Autor(es): Roberto Pompeu de Toledo |
Veja - 28/11/2011 |
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No dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em
três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual estado se
transforme no estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás,
continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais.
Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é
controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente
especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à
controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a
orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de
dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é
falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora,
agora apartou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é
Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa
separatista, ele que, se não vive no estado, pelo menos tem bois que
vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar
Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do
marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do
mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo
paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996
para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do
candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de
Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro
julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então
com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas,
catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só
acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou
uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a
logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava
ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou.
E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo
prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos, de 15 metros, ao
longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria
construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas
centenas de milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se
nisso. Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles,
abobalhados e inúteis – um pressuposto de obra de engenharia tornado
ruína no nascedouro. A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que
fazer daquilo, pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José
Serra, chegou a cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e
resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi
inaugurada, já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de
trens, mas como simples corredor suspenso de ônibus.
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro
episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma
marquetagem irresponsável – e a palavra “irresponsável” vai aqui no
sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O
marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe
cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve
origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e
indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso: ao qual só se
tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de
transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do
melhor urbanismo – que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que
impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve
manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É
curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da
campanha que se opunha a um projeto de divisão do estado da Bahia. Um
texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV,
afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o
Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a
Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme
do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda
Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio.
Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa
do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.
Sergio Marques/ O Globo |
Reprodução
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Arquivo Ed Globo
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Duda Mendonça
Torno a ter o privilégio de publicar um artigo, como sempre instigante e impecavelmente escrito, do jornalista Roberto Pompeu de Toledo.
O texto foi publicado na edição de VEJA que está nas bancas desta semana.
O título original é o de abaixo, em negrito.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Caro amigo paraense
No
dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em três
unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual Estado
se transforme no Estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás,
continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais.
Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida.
Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por
isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata
de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a
criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso
você sabe.
O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de
muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na
campanha do plebiscito.
O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à
causa separatista, ele que, se não vive no Estado, pelo menos tem
bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a
virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
O Pará poderá ficar assim, a depender do resultado do plebiscito
Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do
marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do
mensalão.
Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo
paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996
para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing
do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de
Pitta, Paulo Maluf.
Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a
campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem
voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas, catapultaria a
cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família
Jetson.
Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para
transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística
complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a
eleição.
Celso Pitta ganhou.
Duda Mendonça em campanha de Paulo Maluf
E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo
prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos de 15 metros, ao
longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria
construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas centenas
de milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se nisso.
Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles, abobalhados e
inúteis — um pressuposto de obra de engenharia tornado ruína no
nascedouro.
A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que fazer daquilo,
pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José Serra, chegou a
cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e
resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi inaugurada,
já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de trens, mas
como simples corredor suspenso de ônibus.
Herança de Pitta: pilotis para via de ônibus suspensa, às margens do Tamanduateí
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro
episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma
marquetagem irresponsável — e a palavra “irresponsável” vai aqui no
sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos.
O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não
lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto
teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e
indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso, ao qual só se
tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de
transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do
melhor urbanismo — que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que
impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve
manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É
curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da
campanha que se opunha a um projeto de divisão do Estado da Bahia. Um
texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na
TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o
Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil.
Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode.
Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua
marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na
engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso
em conta, amigo paraense.
Duda Mendonça diz que pode ter recebido caixa dois do PT
Mendonça em foto de 2003, no lançamento de campanha criada por ele para o Fome Zero
Segundo o jornal “O Globo”, o publicitário Duda Mendonça afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas alegações finais do processo do mensalão, que pode ter recebido caixa dois do PT. A versão foi corroborada pelo também marqueteiro Zilmar Fernandes.
A
dupla de publicitários é acusada de lavagem de dinheiro e de evasão de
divisas, por manterem conta não declarada no exterior. O texto ao qual o
jornal teve acesso, assinado pelos advogados dos réus, diz que “aos
acusados sempre pareceu que os valores recebidos por seu lícito trabalho
eram oriundos, na pior das hipóteses, de infração prevista na
legislação eleitoral (caixa dois mantido no Brasil e no exterior)”.
O documento complementa que Mendonça e Fernandes mantinham negócios com o PT
desde 2001, e que todos os pagamentos eram autorizados por Delúbio
Soares, o tesoureiro que foi expulso do partido na época do escândalo e
anistiado neste ano.
Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça já havia admitido a possibilidade de ter recebido caixa dois.
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Pará
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
-
Estado do Pará |
|
Hino: Hino do Pará |
Gentílico: paraense |
|
Localização |
|
- Região |
Norte |
- Estados limítrofes |
Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima |
- Mesorregiões |
6 |
- Microrregiões |
22 |
- Municípios |
144 |
Capital |
Belém |
Governo |
2011 a 2015 |
- Governador(a) |
Simão Jatene (PSDB) |
- Vice-governador(a) |
Helenilson Pontes (PPS) |
- Deputados federais |
17 |
- Deputados estaduais |
41 |
- Senadores |
Marinor Brito (PSOL)
Flexa Ribeiro (PSDB)
Mário Couto (PSDB) |
Área |
|
- Total |
1 247 689,515 km² (2º) [1] |
População |
2010 |
- Estimativa |
7 588 078 hab. (9º)[2] |
- Densidade |
6,08 hab./km² (21º) |
Economia |
2008 |
- PIB |
R$58.519.000 (13º) |
- PIB per capita |
R$7.007 (22º) |
Indicadores |
2008[3] |
- Esper. de vida |
72,2 anos (13º) |
- Mort. infantil |
23,7‰ nasc. (15º) |
- Analfabetismo |
11,9% (16º) |
- IDH (2005) |
0,755 (16º) – médio[4] |
Fuso horário |
UTC-3 |
Clima |
equatorial Am |
Cód. ISO 3166-2 |
BR-PA |
Site governamental |
www.pa.gov.br |
|
O
Pará é uma das 27
unidades federativas do
Brasil. É o segundo maior estado do país com uma extensão de 1.247.689,515 km², pouco maior que
Angola, dividido em 144 municípios (com a criação de
Mojuí dos Campos), está situado no centro da
região norte e tem como limites o
Suriname e o
Amapá a norte, o
oceano Atlântico a nordeste, o
Maranhão a leste,
Tocantins a sudeste,
Mato Grosso a sul, o
Amazonas a oeste e
Roraima e a
Guiana a noroeste.
É o mais rico e mais populoso estado da
região norte, contando com uma população de 7.321.493 habitantes. Sua capital,
Belém, reúne em sua
região metropolitana cerca de 2,1 milhões habitantes, sendo a segunda maior população metropolitana da
região Norte.
[5] Outras cidades importantes do estado são,
Abaetetuba,
Altamira,
Ananindeua,
Barcarena,
Cametá,
Castanhal,
Itaituba,
Marituba,
Marabá,
Paragominas,
Parauapebas,
Redenção,
Santarém e
Tucuruí.
O relevo é baixo e plano; 58% do território se encontra abaixo dos 200
metros. As altitudes superiores a 500 metros estão nas serras de
Carajás,
Caximbo e
Acari.
Os rios principais são,
rio Amazonas,
rio Tapajós,
rio Tocantins,
rio Xingu,
rio Jari e
rio Pará.
O topônimo "Pará" é de origem
tupi e significa "mar".
[6]
-
O
Forte do Presépio, fundado em
1616 pelos
portugueses, deu origem a Belém, mas a ocupação do território foi desde cedo marcada por incursões de
Neerlandeses e
Ingleses em busca de
especiarias. Daí a necessidade dos portugueses de fortificar a área.
No
século XVII, a região, integrada à
capitania do Maranhão, conheceu a prosperidade com a lavoura e a pecuária. Em
1751, com a expansão para o oeste, cria-se o estado do
Grão-Pará, que abrigará também a
capitania de São José do Rio Negro (hoje o estado do
Amazonas).
Em
1821, a
Revolução Constitucionalista do Porto (
Portugal)
foi apoiada pelos paraenses, mas o levante acabou reprimido. Em 1823, o
Pará decidiu unir-se ao Brasil independente, do qual estivera separado
no período colonial, reportando-se diretamente a Lisboa. No entanto, as
lutas políticas continuaram. A mais importante delas, a
Cabanagem (
1835), chegou a decretar a independência da
província do Pará. Este foi, juntamente com a
Revolução Farroupilha, no
Rio Grande do Sul,
o único levante do período regencial onde o poder foi tomado, sendo que
a Cabanagem foi a única revolta liderada pelas camadas populares.
A economia cresceu rapidamente no
século XIX e início do
século XX com a exploração da
borracha, pela extração do
látex, época esta que ficou conhecida como
Belle Époque, marcada pelos traços artísticos da
Art Nouveau. Nesse período a Amazônia experimentou dois ciclos econômicos distintos com a exploração da mesma borracha.
Estes dois ciclos (principalmente o primeiro) deram não só a Belém, mas também a
Manaus (
Amazonas), um momento áureo no que diz respeito à urbanização e embelezamento destas cidades. A construção do
Teatro da Paz (Belém) e do
Teatro Amazonas (Manaus) são exemplos da riqueza que esse período marcou na história da Amazônia.
O então intendente
Antônio Lemos
foi o principal personagem da transformação urbanística que Belém
sofreu, onde chegou a ser conhecida como Paris N'América (como
referência à influência da urbanização que Paris sofrera na época, que
serviu de inspiração para Antônio Lemos). Nesse período, por exemplo, o
centro da cidade foi intensamente arborizado por
mangueiras trazidas da
Índia. Daí o apelido que até hoje estas árvores (já centenárias) dão à capital paraense.
Com o declínio dos dois
ciclos da borracha, veio uma angustiante estagnação, da qual o Pará só saiu na década de
1960, com o desenvolvimento de atividades agrícolas no sul do Estado. A partir da
década de 1960, mas principalmente na
década de 1970, o crescimento foi acelerando com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o
ferro na
Serra dos Carajás e do
ouro em Serra Pelada.
[editar] Divisão do estado
|
Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade.
Tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial.
(Justifique o uso desta marca na discussão do artigo)
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-
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na manhã do dia
5 de maio de
2011, um decreto legislativo que autoriza a realização de um
plebiscito que vai decidir pela criação do estado de
Carajás, que seria uma divisão do estado do Pará. O decreto foi promulgado pelo presidente do
Congresso Nacional,
José Sarney (
PMDB-
AP). Depois de promulgado, o plebiscito poderá ser realizado em até seis meses, de acordo com a organização da
Justiça Eleitoral.
Outro projeto, que também divide o estado do Pará foi aprovado pelo plenário da
Câmara dos Deputados. O projeto que prevê a criação do estado de
Tapajós,
contudo, ainda precisa passar pela aprovação do Senado antes de ser
promulgado. Se os dois plebiscitos forem realizados, a área atual do
estado do Pará poderá ser divida em três estados. Pela proposta, o
estado de Carajás, de autoria do ex-senador
Leomar Quintanilha, estaria localizado a sul e sudeste do Pará, e prevê como capital a cidade de
Marabá. Ao todo, o novo estado teria 39 municípios, com área equivalente a 25% do atual território do paraense.
Já o projeto que prevê o plebiscito para o estado de Tapajós é de autoria do senador
Mozarildo Cavalcanti (
PTB-
RR).
O novo estado estaria localizado a oeste do Pará, ocupando cerca de 58%
da área total do estado. A capital do novo estado seria
Santarém.
Ao todo, 27 municípios estão previstos para o estado de Tapajós. O
projeto que prevê o plebiscito ainda precisa ser aprovado pelo
Senado Federal.
[editar] Possível polêmica
O tema da divisão do Estado do Pará para a criação de novas unidades
federativas é um tema altamente polêmico e que tem afastado políticos da
discussão, principalmente ocupantes de cargos majoritários. Porém, um
menor percentual da classe política tem-se posicionado a favor ou contra
tais projetos emancipacionistas. Há que se ressaltar o fato de fazerem
mais de duas décadas as articulações políticas em torno das possíveis
novas unidades. Já os políticos unionistas foram tomados, em tese, "de
surpresa" - uma vez que sua organização em torno do projeto unificador
não estava há tanto tempo dentro das pautas internas quanto os projetos
separatistas para aqueles.
Os motivos alegados pelos defensores das reformas territoriais e as
consequências, para os possíveis novos estados e para o estado residual,
são de inúmeras ordens: desde culturais até geoestratégicas, merecendo
aí três de destaque: políticas, econômicas e orçamentárias.
A aprovação da criação dos estados de Carajás e Tapajós, causaria um
saldo negativo anual de cerca de R$ 2 bilhões à União, o estado de
Tocantins por exemplo da União R$ 500 milhões, de repasse voluntário, cinco anos depois de criado, sendo R$ 100 milhões por ano
[7].
[editar] Sobrerrepresentação
Politicamente, haveria o nascimento de dois estados com populações comparáveis às dos estados de
Tocantins e
Rondônia, fazendo proporcionalmente jus a uma bancada de apenas quatro deputados federais e de fração de um
senador
— uma vez que não atinge a proporção de 8/513 (cerca de 1,56%) da
população nacional. Entretanto, por motivos constitucionais, é
obrigatório respeitar o piso de oito
deputados federais e o fixo de três senadores por unidade federativa: o que produziria uma sobrerrepresentação na
Câmara dos Deputados e uma superrepresentação no
Senado Federal, vindo assim a facilitar substancialmente o acesso a cargos eletivos por parte da classe política desses possíveis estados.
Lei Kandir: O atual território correspondente ao Estado do
Pará é um dos maiores responsáveis pela pauta exportadora nacional,
costumando ficar entre quinto ou sexto maior exportador nos últimos anos
— aproximadamente 87% de suas exportações são de minérios diversos,
destinados sobretudo à
China. Contudo, a legislação brasileira, através da
Lei Kandir, isenta de
ICMS
as empresas exportadoras, justamente as principais responsáveis por
maior parte da geração de riquezas no estado paraense. As reservas
minerais em exploração estão localizadas quase todas na região do
Sudeste Paraense,
pretenso Estado de Carajás. Expressa-se assim que os grande projetos
mineroenergéticos pouco colaboram de maneira direta para a arrecadação
das esferas públicas no Pará. Neste cenário, de grandes perdas
tributárias para a esfera estadual, percebe-se a fragilidade de um
modelo assentado nas exportações, no sentido de viabilizar recursos para
a administração satisfatória de um estado, independente de seu tamanho
ou demografia.
-
A economia se baseia no
extrativismo mineral (
ferro,
bauxita,
manganês,
calcário,
ouro,
estanho), vegetal (madeira), na
agricultura,
pecuária, indústria e no turismo.
A mineração é atividade preponderante na região sudeste do estado, sendo
Parauapebas
a principal cidade que a isso se dedica. As atividades agrícolas são
mais intensas na região nordeste do estado, onde destaca-se o município
de
Castanhal; a agricultura também se faz presente, desde a década de 1960, ao longo da malfadada
Rodovia Transamazônica (BR-230). O Pará é o maior produtor de
pimenta do reino do
Brasil e está entre os primeiros na produção de
coco da Bahia e
banana. São Félix do Xingu é o município com maior produção de
banana
do país. A pecuária é mais presente no sudeste do estado, que possui um
rebanho calculado em mais de 14 milhões de cabeças de bovinos. A
indústria do estado concentra-se mais na região metropolitana de
Belém, com os distritos industriais de
Icoaraci e
Ananindeua, e também vem se consolidando em municípios como
Barcarena e
Marabá
através de investimentos na vesticalização dos minérios extraídos, como
bauxita e ferro, que ao serem beneficiados, agregam valor ao se
transformarem em alumínio e aço no próprio Estado. Pela característica
natural da região, destacam-se também como fortes ramos da economia as
indústrias madeireira e moveleira, tendo um polo moveleiro instalado no
município de
Paragominas.
O extrativismo mineral vem desenvolvendo uma indústria metalúrgica cada vez mais significativa. No município de
Barcarena é beneficiada boa parte da
bauxita extraída no município de
Paragominas e na região do Tapajós em
Oriximiná. No momento
Barcarena é um grande produtor de
alumínio,
e sedia uma das maiores fábricas desse produto no mundo, boa parte dele
é exportado o que contribui para o município abrigar também a principal
atividade portuária do Pará, no distrito de
Vila do Conde. Ao longo da
Estrada de Ferro Carajás, que vai da região sudeste do Pará até
São Luís do
Maranhão, é possível atestar a presença crescente de siderúrgicas. O governo federal implementou em
Marabá um pólo siderúrgico e metalúrgico, além das companhias já presentes na cidade. O polo siderúrgico de
Marabá utilizava intensamente o carvão vegetal para aquecer os fornos que produzem o
ferro gusa,
contribuindo assim, para a devastação mais rápida das florestas nativas
da região, mas recentemente este cenário vem mudando, as indústrias
estão investindo no reflorestamento de áreas devastadas e na produção de
carvão do coco da palmeira
Babaçu,
que não devasta áreas da floresta nativa porque consiste somente na
queima do coco e não do coqueiro, este é produzido principalmente no
município de
Bom Jesus do Tocantins.
Nos últimos anos, com a expansão da cultura da
soja
por todo o território nacional, e também pela falta de áreas livres a
se expandir nas regiões sul, sudeste e até mesmo no centro-oeste (nas
quais a soja se faz mais presente), as regiões sudeste e sudoeste do
Pará tornaram-se uma nova área para essa atividade agrícola. Pela
rodovia
Santarém-Cuiabá (
BR-163) é escoada boa parte da produção sojeira do
Mato Grosso, que segue até o porto de
Santarém,
aquecendo a economia da cidade tanto pela exportação do grão como pela
franca expansão de seu plantio: a produção local já representa 5% do
total de grãos exportados.
O Pará teve um elevado número de imigrantes
portugueses,
espanhóis e
japoneses. Estes povos têm suas trajetórias contadas em um espaço permanente, a “Sala Vicente Salles” do “
Memorial dos Povos”, situado em
Belém. Os
lusitanos foram seguidos pelos
espanhóis, que chegaram à capital quase que exclusivamente por questões políticas, graças às disputas pela
Península Ibérica. Em seguida vieram os
italianos e seu poder desbravador marítimo. Após deixar sua contribuição para o surgimento da cidade de
Belém, os
japoneses estabeleceram-se no interior agrário, fixando-se em municípios como
Tomé-açu. A maioria da população é parda, devido à grande herança genética indígena e, em menor parcela, africana.
Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração)[8] .
[editar] Imigrantes
- Portugueses
A presença dos portugueses no estado, deu-se no século XVII. Em Janeiro de 1616, o capitão português,
Francisco Caldeira Castelo Branco
iniciou a ocupação da terra, fundando o Forte do Presépio, núcleo da
futura capital paraense. A fixação portuguesa foi efetivada com as
missões religiosas e as bandeiras, que ligavam o Forte do Presépio a
São Luís do
Maranhão, por terra e subiram o
Rio Amazonas. Os portugueses foram os primeiros a chegar no Pará, Deixando contribuições que vão desde a culinária à arquitetura.
- Japoneses
Os primeiros imigrantes japoneses que se destinaram a
Amazônia saíram do Porto de
Kobe, no
Japão, no dia 24 de julho de 1926, e só chegaram ao município de
Tomé-Açu, no dia 22 de setembro do mesmo ano, com paradas no
Rio de Janeiro e
Belém.
Os japoneses foram responsáveis pela introdução de culturas como a
juta e a
pimenta-do-reino na década de 1930; de mamão hawai e do melão na década de 1970. A terceira maior colônia japonesa no
Brasil está no Pará, com cerca de 13 mil habitantes, perdendo apenas para os estados de
São Paulo e
Paraná. Eles vivem principalmente nos municípios de
Tomé-Açu,
Santa Izabel do Pará e
Castanhal. Sabendo-se que
Tomé-Açu foi o
primeiro local do Norte do país a receber imigrantes
japoneses, por volta de 1929.
[9]
- Italianos
Os emigrantes
italianos que vieram para o Pará são predominantemente da região Sul da
Itália, originários da
Calábria,
Campania e
Basilicata. Eram todos colonos, mas aqui se dedicaram ao comércio. O primeiro comércio italiano de que se tem notícia é de
1888 que ficava em
Santarém.
Eles fincaram raízes familiares em
Belém,
Breves,
Abaetetuba,
Óbidos,
Oriximiná,
Santarém e
Alenquer. A presença na região oeste do Pará era tão acentuada, que havia uma representação do consulado da
Itália em
Óbidos, considerada a cidade mais italiana do Estado. O consulado ficava em
Recife,
Pernambuco.
Em
Belém,
os italianos se dividiram entre a atividade comercial e os pequenos
serviços. Ao mesmo tempo em que trabalharam, foram importantes no início
do processo de industrialização da capital (1895). Segundo o censo de
1920, existia no Pará cerca de mil italianos. Ao final da Segunda
Guerra, registrou-se um refluxo causado pela perseguição a
alemães,
japoneses e
italianos. Os italianos, assim como os
franceses, não permaneceram em território paraense.
[10]
- Libaneses
A emigração dos libaneses para o Pará se deu na metade do século XIX, na época do
Ciclo da Borracha e até 1914 desembarcaram em
Belém entre 15 mil e 25 mil
imigrantes sírios-libaneses, dois quais um terço foram para o
Acre. No Pará, além da capital paraense, o
libaneses se deslocaram para os municípios de
Cametá,
Marabá,
Altamira,
Breves,
(Pará),
Monte Alegre,
Alenquer,
Santarém,
Óbidos,
Soure,
Maracanã,
Abaetetuba, entre outros.
[11]
- Franceses
Os primeiros imigrantes franceses chegaram ao
Brasil na segunda metade do século XIX, dirigiram-se para a colônia de
Benevides, na
região metropolitana de
Belém do Pará. Os franceses foram atraídos para a região, por causa do
Ciclo da Borracha, acabaram se instalando em
Belém, tornando-a conhecida como
Paris N'América.
- Maranhenses
São os maiores imigrantes nacionais no Estado do Pará.Por ser vizinho
do Estado do Pará, os maranhenses vão em busca de melhores condições
materiais.A população de Belém, sul e sudeste do Pará é formada
basicamente por imigrantes maranhenses. O Maranhão e o Pará tem uma
longa história de ligação que começou desde a criação dos Estados do
Grão-Pará e Maranhão. A parte cultural também há uma reciprocidade entre
os dois estados. Inclusive a origem do carimbó (dança de negros) é do
Maranhão que com o processo de aculturação tomou a forma paraense. A
lambada paraense da década de 1970 também influenciou o maranhão. A
parte da religião umbandista também há uma cumplicidade entre os dois
estados.O hino do Círio de Nazaré foi composto por um poeta maranhense
chamado
Euclides Farias.
O Pará tem pelo menos dois dialetos de destaque: o dialeto paraense tradicional, usado na capital
Belém,
no nordeste do Pará, Oeste do estado, e em boa parte do território
estadual; enquanto outro sotaque é utilizado na região sudeste do Pará (
Região de Carajás): um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.
Dialeto paraense tradicional: tem como característica mais
distintiva o raro uso do pronome de tratamento "você", sobretudo nas
intimidades, substituindo "você" por "tu": "tu fizeste", "tu és", "tu
chegaste", muitas vezes chegando a omitir o pronome "tu", verbalizando
expressões apenas como: "chegaste bem?", "já almoçaste?". O "r" e o "s"
são pronunciados de maneira semelhante à do
Rio de Janeiro.
Tal dialeto é considerado brando (à exceção da letra "s") e possuidor
de menos vícios de linguagens, comparado aos outros do Brasil, e decorre
da forte influência portuguesa na linguagem. Também é conhecido como
Amazofonia.
Sujeito
ativo x passivo: enquanto em outros estados, a
população utiliza verbos com sujeito ativo ou passivo e os considera
quase com mesmo sentido, as duas formas apresentam sentidos distintos no
Pará. Exemplos:
- verbo chamar: ele chama tem apenas o sentido de ele chamou o elevador ou ele chamou uma criança (sujeito ativo). Caso refira-se ao seu nome próprio, é ele se chama Alberto, a pergunta seria qual é o nome dele?.
- verbo formar: ele formou tem apenas o sentido de ele formou uma quadrilha, ele formou uma empresa (sujeito ativo). Se não for nesse sentido, a maneira utilizada é ele se formou em engenharia ou a coligação se formou ano passado.
Existe concordância dos verbos com relação ao pronome de tratamento, diferenciando-se situações informais das formais:
- eu te avisei (informal) x eu lhe avisei (formal)
- Ramo ré (informal) x vamos ver (formal)
- vem ver, é para ti (informal) x venha ver, é para você (formal)
- compra um açaí (informal) x compre um açaí (formal)
- atende o telefone que é para ti (informal) x atenda o telefone que é para você (formal)
Uso menos abusivo do
Que: o paraense faz um pouco menos uso dos
ques que outros brasileiros, nunca coloca dois
ques juntos. Exemplo:
- que isso? ao invés de que que isso?
- quanto isso custa? no lugar de quanto que isso custa?
- qual é o nome disso? ao invés de como que isso chama? (sic)
- como vai ser? substituindo como que vai ser?
No x para: nesse sotaque, o
para é mais utilizado quando o sentido é
ao ou
à:
- ele vai "pro" cinema ao invés de ele vai ao cinema
- eu vou "pra" feira no lugar de eu vou à feira
- ela foi "pro" shopping em detrimento de ela foi ao shopping
Semelhanças e diferenças:
- apesar de soar como sotaque carioca para muitos paulistas, é
nitidamente distinguível o sotaque paraense do carioca, já que o
paraense tem bem menos "gingado" e conjuga mais verbos como em Lisboa,
como "foste", "chegaste" etc.
- apesar de muitos brasileiros esperarem um sotaque nordestino quando se fala em Pará[carece de fontes], é ainda maior a diferença entre o sotaque do Pará e os da região Nordeste
Dialeto da Região de Carajás: marcante o uso do "s" como o de
São Paulo,
e outras peculiaridades. Essa maneira de falar existe no Pará desde
meados da década de 1970, quando houve uma maciça migração desordenada
de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a região, atraídos
com a descoberta da maior reserva mineralógica do planeta (Carajás) e
pela oferta em abundância de terras baratas. Também são conhecidos como
amazônicos da serra, pelo motivo dessa região estar distante do vale amazônico, em altitudes mais elevadas, aproximando-se do planalto central.
Mal-estar cultural: Essas diferenças culturais geraram mal
estar entre os habitantes da região colonizada e do resto do estado
(entre os "tradicionais paraenses" e os "novos paraenses"). Hoje em dia,
a diferença cultural é um dos motivos dessa região manifestar interesse
de ser um estado
autônomo.
A região também registra o maior número de conflitos e mortes no campo,
derivados de disputas por terras em um sistema fundiário caótico da
região.
[editar] Principais cidades
O Pará possui 144 municípios, dentre os quais, importantes para a economia do
estado são,
Altamira,
Ananindeua,
Barcarena,
Belém,
Canaã dos Carajás,
Castanhal,
Itaituba,
Marabá,
Paragominas,
Parauapebas,
Redenção,
Salinópolis,
Tucuruí e
Santarém.
Resultados no ENEM
2006[13]
Média |
33,13 (19º)
36,90 |
49,78 (17º)
52,08 |
2007[14]
Média |
46,02 (19º)
51,52 |
54,97 (15º)
55,99 |
2008[15]
Média |
36,90 (17º)
41,69 |
59,20 (8º)
59,35 |
-
A Culinária paraense possui grande influência indígena. Os elementos
encontrados na região, formam a base de seus pratos, o que deixa os
gourmets
maravilhados pela alquimia utilizada na produção destes pratos
exóticos. Os nomes dos pratos são tão exóticos quanto seu sabor, já que
são de origem indígena.
- Outros pratos típicos da região são
O Pará apresenta mais de uma centena de espécies comestíveis, são as
denominadas frutas regionais, e em muitas vezes apresentando um exótico
sabor para as suas sobremesas.
A seguir, algumas das frutas nativas paraenses:
[editar] Ver também
Referências
[editar] Ligações externas
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