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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tentativa de assalto no Morumbi termina com três assaltantes mortos



SÃO PAULO - Três homens morreram em uma troca de tiros com a Polícia Militar (PM) por volta das 9h desta segunda-feira, no bairro do Morumbi, Zona Oeste de São Paulo, em uma tentativa de roubo.
Quatro assaltantes invadiram uma residência e amarraram e amordaçaram oito pessoas de uma mesma família. Entre elas estava uma criança de 10 anos. Os vizinhos perceberam a movimentação e chamaram a polícia.
Ao arrombar o portão e entrar na casa, os policias já encontraram um dos reféns que indicou onde os ladrões estavam. Os assaltantes tentaram fugir pulando o muro dos fundos da residência e atiraram nos policiais, que revidaram. O quarto ladrão se entregou.
A polícia diz que o bando foi violento com a família e exigia dinheiro e jóias. A polícia suspeita que os ladrões foram responsáveis por um mesmo assalto que ocorreu mais cedo no mesmo bairro. Todos os reféns forma liberados.

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26/10/2008 free counters

Jurucê: Reunião de família vira tragédia em chácara no interior de SP

Sábado, 05 de Novembro de 2011 - 14h16 ( Atualizado em 05/11/2011 - 21h41 )

Tentativa de roubo acaba com 2 mortos e 5 feridos em Jurucê

25 pessoas participavam de confraternização em chácara; vítimas tentaram desarmar suposto assaltante, ao pensar que arma era de brinquedo

Jucimara de Pauda

Uma tentativa de assalto em uma chácara terminou com dois mortos e cinco feridos, em Jurucê, distrito de Jardinópolis, na madrugada deste sábado (5). Vinte e cinco pessoas de uma mesma família estavam reunidas para uma confraternização quando foram atacadas por três homens.
Segundo a Polícia Militar, primeiramente, só um dos homens entrou armado no local e anunciou o assalto. Os frequentadores da chácara pensaram que ele estivesse com uma arma de brinquedo e tentaram tirá-la da mão do rapaz, que reagiu atirando.
Ouvindo os tiros, os outros dois homens, que chegaram com o comparsa e esperavam do lado de fora, entraram armados. Eles abriram fogo contra as pessoas que estavam na festa, incluindo crianças. Os assaltantes estavam com um revólver calibre 38 e duas espingardas calibres 12 e 22.
"Vi um rapaz pulando o muro e escutei os gritos e uma das crianças falando que estavam matando todo mundo", disse Andreia Rissas, caseira da chácara.
O primeiro a ser baleado foi José Milton de Oliveira, 52, que morreu no local. Outras seis pessoas foram alvejadas pelos tiros. Deusdedito José de Oliveira, 67, morreu neste sábado, no Hospital das Clínicas, depois de passar por cirurgia.
Até o fechamento desta edição, outras quatro vítimas continuavam internadas em hospitais de Ribeirão Preto. Uma delas, em estado grave.
Na manhã deste sábado, nas paredes e no telhado da área de serviço da chácara, era possível ver as marcas dos tiros.
O chão e as cadeiras onde as vítimas estavam sentadas ainda estavam sujos de sangue. A reportagem chegou ao local quado funcionários faziam a limpeza, assustados com a violência.
"Eles estavam com armas pesadas e atiraram em todo mundo. Graças a Deus, as crianças não ficaram feridas", disse Amarildo Rissas, caseiro.
A mulher dele, Andreia, contou que, depois de atirarem, os bandidos disseram que iriam embora porque a munição havia acabado.
"Eles chutaram quem estava caído e ferido", afirmou a caseira.
Após o tiroteio, a proprietária da chácara, que não teve o nome revelado, saiu para pedir ajuda aos policiais. "Encontramos com um policial, que chamou outros e a ambulância. Estávamos nervosos e não sabíamos nem sequer ensinar como chegar no local", contou a mulher.


Domingo, 06 de Novembro de 2011 - 15h18 ( Atualizado em 06/11/2011 - 22h01 )

Polícia suspeita que bando participou de outros roubos a sítios

O delegado de Jardinópolis, Alexandre Daur Filho, diz que essa é uma das hipóteses para crime em chácara de Jurucê, em que dois morreram

Jucimara de Pauda

A Polícia Civil de Jardinópolis já tem pistas para desvendar quem foram os três homens que entraram na chácara Recreio de Jequitibá, em Jurucê, e abriram fogo contra 25 pessoas de uma mesma família, durante uma festa de confraternização, na madrugada deste sábado (5). Duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
A reportagem apurou que a polícia trabalha com algumas hipóteses. Uma delas é que os homens façam parte de uma quadrilha responsável por outros roubos e furtos em sítios da região. O último roubo ocorreu há 15 dias, e existem semelhanças físicas entre os criminosos nas duas ações, segundo testemunhas.
"Lembro que eles [os atiradores] deviam ter uns 20 anos e estavam bem vestidos", disse Dalva Alves de Oliveira, 54 anos, irmã do agricultor Milton José de Oliveira e do mecânico Deusdedito José de Oliveira, que foram mortos. Milton morreu no local e Deusdedito, quando passava por cirurgia.
A reportagem conversou com Dalva por telefone, neste domingo (6), quando ela já estava em Novo Horizonte (MG) a espera do corpo dos irmãos assassinados.
Os policiais também receberam a informação de que o local do crime já foi alugado para festas eletrônicas e que, há algumas semanas, o proprietário se recusou a ceder a propriedade para a realização de novos eventos. Isso porque houve furtos nas festas anteriores.
"Ficamos sábado o dia todo na rua, falando com testemunhas e em busca de suspeitos. Quando tivermos algo concreto iremos divulgar", disse o delegado Alexandre Daur Filho.
Terror
Enquanto os policiais civis investigam, continua o clima de terror na zona rural de Jurucê, distrito de Jardinópolis. Andreia Rissas, caseira da chácara, disse que não consegue dormir desde a tragédia.
"Aqui é uma chácara simples e que não tem nada de valor. Não entendo o que eles queriam roubar porque as pessoas que estavam aqui são trabalhadores. Quem fez esta barbaridade não tem Deus no coração", disse ela.
Andreia contou que o marido está com a pressão alta e que o filho pequeno não dormiu direito preocupado com o estado de saúde do dono da chácara. O empresário continua internado em um hospital de Ribeirão Preto.
"Ele fica toda hora perguntando se ele está bem, porque todo mundo gosta muito do meu patrão, que é um homem muito bom", disse ela.


Sete pessoas são baleadas em tentativa de assalto em chácara

Vítimas estavam no distrito de Jurucê para acompanhar enterro de parente

05/11/2011 - 09:00
EPTV


Um homem de 52 anos morreu e outras seis pessoas foram baleadas durante um assalto em uma chácara, no distrito de Jurucê, em Jardinópolis, na madrugada deste sábado (5). Segundo a Polícia Civil, 25 pessoas estavam hospedadas no local quando, por volta de meia-noite, um suspeito armado entrou e anunciou o assalto.
Segunda morte é confirmada na tarde deste sábado (5)
A família é de Salinas (MG) e estava na cidade para acompanhar o enterro de um parente, na quarta-feira (2).
De acordo com os caseiros da chácara, dois familiares acharam que se tratava de uma brincadeira e tentaram tirar a arma do criminoso, mas foram surpreendidas por outros dois assaltantes que dispararam contra as pessoas e fugiram sem levar nada.
Milton José de Oliveira morreu na hora. As outras vítimas foram encaminhadas para hospitais de Ribeirão Preto. Dois homens, de 65 e 67 anos, passaram por cirurgia e têm estado de saúde estável. As outras pessoas quatro tiveram ferimentos leves e estão em observação.

Ainda segundo a polícia, os assaltantes estavam com um revólver calibre 38 e duas espingardas calibres 12 e 22. Até o momento, os bandidos não foram encontrados.



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ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
Era apenas uma confraternização entre familiares numa chácara de Jurucê, distrito de Jardinópolis (329 km de SP), mas os vários tiros de armamento pesado, incluindo uma espingarda calibre 12, transformaram o evento numa tragédia.


Por volta da 0h30 de sábado (5), três homens abriram fogo contra cerca de 25 pessoas de uma família que estavam hospedadas na propriedade, comprada por uma das vítimas há quatro meses.
A ação dos criminosos deixou um saldo, pelo menos até domingo (6), de duas mortes e cinco feridos. Além das marcas de tiros e do sangue a ser limpo pela caseira Andreia Rissas, 31, a tragédia deixou nela e no marido, Marildo Rissas, medo e a pergunta: qual o motivo de tanta violência?
"Estão dizendo que anunciaram assalto, mas não anunciaram nada. Começaram a atirar e só pararam quando as balas acabaram", afirmou Andreia, que no domingo, ainda apavorada, disse ter estranhado o fato de nada ter sido levado pelos bandidos.
"Não tem nada de valor na chácara, mas tinha um carro com som de uns R$ 10 mil aqui e um monte de celulares espalhados na mesa. Um rapaz falou: só vamos embora porque a munição acabou."
Segundo ela, os criminosos começaram a atirar após uma das vítimas chamar a invasão de "brincadeira".
Antes de fugir, disse Andreia, um dos invasores ainda chutou o corpo de Milton Oliveira, 52, o primeiro a morrer, ainda no local. Também morreu Deusdedito José de Oliveira, 67, enquanto passava por cirurgia no HC.
O marido de Andreia também estava no local, mas ontem à tarde não tinha condições de conversar. "Ele foi sedado. Ficou muito nervoso."
De policiais, a funcionária da chácara disse ter ouvido a hipótese de possível acerto de contas com os donos do local. "Nisso a gente também não acredita porque são pessoas boas e pacíficas", disse.
Em três anos na região, Andreia disse que foi a primeira vez que viu esse tipo de "coisa ruim", mas foi suficiente para ela não querer mais ficar em Jardinópolis por causa da tragédia de sábado.
"Tenho de pensar no meu filho pequeno. Ainda não sabemos para onde vamos, mas não quero mais morar aqui."
A Folha não conseguiu falar ontem com os Oliveiras.
A maioria dos familiares que estavam na chácara é de Salinas, região norte de Minas Gerais.
Eles estavam em Jardinópolis porque, na última quarta-feira (2), feriado de Finados, enterraram um parente na região. Na madrugada de sábado, quando tudo aconteceu, faziam uma confraternização antes de voltar para Minas.
SEM PISTAS
A assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que, até ontem à tarde, nenhuma prisão relacionada ao crime tinha sido feita e não ainda havia novas pistas sobre o caso.
Sem uma linha de investigação definida até ontem, todas as hipóteses serão consideradas, disse a assessoria.


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26/10/2008 free counters

#corrupção Aécio Neves diz que Dilma só pune o malfeito quando vira escândalo


Aécio Neves diz que Dilma só pune o malfeito quando vira escândalo

Plantão | Publicada em 07/11/2011 às 10h30m
Cássio Bruno

RIO - O senador Aécio Neves disse nesta segunda-feira que o governo Dilma Rousseff só pune malfeito quando vira escândalo e também criticou as denúncias de irregularidades em convênios com ONGs, desta vez no Ministério do Trabalho.
- O governo é refém de um aparelhamento absurdo que ele sempre montou na máquina pública e está imobilizado pela pressão da base. O malfeito para este governo só é malfeito quando vira escândalo. Antes disso, está bem feito - disse o senador antes de participar de seminário "A nova Agenda - Desafios e Oportunidades para o Brasil", promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política ligado ao PSDB, em um hotel no Rio.
- O que eu lamento é que esse governo é reativo. Não é através da controladoria-Geral, de auditorias internas, que essas depurações estão ocorrendo. Quando há uma denúncia, o governo corre atrás, mas o governo parece preferir que não haja denúncias - completou.
O senador tucano também criticou o PT. Ele disse que a agenda em curso hoje foi proposta pelo PSDB em 1994. Aécio citou como exemplo o programa de Saúde da Família e os medicamentos genéricos, afirmando que o atual governo surfou nos índices de popularidade.
- O governo surfou nos índices de popularidade como se essa tivesse sido uma conquista sua. Na verdade, foi no ambiente econômico favorável e se considerou isento de fazer grandes intervenções que deveriam ser feitas. O PT abdicou de pensar o país, optou claramente por um projeto de poder, não importando com quem e a que custo ao país. O PSDB vai iniciar o projeto de pensar o Brasil sem envolver questões eleitorais com palanque A ou B.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, defendeu a saída do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e criticou o loteamento de cargos nos ministérios
- Acho que todos que não responderam, não esclareceram e que não sejam capazes de produzir transparência devem sair do governo. Também não pode ser o ministério do PDT. Todos que forem denunciados devem sair, com lógica e sentido, como Itamar fez no passado. Ele pediu ao ministro dele que fosse para casa até que a denúncia fosse avaliada.
O seminário, que reúne políticos tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem como objetivo discutir propostas nas áreas social e econômica para as eleições de 2012.

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26/10/2008 free counters

Fábio Assunção: Minissérie 'Labirinto' volta ao ar 13 anos depois


 

São Paulo - O Canal Viva coloca no ar a partir desta segunda-feira a minissérie "Labirinto", substituindo "O Quinto dos Infernos" (2002). A reprise de "Labirinto" vem sendo comemorada por fãs do novelista Gilberto Braga - já que a única reprise da obra, em 2005, o canal Multishow exibiu uma versão editada. Desta vez, o Viva promete passar a série na íntegra.

"Labirinto" foi exibida originalmente em novembro e dezembro de 1998. Trata-se de uma trama policial inspirada em filmes clássicos de Hollywood, principalmente os suspenses dirigidos por Alfred Hitchcock - os mais óbvios, "Intriga Internacional" (1959) e "O Homem Errado" (1957).

Gilberto Braga criou a trama com a parceria de Sérgio Marques e Leonor Bassères para contar a mirabolante saga de André (Fábio Assunção), um rapaz humilde que é injustamente acusado de assassinar Otacílio (Paulo José), no primeiro capítulo da história.

André é fotografado com uma arma na mão - revólver que teria matado Otacílio, que após levar o tiro, despenca do alto de sua luxuosa cobertura em Copacabana, em plena noite de Réveillon. Mas apesar das evidências contra André, existem outros suspeitos: a viúva do morto, Leonor (Betty Faria), e o amante dela, Ricardo (Antônio Fagundes); o filho de Otacílio, Júnior (Marcelo Serrado); e Ivan (Luciano Szafir), entre outros.

Os personagens de Marcelo Serrado e Fábio Assunção são também ligados por outra presença: Virgínia (Luana Piovani), noiva de Júnior, mas que se apaixona por André. Essa parte da trama era nitidamente inspirada pelo filme "Férias de Amor" (Picnic, 1955).

Mas apesar do herói da série ser Fábio Assunção - no auge da beleza, aos 27 anos -, quem roubou a cena foi Malu Mader. Eterna musa do autor Gilberto Braga, Malu interpretava a prostituta de luxo Paula Lee. Uma garota que vinha de família rica e que aderiu à profissão para se rebelar contra o pai.

Paula Lee também se apaixona por André, e luta para provar a inocência do galã. A intrépida personagem chega a se casar com o perigoso Ricardo, para descobrir se este é o culpado pelo crime. As sequências finais, quando Ricardo sequestra e tortura Paula, são eletrizantes.

No elenco, ainda surgiam outros habituais frequentadores de obras criadas por Gilberto Braga: Isabela Garcia, Otávio Muller, Deborah Evelyn, José Lewgoy e Cláudia Abreu. "Labirinto" será exibida no Canal Viva de segunda a sexta, às 23h15, com reprise às 4h30.


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26/10/2008 free counters

Fantástico exibe como Curimatá é a cidade mais corrupta do Brasil


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Mais uma vez o Piauí volta a ser destaque nacional de foma negativa na Rede Globo: mas é a verdade!
Cidade de Curimatá foi destaque no Fantástico Cidade de Curimatá foi destaque no Fantástico
O Fantástico deste domingo (06/11) mostrou a realidade da cidade de Curimatá, município de 10 mil habitantes que fica a 775km ao sul de Teresina. A reportagem destacou o processo de corrupção e impunidade que faz parte da realidade do município que já trocou de prefeito mais de 20 vezes desde 2008, quando ocorreu as últimas eleições municipais. Esta semana, o prefeito da cidade José Arlindo da Silva foi afastado do cargo pela sexta vez após denuncias de compra de voto.
Além da situação política, o programa da TV Globo mostrou também como a cidade vive amedrontada diante da violência. A agência bancaria da cidade já foi alvo da ação de bandidos pelo menos cinco vezes. Na última ação os bandidos passaram mais de 40 minutos dentro do Banco.
Destaque ainda para o ex-juiz da cidade, Osório Marques, que é réu em mais de 11 processos. Entre as acusações contra ele, denúncias de homicídio, porte ilegal de armas, pistolagem e venda de sentenças. Osório teria até presidido um julgamento onde ele é quem deveria estar sentado no lugar do réu. Ele agora vive em um cativeiro domiciliar.
VEJA AQUI O TEXTO DA REPORTAGEM NA ÍNTEGRA

Curimatá tem dez mil habitantes, que convivem com o medo e insegurança. A cidade fica no extremo sul do Piauí, a 775 quilômetros da capital, Teresina. Os prefeitos entram no gabinete de Curimatá e são retirados por ordens judiciais. Batendo um recorde de prefeitos que se revezam na administração.
A equipe de reportagem foi até lá procurar pelo prefeito atual. Que não estava. “Mas tem o representante! É o Joaquim, que é o controlador do município”, avisa uma moça.
"Desde o ano de 2008, isso tem sido um problema com frequência em Curimatá. A troca de prefeito", afirma o chefe do controle da prefeitura, Joaquim Alves da Silva.
A cada troca de prefeitos, a cidade para. "Como nessa cidade, a maioria das pessoas depende de emprego da prefeitura, elas ficam sem saber o que vai acontecer. O comércio para, sem receber dinheiro", diz o professor Ramon Torres.
"Quem paga com essas brigas políticas é a população, a pobreza. Porque eles são ricos, botam o dinheiro no bolso e os pobres vão sofrer", afirma a dona de casa Quitéria César Leite.
O prefeito José Arlindo da Silva voltou de viagem. Estava se defendendo em mais um processo de cassação, no Tribunal Eleitoral do Piauí.
Repórter: Prefeito, o senhor lembra quantas vezes já assumiu a prefeitura e quantas vezes saiu?
Prefeito: Rapaz, eu não tenho 100% de certeza. Você me pegou desprevenido nessa parte aqui. Mas eu acredito que foram umas quatro ou cinco vezes.
Repórter: Quando o senhor foi eleito, com uma diferença pequena, menos de 400 votos, não pôde assumir no prazo legal, porque o senhor estava preso em Pernambuco, acusado de roubo de cargas?
Prefeito: Veja bem, é verdade.

"De forma bastante lamentável, a Câmara de Vereadores de Curimatá fez uma manobra no sentido de elastecer esse prazo, de 10 dias para 90 dias, no sentido de proporcionar tempo para que o mesmo se desvencilhasse daquela prisão e pudesse vir a tomar posse", explica o promotor de Justiça Rômulo Cordão.
Repórter: O senhor está sendo acusado de outros crimes, entre os quais, de compra de votos?
Prefeito: Olha, veja bem. É muito difícil hoje um prefeito que não seja acusado de compra de voto. O difícil é provar.

Na quinta-feira da semana passada, depois que a entrevista foi gravada, o prefeito José Arlindo foi afastado pela sexta vez em julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí. O TRE mandou marcar uma nova eleição indireta na Câmara de Vereadores de Curimatá para escolher o prefeito substituto no prazo de 30 dias. A cidade fica, mais uma vez, se comando.
A única agência bancária de Curimatá já foi assaltada cinco vezes. No último assalto, os bandidos ficaram mais de 40 minutos dentro da agência.
"São assaltos feitos por grupos organizados, que vêm fortemente armados, em caminhonetes. São vários homens e aí, literalmente, fecham a cidade. Eles abordam a delegacia, rendem os policiais, tomam armas e saem atirando. As autoridades do estado do Piauí sabem disso. O secretário de Segurança sabe disso. Mas, infelizmente, não tomam providências", diz o promotor Rômulo Cordão.
Além de sofrer as consequências do troca-troca de prefeitos, os moradores da Curimatá são reféns da insegurança e da violência. “Para começar, nenhum juiz titular na comarca temos. Nós temos um juiz substituto, da comarca de Redenção", reclama a dona de restaurante Leila Nobre de Carvalho.
Um dos maiores exemplos de impunidade e insegurança na região é o juiz, que durante dez anos, respondeu pela comarca de Curimatá e hoje, está em prisão domiciliar. Ele é acusado em 11 processos por crimes, inclusive de homicídio. E um caso raríssimo na Justiça: presidiu um julgamento, onde ele deveria estar no banco dos réus.
Repórter: Ele teria mandado matar e ele mesmo julgou o processo?
Promotor de Justiça: Julgou e pronunciou o réu.

O promotor de Justiça Rômulo Cordão acusa também o ex-juiz de Curimatá de acobertar pistoleiros: "Esse pistoleiro, que era procurado há sete anos, estava justamente guardado, escondido na casa do juiz", lembra.
O juiz tem vários processos, inclusive por venda de sentenças. Ele já foi condenado por um dos crimes, a 11 anos e 8 meses de prisão.
Na rua, ouvimos também acusações ao juiz Osório Marques. "Eles mataram um filho meu e o finado Zé Carlos. Duas vítimas. Eles mataram em uma hora. Ali é réu, assassino, perigoso. Nunca foi juiz", afirma o agricultor Adão Bispo da Silva.
Foi feito contato, para que o pai dele responda às acusações. A equipe seguiu o carro com os dois filhos do juiz, pela estrada de terra, no meio da caatinga, por dez quilômetros, até chegar ao lugar do cativeiro domiciliar, para ouvir Osório Marques.
"Em Curimatá, quem não é de Deus é do Satanás. Vamos exemplificar com nós dois. Tem dois candidatos. Se o senhor vota em João e eu voto em Pedro, eu para o senhor não tenho o mínimo valor. Assim como o senhor, para mim, não tem o mínimo valor. Isso é mais uma questão política do que uma questão jurídica", justifica.
Ao ouvir que tem um pai que o acusa ter matado o filho dele: "Ele é muito mentiroso!".
O juiz Osório revela que seu próprio irmão matou o filho do agricultor. “Na verdade, eu tenho um irmão unilateral, um tanto quanto desajuizado, que foi com ele, a mando não sei de quem, e mataram o rapaz", afirma.
O repórter apresenta uma certidão do Poder Judiciário do estado do Piauí, onde o juiz é acusado em vários processos: por tortura, porte ilegal de arma, lesão corporal, homicídio, posse ilegal de arma de uso restrito e abuso de autoridade.
Repórter: O senhor não sente remorso, vergonha, arrependimento, de ser um representante da Justiça e estar acusado de tantos crimes?
Juiz: Eu nunca torturei ninguém. Eu nunca dei tiro em ninguém. Eu nunca matei ninguém. Eu fiz o bem. A raiva que têm de mim é isso.
O povo de Curimatá espera uma solução contra a impunidade. Todos querem uma chance de viver em paz, em segurança, amparados pela Justiça. Enquanto o gabinete do prefeito volta a ficar vazio: uma cadeira sem dono, em uma cidade sem lei.



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26/10/2008 free counters

Brasil é o 14º no ranking dos países com empresas mais corruptas do mundo

Por: Eliane Quinalia - Infomoney NOTÍCIAS - Seguros
O Brasil passou do 17º para 14º lugar no ranking que avalia a disposição das empresas  em pagar propinas para conseguir fechar contratos no exterior. A informação faz parte de um estudo elaborado pela ONG Transparência Internacional, que revela os países considerados 'campeões' no Índice de Suborno Empresarial.
 
De acordo com a pesquisa divulgada na quarta-feira (2), as empresas da Rússia e da China são vistas como mais propensas a pagar subornos no exterior. Em contrapartida, as companhias holandesas e suíças são vistas como as mais honestas nesse sentido.
 
"A corrupção continua a ser uma prática de rotina para muitas empresas, sendo executada em todo o negócio, não apenas naqueles que envolvem funcionários públicos. As empresas que não conseguem evitar a corrupção nas suas cadeias de suprimentos correm o risco de serem processadas pelas ações dos funcionários e seus parceiros de negócios", disse o presidente da ONG Transparência Internacional, Huguette Labelle.
 
Por setor
 
Dos 19 setores analisados pela pesquisa, figuram entre os mais afetados pela questão do suborno os segmentos de contratos de obras públicas e o de petróleo e gás.
 
“A indústria de extrativos está mais sujeita à corrupção. As empresas que operam na Nigéria, por exemplo, já foram multadas pelos Estados Unidos em US$ 3,2 bilhões em 2010 e 2011 pelo suborno de funcionários públicos”, revela a pesquisa.
 
Assunto internacional
 
O suborno estrangeiro é uma questão prioritária para a comunidade internacional. Há um ano, as vinte principais economias do mundo (G20) se reuniram para combater o problema por meio de um plano de ação anti-corrupção. A expectativa é que tal monitoramento resulte em um relatório e que o mesmo seja aprovado ainda esta semana em Cannes, informando medidas que possam ajudar no combate de tal prática.
 
"Em sua reunião em Cannes nesta semana, os governos do G20 deverão enfrentar o suborno estrangeiro como uma questão de urgência. A nova legislação será uma oportunidade de proporcionar uma economia mais aberta, que dará condições para uma recuperação sustentável e assegurará a estabilidade de crescimento futuro”, informa Labelle.
 
A pesquisa
 
Em sua sexta edição, o Bribe Payers Index (Índice de Pagadores de Suborno, em inglês) avaliou a opinião de três mil executivos de empresas de países desenvolvidos e em desenvolvimento. O estudo analisou a disposição das empresas em oferecer suborno ao negociar fora de seu país de origem.


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26/10/2008 free counters

Mapa da corrupção causa prejuízo de R$ 350 mi na PB



Mapa da corrupção causa prejuízo de R$ 350 mi na PB Mapa da corrupção na Paraíba aponta prejuízo de mais de R$ 350 mi; apenas 1% dos recursos desviados voltam para os cofres públicos

O mapa da corrupção na Paraíba aponta que o Estado tem um prejuízo anual de cerca R$ 354,7 milhões. Órgãos de fiscalização como a Controladoria Geral da União (CGU), a Advocacia Geral da União (AGU) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) não dispõem de dados sobre o montante de recursos recuperados. Por outro lado, levantamento realizado pelo Ministério Público Estadual da Paraíba (MPPB) revela que menos de 1% das verbas desviadas por prefeitos e ex-prefeitos paraibanos são devolvidas.

Para se ter uma idéia, os recursos desviados são suficientes para a construção de aproximadamente 10 mil casas populares ou 118 escolas padrão com ensino em tempo integral. Com o mesmo volume de recursos, seria possível construir 354 Centros de Referência em Educação Infantil (Crei) ou 44 unidades do Programa de Saúde da Família.

Boa parte dos recursos desviados é oriunda de convênios com o Governo Federal e é destinada, em sua maioria, à implementação de melhorias nas áreas de saúde e educação, mas acaba sendo desviada pelos gestores.

É o que aponta relatório de 2010 do Fórum Estadual de Combate a Corrupção (Focco). O relatório de 2011 será divulgado entre a última semana do mês de dezembro e a primeira semana de janeiro de 2012.

Dados atualizados do Centro de Apoio Operacional às Promotorias do Patrimônio Público (Caop), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), revelam que, de janeiro a outubro deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) publicou 1.163 decisões condenando prefeitos e ex-prefeitos a devolverem dinheiro público desviado de obras e ações em 187 municípios paraibanos. Os débitos e multas aplicados a esses gestores somam R$ 63,2 milhões.

Segundo levantamento, até o momento, apenas R$ 85,2 mil (dos R$ 63,2 milhões desviados) foram devolvidos ao erário, ou seja, 0,13%.

As principais irregularidades cometidas pelos gestores municipais, segundo as informações veiculadas no site do TCE-PB, são gastos não comprovados com aquisição de produtos da merenda escolar, equipamentos médico-hospitalares, combustível, elaboração de projetos educacionais, formação de professores, além de despesas também não comprovadas com recursos do Fundeb e pagamento excessivo de serviços advocatícios.

O dinheiro desviado por ano também daria para pagar 13,3 folhas de pagamento da Prefeitura Municipal de João Pessoa, que tem 19.730 funcionários. Também daria para pagar 1,6 folha de pagamento do Governo do Estado, que tem 113.733 funcionários.

Nem sempre há recuperação

O chefe substituto da CGU na Paraíba, Luís Guilherme Pontes, afirmou que nem sempre o dinheiro que foi desviado é recuperado para o erário. Ele destacou que, em última instância, cabe à Advocacia Geral da União a instauração de processos judiciais para a recuperação desse dinheiro. Segundo ele, nestes casos, “o maior problema e o que dificulta a recuperação dos valores, é a morosidade judiciária e a própria legislação que permite sucessivos recursos”.

Luís Guilherme Pontes não soube precisar quanto a CGU, através destes processos, consegue recuperar para os cofres públicos. No entanto, destacou que, de dezembro de 2009 a Novembro de 2010, foram bloqueados ou penhorados R$ 583 milhões de reais de pessoas acusadas de desvio de verba.

Esse valor representa aproximadamente 22% do valor total das ações impetradas no Brasil. “Muito embora este seja um valor razoável, não entram nesta conta todos os valores desviados, uma vez que nem todos são descobertos pelos órgãos de controle”, ressaltou Luís Guilherme.

Ele explicou que as verbas recuperadas voltam aos cofres da União para serem reaplicadas em outros programas de interesse nacional. De acordo com Luís Guilherme, a CGU vem desenvolvendo várias ações de combate à corrupção, porém, segundo ele, é necessário que a sociedade cobre dos políticos a aprovação das novas leis anticorrupção e a aplicação de punições mais severas “para aqueles que usurpam o dinheiro público em causa própria”. Para Luís Guilherme, a população precisa conhecer a vida dos políticos e colaborar com “os órgãos de controle para que possamos extinguir de vez esse mal que está tão presente no cenário nacional”.

Bens em nome de terceiros

O procurador chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Dário Dutra, explicou que o órgão executa as ações julgadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, tudo que é objeto de execução tem um grau de dificuldade, pois os condenados a devolver recursos colocam os bens em nome de terceiros, fazendo com que a ação judicial demore mais de cinco anos para ser concluída.

Dário Dutra disse que, quanto maior o valor desviado, mais difícil a recuperação. “Muitas vezes, o valor recuperado demora muito para ser devolvido, pois até que se encontre um bem, em nome da pessoa alvo do processo, demanda tempo. Depois disso, vem a penhora, e, em seguida, o leilão. E isso demora anos” destacou.

Segundo ele, quando não se encontra nenhum bem para penhorar, a ação não finda e segue até que se encontre algum objeto que possa ser leiloado para ressarcir os cofres públicos. “Às vezes, não encontramos nada em nome do gestor que está sendo processado e depois de quatro anos encontramos algo em nome dele”, disse.

De acordo com Dário Dutra, quem tem que devolver o dinheiro que foi desviado é o gestor que cometeu o crime. A dívida não é transferida para outras pessoas. “Quando a gente não consegue localizar nenhum bem no nome de quem desviou as verbas e nem em nome de parentes, a dívida fica para a União”, frisou.

No entanto, o chefe da AGU deixou claro que o órgão não desiste da ação. Ele ressaltou que não há outra forma do dinheiro ser recuperado, a não ser através da penhora dos bens. “O corrupto pode até não pagar por não ter bens, mas pode ir preso, pois responderá pelo crime de improbidade administrativa”, alertou.

Para Dário Dutra, o gestor “mal intencionado não coloca nada em nome dele e nem deixa dinheiro em conta”. Segundo ele, a maioria da ações de execução é contra prefeitos e ex-prefeitos. Dutra reafirmou que a dívida de gestores públicos não passa de uma gestão para outra, “pois é pessoal e intransferível”.

Utilização indevida

Para o chefe substituto da CGU na Paraíba, Luís Guilherme Pontes, não há como precisar de que forma os gestores corruptos utilizaram o dinheiro fruto do desvio de verbas públicas. Segundo ele, esses recursos são utilizados de forma indevida.

“O gestor que utiliza determinada verba para pagamento da folha de pessoal está cometendo o desvio de finalidade. Desta forma, sabe-se para onde foi à verba. Mas quando há o desvio de verba, não se tem como saber para onde ela foi e isso só será possível após uma investigação minuciosa feita pela Polícia Federal”, explicou Luis Guilherme.

Já o procurador-chefe da Advocacia Geral da União, Dário Dutra, declarou que o órgão não tem como precisar de que forma os gestores corruptos aplicam o dinheiro fruto do desvio. “Quando uma pessoa desvia verba pública, ela já tem tudo planejado e os bens que adquire são colocados em nome de terceirosm o que dificulta muito as investigações”.

De acordo com Dário Dutra, no geral, esse dinheiro é utilizado para adquirir bens como imóveis e automóveis de luxo, mas que nunca são colocados no nome de quem desviou a verba. “Isso configura enriquecimento ilícito e o gestor que cometer essa prática irá responder pelo crime de improbidade administrativa”, explicou Dutra.

Romero: nem aumentou nem diminuiu

O coordenador da Comissão de Improbidade Administrativa do Ministério Público Estadual, Carlos Romero Pontes Neto, afirmou que a corrupção na Paraíba nem aumentou e nem diminuiu. Segundo ele, os atos de corrupção estão causando mais reflexo na sociedade e esta vem denunciando mais os maus gestores aos órgãos fiscalizadores.

Para Carlos Romero Pontes, o controle da sociedade, acompanhada pela fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPPB), tem contribuído muito para inibir a prática da improbidade administrativa dos gestores públicos.

O coordenador da Comissão de Improbidade Administrativa do MPPB disse que o baixo índice de verbas recuperadas para os cofres públicos ocorre devido às brechas existentes na tramitação dos processos. “Os inúmeros de recursos existentes no Direito Processual fazem com que os processos se eternizem nos tribunais e nunca cheguem à última instancia, que é o transitado em julgado”. Para ele, essa é a principal dificuldade que os órgãos fiscalizadores enfrentam no dia a dia.

“Eu acredito que, só uma mudança radical de paradigmas no Poder Judiciário, no sentido de que a Justiça alcance a todos e consiga julgar o mais rápido possível os processos contra os gestores corruptos, possa reverter a atual situação”, destacou o Carlos Romero Pontes.

Para ele, a imprensa também é uma forte aliada no combate à corrupção, pois vem denunciando as irregularidades dos gestores públicos que utilizam de seus cargos em proveito próprio, prejudicando a população.

“Nós precisamos de um processo judicial mais efetivo para que os atos de corrupção não fiquem impunes”, disparou Carlos Romero.

Procurador da República faz alerta

O procurador da República, Rodolfo Alves, alertou que os gestores públicos que se envolvem em corrupção podem ser penalizados com perda dos direitos políticos; ressarcimento do valor desviado; devolução aos cofres públicos do fruto de enriquecimento ilícito; proibição de contratar com o poder público; responder processo criminal, já que o ato de improbidade administrativa se configura em crime

De acordo com o procurador Rodolfo Alves, quanto mais recursos forem destinados, mais possibilidades existem deles serem desviados. Rodolfo Alves destacou que há mais facilidade de desvio das verbas destinadas para os setores da saúde, educação e saneamento básico e de obras que serão executadas pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa), “porque a prestação de contas não é aferível e os recursos são mais volumosos”. “E isso facilita o desvio”, reforçou.

Já o chefe substituto CGU na Paraíba, Luís Guilherme Pontes, destacou que os gestores que desviaram verbas públicas podem ser processados pelas práticas de desvio de verbas, enriquecimento ilícito, corrupção, improbidade administrativa, peculato, entre outros crimes. Segundo Luis Guilherme, “a corrupção é um dos maiores males que atingem a sociedade brasileira”.

Para Rodolfo Alves, o prejuízo causado pela corrupção vai muito além do financeiro e atinge diretamente a sociedade que deixa de receber os serviços para quais as verbas desviadas foram destinadas. Segundo ele, esses serviços são, na maioria das vezes, de áreas essências como educação, saúde e saneamento básico.

MPF e TCU: 99 ações em 12 meses

O relatório do Focco mostra também que, nos últimos 12 meses, a Procuradoria Geral da União, juntamente com o Ministério Público Federal (MPF) e com o Tribunal de Contas da União (TCU) ajuizaram 99 ações contra gestores corruptos na Paraíba. Essas ações somam R$ 11,7 milhões que deveriam ser devolvidos aos cofres públicos. Este valor representa apenas 3,3% do total dos recursos que foram desviados.

Em 2010, o MPF ajuizou 65 ações de improbidade administrativa contra prefeitos e ex-prefeitos paraibanos. Os gestores responderam pelo crime de desvio de verbas públicas e apropriação indébita de recursos federais destinados, em sua maioria, para implementar melhorias nas áreas de saúde e educação nos municípios lesados.

Segundo relatório do Focco, de 2005 a 2009, só o Tribunal de Contas da União (TCU) e TCE imputaram débitos e multas, aos maus gestores, de cerca de R$ 110 milhões. O montante daria para incluir 135.690,71 famílias paraibanas no Programa Bolsa Família durante um ano ou construir cerca de 3 mil casas do Programa Minha Casa Minha Vida, ambos do Governo Federal.

Em 2010, segundo o relatório do Focco, a Controladoria Geral da União (CGU) fiscalizou oito municípios paraibanos. Além disso, apurou 12 denúncias de irregularidades e realizou 428 ações de controle com o objetivo de avaliar a execução dos Programas do Governo Federal.

O chefe substituto CGU na Paraíba, Luís Guilherme Pontes, disse que, em quase todos os municípios paraibanos, onde a Controladoria já fez fiscalização, foram encontradas irregularidades na aplicação de recursos públicos federais.

Segundo ele, a maioria das verbas desviadas é de convênios da área de educação e saúde, “coincidentemente as que dispõem de mais recursos para investimento”.

Luis Guilherme Pontes afirmou que, dentre os programas que a CGU tem encontrado mais problemas, se destacam o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), convênios para a construção de casas populares, obras na área de saneamento básico e festividades, além do Piso de Atenção Básica (PAB), programa do Ministério da Saúde (MS) que disponibiliza recursos para investimentos na assistência básica de saúde nos municípios.

CGU faz auditorias nas prefeituras

O chefe substituto da CGU na Paraíba, Luís Guilherme Pontes, disse que o órgão vem realizando várias ações para tentar diminuir o índice de corrupção nos municípios brasileiros. Uma delas é a fiscalização da execução de programas federais na área da Saúde, Educação e Assistência Social. Segundo ele, os municípios a serem investigados são escolhidos por sorteio.

De acordo com Luis Guilherme Pontes, em cada sorteio, dois municípios paraibanos são escolhidos aleatoriamente. “É importante ressaltar que, para esse sorteio utilizamos a infra-estrutura de sorteio de loterias da Caixa Econômica Federal de Brasília”, frisou o executivo.

Além disso, Luís Guilherme Pontes destacou que a CGU também realiza auditorias de acompanhamento de gestão. “Atuamos junto aos gestores servindo como uma espécie de controle concomitante para evitar que se cometam erros que possam levar a desvio ou desperdício de recursos públicos”, frisou.

A Controladoria Geral da União também atua na avaliação da execução programas de Governo Federal.

“Escolhe-se um programa e nós vamos aos Municípios com o intuito de apurar se houve desvio de recursos ou falhas de execução do programa”. Além disso, a CGU também investiga irregularidades fruto de denúncias que chegam ao órgão.

Dificuldades para ressarcimento de verbas Com relação às denúncias encaminhadas à Controladoria, Luís Guilherme Pontes explicou: “Elas são avaliadas por equipes técnicas especializadas em Brasília e caso estejam dentro do escopo de nossa atuação, ou seja, em se tratando de verbas públicas federais, são investigadas”.

Para o procurador da República, Rodolfo Alves, há muitas dificuldades dos órgãos fiscalizadores em determinar o ressarcimento aos cofres públicos do que foi desviado. Segundo ele, essas dificuldades passam por alguns fatores culturais, pois muitas vezes a população ver a conduta ilícita como norma e não denunciam as irregularidades e “às vezes as denúncias são motivadas por brigas políticas de grupos rivais”.

Além disso, segundo ele, essa dificuldades passam também pelo despreparo dos órgãos competentes para identificar irregularidades dos gestores e pela falta de fiscalização no acompanhamento dos gastos das verbas públicas.

Para evitar a corrupção a CGU trabalha em 3 eixos principais

1. Dentro da CGU há uma Secretaria específica que atua somente na prevenção à corrupção. Essa Secretaria é responsável por desenvolver mecanismos de combate à corrupção e tem um foco educacional, ministrando palestras, cursos, realizando capacitações e treinamentos para a população e os gestores públicos.

2. Essa é a área da CGU que se encarrega de realizar as fiscalizações e auditorias, produzindo relatórios que servirão de base para os gestores adequarem as políticas públicas e tomarem as providências necessárias evitando assim o desvio de recursos públicos e as falhas na execução dos programas.

3. A Corregedoria da CGU é o último eixo no combate a corrupção. Ela é responsável pela apuração de possíveis irregularidades cometidas por servidores públicos e ou gestores e à aplicação das devidas penalidades administrativas, sem prejuízo do encaminhamento aos órgãos competentes das demais penalidades cíveis ou criminais.

Lei da improbidade administrativa

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional...

Art. 7º - Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.


Jornal Correio da Paraíba


LAST







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26/10/2008 free counters

De cada R$ 10, brasileiro desembolsa R$ 4 para pagar tributos, revela pesquisa



07/11/2011
Você sabe quanto tem de imposto em um saco de arroz? Você sabia que um quinto do preço de uma garrafinha de água é tributo e que metade do valor da “cervejinha” vai para o cofre do governo? Um levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) aponta que o brasileiro destina mais de 40% do salário para o pagamento de tributos.
O diretor do instituto, Fernando Steinbruch, explica que, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, onde os estabelecimentos comerciais discriminam na nota fiscal o que é tributo e o que é o preço efetivo do produto, no Brasil, o consumidor “está sendo ludibriado porque não sabe quanto paga de tributo quando compra um bem”.

- Fazemos todo ano um estudo da carga tributária para pessoa física e calculamos isso em dias, o que deu 149 dias trabalhados em 2011. Isso representa em torno de 41% de carga tributária. Ou seja, de cada R$ 100 que o consumidor gasta, R$ 41 sai do bolso para pagar impostos. Isso é uma média e vai depender da renda. Quanto maior a renda, mais tributos.

Pequena parte da população brasileira sabe, mas 17% do preço da carne bovina são impostos, mesmo volume de tributos que incidem sobre um saco de arroz. No caso do café, bebida tradicional do brasileiro, o imposto sobe para 20%. Para mercadorias com tecnologia mais avançada, como computador e telefone celular, a carga tributária alcança 40%.

O consultor em finanças pessoais Alexandre Lignus lembra que todos esses impostos são indiretos, já que o brasileiro já tem parte do salário retido na fonte por causa do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) e esse dinheiro não é usado corretamente para bancar os serviços essenciais do cidadão.

- Imagine que você recebeu R$ 10 mil de salário, você vai receber R$ 7.250 [R$ 2.750 fica retido na fonte] líquidos. Com o que sobra, você faz o supermercado, onde tem a carga tributária em cima dos produtos, o plano de saúde, a escola particular dos filhos, o seguro do carro, de casa, entre outros.


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26/10/2008 free counters

A empresa aérea australiana Qantas está oferecendo voos gratuitos




  07/11/2011 
 
A empresa aérea australiana Qantas está oferecendo voos gratuitos para passageiros que foram afetados pela decisão da companhia de manter em solo toda sua frota por conta de uma disputa trabalhista, na primeira de uma série de medidas para reconquistar a fidelidade dos clientes.

Os passageiros que não puderam viajar no final de semana passado são elegíveis a um retorno de graça dentro da Austrália ou para a Nova Zelândia, disse a empresa em comunicado neste domingo (6).

A iniciativa vai custar à companhia aérea cerca de 20 milhões de dólares australianos (R$ 36 milhões ou US$ 20,73 milhões), confirmou uma porta-voz.

A Qantas colocou sua frota no chão para forçar uma solução a uma longa disputa com os sindicatos sobre salários, condições e segurança de trabalho.

O cancelamento de voos prejudicou dezenas de milhares de passageiros e irritou o governo federal, que interveio e enviou a disputa para um tribunal do trabalho, o FairWork Australia, que ordenou o fim da ação industrial.
O presidente-executivo da empresa aéra, Alan Joyce, disse que, "durante o longo período de atividade industrial, nós estivemos muito cientes do impacto sobre nossos clientes".

- Esta oferta de passagem é uma de uma série de iniciativas que estamos lançando como forma de pedir desculpas conforme seguimos adiante neste período de estabilidade.

A companhia aérea informou que fará mais anúncios em breve em relação aos clientes de fora da Austrália e para os membros de seu programa de viagens frequentes.
 

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26/10/2008 free counters

Injuries force Madrid pair out of Brazil squad



Reuters
RIO DE JANEIRO - World Cup playmaker Kaka and his Real Madrid team mate Marcelo will miss two Brazil friendlies over the next nine days through injury, the Brazilian Football Confederation (CBF) confirmed on Sunday.
Real coach Jose Mourinho had already said on Saturday that former World Player of the Year Kaka would have to wait a little longer before making his return to international football with Brazil as he was nursing a calf injury.
"The players are prevented from playing due to muscular injuries, as confirmed by scans sent by Real Madrid to the Brazilian national team's medical department," the CBF said on its website (www.cbf.com.br).
It added that Bayern Munich midfielder Luiz Gustavo would miss Thursday's match in Gabon because he had not obtained proof of vaccination needed to enter the African country and would only be available to play against Egypt in Qatar.
Brazil, the 2014 World Cup hosts, meet Gabon in Libreville on Thursday and Egypt in Doha four days later and Kaka was set to make his first international appearance since their World Cup quarter-final exit in South Africa last year.
"He wouldn't have time to recover. It's an injury that has nothing to do with the serious problems of the past," Mourinho said. "It's a small injury typical of those that happen every season and he's going to stay here 15 days to recover."
Kaka has regained his place in the Real squad recently and put in some impressive performances, after a string of injury problems blighted his 2010-11 season.

LAST







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26/10/2008 free counters

Brazil: TV cameraman killed during Rio police raid


telegraph.co.uk

A Brazilian television cameraman has been fatally shot early while filming during a police raid outside Rio de Janeiro.

Bandeirantes television cameraman Gelson Domingos was hit in the chest by a rifle shot while covering the police confrontation with gang members at the Antares slum in Rio's west side early Sunday
Bandeirantes television cameraman Gelson Domingos was hit in the chest by a rifle shot while covering the police confrontation with gang members at the Antares slum in Rio's west side early Sunday Photo: AP
Gelson Domingos, 46, was shot in the chest while covering special police operations at the Brazilian port city's Antares shantytown and was declared dead at a local hospital.
Officials said the bullet that killed Domingos pierced the protective flak jacket he was wearing and that he was already dead when he arrived at a hospital emergency room.
"Efforts to resuscitate him were unsuccessful," a government statement said after the police operation.
The network said the TV journalist, a married father of three, was "a victim of the violence that affects innocent people every day in Brazil."
Police also said that the reporters had not been invited to cover the raid because it was so dangerous.
The Rio journalists union blamed TV Bandeirantes for the reporter's death.
"Bullet-proof vests are not safe against the weapons used by the drug traffickers and police," said union president Suzana Blass.
Police asked the network to see the footage Domingos took immediately before he was shot.
Four suspected criminals were killed and eight accused drug traffickers were arrested in the operation, said police, who also seized a sizeable cache of weapons.
With Rio due to serve as the host city for the World Cup final in 2014 and the 2016 Olympic Games, authorities in Brazil have been pushing steadily into several slums to stamp out nests of crime and violence.





LAST
Atualizado em domingo, 6 de novembro de 2011 - 15h47

Band lamenta morte de cinegrafista no RJ

Repórter cinematográfico foi atingido por um tiro de fuzil na favela Antares, zona oeste da cidade
Gelson Domingos, de 46 anos, deixa três filhos, dois netos e a esposa / Reprodução/BandNews TV Gelson Domingos, de 46 anos, deixa três filhos, dois netos e a esposa Reprodução/BandNews TV

O Grupo Bandeirantes lamenta a morte do seu funcionário Gelson Domingos, de 46 anos, na manhã deste domingo. O repórter cinematográfico foi atingido no peito em pleno exercício da sua profissão na cobertura de uma operação da polícia na favela de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Ele chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento da região, mas não resistiu.

O funcionário estava de colete à prova de balas – modelo permitido pelas Forças Armadas, sempre usados por profissionais da Band em situações como esta. Ele foi atingido por um tiro de fuzil, provavelmente disparado por um traficante.

Gelson Domingos deixa 3 filhos, 2 netos e esposa. Repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, ele já trabalhou em outras emissoras como SBT e Record e sempre foi reconhecido pela experiência e cautela no trabalho que exercia.

O Grupo Bandeirantes se solidariza com a família e está prestando toda a assistência.






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26/10/2008 free counters

Brasil evita apontar "culpados" pela falta de avanço da Rodada Doha




No mês de dezembro de 2011, autoridades de todo o mundo devem se dirigir a Genebra, na Suíça, para participar da Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). O encontro discutirá o futuro da agência e suas políticas comerciais em meio a um cenário de incerteza da economia mundial. Um dos temas da reunião será o estado da Rodada Doha, lançada em 2001.
A Rodada Doha tem como objetivo flexibilizar as regras comerciais. Mas as negociações esbarraram num impasse entre países desenvolvidos em desenvolvimento. Nesta entrevista à Rádio ONU, de Genebra, o embaixador do Brasil junto à OMC, Roberto Azevêdo, disse que não faz sentido procurar culpados para o impasse, mas sim tentar avançar na direção de uma solução.

"Os países vivem momentos e circunstâncias diferentes. A economia global passa por um momento de desaceleração nos principais mercados. Mesmo os países emergentes, que são os mercados que ainda estão em crescimento, têm desafios importantes. Então, eu não acho que seja o momento de se procurar atribuir culpas ou atribuir qualquer tipo de parcela maior de responsabilidade pelo fracasso das negociações. O que não quer dizer que as negociações em si, o que foi feito nos últimos 10 anos não tenha valor."

Para o embaixador Roberto Azevêdo, a Rodada de Doha produziu avanços interessantes, e segundo ele há áreas da Rodada que continuam atuais e que devem ser resolvidas.

PARA SABER MAIS

Ouça aqui a entrevista do embaixador do Brasil junto à OMC, Roberto Azevêdo.

FONTE

Rádio ONU
Mônica Villela Grayley
agrosoft
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26/10/2008 free counters

Tiroteio entre traficantes e polícia mata cinegrafista no Rio

Atualizado em domingo, 6 de novembro de 2011 - 15h47

Band lamenta morte de cinegrafista no RJ

Repórter cinematográfico foi atingido por um tiro de fuzil na favela Antares, zona oeste da cidade
Gelson Domingos, de 46 anos, deixa três filhos, dois netos e a esposa / Reprodução/BandNews TV Gelson Domingos, de 46 anos, deixa três filhos, dois netos e a esposa Reprodução/BandNews TV

O Grupo Bandeirantes lamenta a morte do seu funcionário Gelson Domingos, de 46 anos, na manhã deste domingo. O repórter cinematográfico foi atingido no peito em pleno exercício da sua profissão na cobertura de uma operação da polícia na favela de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Ele chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento da região, mas não resistiu.

O funcionário estava de colete à prova de balas – modelo permitido pelas Forças Armadas, sempre usados por profissionais da Band em situações como esta. Ele foi atingido por um tiro de fuzil, provavelmente disparado por um traficante.

Gelson Domingos deixa 3 filhos, 2 netos e esposa. Repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, ele já trabalhou em outras emissoras como SBT e Record e sempre foi reconhecido pela experiência e cautela no trabalho que exercia.

O Grupo Bandeirantes se solidariza com a família e está prestando toda a assistência.

Sociedade civil reage à morte de cinegrafista da TV Bandeirantes em tiroteio no Rio

6/11/2011 13:26,  Por Redação - do Rio de Janeiro
jornalistas
Jornalistas presentes ao local onde Gelson Domingos da Silva foi morto, lamentam a perda do colega, em flagrante registrado pelo fotógrafo Fernando Quevedo, da agência de notícias O Globo
Cinegrafista da TV Bandeirantes, Gelson Domingos da Silva, de 46 anos, morreu na manhã deste domingo ao ser baleado no peito enquanto cobria uma operação policial na favela de Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Segundo o Grupo Bandeirantes, ele vestia um colete à prova de balas permitido pelas Forças Armadas. Foi, porém, atingido por um tiro de fuzil, que atravessou a proteção. Em nota, a emissora diz que o disparo “provavelmente” partiu de traficantes. Em notas e em manifestações nas redes sociais, os jornalistas protestaram contra as condições de trabalho impostas aos profissionais do setor.
A assessoria de imprensa da PM informou que a operação começou por volta das 6h30 e tinha como objetivo a repressão do tráfico de drogas e armas na favela. Os policiais foram recebidos à bala e, na troca de tiros, o cineasta foi atingido. A PM chegou a levar o jornalista à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz. Segundo a secretaria estadual de Saúde, porém, ele já chegou ao local morto, por volta das 7h40. Ainda assim, tentativas de reanimação foram aplicadas, mas sem sucesso.
O Grupo Bandeirantes lamentou a morte do funcionário, que deixa três filhos, dois netos e a esposa.
Em nota distribuída ainda na manhã deste domingo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro pontuou que “falta de segurança e estrutura dada aos profissionais em áreas de risco resultou em mais uma morte na cobertura policial em favelas cariocas”. Ainda segundo a instituição, “o repórter cinematográfico, que era obrigado a exercer também a função de motorista do veículo da emissora – contrariando todas as normas de segurança em áreas de risco –, avistou um homem correndo com fuzil próximo a um beco. Gelson procurou proteção junto a uma árvore, começou a gravar mas recebeu um tiro no peito – que perfurou o colete à prova de balas. Seu corpo ainda foi levado para a UPA do Cesarão, em Santa Cruz. Na incursão, ele estava acompanhando de um repórter da TV Bandeirantes. Segundo relatos de profissionais que também cobriam a operação, o tiroteio era intenso e as equipes ficaram protegidas atrás de um muro”.
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) vê com indignação a morte de Gelson Domingos. É mais uma morte que resultou da falta de segurança em coberturas de risco no Rio de Janeiro. Para o Sindicato, este fato expõe a “imediata necessidade de dar continuidade às ações de proteção que foram prioridade após a morte de Tim Lopes e que hoje estão sendo proteladas pelo Sindicato Patronal”, acrescenta a nota.
Assinada pela presidente do sindicato, Suzana Blass, o comunicado informa, ainda, que a direção sindical realizou “uma reunião com as empresas para que a segurança dos jornalistas fosse avaliada e sentimos muita resistência na adoção de medidas concretas em conjunto com o Sindicato. As empresas acham que possuem o controle sobre as situações de risco até que algo acontece e prova o contrário”.
A reunião com o Sindicatos dos Proprietários das Empresas de Radiodifusão e das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas sobre normas de segurança em cobertura em áreas de risco, buscava o cumprimento do estabelecido na cláusula 45 do Acordo Coletivo de Trabalho. Mas não foram tomadas medidas concretas pelas empresas.
Suzana Blass avalia que a cobertura da violência só fica mais perigosa com a política de enfrentamento do Estado e a utilização de armas cada vez mais poderosas.
– Se não houver uma profunda discussão sobre medidas de segurança vamos continuar vivendo situações inaceitáveis como esta – disse a presidente do SJPMRJ.
Também neste ano, em maio, a direção do Sindicato dos Jornalistas pediu em Brasília o apoio da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal para a aprovação de leis que possam garantir segurança mais efetiva aos jornalistas que trabalham em áreas de risco. O pedido foi feito durante audiência pública realizada em homenagem ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Ao Sindicato das Empresas, foi proposta ainda em 2009 a ideia de criar em cada redação uma Comissão Paritária de Segurança, composta por profissionais do jornalismo, justamente para avaliar as operações em áreas de risco. Porém, este pedido foi constantemente negado sob a alegação de interferência nas redações. “A lógica dos patrões é fazer com que o emprego dos profissionais, como repórteres cinematográficos por exemplo, esteja garantido apenas à medida em que o trabalhador se arrisque cada vez mais em situações como essas”, expõe Suzana Blass.
A estrutura dada aos profissionais é pífia já no item mais básico: o colete à prova de balas. O Sindicato dos Jornalistas já havia alertado os veículos e exigiu que o material fosse analisado por especialistas do setor. Um repórter de televisão que estava próximo a Gelson Domingos durante a operação na manhã deste domingo e foi até a UPA acompanhar o corpo, confirma: “Estes coletes são lixo, são de papel.”
– Trata-se de uma tragédia que não podemos deixar que volte a acontecer – afirma Suzana Blass.
O Sindicato dos Jornalistas também exige que a TV Bandeirantes auxilie a família da vítima financeiramente.
Gelson Domingos era um profissonal com vasta experiência na cobertura policial. Além da Bandeirantes, ele trabalhava também na TV Brasil há cerca de quatro anos. Antes, tinha passado pela Record e pelo SBT. Em 2010, Gelson fez parte da equipe de reportagem da TV Brasil vencedora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com o trabalho Pistolagem, sobre assassinatos no Nordeste do Brasil.
– Ele era um cara cascudo, já tinha feito muita matéria de Polícia – lembra a amiga Neise Marçal, repórter da TV Brasil. Ela destaca a experiência e a vontade de Gelson em trazer as melhores imagens, as melhores informações para a redação.
“A vida de um jornalista”
Com larga experiência na chefia de equipes de reportagem, o jornalista Mario Marona, em sua página no Facebook, também se manifestou:
“Já comprei brigas que não queria em situação equivalente, mas vou repetir o que penso: a emissora que manda um cinegrafista cobrir um confronto entre policiais e bandidos “protegido” por um colete de imprensa apenas à prova de tiros de revólveres é responsável, também, pela morte dele. É possível – e não afirmo que é certo para não cometer uma injustiça – que Gelson Domingos estivesse vivo, agora:
1 – se fosse orientado a não se aproximar do conflito, ficando à distância segura, mesmo que isso prejudicasse um pouco a qualidade das imagens.
2 – se, orientado a filmar de longe, recebesse a ordem de fazer de perto apenas o rescaldo da operação depois do tiroteio, quando houvesse mais segurança para o trabalho dos jornalistas no local.
3 – se algum chefe experiente e menos ansioso dissesse a ele e a toda a equipe que estas imagens, anda que chocantes, não valem a vida de um jornalista e, portanto, não são assim tão necessárias.
4 – se as emissoras concluíssem, como deviam, que seus jornalistas não estão cobrindo a guerra do Vietnã ou do Iraque porque, se estivessem, teriam seguro de vida, usariam uniforme especial, estariam sob proteção das Forças Armadas do país cuja ação estivessem acompanhando e teriam, enfim, tantas imagens e tão ricas que poderiam ser feitas à distância segura.
5 – se as emissoras e os jornalistas parassem para avaliar se vale mesmo a pena botar a vida de um profissional em risco para conseguir meia dúzia de sobe-sons de tiros apenas para obter mais alguns pontinhos no Ibope.
6 – se todos os chefes que mandam estes jornalistas buscar imagens sem tanta importância com o risco de suas vidas fossem, eles próprios, de vez em quando, aos locais dos conflitos, para ver o que é bom pra tosse”.




Sindicato dos Jornalistas brasileiros culpa TV Bandeirantes pela morte de repórter

Ontem

Hamilton Luduvice, Brasil
foto Fernando Quevedo/REUTERS
Sindicato dos Jornalistas brasileiros culpa TV Bandeirantes pela morte de repórter
Repórteres da TV brasileira emocionados com a notícia da morte de colega (BRAZIL - Tags: CIVIL UNREST DRUGS SOCIETY MEDIA) NO SALES. NO ARCHIVES. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS. BRAZIL OUT. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN BRAZIL BRAZIL/
O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro culpabilizou a TV Bandeirantes pela morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos, de 46 anos, acontecida hoje (dia 6). O operador de câmara foi atingido no peito por um tiro de fuzil durante a cobertura de uma operação do BOPE contra o tráfico de drogas na favela de Antares, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Gelson Domingos usava colete à prova de balas, mas o projéctil transpôs a protecção. Para a presidente do sindicato de jornalistas, Suzana Blass, a morte do cinegrafista foi uma desgraça anunciada, porque os coletes dados pelas empresas de comunicação não suportam tiros de fuzil e que por isso o sindicato pode recorrer à Justiça para obrigar a TV Bandeirantes a amparar a família de Domingos.
Segundo a Suzana Blass, "o colete é uma maquilhagem. Os coletes não dão segurança para o profissional porque não protegem contra tiros de fuzil, a arma mais usada pelos bandidos e também pela polícia do Rio de Janeiro. E as emissoras só dão o colete porque a convenção colectiva de trabalha estabeleceu que o equipamento é obrigatório em coberturas de risco".
O sindicato dos jornalistas já pediu para que as empresas de comunicação façam um seguro diferenciado para as reportagens de risco.
Gelson Domingos e seu parceiro, o repórter Paulo Garritano ganharam, no ano passado, menção honrosa na 32ª edição do Prémio Vladimir Herzog de Amnistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário, com a série sobre pistolagem no Nordeste.

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