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sábado, 16 de agosto de 2008

The Tudors

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Triângulo real

Na sua primeira temporada, a série The Tudors acompanha as tramas da corte inglesa na década de 1520 – com ênfase na vida amorosa do rei

Henrique VIII (1491-1547)

Segundo monarca da dinastia Tudor, reinou de 1509 até a morte. Seus retratos mostram uma obesidade imponente – mas, na série, é interpretado por Jonathan Rhys Meyers, que não perde a oportunidade de exibir a barriga de tanquinho

Catarina de Aragão (1485-1536)

Filha dos reis espanhóis Isabel I e Fernando II, Catarina teve seis filhos com Henrique VIII, mas só Maria sobreviveu à primeira infância. Frustrado com a falta de um herdeiro, Henrique VIII quis se divorciar de Catarina. O papa Clemente VII não lhe concedeu o divórcio

Ana Bolena (1507-1536)

Maria Bolena passou pela cama do rei – mas Henrique VIII se encantou com sua irmã, Ana. Para se casar com ela, rompeu com o papa e fundou a Igreja Anglicana. Ana – que seria decapitada – foi mãe da futura rainha Elizabeth I

1º temporada
1×01 - Episode 1
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1×02 - Episode 2
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1×03 - Episode 3
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1×04 - Episode 4
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1×05 - Episode 5
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1×06 - Episode 6
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1×07 - Episode 7
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1×08 - Episode 8
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1×09 - Episode 9
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1×10 - Episode 10 (Season Finale)
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2º temporada
2×01 - Episode 1
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2×02 - Episode 2
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2×03 - Episode 3
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2×04 - Episode 4
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2×05 - Episode 5
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2×06 - Episode 6
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2×07 - Episode 7
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2×08 - Episode 8
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2×09 - Episode 09
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2×10 - Episode 10 (Season Finale)
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26/10/2008 free counters

Saudades :: Florbela Espanca (Narração: Miguel Falabella).

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26/10/2008 free counters

Texto: Saudade - Miguel Falabella

Em alguma outra vida,
devemos ter feito algo de muito grave,
Para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé , doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
Dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe,
Saudade de uma cachoeira da infância,
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais,
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu,
Saudade de uma cidade,
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem estas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar no quarto e ela na sala, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela pra faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada,
Se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na internet,
A encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,
Se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua detestando McDonalds,
Se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
É não saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que eu estive sentido enquanto escrevia
E o que você provavelmente estará sentindo depois que acabar de ler.









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26/10/2008 free counters

Filha de Mônica Torres e José Wilker faz sucesso na TV



Redação Aqui
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Roberta Talibeti/TV Globo

Mônica Torres se despediu de Ciranda de pedra quando Julieta morreu. Mas a filha dela com o ator José Wilker, Isabel Wilker (foto), acaba de entrar na novela como Márcia, uma das modelos da maison de Laura (Ana Paula Arósio). O papel marca a estréia de Isabel na televisão. “Apesar de ser filha de atores, esta é uma experiência nova para mim. Fiquei muito nervosa na primeira cena”, lembra Isabel.

A idéia de chamar a filha de Mônica para entrar na trama partiu da diretora Maria di Médici. “Ela quis fazer um agrado à minha mãe e me convidou. Vou desfilar com o vestido que Laura batizou de Julieta, em homenagem à amiga que morreu”, conta a atriz, que na vida real está aos poucos deixando de lado a carreira de modelo.

De férias em Berlim, Mônica ainda não viu o desempenho da filha na novela. Isabel diz que, antes de viajar, sua mãe se sentou com ela e as duas bateram um longo papo: “Ela me tranqüilizou. Aproveitou para me explicar sobre as cenas, o posicionamento das câmeras e disse para eu observar a atuação dos atores mais experientes.” Isabel afirma que se sentiu mais segura quando contracenou com o padrasto, Marcello Antony, o Daniel. “Estar ao lado de alguém em quem confio e com quem tenho intimidade me deixou mais relaxada”, conta.

RAIO X

Fome Na trama, Márcia é uma modelo gulosa. “Ela passa a maior parte do tempo provando roupas na mansão dos Prado, e Elzinha (Leandra Leal) a vigia o dia inteiro para que ela não coma”, conta.

Esbarrão Apesar de estar no elenco de Três irmãs, a próxima novela das sete, José Wilker ainda não esbarrou com a filha nos corredores do Projac. “Meu pai trabalha tanto que a gente se encontra pouco. Mas, se eu precisar dele, está sempre a postos”, avisa.

Nada de dieta Isabel, que tem 1,72m e 53kg, diz que não faz dieta para manter o corpo esbelto: “Sou gulosa como Márcia. Adoro batata frita, lentilha e pão. Acho que a genética me ajudou mesmo”.

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26/10/2008 free counters

Conferência apresenta novas tecnologias sensoriais para games



Reporter da BBC testa as mais novas tecnologias em Los Angeles.


- As mais novas tecnologias que permitem ampliar a experiência sensorial da realidade virtual foram exibidas na conferência Siggraph, em Los Angeles.

No futuro, estas tecnologias poderão ser usadas em jogos de computador para que o jogador sinta no corpo o que acontece no jogo.

Simulações como ter o corpo cortado por uma espada ou ter várias baratas caminhando no braço foram algumas das novidades apresentadas na conferência de novas tecnologias.

Hoje em dia, nos jogos de luta, por exemplo, o jogador não sente o outro atacar. O uso da tecnologia pode tornar a experiência mais realista.


Gaming's new 'sensory reality'

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Computer graphics already provide stunning visuals and now designers are trying to make the feeling of playing games as realistic as possible.

This includes simulating what it feels like to be sliced with a sword or to have cockroaches crawling on your arm.

Designers Hirouki Kajimoto and Kanako Matsuo spoke to the BBC's Rajesh Mirchandani about this latest innovation.

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26/10/2008 free counters

Eclipse da Lua poderá ser visto no planetário de SP


NATÁLIA SOARES - Agencia Estado


SÃO PAULO - O eclipse parcial da Lua, que acontece no final da tarde de hoje, poderá ser observado em sessão especial no Planetário de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, a partir das 18h40. A previsão de tempo aberto neste sábado deve favorecer a visualização do fenômeno, que será acompanhado através de telescópios.



Quem quiser saber mais informações sobre o tema pode participar de palestras que serão realizadas pelo diretor do planetário, André Luiz Silva. A primeira palestra acontece das 17h até às 17h30 e a segunda das 18h às 18h30. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados na bilheteria com 30 minutos de antecedência.



O eclipse será visível principalmente na maior parte da África, da Europa Oriental, da Ásia Central, da Índia e do Oriente Médio. Aqui no Brasil, a Lua já nascerá com a sombra da Terra cobrindo a parte de sua face visível. A entrada da Lua na sombra da Terra terá início às 16h35 (horário de Brasília).



Observação do eclipse no Planetário do Ibirapuera



Local: Planetário Aristóteles Orsini (Ibirapuera)



Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10 (entrada para pedestres) ou portão 3 (entrada para estacionamento)

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26/10/2008 free counters

Veja vídeos da trajetória de Caymmi


Cantor e compositor baiano morreu aos 94 anos no Rio.
Ele teve insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.
Do G1, em São

Morre Dorival Caymmi

O compositor tinha 94 anos e morreu em casa de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos. Dorival deixa uma centena de composições para a música brasileira.


Neta lamenta a perda

Stela Caymmi fala da importância do cantor e compositor na vida em família e na história da música.


Gal Costa faz sua homenagem

Ela diz que sentirá uma saudade imensa do músico e que está profundamente triste. Ela lembra que o compositor soube cantar a Bahia como ninguém.


Carlos Lyra fala do compositor

O cantor e compositor afirma que Caymmi foi a maior inspiração para os músicos brasileiros. Lyra considera-o imortal e lembra a ousadia que ele representou na canção do país.


Tom Zé lembra Caymmi

O cantor e compositor relembra, por telefone, momentos do amigo.


Maria Bethânia fala do cantor

Cantora baiana afirma que a morte do artista é uma perda para o mundo. Ela diz que o músico semeou a beleza de suas canções pelo planeta. O falecimento representa uma grande tristeza para Salvador.


Caymmi aos 90 anos

Regina Casé fez uma entrevista especial com o mestre da MPB, e relembrou seus outros encontros com Caymmi.

Vídeo exibido no Fantástico em 21/03/2004


Caymmi canta o mar

Imagens mostram o jovem Dorival Caymmi cantando em um filme da década de 40. Ele afirma que gostaria de ser lembrado como o autor da canção "O Mar" e dá uma amostra de seu talento.

Vídeo exibido no Fantástico em 21/05/1978


Caymmi no carnaval

Em 1986, a Mangueira entrou na avenida cantando as belezas da obra do músico Dorival Caymmi. O homenageado desfilou em um carro, acompanhado das duas netas.

Vídeo exibido no carnaval em 01/02/1986


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26/10/2008 free counters

Dorival Caymmi morre em casa, aos 94 anos, de falência renal


Cristiane de Cássia - O Globo Agência Brasil O Globo Online

Morre o baiano sorridente Dorival Caymmi / Divulgação

RIO - O cantor e compositor baiano Dorival Caymmi, de 94 anos, faleceu neste sábado, às 5h58m, de insuficiência renal, no apartamento da família, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Ele sofria de câncer renal desde 1999, quando passou por uma cirurgia e retirou um dos rins. Desde então, vivia recluso. Segundo sua neta, Estela, filha de Nana Caymmi, desde que Dorival deixou o hospital no ano passado, ele pediu para não ser mais internado e era tratado em casa com um enfermeiro. Sua mulher, Stella Maris, 86 anos, teve um ataque cardíaco há quatro meses e encontra-se internada em coma.

O velório será na Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, e o enterro está previsto para este domingo no Cemitério de São João Batista. Não foi marcada a hora porque a família vai esperar a chegada do filho Dori Caymmi, que mora em Los Angeles. O governador da Bahia, Jaques Wagner, decretou luto de três dias no estado.

" Não dá para separar vida e obra. Caymmi era a obra dele. Ele soube viver dessa forma, buscando as coisas boas da vida, sinceras e verdadeiras "

Em 60 anos de carreira, Caymmi compôs sobre os hábitos, costumes e tradições do povo baiano. Em suas canções demonstrava sua adoração pelo mar e pela natureza. Ele gravou mais de 20 discos. Entre suas canções mais marcantes, estão "A Lenda do Abaeté", "Promessa de Pescador", "É Doce Morrer no Mar", "Marina", "Não Tem Solução", "Maracangalha", "Saudade de Itapoã", "Samba da Minha Terra", "Dora", "Rosa Morena" e "Eu Não Tenho Onde Morar".

Clique aqui e leia a biografia do cantor.

- Perder meu avô, esse pai, esse bisavô, não dá para descrever. Temos que ficar muito gratos a Deus porque tivemos a oportunidade de conviver com um homem como ele. Foi uma benção, uma graça - declarou Estela Caymmi, que é autora da biografia do avô "O Mar e o Tempo", lançada em 2001.

- Não dá para separar vida e obra. Caymmi era a obra dele. Ele soube viver dessa forma, buscando as coisas boas da vida, sinceras e verdadeiras - acrescentou.

Caymmi chegou a mudar de apartamento, indo para o Lido, para ter uma visão do mar de sua janela, o que era sua grande paixão. Mas a partir de segunda-feira, seu estado de saúde começou a piorar. O músico também tinha problemas cardíacos e sofria de osteoporose e diabetes.

O velório do corpo de Dorival Caymmi será na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio. O sepultamento deve acontecer amanhã à tarde, no cemitério São João Batista, em Botafogo. A família espera que Dori Caymmi, um dos três filhos do compositor, que mora nos Estados Unidos, chegue ao Brasil.

" Ele morreu tranquilamente, baianamente, como ele dizia "

O outro filho do cantor, Danilo Caymmi, deu à Rádio Nacional do Rio de Janeiro a primeira entrevista sobre a morte do pai, no programa da radialista Dayse Lucidi. Segundo ele, a família "tem uma gratidão muito grande à Rádio Nacional, porque foi num show de calouros da emissora que Dorival Caymmi conheceu a mulher e companheira de toda a vida".

- A família atravessa um momento muito difícil, mas não poderia deixar de falar à Rádio Nacional, em primeira mão, sobre o falecimento de meu pai. Ele morreu tranquilamente, baianamente, como ele dizia - disse Danilo.

" Eu fui educado escutando Caymmi. Perdemos o maior professor de nossas vidas. Toda canção que ele fez foi sucesso "

O cantor Tom Zé, também baiano, foi um dos primeiros músicos a lamentar a perda de Dorival Caymmi, ícone da música popular brasileira, em entrevista à rede de TV Globonews.

- Eu fui educado escutando Caymmi. Perdemos o maior professor de nossas vidas. Toda canção que ele fez foi sucesso. Dizem que a música da Bahia é uma grande agência de publicidade. Mas quem fundou essa empresa foi Caymmi, com a visão de Bahia dele - afirmou.

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26/10/2008 free counters

Saúde de Caymmi piorou depois da internação da mulher Stela Maris

Saúde de Caymmi piorou depois da internação da mulher Stela Maris

O Globo

RIO - A família do cantor e compositor Dorival Caymmi, que faleceu na manhã de hoje, contou que a saúde dele piorou depois da internação da mulher Adelaide, conhecida como Stela Maris.

Ela está internada há quatro meses e encontra-se em coma. Caymmi sofria de câncer renal e morreu de falência nos rins. A família confirmou que o velório será na Câmera dos Vereadores, mas não há horário definido ainda.

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26/10/2008 free counters

Como se faz uma novela




10/10/2003 - 21:45 | Edição nº 282

Como se faz uma novela

"Celebridade", a nova novela das 8, representa o apogeu do refinado quebra-cabeça de equipamentos e profissionais que tornam realidade a telenovela brasileira



TRIO DE OURO
O diretor Dennis Carvalho, o autor Gilberto Braga e a atriz Malu Mader

As novelas brasileiras deixaram de ser, há muito, um fenômeno estritamente nacional. Exportadas há décadas, elas ganharam o mundo - e muitos executivos de comunicação, de diversos grupos estrangeiros, vêm ao Brasil para conhecer a TV Globo e saber mais sobre a produção de seus folhetins eletrônicos. Nessas visitas, há sempre dois momentos de espanto. O primeiro é quando se descobre a capacidade de produzir, com qualidade, enredos em escala industrial. O segundo - em que a curiosidade costuma ser maior - é quando se constata que uma trama cuja audiência vai aos píncaros chega ao fim após alguns meses. Nos Estados Unidos, na China e mesmo no México, novelas costumam durar anos, desde que estejam agradando ao público e mantendo anunciantes. Os gringos têm razão em se espantar. Mas o que os estrangeiros encaram como aberração é, na verdade, o grande segredo da sobrevivência da telenovela nacional. Seu fôlego e brilhantismo residem justamente na idéia de terminar no auge. É a garantia de que a próxima trama que irá ao ar será esperada com ansiedade e, portanto, com potencial para o sucesso.

O chamado horário nobre da TV é uma instituição nacional. A começar pelo próprio título: há tempos uma novela das 8 não começa antes das 9 da noite. Isso ocorre muito por causa dos temas, cada vez mais adultos. Nunca, porém, passou a ser chamada ''novela das 9''. Da mesma forma que gilete, modess ou cotonete, marcas que viraram substantivos, a novela das 8 tem um poder de influência ainda maior sobre a população. É o momento que reúne a família: todos já chegaram do trabalho, o jantar já terminou, crianças e adolescentes ainda não foram dormir. É a novela a que o público masculino mais assiste. Nos cerca de 50 minutos de programação, concentra-se o padrão de qualidade na TV.

Celebridade, de Gilberto Braga, que entra no ar nesta segunda-feira 13, por volta das 21 horas, representa mais um capítulo da saga. Mais uma vez, o tema se revela polêmico e atual: a busca pela fama. Se um dia se falou que a televisão é um veículo que entra na casa do telespectador, então a palavra de ordem da novela hoje é invadir a vida real.

IDENTIDADE NACIONAL

BASTIDORES
Ao redor da cena que o telespectador vê em casa existe um aparato de equipamentos e profissionais que garantem o padrão de qualidade que a telenovela brasileira atingiu hoje

Nos primórdios, a telenovela era transmitida ao vivo, custou a ter capítulos diários e não pressupunha grande planejamento. Hoje, porém, atingiu-se o auge em termos de qualidade. Com um gasto médio de R$ 100 mil por capítulo, a produção de uma novela reúne profissionais de primeiro time, tecnologia de ponta e uma estratégia de divulgação e difusão como poucos outros produtos no mercado.

Quem está sentado no sofá assistindo a um capítulo de novela certamente faz uma vaga idéia de como ele foi produzido. Mas mesmo com algum esforço é difícil ter a noção exata do quebra-cabeça de profissionais, equipamentos e estratégias que leva uma novela ao ar. ''Cada capítulo é um milagre'', jura Alexandre Ishikawa, um dos diretores de produção da TV Globo.

A primeira lição é a de que tudo começa muito, muito antes do ''gravando!''. A decisão de que determinada novela será exibida num certo horário é tomada um ano antes de sua exibição. Os autores da Globo escrevem sinopses que são analisadas pela cúpula da emissora. Quando uma sinopse é aprovada, discute-se qual será o núcleo responsável pela novela a ser produzida. No caso de Celebridade, o núcleo de Dennis Carvalho foi o escolhido, principalmente pela parceria já antiga com o autor Gilberto Braga. Daí para a frente - e estamos falando de pelo menos seis meses antes de a novela ir ao ar -, diretores de todas as áreas estabelecem um calendário de reuniões para levar o processo adiante. Normalmente autor e diretor escolhem o elenco juntos. Levam em conta perfil de personagens, alternância de astros e estrelas e, é claro, preferências pessoais. Não é segredo que Malu Mader, por exemplo, é a queridinha de Gilberto Braga e que Manoel Carlos reservou algumas de suas protagonistas mais recentes para Regina Duarte.

Uma vez definida a equipe, dos diretores aos contra-regras, montados os estúdios e cidades cenográficas e feito o planejamento para a produção, é hora de ir para o set. Assim, quando a novela for ao ar, haverá pelo menos dez capítulos já gravados. Isso, porém, varia de autor para autor e, ao longo da novela, a margem também costuma mudar. Estima-se que hoje, por dia, sejam gravadas 25 cenas de estúdio e dez externas.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, nada é gravado em ordem cronológica. Nem os capítulos, nem as cenas de cada capítulo. Para que haja produtividade, grava-se o máximo de cenas num mesmo estúdio ou locação, com o mesmo grupo de atores. Na produção de uma novela, o dia-a-dia já é feito de um montar e desmontar de estúdios sem igual. Se fosse tudo produzido na ordem em que vai ao ar, provavelmente custaria o triplo do tempo para gravá-la.

NOVELA EM NÚMEROS*
Equipe de Produção
200 pessoas
Atores
60
Gastos
R$ 100 mil por capítulo
Capítulos
50 páginas cada um
A Central Globo de Produção
(PROJAC)
1,65 milhão de metros quadrados em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro
3.500 funcionários
4.500 horas de gravação por ano, em cidades cenográficas e estúdios
70% das cenas são gravadas em estúdio
*Média das produções da Globo

Vestidos e maquiados, os atores aguardam o início da gravação de uma cena. Num primeiro momento, conversam com o diretor, que passa o texto, faz as marcações dos movimentos, sugere entonações, corrige erros. Depois o diretor vai para a sala de corte, ou de edição, onde vê, em vários monitores, tudo o que cada uma das câmeras registra. Durante os ensaios das cenas, os atores ouvem pelas caixas de som a voz do diretor dando orientações. A voz em off dá a sensação de ser a ''voz de Deus'' falando com a equipe. E, naquele momento, é mais ou menos como se fosse mesmo. ''Quanto maior concentração de todos, grava-se mais rápido'', ensina Dennis Carvalho. Todos obedecem.

Concluída uma cena, os atores costumam trocar de roupa para uma nova cena, no mesmo estúdio, que muitas vezes pertence a outro capítulo. As mudanças no figurino e no cenário não duram mais do que 15, 20 minutos. E então começa tudo de novo. As gravações normalmente se iniciam após o almoço e vão até a noite. Antes de os atores entrarem em campo, a equipe técnica já trabalha para que tudo esteja perfeito para a gravação, o que significa, muitas vezes, botar um estúdio inteiro de pé. Para isso, a Central Globo de Produção, o Projac, que fica em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, representou um divisor de águas na produtividade dos programas de TV. Inaugurado em 1995, é hoje o espaço adequado para a escala industrial que a produção de uma novela requer.

Cenas gravadas, é hora da pós-produção: selecionar as tomadas, corrigir possíveis erros de áudio, adicionar algum efeito especial.

A edição de um capítulo que tem 50 minutos pode levar até 30 horas. Hoje em dia, o processo é todo digital. A primeira fase, chamada ''off-line'', é a seleção das cenas que serão exibidas, feitas por várias câmeras. A fechada no personagem que está falando ou aberta no grupo? O close ou um plano americano? Depois de selecionadas, as cenas vão para a edição ''on-line'': ali pode-se corrigir possíveis erros de iluminação ou colorização. Na ilha de sonorização, chega a vez dos retoques no áudio. Cada cena é gravada por apenas um microfone, que tem uma freqüência capaz de captar suspiros ou barulhos de talheres. Caso ruídos atrapalhem uma fala, essa etapa de sonorização é capaz de eliminá-lo. Nesse momento é adicionada a trilha sonora - elemento fundamental numa novela, que complementa a emoção da cena e da performance dos atores. A cena está pronta para ir ao ar e será encaixada no restante das seqüências do capítulo.

EM CENA
No estúdio, Deborah Evelyn, Palmeira e Otávio Müller
INTERVALO
Momento de descontração nas gravações de Celebridade

#Q:O povo e a TV:#

TUDO PELA FAMA
Deborah Secco (Darlene) integra o núcleo cômico

Uma novela pode sair da mente do escritor e é colocada em prática pelo diretor e sua equipe artística e técnica. Mesmo assim, eles não fazem isso sozinhos. Desde que as novelas passaram a ser o carro-chefe da programação - responsáveis por cerca de 70% do faturamento da TV Globo -, a busca pela maior audiência possível passou a significar que havia a necessidade de saber o que o telespectador pensa do que está vendo. ''Hoje já se testa desde a sinopse, antes mesmo de a novela ir ao ar'', diz Maria Teresa Monteiro, diretora da Retrato Consultoria, que desde 1987 realiza grupos de discussão sobre os programas da TV Globo, em especial as novelas. Depois de quatro semanas no ar, há o primeiro teste sobre a aceitação e a compreensão da trama. ''Se o público não captou a história ou há problemas com algum personagem ou situação, normalmente o autor mexe na história'', comenta Maria Teresa. Alguns personagens morrem. Outros sofrem para ganhar a compaixão do público. Há casais que se desfazem. ''Apesar do trabalho que dá, a idéia da obra aberta é positiva e prazerosa'', afirma o novelista Manoel Carlos.

A interação entre o espectador e a novela deve ser total. Historicamente, um bom exemplo diz respeito a nomes. É comum um boom de crianças recém-nascidas ganhar o nome de protagonistas de novelas. A Yasmin de Daniela Perez em Explode Coração - período em que a atriz foi assassinada - ou a Jade do recente O Clone ilustram esse fenômeno. Sobre a moda, nem há o que dizer: o que a mocinha usar, roupa ou acessório, ganha imediatamente as ruas.

MÍDIA ALERTA
Celebridades dentro e fora da novela

Houve um tempo em que o público nem sequer diferenciava o ator do personagem. Rubem de Falco, o malvado Leôncio de Escrava Isaura, foi agredido na rua várias vezes nos anos 70, mesmo depois que a novela já havia saído do ar. Hoje isso já não acontece tanto. Teria o telespectador amadurecido? A antropóloga Mirian Goldenberg acha que o motivo é outro: ''A explosão da mídia de celebridades fez com que a vida real dos artistas também passasse a ser uma novela para o público acompanhar'', diz. O casa-e-descasa dos artistas, seus dramas ou ganhos pessoais estão nas páginas das revistas e nos programas sobre bastidores da TV. ''Então se sabe que a personagem de Carolina Dieckmann sofre para decidir se perde ou não a virgindade e a própria atriz, em sua vida real, vive o drama de sua separação. Isso facilita a diferenciação, porque sabe-se que o artista tem uma vida fora da tela'', explica Mirian.

LUZ, CÂMERA, AÇÃO
Tudo perfeito para a hora da gravação para valer

Atualmente, ao que parece, o povo está entrando na novela. Isso porque o fenômeno mais recente do gênero é levar a vida real para dentro da trama. A precursora foi a novelista Glória Perez, que introduziu em suas histórias temas como mães de aluguel, crianças desaparecidas e dependência de drogas. Em Mulheres Apaixonada, Manoel Carlos abarrotou a trama de temas polêmicos, do alcoolismo a mulheres que apanham, da homossexualidade feminina às balas perdidas no Rio de Janeiro. ''Misturar ficção e vida real pode ser positivo se for um instrumento de transformação concreta da realidade. Se for apenas uma forma de levantar polêmica para aumentar a audiência, não vale nada'', diz a doutora em teledramaturgia da Universidade de São Paulo (USP) Maria de Lourdes Motter.

Celebridade já estréia com ares de que essa mistura de ficção e realidade veio para ficar. O tema central já se confunde com um fenômeno - o da indústria da fama - que é criado pelo próprio veículo que leva a trama ao ar: a televisão. A nova novela das 8 parece falar dela mesma e de seus efeitos, como uma cobra que morde o próprio rabo. Mas, claro, não é motivo para comover o telespectador. O que o fará não desgrudar da frente da telinha será o romance dos protagonistas, as maldades dos vilões, as trapalhadas dos personagens cômicos. Isso é o que fez e faz da novela um gênero que sobrevive ao tempo e à diversidade cada vez maior da indústria de entretenimento. A seguir, cenas do próximo capítulo.

MAU-CARÁTER
Fábio Assunção pediu a Gilberto Braga um papel de vilão
RECEITA
Beijo de Tiago Lacerda e Malu Mader

#Q:No mundo de Celebridade:#

A vilã
Obcecado pelos bastidores dos famosos
Garota-propaganda virtual

Claudia Abreu
Laura vai ganhar a confiança da mocinha, mas quer destruí-la. É um revival do filme A Malvada (1950), estrelado por Bette Davis e Anne Baxter

Fábio Assunção
Renato Mendes é o inescrupuloso editor da revista Fama. A revista imaginária cobre o mundo das celebridades, a exemplo de publicações como Quem Acontece, da Editora Globo. A diferença entre a realidade e a novela é que o personagem de Assunção está a um passo da picaretagem
Malu Maler
Será a produtora musical Maria Clara Diniz, ex-modelo, mulher independente e generosa. Há três semanas foram espalhados pelas ruas das grandes capitais outdoors em que ela anuncia um perfume, o Summer Spell. Só na semana antes da estréia o público ficou sabendo que era divulgação da novela: o outdoor ganhou a tarja ''Exclusivo na próxima novela das 8''
Falsa e invejosa
O poderoso
Bem-sucedido

Ana Beatriz Nogueira
Ana Paula explora sem pudor a irmã, Maria Clara

Hugo Carvana
É o empresário Lineu, sogro de Fernando. Deverá morrer no meio da trama
Marcos Palmeira
O cineasta Fernando, de origem humilde, fez sucesso fora e agora volta ao país. Casado, vai se apaixonar por Maria Clara
Cúmplice do mal
Sorrir e partir
Fiel escudeira

Marcio Garcia
Amante da vilã Laura, Marcos quer ajudá-la a destruir Maria Clara

Thiago Lacerda
Otávio será o namorado de Maria Clara nos primeiros capítulos
Julia Lemmertz
Noêmia é secretária e amiga de Maria Clara. Viúva e com um filho, viverá um grande amor
Rival da mocinha
Mãe dependente
Coluna social

Deborah Evelyn
Omarido de Beatriz (Fernando) vai trocá-la por Maria Clara

Nívea Maria
Corina bajula a filha Maria Clara, mas não é confiável
Gilberto Braga
Autor da novela terá quatro colunas no Globo, aos sábados, com fofocas sobre as personagens, para botar lenha na fogueira de Celebridade
Em busca da fama
Juliana Paes, Marcelo Faria e Deborah Secco
Enquanto o bombeiro Vladimir fica repentinamente famoso sem querer, as ingênuas manicures Jaqueline e Darlene tentam entrar no mundo das celebridades a qualquer preço. Serão responsáveis pelas cenas cômicas da novela

#Q:Quem são e o que fazem os responsáveis por uma novela:#

O MAESTRO

NO COMANDO
Dennis Carvalho, a ''voz de Deus'' nos estúdios

Ele não tem uma batuta na mão, mas a comparação não parece exagerada. Se cada profissional da produção é um instrumento a serviço da novela, o responsável pela harmonia da grande orquestra é o diretor-geral. Pode-se dizer que ele é um co-autor da novela, já que, a partir do texto do autor, elabora todas as cenas, define o tom dos personagens e é o responsável pelo produto final. Como cada novela tem várias tramas, é comum haver mais dois ou três diretores dividindo o trabalho nos sets, mas sempre orientados pelo diretor-geral.

Dennis Carvalho, diretor de núcleo da TV Globo, já dirigiu 21 novelas e minisséries ao longo de 22 anos na função. Celebridade é mais uma parceria sua com Gilberto Braga. Ele dirigiu Dancin''Days (como assistente de Daniel Filho), Vale Tudo e O Dono do Mundo, além da minissérie Anos Rebeldes. Não é raro autores e diretores formarem ''dobradinhas'', pois um dos segredos do sucesso da teledramaturgia está na sintonia entre os dois profissionais.

Dennis pertence a um grupo de diretores de TV que começou a carreira como ator. Teve papéis em quase 30 novelas e especiais. Hoje é comum fazer participações especiais, entrando do meio para o fim da trama. ''Ainda não sei se Gilberto fará alguma coisa especial para mim'', brinca Dennis. ''Mas gosto muito de atuar, sinto saudades de estar do outro lado da câmera.''

A ESTRELA E SEU GALÃ

MOCINHA
Reservada na vida real, Malu Mader nunca viveu uma vilã na televisão

Uma novela reúne quase 300 profissionais, mas parece que tudo gira em torno deles. Regina Duarte já foi a ''namoradinha'' de um país inteiro graças às novelas que protagonizou. Malu Mader foi rapidamente alçada ao primeiro time de estrelas da televisão. Betty Faria, Glória Meneses e Glória Pires também são nomes inesquecíveis nessa constelação. São elas que as telespectadoras sonham ser e que os telespectadores sonham ter, mesmo que por uma fração de segundo, em frente à telinha. A produtora musical Maria Clara, de Celebridade, é o décimo papel como protagonista defendido por Malu, de um total de 14 novelas e minisséries.

Bela e com ''cara de boa moça'', era difícil Malu fugir dos papéis de heroína. Viveu as inocentes Lurdinha, de Anos Dourados, e Márcia, de O Dono do Mundo, e as decididas Duda, de Top Model, e Glorinha da Abolição, de O Outro. Também já foi a cortesã Ester, de Força de um Desejo, e a sensual Wanda, de O Mapa da Mina. Vilãs, porém, não fazem parte de seu currículo.

VERSÁTIL
Marcos Palmeira brilha tanto em papéis rurais como em urbanos

Para uma tradicional heroína, um galã para ninguém botar defeito: Marcos Palmeira, que já fez dez novelas, é o representante juramentado de uma linhagem que tem como ícones ancestrais Tarcísio Meira e Francisco Cuoco.

O que muda na vida do protagonista de uma novela? ''Tudo'', afirma Malu, mãe de João, de 8 anos, e Antônio, de 6, a quem ela costuma se dedicar quase integralmente quando não está com um trabalho. ''É um momento de concentração e dedicação como nenhum outro'', assevera Palmeira.

À primeira vista, o trabalho de um ator de novelas parece puro glamour. Sob uma lente de aumento, no entanto, funciona de outro modo. Gravações duram dias. Dezenas de cenas são gravadas, o que obriga esses profissionais a decorar páginas e páginas de roteiro em seu tempo livre. Isso além de incansáveis trocas de roupa, ensaios para que as cenas sejam gravadas sem muitas repetições e, mais que tudo, um talento de interpretação que lhes permita chorar num minuto e expressar felicidade em outro, já que as cenas não são gravadas na ordem em que vão ao ar. Tudo para convencer o telespectador, tirar seu fôlego, fazê-lo suspirar de emoção.

MESTRE DA IMAGEM

QUEBRA-CABEÇA
Gaglianone e a busca da luz perfeita

A locação pode ser perfeita, os atores lindíssimos e a trilha sonora um complemento excitante num capítulo de novela. Mas o que garante o prazer visual do telespectador a cada cena é algo que ele não percebe conscientemente: a harmonia entre cenário, gente, figurino e iluminação. O responsável pelo mágico jogo de luz e cores é o diretor de fotografia. Ele escolhe, decide as posições e a melhor forma de usar os equipamentos, em estúdio ou nas externas. Nas gravações, lidera uma equipe de operadores de câmera, assistentes de operador, maquinistas e eletricistas - a turma técnica, que não pára um segundo no momento da gravação.

Há dez anos na Globo, o diretor de fotografia de Celebridade, Ricardo Gaglianone, encara o trabalho como um malabarismo gigantesco. ''Num estúdio há normalmente quatro câmeras. O desafio consiste em equilibrar a luz e obter a melhor imagem para todos os ângulos'', explica. A parceria com figurino e maquiagem tem de ser perfeita.

O grande parceiro do diretor de fotografia é o diretor de imagem: na sala de edição, ele opera a mesa de corte nas gravações e orienta o trabalho dos operadores de câmera - se abrem ou fecham a imagem, se se deslocam para algum lado específico da cena etc. Junto dele trabalham os editores. Eles fazem a mixagem de imagem e áudio. Os sonoplastas inserem os sons necessários para complementar cada cena - muitas vezes os responsáveis pelas emoções do telespectador.

OS OLHOS DO DIRETOR

CAMERAMAN
O primeiro a assistir às novelas

Não há como negar: o operador de câmera é o primeiro telespectador de uma novela. Assiste, de camarote, à trama, tal qual milhões a verão dias ou semanas depois. Nas cenas de estúdio (que correspondem de 70% a 80% de uma novela) normalmente há quatro câmeras. Nas externas (inclusive nas cidades cenográficas), são duas. Os câmeras ficam todo o tempo com um fone no ouvido, recebendo as orientações do diretor de imagem, instalado na sala de edição.

''Hoje, para trabalhar em novela, o operador de câmera deve possuir quatro qualidades: bom enquadramento, movimentos perfeitos, bom gosto e delicadeza. Temos de traduzir em imagem o que o diretor quer mostrar para o telespectador'', diz Guto Leccioli, na função há 11 anos. ''Para que tudo dê certo na hora da gravação, fazemos um ensaio de câmeras. Assim, os diretores têm a noção exata dos movimentos programados por cada um dos operadores. Corrige-se o necessário e aí é gravar para valer.''

O uso das câmeras depende muito do estilo e da criatividade de cada diretor da novela. Luís Fernando Carvalho, por exemplo, que dirigiu O Rei do Gado e Renascer, faz externas com uma única câmera, privilegiando cenas longas e grandes tomadas. Em Celebridade, Dennis Carvalho instituiu um operador que levará a câmera no ombro nas cenas da redação da revista Fama. Desse modo, o movimento do corpo humano cria uma imagem diferenciada, dando a noção da correria que existe no jornalismo.

#Q:Quem são e o que fazem os responsáveis por uma novela:#

DITADURA FASHION

MODA
Marília cria o guarda-roupa de personagens e figurantes

Na década de 70, por causa de Dancin''Days, as mulheres brasileiras só andavam de meias coloridas de lurex com sandálias de salto fino. A responsável pela moda era Marília Carneiro. Figurinista de novelas há 30 anos, ela é a criadora do guarda-roupa de cada personagem. ''O que uma pessoa veste sempre diz muito sobre ela'', explica Marília, que muitas vezes sonha com roupas, cores e acessórios. ''Mudei a cor do vestido da Malu Mader no baile de formatura de Anos Rebeldes porque sonhei que ela usava azul'', conta. Com uma equipe de cinco pessoas, ela produz cerca de 60 atores por trama, sem falar nos figurantes. Em Celebridade, a personagem de Claudia Abreu usa quase sempre um lenço ou uma gargantilha colados ao pescoço. Tendência primavera-verão a caminho...

OS ILUSIONISTAS

MOLDURA
Mario, Andrea e Cristina cuidam dos cenários

Um bairro pode caber dentro de um set? A resposta é sim. Em Celebridade, o Andaraí é aqui. Uma ''réplica'' de 10.000 metros quadrados do bairro da Zona Norte do Rio foi construída dentro do Projac. E guarda uma peculiaridade: é o primeiro construído em proporções reais. A maioria é feita em escala menor - o que o telespectador não percebe. No roteiro de Celebridade, porém, estavam previstas cenas de ônibus. As ruas deveriam ter a largura real, o que fez com que todo o resto seguisse a mesma escala.

Há 34 anos, o cenógrafo Mario Monteiro trabalha em televisão. Sua equipe constrói cada cenário, interno ou externo. O trabalho é árduo e detalhado. O Andaraí de Celebridade, por exemplo - que tem casas, prédios, campinho de futebol, sinuca, salão de beleza -, levou quatro meses para ficar pronto. Fotografaram e mediram o bairro real para depois projetar e colocar a mão na massa.

O que está dentro do cenário é da responsabilidade da direção de arte. Cristina Médicis e Andrea Penafiel, produtoras de Celebridade, brincam com a função: ''Somos responsáveis pela parte de cama, mesa e banho'', dizem. Trabalhando lado a lado com a cenografia, elas definem que objetos estarão em cena. Porta-retratos com fotos de família. Computadores. Uma caneta. Uma agenda. Vaso de centro de mesa. Flores recebidas por uma personagem. Cada objeto tem uma linguagem. O telefone da casa de uma família milionária é diferente de um telefone de um personagem que mora no subúrbio. Numa novela de época, a produção de arte é ainda mais importante, porque envolve trabalho de pesquisa, de forma a reconstituir todo o clima de um tempo que já passou.

CAÇADORES DE DETALHES

BASTIDOR
A importância de quem nunca é visto

É do assistente de estúdio, decididamente, a voz que mais se ouve num set. ''Ensaiando!'' ''Gravando!!'', ''Silêêêncio!!'', ''Corta!!'' Ele faz a ligação entre toda a equipe. Confere se os câmeras estão nos locais combinados, fica com o roteiro na mão checando as falas dos atores, acompanha a finalização dos estúdios para convocar a equipe. Milton Canavezes, de 66 anos, não só cumpre sua função há 32 anos na Globo como é a alegria do estúdio. ''Não me canso de trabalhar. É cansativo, mas é sempre uma festa'', diverte-se.

Outra função importante dos bastidores é o de continuísta. Muitas vezes uma mesma seqüência não é gravada no mesmo dia. Nesses casos, o continuísta é imprescindível. É quem vai garantir que os personagens usem as mesmas roupas e os penteados idênticos e que o cinzeiro do cenário esteja no mesmo lugar.

Virginia Marinho é continuísta de novelas há 20 anos. Para fazer o trabalho bem-feito, vive carregada de VTs, câmera fotográfica, bloco e caneta, tudo o que possa auxiliá-la na dura tarefa de deixar a novela mais parecida com a vida real. ''É um trabalho que só aparece quando dá errado'', brinca ela. Aos poucos, porém, o olho vai ficando treinado. ''Muitas vezes o artista chega à gravação pronto e de longe eu já percebo tudo o que está diferente, mesmo que seja um cabelo repartido para o lado diferente'', diz.

AOS QUATRO VENTOS

COMUNICAÇÃO
Luiz Erlanger comanda as campanhas

Não basta uma novela ir ao ar. É preciso que todos saibam disso, além de como e quando. É aí que entra o trabalho da Central Globo de Comunicação (CGCom), capitaneada pelo jornalista Luiz Erlanger. Foi-se o tempo em que o anúncio da estréia de uma novela fazia parte apenas da programação da Globo, com chamadas nos intervalos comerciais e o velho ''quem é quem'' nas revistas especializadas. A cada nova trama, mais complexa e eficiente fica a forma de divulgação, com festas, teasers, parcerias e publicidade digna do produto de massa que uma novela representa.

''O marco da mudança foi Terra Nostra'', diz Erlanger. A novela, de 1999, ganhou uma campanha de luxo, digna da superprodução que era. Virou exemplo. ''Criou-se o conceito de produto para a novela e passou-se a trabalhar com identidade visual, promoções pela cidade e um envolvimento cada vez maior do telespectador'', diz o jornalista. De lá para cá, a área de propaganda se esmera em campanhas cada vez mais criativas. Para a estréia de Chocolate com Pimenta, do horário das 6, por exemplo, vários restaurantes do Rio e de São Paulo inventaram receitas com esses ingredientes, para promover a novela. Outro bom exemplo é a abertura de Mulheres Apaixonadas, feita com fotos de pessoas comuns que enviavam quilos de material à emissora.

Dentro do CGCom, funciona a equipe de Hans Donner, que faz o logotipo e a abertura da novela. Segundo as contas do designer, uma abertura, que dura 60 segundos, é vista, em média, por 11 horas - levando em conta uma novela curta, de seis meses. ''Um produto de qualidade não pode deixar de ter uma embalagem à altura'', diz.

DO PAPEL PARA A TELINHA

CORRERIA
Isabel Cabral, coordenadora de produção, é uma espécie de faz-tudo nos sets

O inimigo número um de Alexandre Ishikawa é São Pedro. Diretor de produção da Globo, ele encabeça uma força-tarefa de 200 pessoas que cuidam da operação de transformar um roteiro num capítulo de novela que chega na casa do telespectador. Como cuida do orçamento e de todo o planejamento das gravações, se um roteiro prevê uma externa importante, dias seguidos de chuva podem fazer desandar toda a massa dessa receita. ''O trabalho de dar vida a um universo que está na cabeça do autor requer paciência, antes de tudo. Porque fazemos novelas em escala industrial e, por mais que tudo dê certo, a tendência é sempre passar o tempo todo solucionando problemas'', diz Ishikawa, que encabeça a produção de Celebridade.

Que o diga a coordenadora de produção Isabel Cabral, que fica na outra ponta de Ishikawa. ''Meu nome deveria ser ''Cadê?'''', brinca. Isso porque ela é responsável pelas locações externas, contatos, material necessário para gravações, desde camarins improvisados até a alimentação de atores, equipe e figurantes. Se tem um muro rachado, ela tem de mandar pintar. Se um ator não chegou, ela tem de localizá-lo. Há sete anos, Isabel trabalha em produção de TV e diz que só sobrevive na função quem tem sempre solução para tudo. Para dar agilidade, o coordenador de produção fica ligado o tempo todo, por rádio, com direção, assistentes e seguranças. ''A comunicação rápida é a chave para que tudo dê certo'', diz.

O diretor Jorge Fernando, também diretor de núcleo da Globo, numa entrevista sobre novelas, há alguns anos, definiu bem o trabalho corrido e minucioso de produção de uma novela: ''É uma verdadeira gincana''.

FIGURANTES ANÔNIMOS E FAMOSOS

ASTROS
O cantor Mick Hucknall vai contracenar com Malu Mader no capítulo 4

Segundos de fama ou ajuda no orçamento doméstico - e mesmo os dois juntos - explicam a paciência de figurantes de novela. Horas e horas de espera, muitas vezes de pé, no calor ou na chuva. Modelos iniciantes, as jovens Nívea Santos, Verônica Nascimento e Suellen Freitas madrugaram para servir de backing vocals de um evento de Celebridade, durante um dia inteiro. Mas não foi só isso. Os sapatos disponíveis eram menores do que o número que elas calçavam. ''Ficamos em pé com os dedos esbugalhados, dançando, cantando e sorrindo'', diz Nívea. Confessam que não é só para ajudar no orçamento. ''Tem um lado divertido e, claro, temos de pensar que estamos sendo vistas por milhões e milhões de pessoas'', diz Suellen. Cada novela tem figurantes fixos, que circulam nas locações mais freqüentes, e outros escolhidos de acordo com as cenas. São coordenados por empresas especializadas, que os recrutam e se responsabilizam pelo trabalho.

Em Celebridade, além dos figurantes anônimos, há os ''figurantes famosos''. Como a personagem de Malu Mader é uma produtora musical, vários artistas internacionais de passagem pelo Brasil gravaram pequenas ''pontas'' ao lado da atriz. Foi o caso do vocalista do Simply Red, Mick Hucknall, e da cantora canadense Alanis Morissette.

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26/10/2008 free counters