”, que estreou na terça-feira, dia 15 de junho, na TV Globo. Eduardo é assassinado, e o culpado, filho de um político influente, permanece impune. Os 5 amigos do rapaz, que presenciam o homicídio, querem fazer justiça.
A promotora Ana Beatriz Tavares de Macedo (Ana Paula Arósio), o juiz Célio Rocha (Leonardo Machado), o advogado Edgar Mourão (Henri Castelli), a delegada Gabriela Guerreiro (Luana Piovani) e o jornalista Ademir Rodrigues (Samuel de Assis) se re-encontram anos depois e acreditam que ainda podem fazer Maurício (Marcio Garcia) pagar pelo crime que cometeu.
A cada episódio, uma série de crimes acontece, muitos deles ligados de alguma forma ao grande vilão da trama. Os amigos justiceiros intervêm nas investigações, tentando vingar a morte de Eduardo. “Maurício é filho de uma pessoa que não tem limites. É apaixonado doentiamente por uma mulher que não foi dele, Ana Beatriz. É por conta desse amor que tudo acontece. Os justiceiros não são heróis individuais. Eles representam a formação de um pensamento de resistência à impunidade vinculada ao poder”, explica Wolf Maya, diretor.
Ambiente e caracterização
As cenas se passam todas no Rio de Janeiro, mas mostram outra versão da cidade. “O seriado é ambientado no Rio, mas sem muita praia, sem sol, sem Corcovado. É mais noturno e urbano. Esse é um projeto ácido, com pitadas de melancolia. A trilha sonora, por exemplo, não tem muitas músicas, tem mais trilhas incidentais”, conta Wolf.
Os cenários contribuem com a estética dramática. As cores predominantes das locações são mais escuras e frias. O mesmo acontece com o figurino e a caracterização, que trabalham com um tom abaixo e optam por um visual quase documental. Para cada personagem, o figurinista Renaldo Machado, o caracterizador Luiz Camargo e suas equipes criaram códigos específicos.
Ana Beatriz (Ana Paula Arósio), promotora pública, era a noiva de Eduardo. No seriado, veste roupas que revisitam as linhas clássicas da Chanel. Usa muitas saias, tailleurs e blusas com dobras e volumes. Sua marca são os broches em forma de flor. O cabelo crespo na altura da orelha retrata a modernidade da personagem. “Quis fazer um corte romântico, mas cosmopolita e urbano”, conta Luiz Camargo.
Célio (Leonardo Machado), juiz, acompanha o romantismo de Ana Beatriz e, para compor o visual, Luiz Camargo se inspirou em Warren Beatty quando jovem. “Ele tem o cabelo repartido para o lado, com um topete. Em seu guarda-roupa, há ternos com cores sóbrias, sem nenhum rebuscamento. “Ele espelha a sobriedade da profissão”, diz Renaldo.
Delegada federal, Gabriela (Luana Piovani) usa cabelo preso com uma trança embutida quando está no trabalho. Sua maquiagem é solar, na gama dos tons dourados. Luiz Camargo se inspirou nas atrizes Angelina Jolie, em “Lara Croft”, e Cecilia Roth, em “Epitáfios”. Para o figurino, Renaldo Machado pensou numa mulher forte e objetiva, mas sem perder a feminilidade e sensualidade. A personagem usa jeans para trabalhar e vestidos soltos e moletons para ficar em casa. Nas sequências de ação, está sempre com colete, cinto e coldres para portar as armas.
Ademir (Samuel de Assis) foi o único que não seguiu a carreira jurídica e se transformou em jornalista investigativo. Também tem perfil mais despojado, usando sobreposições de blusas claras e escuras. “As cores mais claras vêm sempre por dentro, para iluminar o figurino”, conta Renaldo. Seu cabelo é mais curto nas laterais e mais cheio em cima, e sua barba está sempre bem feita.
Edgar (Henri Castelli) é advogado criminal e tem visual bem contemporâneo. “Se Edgar existisse de verdade, teria uns 15 ternos no armário”, especula Renaldo Machado. Isso porque gosta de comprar roupas e se vestir bem.
Maurício (Márcio Garcia), o vilão da trama, também esbanja charme. Ele tem o cabelo bem curto e, logo nos primeiros capítulos, ganha uma cicatriz na sobrancelha esquerda. “Raspamos um pedaço da sobrancelha e colocamos corretivo marrom para dar profundidade”, conta o caracterizador. Veste-se de acordo com as situações, mas, segundo Renaldo, está sempre pronto para matar. Como crime é um esporte para o rapaz, ele tem em seu figurino muitas blusas polos inspiradas em temas de rúgbi.
Fotos: Alex Carvalho, Márcio de Souza e Renato Rocha Miranda/TV Globo
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