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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

#POLITICA : Ministério da Saúde: tarja preta!


Se o Ministério da Saúde fosse remédio, seria tarja preta. Fosse filme, entraria naquela categoria cheia de “x”, impróprio para menores, de sei lá, 35 anos talvez… É um acinte que a pasta mais diretamente ligada à vida dos pobres, dos que mais sofrem, seja objeto de uma luta política cruenta. Entende-se o motivo: é o maior orçamento da Esplanada - apesar dos serviços pífios que oferece. Pouco importa! A dinheirama corre solta.

O PT surrupiou a pasta do PMDB. Para fazer melhor ou para fazer pior? Vamos ver. Piorar é difícil. José Gomes Temporão, o ex-ministro, era dono de uma incompetência enfatuada, mas muito influente e soberba. Peixinho de Sérgio Cabral, governador do Rio, que tem boa “presença na mídia”, o ex-ministro conseguiu esconder a sua espantosa ineficiência com um discurso bem-arranjadinho, que seduzia alguns “progressistas”. Defensor virulento da descriminação do aborto, por exemplo, sua “ousadia” servia para disfarçar a indigência da pasta.

Agora o manda-chuva da área é o lulista Alexandre Padilha, médico de formação, ex-ministro das Relações Institucionais. Já começou a desalojar os peemedebistas para pôr no lugar os petistas. Nomeou nesta segunda Jarbas Barbosa para a Secretaria de Vigilância da Saúde. O escolhido é ligado ao senador eleito Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro que não deixou saudades. Na semana passada, já havia apeado o titular da Secretaria de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, substituído pelo petista mineiro Helvécio Martins. O PMDB não gostou.

“Isso não é crise. Crise seria se tivessem nomeado alguém para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde)”, disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo informa o Estadão Online. O atual presidente da fundação, Faustino Lins, é da turma do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), parceiro de patriotismo de Cunha. Além da vontade de ajudar o próximo, tantos querem a Funasa por causa de um orçamento de imodestos R$ 5 bilhões - e mais R$ 1 bilhão para investir em saneamento nos rincões do país.

O PT até já tem um nome para cuidar da Funasa. Trata-se do empreiteiro Gilson de Carvalho Queiroz Filho, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG). Sei! Sua empresa já trabalhou para o órgão que ele pode dirigir, e o TCU andou enroscando com a prestação de contas. É claro que são os próprios peemedebistas a vazar dados que complicam a vida de seus companheiros petistas. Assim é essa aliança!

Os peemedebistas fizeram valer seus instrumentos de “convencimento”. O partido ameaçou votar a favor de um mínimo maior do que os R$ 540 pretendidos pelo governo (negociáveis hoje a R$ 550 pelo menos) caso Padilha metesse o pé na porta da Funasa. Ele se conteve.

A saúde foi um tema central na campanha de 2010, pauta principal, como ficou óbvio, do então candidato da oposição à Presidência, José Serra. Para rivalizar com seu oponente, Dilma prometeu mundos e fundos - algumas propostas foram simplesmente coladas do adversário -, anunciando uma verdadeira revolução no setor.

Por enquanto, o povo que se dane nas filas do SUS. Petistas e peemedebistas fazem fila pelos bilhões do Ministério da Saúde. Mas Dilma, pessoal, segue firme, austera, serena, silenciosa, madura, pontual, objetiva e independente. A sensação é a de que o governo nem mesmo existe.

Na Saúde, isso é uma verdade dramática.

Por Reinaldo Azevedo


LAST

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26/10/2008 free counters

mercado livre é um lixo mesmo !


http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_48215225_DisplayType_G



Já denunciei esse usuario e o ML não tomou nenhuma atitude , porem editou uma mensagem no perguntas ao vendedor, conclusão sabe da existencia do conteudo e não excluiem, deve ser de algum funcionario do proprio Mercado livre?

http://www.veja.org/

Telefones de contato do Mercado Livre

Vou disponibilizar neste local todas as informações de contato do Mercado Livre que eu encontrar na net através de sites de pesquisa pública só pela falta de respeito ao consumidor.

e-mail: crm.ml@mercadolivre.com

Telefone de uma empresa que cuida da parte jurídica do Mercado Livre: 0800-8911897

Telefones do endereço da:
Rua Arandu, 281 cj 82 - Blooklin Novo
São Paulo (SP) - CEP 04562-030
11 5103-0277
11 5103-0278
11 5103-0275
11 5508-2361
11 5508-2366

Telefones do endereço da:
Rua Yojiro Takaoka, 4350 lj 5A - Alphaville
Santana de Parnaiba (SP) - CEP 06541-038
11 4153-9970
11 4153-2290
11 4153-1480
11 4153-2779
11 4153-1130
11 4153-4551
11 4153-1630

Cartãozinho do CNPJ com mais informações:


Este cartão é do CNPJ que consta no contrato de uso do site, o interessante é que não existe nenhum telefone com esse endereço.

Reparou nos bairros em que eles estão instalados ? Blooklin, Alphaville e Itaim Bibi! Só não podem ter um cal center para atender seus usuários, mas instalações luxuosas em bairros luxuosos eles podem comprar!

Quem souber de mais informações dessa empresa honestíssima que vive mudando de endereço e de telefone para que seus usuários/clientes não consigam falar com eles, por favor me avisem que eu posto aqui.

LAST

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26/10/2008 free counters

#dilma #lula Ministro tira passaporte diplomático para turismo






Pedro Novais requereu o documento para ir aos EUA com a mulher, mas diz que não viajou; prática se repete entre deputados

10 de janeiro de 2011 | 0h 00

Denise Madueño, Leandro Colon - O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA

Quatro dias antes de pedir ressarcimento à Câmara por despesas em um motel, o agora ministro do Turismo, Pedro Novais, solicitou um passaporte diplomático e um visto para sua mulher viajar para Miami, nos Estados Unidos. De acordo com registros da Segunda Secretaria da Câmara, no dia 24 de junho de 2010, quando era deputado, Novais enviou o ofício 106/2010 requerendo a emissão do passaporte especial para sua "companheira", Maria Helena Pereira de Melo.

Uma semana depois, outro ofício, o 110/2010, tratou da emissão de visto de "turismo", para Maria Helena ir a Miami (EUA) entre 30 de agosto e 30 de setembro do ano passado. Em outro ofício, de número 109/2010, Novais requereu passaporte e visto também para si mesmo. "Isso é uma vergonha. Esse documento deve ser usado para fins diplomáticos, para missão do Congresso Nacional", disse ontem o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante.

Os documentos estão registrados nos relatórios de "sistema de passaporte" da Segunda Secretaria, órgão da Câmara responsável por cuidar dos documentos dos parlamentares. O Estado mostrou no sábado que os deputados e seus parentes aproveitam os passaportes diplomáticos para viagens turísticas. Quem tem esse documento recebe privilégios em aeroportos, como fila e atendimento especiais - inclusive em alfândegas, prioridade em bagagens e, dependendo do país, fica até dispensado da necessidade de visto.

Pelo menos dois terços desses passaportes especiais solicitados ao Itamaraty, nos últimos dois anos, foram para mulheres, maridos e filhos dos parlamentares. E cerca de 87% dos vistos internacionais para esses documentos tiveram motivação turística.

O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), eleito senador em outubro, pediu o passaporte diplomático para sua mulher e mais três filhos no ano passado. Em seguida, ele solicitou, para todos, vistos de "turismo" para viajar a Nova York (EUA) entre 10 de novembro e 11 de dezembro, de acordo com o relatório da Segunda Secretaria da Câmara.

No dia 20 de dezembro, o petista João Paulo Cunha (SP) solicitou o documento e o visto de "turismo" para ele, a mulher e a filha também irem a Nova York este mês.

Por meio da assessoria, o ministro Pedro Novais alegou ao Estado que sua mulher tem o passaporte diplomático desde 1991, dentro da lei que permite ao cônjuge do parlamentar ter o documento especial. Novais disse que a permissão para entrar nos EUA também havia expirado para ele e sua mulher. Pediram então um novo visto.

Para isso, segundo a assessoria, tiveram que informar uma eventual viagem aos EUA. Daí, aparecer o destino Miami. Mas, segundo ele, o processo não foi concluído e os dois não viajaram. Procurados pela reportagem, Eunício Oliveira e João Paulo Cunha não responderam.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Deputado que será ministro do Turismo pagou motel com dinheiro da Câmara

O peemedebista Pedro Novais (MA), que integrará o governo Dilma, gastou R$ 2.156,00 no Motel Caribe, em São Luís; a nota fiscal foi anexada à prestação de contas de junho para justificar o uso de verbas destinadas à atividade parlamentar

Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O futuro ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff pediu à Câmara dos Deputados o ressarcimento por despesas em um motel de São Luís (MA). Indicado pelo comando do PMDB e aliado de José Sarney, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) apresentou uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória de junho.
Dida Sampaio/AE
Dida Sampaio/AE
"Foi descoberta a inclusão indevida de uma nota fiscal de hospedagem do Hotel Pousada Caribe" (em nota enviada depois ao Estado)
O motel fica a 20 quilômetros do centro de São Luís. A suíte mais cara, que leva o nome "Bahamas", tem garagem dupla e custa de R$ 98 (três horas) a R$ 392 (24 horas). Segundo a gerente do local, o deputado Pedro Novais alugou um quarto para fazer uma festa. Ao Estado, o parlamentar admitiu que o dinheiro da Câmara foi usado para pagar um motel. Ele considerou o episódio um "erro".
Parlamentar do chamado "baixo clero" da Câmara - ou seja, com pequena influência política na Casa -, Pedro Novais, 80 anos, foi convidado por Dilma Rousseff no dia 7 de dezembro para o ministério após ser indicado pela cúpula do PMDB.
Como deputado, ele recebe, além do salário, R$ 32 mil mensais a título de "verba indenizatória" para arcar com despesas do mandato. Um dinheiro limpo, livre de impostos.


Para justificar parte das despesas dessa verba em junho, Novais entregou à Câmara a nota fiscal de número 7.058 do Hotel Pousada Caribe Ltda., razão social do Motel Caribe.
O endereço do CNPJ registrado na Receita Federal e na nota fiscal apresentada pelo deputado é a Rua da União, 16, Turú, São Luís, onde funciona o motel. Os parlamentares são obrigados a prestar contas dos gastos com verbas indenizatórias.
Festa. Em entrevista gravada pelo Estado, a gerente do Motel Caribe, que se identificou como Sheila, disse que o deputado Pedro Novais reservou uma suíte para uma festa naquela período.

"Ele é um senhor. Já frequentou aqui, conhece o dono daqui e reservou para um jantar que estava dando para os amigos. Foi à noite", disse. "Eu lembro. Era festa com bastante gente, uma comemoração que eles estavam fazendo. Eram vários casais, várias pessoas. A gente cobra por casal. E tinha muita gente, a suíte era uma das mais caras. Tem piscina, banheira, sauna, tem tudo", afirmou a gerente.
A reportagem ainda esteve no local e fez imagens da fachada e de um quarto do Motel Caribe. Na portaria, havia o anúncio de uma promoção de 20% de desconto, feijoada e almoço de graça. "Traga alguém para almoçar aqui", diz uma placa.
No local, há quartos chamados "Bahamas", "Cozumel", "Aruba", "Cancún" e "Margarita", todos em homenagem a ilhas do Caribe.
Logo na entrada uma placa anuncia "Bem-vindo às islas mais deliciosas do Caribe". "Esse motel é antigo. Nunca funcionou como hotel. É motel", disse a gerente. Os preços de permanência variam de R$ 27 (suíte Aruba) a R$ 392 (Bahamas).
Patrimônio. Pedro Novais foi reeleito em outubro para seu sexto mandato na Casa. Na última eleição, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 6,3 milhões, dos quais R$ 3,3 milhões depositados em conta corrente em três bancos diferentes.


Sua escolha pelo PMDB foi uma surpresa porque Novais não circula pelo primeiro escalão do partido. O nome dele foi sugerido pelo deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e respaldado pelo grupo de José Sarney no Maranhão.
O escolhido de Dilma Rousseff para chefiar o Ministério do Turismo terá a missão de organizar uma pasta mergulhada em uma onda de denúncias de desvios de verba de emendas parlamentares destinada a shows e eventos culturais. O Estado publicou uma série de reportagens mostrando o repasse irregular de emendas para programas da pasta a entidades de fachada.
O ministério ainda terá papel importante na organização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Luxo. Além da despesa de R$ 2,1 mil em um motel, Pedro Novais gastou R$ 22 mil em diárias no Hotel Emiliano, um dos mais luxuosos de São Paulo, desde setembro do ano passado.
Ele apresentou R$ 5,1 mil em gastos nesse hotel só neste mês. Uma diária no Emiliano, segundo consulta feita ontem em seu site, custa, no mínimo, R$ 1 mil. Deputado pelo Maranhão, Pedro Novais vive no Rio de Janeiro.

Do ESTADÃO.COM.BR

Cida Diogo

Deu na coluna Radar Online, da Veja: “Pedro Novais não foi o único parlamentar a gastar verba indenizatória do Congresso com um motel. A deputada federal Cida Diogo (PT-RJ), que não se reelegeu, apresentou este ano dezenove notas fiscais do Palácio do Rey, motel na zona norte do Rio de Janeiro. Procurada, a assessoria de Cida Diogo informou que o quarto era usado pelo motorista da parlamentar enquanto ela visitava o Rio de Janeiro.”



A ficha suja do executivo do Turismo
O homem nomeado para ser o segundo do Ministério do Turismo liberou dinheiro para obra que favoreceu empresa da família e está com os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de desvio de dinheiro público
Andrei Meireles e Marcelo Rocha. Com Murilo Ramos
João Prudente
EM CAUSA PRÓPRIA?
Frederico Costa enviou verbas para a construção de rodovia que facilitou acesso a resort no interior de Goiás (acima) de propriedade de sua família

O Ministério do Turismo foi criado em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o aliado PTB em seu governo. Nasceu com um orçamento de R$ 377,7 milhões, acanhado para os padrões da Esplanada. A pasta cresceu em tamanho e prestígio durante os dois mandatos de Lula. Chegou a 2010 com uma verba de cerca de R$ 7 bilhões para administrar. Ficou rico e passou a ser cobiçado pelos partidos que compõem a base de sustentação de Lula e, agora, da presidenta Dilma Rousseff. Com a perspectiva de realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016, o ministério ganhou ainda mais destaque no mapa do poder. Parte significativa dos recursos para organizar as duas competições vai passar por ali. O novo protagonismo do Ministério do Turismo ficou manchado com a revelação de que verbas de convênios firmados pela pasta para patrocinar festas e eventos eram desviadas. O escândalo envolveu dezenas de parlamentares no momento em que o Congresso discutia o Orçamento da União para 2011. O senador Gim Argello (PTB-DF) renunciou à relatoria do Orçamento depois da descoberta de que destinou verbas para empresas de fachada.

Com esse histórico de problemas recentes, esperava-se que a presidenta Dilma Rousseff tomasse providências para moralizar a gestão do Ministério do Turismo. Não foi bem o que ocorreu. Antes mesmo de assumir o comando da pasta, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA), de 80 anos, protagonizou outro escândalo. Novais apresentou uma conta à Câmara em que pediu ressarcimento de despesas com uma suíte de motel em São Luís, no Maranhão, onde teria ocorrido uma festa com 15 casais. Apesar do constrangimento, Novais conseguiu ser confirmado como ministro por causa dos apoios do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), o líder do PMDB na Câmara.

Arnaldo Alves

Estimulado por essa demonstração de força, Henrique Alves patrocinou na semana passada mais uma nomeação no ministério: a de Frederico Silva da Costa para secretário executivo, o segundo cargo mais importante da pasta. Antes de ser promovido, Frederico da Costa era o responsável pelos investimentos do ministério em obras de infraestrutura. Tinha como principal atribuição a coordenação do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi lançado em março de 2008, durante a gestão da petista Marta Suplicy. Na primeira leva de empréstimos do Prodetur foram destinados R$ 13 milhões para a construção de uma rodovia em Goiás, a GO-507, que reduz em cerca de 30 quilômetros o percurso para os turistas das regiões Sul e Sudeste que visitam a região de Rio Quente, onde está localizado o Rio Quente Resorts, um dos principais polos turísticos do país, por causa de suas águas termais.

A nova rodovia facilitou o acesso para 70% do cerca de 1 milhão de turistas que anualmente visitam o resort, mas, ao mesmo tempo, suscita uma questão de possível conflito de interesses. Metade do capital da empresa Rio Quente Resorts – maior beneficiária da construção da estrada – pertence à família de Frederico da Costa. Além disso, o empreendimento é dirigido por seu irmão, Francisco Costa Neto. Em resposta por escrito enviada pela assessoria do Ministério do Turismo, Frederico da Costa não tratou da questão do conflito de interesses e justificou o financiamento da construção da estrada como um atendimento a um pedido do governo de Goiás em favor de uma das maiores áreas turísticas do país.

Dida Sampaio

Outro programa do Ministério do Turismo, o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), também beneficiou o resort da família do novo secretário executivo com um financiamento. A Caixa Econômica Federal, que administra o Fundo, se nega a revelar o valor dos repasses com o argumento de que seria uma quebra de sigilo bancário. Além disso, no ano passado, pela primeira vez em 18 anos, o tradicional Rally dos Sertões teve uma de suas etapas no Rio Quente Resorts. Foi também a primeira vez que o evento recebeu verbas do Ministério do Turismo: R$ 806 mil. Nesse caso, o ministério afirma que o patrocínio ao evento decorreu de um convênio com o governo de Goiás.

Na secretaria executiva, Frederico da Costa terá influência em todo o ministério, com poderes sobre os bilionários projetos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Será um salto em relação às funções públicas assumidas por ele a partir de 2003, ocasião em que trocou o emprego em uma das empresas da família, a Graham Bell Engenharia de Telecomunicações, por um cargo no então recém-criado Ministério do Turismo. Frederico entrou no governo Lula pelas mãos do então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, do PTB, e foi escalado como responsável pela gestão de recursos e investimentos em infraestrutura turística. Na época de sua entrada no governo, ele tinha valores modestos sob seu comando – R$ 52,8 milhões. Num crescimento espetacular, as verbas do ministério para obras de infraestrutura somaram no ano passado cerca de R$ 2,7 bilhões (leia o quadro).

No governo federal, Frederico da Costa mostrou aptidão para administrar um orçamento com volume de recursos crescentes e desenvoltura para conquistar aliados políticos. Ele sobreviveu à saída do PTB do ministério e foi promovido nos quatro anos em que o PT administrou a pasta. Em todo esse período, Frederico cuidou da distribuição de verbas para a construção de rodovias e outras obras de infraestrutura em todo o país. Com esse cacife, Frederico da Costa caiu nas graças de vários políticos. Um deles foi o deputado Henrique Eduardo Alves, que se tornou seu principal padrinho.

Se tem a seu favor a gratidão e o apoio de políticos como Henrique Eduardo Alves, o novo secretário executivo tem contra ele alguns problemas na Justiça. Desde fevereiro de 2010, Frederico da Costa, seu pai, Francisco Hyczy da Costa, e seu irmão, Francisco Costa Neto, estão com os bens bloqueados pela Justiça Federal no Tocantins. Eles são acusados de praticar fraudes para desviar recursos públicos. De acordo com o Ministério Público Federal, no final da década de 90 a família de Frederico abriu a empresa Forasa Indústria Alimentícia S.A. e solicitou um financiamento à Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O empréstimo de R$ 4,7 milhões seria aplicado na construção de uma fábrica de processamento de tomate no município de Formoso do Araguaia, no Tocantins. Durante o ano de 2000, a Forasa recebeu o total do empréstimo em quatro parcelas e, de acordo com o contrato, deveria investir igual valor no empreendimento. A Polícia Federal apurou que nenhum centavo foi aplicado na construção da fábrica e que o valor total do empréstimo foi desviado. Segundo a denúncia do MPF, diretores da Forasa teriam falsificado notas fiscais, contratos de prestação de serviço, cheques e recibos. As atas de assembleia-geral simulavam o aumento do capital social da Forasa, com um depósito de mais de R$ 1,5 milhão na conta da empresa. Os extratos foram incluídos nas prestações de contas à Sudam. Mas os valores eram sacados e desviados para o pagamento de serviços não executados pelas empresas Aliança Projetos e Construções Ltda., Gebepar S.A. e Campina Verde Ltda. Os investigadores não conseguiram localizar nem o endereço da Aliança, apontada na denúncia como uma empresa-fantasma.

Dida Sampaio
O CHEFE E O PADRINHO
Pedro Novais (foto anterior.) será o superior hierárquico de Frederico da Costa no Ministério do Turismo. Henrique Eduardo Alves (acima) patrocinou a nomeação de ambos

Frederico era diretor presidente da Forasa e presidente de seu conselho de administração quando a empresa obteve o financiamento da Sudam. De acordo com sua versão, ele deixou os dois cargos em outubro de 2000, quando apenas uma das quatro parcelas havia sido liberada. Mas se manteve como acionista até dezembro de 2002, quando se desligou dos negócios da família para ingressar no governo Lula. Em seu currículo no site do Ministério do Turismo, Frederico omite sua participação na Forasa. Ele registra apenas que no mesmo período foi diretor financeiro da Graham Bell, outra empresa da família. A Gebepar e a Campina Verde, que emitiram notas frias, também são empresas da família. A Gebepar é dona de 50% do Rio Quente Resorts – o balneário beneficiado pela rodovia pavimentada com recursos do Ministério do Turismo.

Na nota enviada a ÉPOCA, a assessoria do ministério afirma que “no período em que o secretário participou da direção da empresa foi liberada uma parcela do financiamento, no valor de R$ 850 mil, cuja aplicação foi fiscalizada e aprovada pelo órgão competente”. Os dois técnicos da Sudam encarregados da fiscalização, porém, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal como envolvidos na fraude. Segundo a acusação, eles apresentaram relatórios que informavam que o projeto tinha andamento normal e atestaram a realização de várias obras de construção civil. Ao vistoriar o local do empreendimento, a Polícia Federal comprovou a fraude. Os agentes constataram que nada foi construído no imóvel onde deveria ter sido erguido o parque industrial da empresa. Nos 5 hectares do terreno, foi encontrada apenas uma plantação de melancias.

   Reprodução

Quando entrou para o governo, em 2003, Frederico da Costa não estava com os bens bloqueados. Ainda não havia motivos para impedir sua nomeação. Agora é diferente. Ao chegar ao segundo posto mais importante do Ministério do Turismo – na prática, o principal responsável por sua máquina –, Costa ostenta graves pendências na Justiça. Desta vez, o governo teria sólidas razões para avaliar, com mais cuidado, a promoção de um homem com suspeitas de envolvimento em dinheiro público para um posto tão importante da Esplanada dos Ministérios.





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26/10/2008 free counters

«Cavaco não deve beber cachaça em campanha como Lula»

Histórias da campanha:

A jornalista vai acompanhar a campanha dos candidatos presidenciais.

Por: Sara Marques | 9- 1- 2011 20: 5

www.tvi24.iol.pt

De máquina fotográfica na mão, Edivaldo Jonath podia ser confundido com um dos muitos repórteres que nas ruas estreitas de Sintra seguiam os cerca de 500 metros que Cavaco Silva percorreu entre o carro e a pastelaria famosa pelos doces conventuais. Ao lado, Mónica Lage, a mulher, e os dois filhos. Esta família brasileira, do estado de Minas Gerais foi surpreendida pela campanha eleitoral quando ia comprar os inevitáveis travesseiros.

Antes de entrar na pastelaria, Cavaco foi parando, cumprimentando as pessoas e o casal presidencial até fez pose para a foto que duas crianças fizeram questão de tirar com eles.

A rua estreita estava cheia de apoiantes e jornalistas e, como o candidato e Presidente da República, a primeira-dama e alguns dos que os acompanhavam, estavam dentro da pastelaria, esta família brasileira não teve outro remédio senão esperar cá fora.

Foi no meio da confusão que nos contaram que «até» ficaram «agradados» por apanhar a animação da campanha. Explicam que reconheceram Cavaco Silva, «o actual Presidente», dos outdoors que viram [embora o candidato tenha optado por não usar esta forma de publicidade]», e comparam esta forma de fazer campanha eleitoral com a que se faz no Brasil e realçam uma diferença: «Aqui é mais organizado». Mas vão imaginando outra diferença: «Ele não deve beber cachaça em campanha como Lula».

Em Portugal há 20 dias, a família vai deixar Portugal no dia 27 de Janeiro, ainda a tempo de saber quem será o próximo Presidente da República português, caso a eleição se resolva na primeira volta.


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26/10/2008 free counters

Famílias que passam fome aguardam #Dilma

Seis filhos em casa, um sétimo por vir e um oitavo que já se foi. À noite, os cinco mais velhos se deitam numa fina espuma que serve de colchão no casebre de 30m². Só o caçula, de 9 meses, dorme na cama com os pais. O esgoto a céu aberto e os ratos — cuja urina matou de leptospirose o mais novo, com 15 dias de vida — são companhia constante mesmo dentro de casa. Esta é a vida de Patrícia Lucas da Silva, de 32 anos, que (sobre)vive com R$ 150 por mês — e mais nada. Nesta segunda década do século 21, Patrícia é obrigada a fazer o mês durar com R$ 18,75 per capita (por pessoa).

Edna não tem sobrenome. Os pais morreram antes de a filha ter sido registrada. Aos 29 anos, ela também mora com seis filhos, além do marido e de uma enteada. As crianças, quase sempre sujas de lama, divertem-se com arremedos de bonecas e bicicletas saídas do lixo. No barraco de chão batido, a renda per capita é de R$ 79,33. Ali, ao contrário de Baleia, a cadela-morta-de-fome imortalizada por Rachel de Queiroz no romance “O Quinze”, a cachorra Malhada come mais carne do que os próprios donos. O livro narra a seca de 1915. Edna vive em 2011.

Patrícia e Edna são filhas da mesma agonia. Analfabetas, não conseguem soletrar a palavra miséria, mas sabem o que é viver nela. As histórias delas poderiam ter lugar no semiárido nordestino, mas se passam 8no Rio, o segundo estado mais rico do país. Patrícia é uma heroína na quase desconhecida Bat Caverna, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, a dez minutos do Centro. Edna vive numa localidade ironicamente batizada de Belo Horizonte, em Japeri, na Baixada Fluminense, no Grande Rio. (isso debaixo do nariz de muito intelectualerda que amaaa o Rio, de politicos caprinos que se rasgam pela grana da copa e choram lagrimas de cristal japones , que aprederam com o maior canastrão presidente molusco bundão , pelo pré sal, imaginem nos confins do Brasil o que contece e nenhum reporter vai até lá pra contar, o povo esta abandonado a propria sorte, ou a falta dela! são como ratos e baratas , não tem valor não existem> Não conhecem seus direitos e se conhecem não teriam forças ou condições de lutar. A FOME E A SEDE NÃO ESPERAM , MATAM , DIZIMAM. Mas esses fatos aparecem na Tv ? PQ jornal como disse o filho do molusco é uma minoria que lê !E a familia dele agradece de joelhos todos os dias , pois talvez eles já tivessem sido linchados , pela populaçao que acreditou em tanta mentira e soubesse a safadeza gigante dessa familia )

— Vida sofrida é passar fome, passar frio, dormir num lugar que chove, meus filhos pisarem na lama — diz, num fôlego só, Edna.

Patrícia concorda. E acrescenta:

— Não dá para viver com R$ 150.

Patrícia e Edna estão entre os quase 13,5 milhões de miseráveis que, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), recebem menos de um quarto do salário mínimo por mês no Brasil. Ou seja, possuíam renda per capita de até R$ 127,50 em dezembro (hoje, o valor é R$ 135), sem dinheiro até para comer. Ao todo, 7,28% dos brasileiros estão incluídos (ou excluídos, conforme o ponto de vista) nesse patamar. No estado, 547 mil (3,72%) ainda habitam esse mundo.

Edna e Patrícia não são as únicas. Na Bat Caverna, o biscateiro Enilson Rosa de Jesus, de 64, põe água no feijão para fazer render os R$ 150 que ganha e divide para alimentar seis sobrinhos (R$ 25 per capita). Em Japeri, Simone Maria, de 35, chora por não ter como dar de comer aos seis filhos. A comida é pouca. O gás do fogão, escasso. Quando acaba, sem dinheiro, ela cozinha sobre tijolos e uma grelha.

— Aqui não passa ninguém. Só Deus — diz o biscateiro, referindo-se à ausência do poder público.

Para eles, a esperança vem da promessa de erradicação da miséria feita pela presidente da República. Quem sabe agora, com “a Dilma” e o recém-anunciado “PAC da pobreza”, alguém do poder público passe por ali.




LAST

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26/10/2008 free counters