Eu não tenho nenhuma intimidade com o Fábio Assunção, nunca trabalhamos juntos, mas sempre que nos encontramos eu sinto uma vibração boa, de quem a gente admira, respeita e, mesmo a distância, quer bem. E os colegas que temos em comum sempre me confirmam essa vibração, pois todos têm muito carinho e respeito por ele. Quando surgiram os fatos que tornaram pública a situação do Fábio, rapidamente me interessei em acompanhar o caso, de longe, torcendo muito por um final feliz. Me interessei por ser também uma pessoa pública, mas principalmente por ser também um ser humano comum, a mercê de todas essas tentações, lícitas ou ilícitas, que a vida nos oferece.
O que aconteceu com o Fábio pode acontecer com qualquer um. Ator, lixeiro, dona de casa ou até mesmo um Presidente da Republica. E os modos, ou o porquê das pessoas ultrapassarem o limite da segurança física e mental são diversos, cada história é uma história. As drogas, os estimulantes, os afrodisíacos, existem desde que o mundo é mundo. E a percepção da sociedade em relação ao assunto já deu várias reviravoltas, talvez por que a questão da droga nunca tenha sido discutida de fato, com a amplitude que o tema pede.
Neste momento, é interessante que figuras públicas como os ex-presidentes, César Gaviria, Ernesto Zedillo e Fernando Henrique Cardoso, estejam empenhados em discutir novas formas de lidar com a questão das drogas, através da Comissão Latinoamericana Sobre Drogas e Democracia. É um passo importante, pois a sociedade tende a achar que a questão é menos importante, assim como o pai que faz vista grossa para o filho que está se drogando. A questão envolve economia, segurança publica, saúde, liberdades individuais e tantas outras questões. E quando uma celebridade aparece no Fantástico para falar do assunto, como fez o Fábio, é porque realmente a droga não escolhe ninguém e mesmo as pessoas com acesso a boa educação e cultura estão sujeitas a experimentar, usar e abusar dela. Portanto, o assunto é da hora. É hora sim de discutir e procurar meios de esclarecer cada vez mais o que a droga representa para a sociedade, como devemos lidar com ela e principalmente, com quem está prisioneiro dela.
Vivo me cobrando uma posição à respeito da descriminalização das drogas. Confesso que ainda não cheguei a uma conclusão. Tenho dois filhos e penso que daqui a pouco terei que introduzir o assunto lá em casa. Às vezes penso que com as drogas liberadas, os pais vão descobrir com mais rapidez se seus filhos estão fazendo uso de substancias entorpecentes e sendo assim, será mais fácil entrar no assunto e se posicionar a respeito. Mas é uma visão muito simples para um tema tão abrangente.
Ver o depoimento do Fábio foi para mim um grande momento de reflexão. E confesso, fiquei emocionado de ver um cara que como eu é pai, artista e acima de tudo ser humano, abrindo sua intimidade em prol de alguma coisa que ele parecia estar tentando saber o que é e mesmo assim o fez, com dignidade, coragem e peito aberto. Parabéns Fábio. Você mostrou que é um cidadão de respeito, que merece toda a admiração que seus colegas e seu público tem por você. Estejamos todos alertas!
E não esqueçamos de discutir.
Lucio Mauro Filho, ator e roteirista
14 de setembro de 2009
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009, 18:15 | Online
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A nova pesquisa indica que o contato com pacientes da gripe suína deve ser evitado por mais tempo
AP e DJ
VIENA - Novos estudos mostram que um número considerável de portadores do vírus A H1N1 é capaz de disseminar o vírus da doença popularmente conhecida como gripe suína durante uma semana ou mais depois da manifestação dos primeiros sintomas, revela uma nova pesquisa. O período é superior ao que os especialistas acreditavam inicialmente.
A nova pesquisa indica que o contato com pacientes da gripe suína deve ser evitado por mais tempo e que, até o momento, a tosse é o sintoma mais preciso com relação ao tempo durante o qual um enfermo é capaz de espalhar o vírus.
A pesquisa foi comentada na tarde desta segunda-feira durante uma conferência sobre microbiologia na Califórnia.
Mais cedo, um especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que aproximadamente 40% das pessoas que morreram ou adoeceram com gravidade após contraírem a gripe A H1N1 eram jovens e saudáveis.
Entre os casos mais sérios entre os que contraíram o vírus, 40% "seriam do contrário considerados saudáveis", notou o especialista da OMS Sin Lun Tam, em uma conferência sobre doenças pulmonares. O encontro ocorre até quarta-feira, em Viena.
Entre os que adoeceram gravemente do vírus, mais de metade tinha menos de 20 anos, disse o especialista. O maior índice de mortes ocorreu entre as pessoas com idades entre 25 e 49 anos.
Sin Lun Tam apontou ainda que entre 15% e 30% dos contaminados pelo vírus que deram entrada em hospitais precisaram de cuidados intensivos. Segundo ele, a origem da doença ainda é desconhecida.
Na Austrália e nos Estados Unidos, as crianças eram o grupo com maior hospitalizações pela doença, segundo a OMS. Ao menos 3.205 pessoas já morreram em todo o mundo pela gripe A H1N1 desde os primeiros casos em abril, informou a entidade na sexta-feira.
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009, 18:30 | Online
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PATRICIA ZENGERLE - REUTERS
WASHINGTON - O presidente norte-americano, Barack Obama, assinou uma ordem nesta segunda-feira que estende a lei usada para impor o embargo comercial dos EUA a Cuba, apesar dos pedidos de opositores para que Obama seguisse o abrandamento das sanções à ilha comunista com o objetivo de colocar fim ao embargo.
"O presidente determinou que é de interesse nacional dos EUA em continuar por mais um ano o exercício de certos poderes sob o Ato de Comércio com o Inimigo em respeito a Cuba", informou a Casa Branca.
Obama anunciou em abril que iria aliviar restrições comerciais, impostas a Cuba há quase meio século após a revolução comunista de Fidel Castro.
No início deste mês, Washington aliviou as sanções. Entre as mudanças, o Departamento do Tesouro disse que autorizaria o envio ilimitado de remessas por norte-americanos com parentes em Cuba e a visita de norte-americanos à ilha quantas vezes e quando quiserem.
O grupo de direitos Anistia Internacional pediu a Obama que não assinasse a extensão, alegando que o embargo interfere nos direitos humanos de cubanos.
Presidentes norte-americanos têm assinado extensões anuais da lei desde 1970.
(Reportagem adicional de Matt Spetalnick)
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BRASÍLIA - O ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália e que em janeiro passado recebeu o status de refugiado do Ministério da Justiça brasileiro, disse acreditar que um dia poderá "voltar à Itália como um cidadão livre".
Em entrevista escrita à ANSA, Battisti afirma que -- após o julgamento de seu caso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -- espera ficar no Brasil, "fazendo exatamente o que fazia primeiro no México, depois na França, e também aqui antes de ser preso. Quero retomar minhas atividades de escritor e roteirista".
Questionado sobre a possibilidade de retornar à Itália, ele esclarece que gostaria de retornar um dia se fosse anistiado pelo regime italiano. "A Itália é meu país natal, lá estão meus parentes. Não duvido que um dia eu possa voltar à Itália como um cidadão livre".
Condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti permaneceu foragido por quase 30 anos. Ele se refugiou no México e na França, onde foi beneficiado pelo asilo outorgado pelo ex-presidente Francoise Mitterand, antes de vir ao Brasil, onde foi preso em 2007.
Desde janeiro passado, após ter recebido do ministro Tarso Genro o status de refugiado político, o ex-militante de esquerda aguarda a decisão do Supremo, que deve analisar seu caso na próxima quarta-feira.
Com otimismo, Battisti afirma que "este tempo prolongado tem servido para que os ministros do STF tenham estudado com maior profundidade o caso e, assim, compreendido porquê não fui responsável pelos quatro assassinatos".
Revelando que está em seu terceiro romance desde que foi detido, o italiano fala também sobre o regime carcerário e sobre seu companheiro de cela, "que é bem tranquilo, o que me permite continuar a escrever quase todos os dias".
Embora as normas do presídio sejam rígidas, "felizmente, posso contar com o apoio externo para cuidar de minha saúde, principalmente, pela hepatite B e diabetes", conta Battisti, que tem recebido a solidariedade de associações sociais e políticas da Itália e também de brasileiros, que enviam cartas, livros e ajudas materiais.
Sobre a distensão nas relações entre Itália e Brasil ocasionada por seu caso, o italiano diz não acreditar que "existe tensão diplomática", pois "a amizade que liga estes dois países é forte demais para não resistir a uma simples questão de soberania nacional", enfatiza no texto de três páginas, escrito à mão e em português, da penitenciária da Papuda, em Brasília.
A Itália, por sua vez, considera que o parecer do STF ainda é imprevisível. Na última semana, um dos advogados do Estado italiano recordou, em declarações à ANSA, que este caso é de "grande complexidade" e, portanto, o Supremo deverá demorar mais de um dia para tomar sua decisão.
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Washington presenteou 135 países com as rochas trazidas pelas duas missões lunares de 1969 e 1972
AP
AMSTERDÃ - Atenção, países do mundo: Vocês sabem onde estão suas pedras da Lua?
A descoberta de uma pedra da lua falsa no museu nacional da Holanda deveria ser um alerta para os mais de 130 países que receberam presentes dos voos Apollo 11, em 1969, e Apollo 17, três anos depois.
Cerca de 270 pedras recolhidas pelos astronautas americanos foram entregues a outros países pela administração Nixon. Mas de acordo com especialistas e pesquisadores consultados pela Associated Press, o paradeiro de algumas dessas pequenas pedras é desconhecido. "Eu não tenho dúvida de que muitas pedras da lua foram perdidas ou roubadas e estão agora em coleções particulares", disse Joseph Gutheinz, da Universidade do Arizona.
O Rijksmuseum, mais conhecido por abrigar pinturas holandesas do século XVII, anunciou no mês passado que sua pedra (do tamanho de uma ameixa) havia sido testada e foi descoberto que era apenas um pedaço de madeira petrificada, provavelmente do Arizona. O museu disse ter recebido a pedra do governo de um ex-primeiro-ministro.
A verdadeira pedra holandesa está em um museu de história natural, mas a identificação errada levantou questões sobre quão bem os países têm protegido seus presentes de Washington.
Pedras da Lua genuínas, embora não tenham nenhum valor mineral, podem alcançar valores de seis dígitos no mercado negro de colecionadores.
Das 135 pedras do Apollo 17 presenteadas para nações e seus líderes, apenas cerca de 25 foram encontradas pelo site CollectSpace.com. Isso não significa que as outras estejam perdidas, apenas que os arquivos são incompletos.
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O maior índice de mortes ocasionadas pela doença ocorreu entre as pessoas com idade entre 25 e 49 anos
AE - Agência Estado
- VIENA - Aproximadamente 40% das pessoas que morreram ou adoeceram após contraírem a gripe suína eram jovens e saudáveis, afirmou nesta segunda-feira, 14, um especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Sin Lun Tam, entre os casos graves, mais de metade dos pacientes tinha menos de 20 anos. O maior índice de mortes ocorreu entre as pessoas com idade entre 25 e 49 anos. Ele apontou ainda que entre 15% e 30% dos contaminados pelo vírus que deram entrada em hospitais precisaram de cuidados intensivos.
Na Austrália e nos Estados Unidos, as crianças eram o grupo com maior índice de internações pela doença, segundo a OMS. Ao menos 3.205 pessoas já morreram em todo o mundo pela gripe suína, informou a entidade na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.
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OMS diz que 40% das mortes pela gripe são de pessoas saudáveis
Mapa
De Agencia EFE – Há 2 horas
Viena, 14 set (EFE).- Um especialista da Organização Mundial da Saúde afirmou nesta segunda-feira que 40% dos casos graves e das mortes causadas pela nova gripe corresponde a pessoas saudáveis, e a taxa de mortalidade é ligeiramente mais alta nas idades entre 25 e 49 anos.
Na abertura do congresso anual da Sociedade Respiratória Europeia (ERS, em inglês), em Viena, um especialista da OMS confirmou que ,em muitas partes do mundo, a nova gripe já desbancou a gripe sazonal.
O especialista advertiu que, embora, em geral, a nova gripe não seja muito agressiva, chama a atenção o fato de que grande parte das mortes causadas, assim como os casos mais graves, foi registrada em pessoas que eram saudáveis antes de contrair o vírus A (H1N1).
Além disso, destacou o fato de que o grupo de mais risco seja o de adultos.
"Inclusive a taxa de mortandade é ligeiramente superior no grupo de entre 25 e 49 anos, e 40% dos casos graves e das mortes afetam pessoas que seriam consideradas saudáveis", afirmou.
"Ainda não sabemos com exatidão de onde veio este vírus. Até agora, o A (H1N1) praticamente não sofreu mutação. Isso é uma sorte. As cepas são muito homogêneas. As complicações pulmonares são registradas com mais frequência do que na gripe comum sazonal", ressaltou.
De acordo com os dados da OMS, que parou de contabilizar o número de contagiados e só registra o número de mortes e casos graves, o maior número de pacientes internados por causa da doença nos Estados Unidos e na Austrália é entre os menores de 20 anos.
Até a próxima quarta-feira, cerca de 20 mil especialistas participam do congresso da ERS, a maior conferência mundial de medicina pulmonar.
O fórum concentra grande parte de sua atenção nas doenças crônicas das vias re
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Londres, 14 set (EFE).- A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) informou hoje que os primeiros testes com sua vacina contra o vírus da nova gripe demonstraram eficácia após a primeira dose.
Em comunicado, a companhia explicou que os resultados da experiência, que está sendo feita na Alemanha com 130 voluntários saudáveis de entre 18 e 60 anos, indicam que a vacina oferece uma "forte resposta imunitária".
Segundo a empresa, essa resposta "excede o critério de imunogenicidade" - propriedade de uma substância com capacidade de produzir uma resposta imune -, definido pelas autoridades reguladoras internacionais para uma vacina contra uma pandemia de gripe.
Mais de 98% dos participantes do estudo, que receberam a vacina com um coadjuvante (aditivo acrescentado a uma vacina para melhorar a resposta do sistema imunológico à mesma), mostraram uma reação imunitária adequada três semanas após sua aplicação.
Quando o grupo de teste recebeu a vacina sem coadjuvante, 95% de seus membros deram essa mesma resposta imunitária.
"Esta prova oferece dados estimulantes sobre o possível uso de uma dose de nossa vacina contra a pandemia", afirmou o presidente da GSK, Jean Stephenne.
"Compartilhamos esses dados com autoridades reguladoras e Governos que estão tomando decisões-chave sobre assistência sanitária nesse momento", explicou Stephenne.
A farmacêutica está realizando outros 15 experimentos com mais de nove mil pessoas em Europa, Canadá e Estados Unidos.
Após ser detectado o primeiro caso da gripe no México, em março passado, as empresas farmacêuticas, pressionadas pela demanda dos Governos, se lançaram a uma corrida para fabricar uma vacina que combata o vírus da doença.
Em 11 de junho último, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia da gripe em nível global. EFE pa/rr
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Candidatos devem ter 18 anos de idade ou mais e apresentar sintomas. Pacientes receberão medicação e serão acompanhados por especialistas.
Do G1, em São Paulo
O Núcleo de Pesquisa em Geriatria Clínica e Prevenção (NUPEQ) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) convocou nesta segunda-feira (14) voluntários para um estudo clínico sobre tratamento da gripe A (H1N1). Os voluntários receberão medicação e serão acompanhados por equipe médica especializada. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição, informa a Unifesp.
Para participar, o candidato deve ter febre igual ou superior a 38°C (com início súbito desse sintoma), mal-estar, dores musculares e tosse. O início dos sintomas deve ter ocorrido nas últimas 48 horas. Os interessados devem ter 18 anos de idade ou mais. Para se inscrever, entrar em contato pelo telefone
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O Brasil se tornou uma das coqueluches dos mercados internacionais e não há seminário no qual o país não receba elogios de economistas encarregados de aconselhar os endinheirados do mundo. Cada vez que escuto essas análises, me pergunto o quanto a vida real dos milhões de brasileiros realmente melhorou. Estive em São Paulo há um mês e a sensação é a de que todos os dramas cotidianos continuavam intactos: a escandalosa desigualdade de renda, a pobreza gritante e a violência que paira sobre todos.
Sei que a renda aumentou e a desigualdade diminuiu, mas a distância que estamos de um patamar minimamente decente é tão grande que o país não poderia se dar ao luxo de não ter um sentido de urgência para enfrentar essas questões.
Na semana passada estive em Dalian, cidade do nordeste da China, para cobrir o encontro de verão do Fórum Econômico Mundial _que realiza sua reunião mais célebre em Davos, na Suíça, durante o inverno europeu. O Brasil foi um dos destaques positivos do relatório sobre competividiade da instituição, que basicamente mede a capacidade dos países de crescerem de maneira sustentável e eficiente e, assim, melhorarem a renda e a qualidade de vida de seus habitantes.
O Brasil subiu impressionantes oito posições e foi apontado como uma das nações que devem sofrer menos com a crise atual, ao lado de China e Índia, que tiveram melhoras mais modestas no ranking, de apenas uma posição. Mesmo com o salto, o Brasil está em 56º lugar em um universo de 133 países pesquisados, atrás da China (29º) e da Índia (49º). Entre os BRICs, só a Rússa aparece em pior posição, 63ª.
Mas o que chama atenção na performance brasileira são os setores onde o país NÃO melhorou ou avançou muito pouco: educação primária, saúde e segurança, essenciais para mudar a maneira como a população experimenta sua vida cotidiana. Todas são áreas básicas, sem as quais o Brasil não poderá ir muito longe, por mais sofisticado que seja seu sistema financeiro e seu mercado de capitais.
No quesito saúde e educação primária, o Brasil permaneceu na mesma posição em que estava no ano passado, a 79ª em um universo de 133, atrás de países como México (65), Malásia (34), Tailândia (61) e Colômbia (72). Entre os BRICs, o Brasil está atrás da China (45) e da Rússia (51), ganhando apenas da Índia (101). O país aparece em 93º lugar no item segurança, dentro do qual o “crime organizado” nos coloca em 111º.
Como disse a economista Jennifer Blanke, uma das autoras do trabalho, o Brasil melhorou em áreas mais sofisticadas e avançou pouco ou nada nas mais elementares. O país ficou em 91º nos chamados “requisitos básicos”, que englobam instituições, infraestrutura, estabilidade macroeconômica e saúde e educação primária. É a pior posição entre os integrantes dos BRICs _a China aparece 36º lugar, a Rússia em 64º e a Índia em 79º.
“É difícil avançar no resto sem melhorar a qualidade da educação primária”, disse Blanke. O país também não avançou no quesito “educação superior”, ainda que registre posição mais alta, 58ª, a mesma que ocupava no ano passado.
No item “ética e corrupção” amargamos a 125º posição, o que deixa apenas sete países em situação pior. A ineficiência do poder público é outro flanco aberto, no qual estamos na 120º posição.
Os terrenos onde o Brasil avançou são importantes, mas estão a anos luz de distância dos moradores da favela de Heliópolis, em São Paulo, ou da Rocinha, no Rio. No item “mercados financeiros”, o país escalou 13 posições, para o 51º lugar, enquanto o uso de tecnologia subiu 10 pontos, para a 46ª posição.
Outra área em que o Brasil saltou 13 posições foi a “estabilidade macroecômica”, que inclui o tamanho da dívida pública em relação ao PIB, déficit público e inflação. Mas mesmo com a melhoria, nós estamos na 109ª posição, com apenas 24 países em situação pior.
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Você vai ver agora uma entrevista corajosa, reveladora e exclusiva. Patrícia Poeta conversou em São Paulo com o ator Fábio Assunção. Dez meses depois de se afastar das novelas, ele falou pela primeira vez sobre o que aconteceu. Sem rodeios, abertamente.
A entrevista aconteceu no sábado, 12 de setembro, em São Paulo, às 10h da manhã. Fábio Assunção está ansioso. A partir desta segunda começa a gravar as primeiras cenas da microssérie "Dalva e Herivelto", sobre a vida, os escândalos e o amor de dois grandes astros da era do rádio, Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. E já é por causa de Herivelto que Fábio está de bigode.
“Eu tô me reencontrando com a musica através do Herivelto Martins, eu estou me preparando, fazendo aulas de canto e violão”, conta o ator.
O papel marca a volta de um dos atores mais queridos e talentosos da TV brasileira. Em 18 anos de profissão, foram 12 novelas, oito filmes e várias minisséries de sucesso.
Em novembro do ano passado, Fábio deixou a novela "Negócio da China", na qual era protagonista, alegando problemas de saúde. Hoje, depois de dez meses de afastamento, o ator de 38 anos se considera pronto para falar de peito aberto sobre o que aconteceu.
Patrícia Poeta - O que aconteceu, Fábio? Por que você se afastou?
Fábio Assunção - Olha, eu me afastei porque... Eu acho bom falar sobre isso. Eu nunca falei sobre isso. Não porque eu tenha nada pra esconder, mas é que isso foi uma coisa tão íntima. Eu me tornei dependente químico. E isso foi uma coisa que.. É muito difícil você administrar dependência química com qualquer coisa que você faça na vida.
Pra gente entender melhor: há quanto tempo você vinha enfrentando o problema?
Já há alguns anos. Mas eu acho que nos últimos três ou quatro anos foi que a coisa começou a ficar mais difícil, mais complicada.
Você tinha dificuldade de trabalhar?
Eu acho que o problema maior era respeitar meus compromissos e horários. Chegou uma hora que eu fiquei perdido, eu não sabia mais se era terça-feira, se era quinta-feira, se era sábado. Eu tinha medo de marcar um jantar. Sei lá, se eu tinha uma gravação de manhã, eu falava "De manhã, será que vai acontecer? Será que...". Porque esse processo de droga é uma coisa... É muito duro você dizer que não vai fazer mais uma coisa e você fazer. "Chega, agora não faço mais! Agora acabou" e dois dias depois você está fazendo de novo!
Quantas vezes você tinha tentado começar um tratamento, ou fez um tratamento e acabou não funcionando?
Eu tinha feito, quando acabou o “Paraíso Tropical”, eu fui pra fora do Brasil, pra uma clinica que tem fora do Brasil. Fui uma vez.
Em Miami?
Não, no Arizona. Perto de Phoenix. E fiquei lá 40 dias, aí voltei, as coisas não deram certo. Aí eu voltei pra lá de novo, pra mesma clinica, e fiquei dois meses.
Melhorou?
Melhorou. Mas eu voltei, aí fiquei um tempo bem, e depois as coisas começaram a não ir bem de novo.
“Está preso na Policia federal, em São Paulo, um homem detido ontem num flat quando oferecia cocaína para o ator Fábio Assunção”, noticiou o Jornal Nacional em 25 de janeiro de 2008.
Logo depois do incidente, Fábio desistiu de ser Dodi na novela “A Favorita” e o papel foi para Murilo Benício. Meses depois, aceitou ser Heitor em “Negócio da China”.
Eu fiquei a fim de fazer a novela. Mas aí eu tomei a minha rasteira total. A coisa veio forte, e veio de um jeito que foi muito difícil pra mim. E me pegou mesmo e aí eu dancei.
E demorou pra você aceitar que, sim, você tinha um vicio, que você precisava se cuidar, parar pra se cuidar?
Demorou, demorou. E, aliás, eu acho que isso é o primeiro passo pra lutar contra isso, é você assumir que você tem um problema e pedir ajuda.
Você sentia medo do que as pessoas pudessem achar?
Pô, totalmente. Sentia medo de se julgado, de ser criticado, de até ser visto como uma referência negativa. Eu acho que esses medos todos fazem com que você só aumente o seu problema. Eu acho que ano passado o que aconteceu, de certa forma, foi maravilhoso, porque quando eu tive a minha doença exposta eu pude ficar livre. Eu falei, "bom, agora que todo mundo sabe, eu vou assumir isso então", eu tirei um peso das costas.
Aí você decidiu virar a página. "Agora vou fazer um tratamento mesmo pra valer, vou parar", e como é que foi esse tratamento?
Olha, esse tipo de tratamento é como se você atravessasse um deserto. Um momento de solidão, é difícil. Mas nada é mais difícil que viver com droga, então qualquer tratamento é mais fácil do que a vida que você tava tendo.
Quanto tempo você ficou lá?
Cinco meses. Eu fiquei quatro meses numa clínica muito fechada, e depois eu terminei meu tratamento no último mês, final, numa outra clínica onde eu podia receber visita. Eu tenho um filho, João, de 6 anos, que é um encanto na minha vida, entendeu? Que é uma pessoa que eu não fingi pra ele que nada tava acontecendo. Ele via que eu não tava bem. Aí eu disse pra ele que eu tava indo pra uma clínica pra aprender a dormir, a acordar e a comer na hora certa. E ele entendeu.
Eu acho que a pergunta que todo mundo se fez é por que o Fábio Assunção, esse cara bonito, bem sucedido, famoso, querido por tantas pessoas acabou sendo atraído por drogas? Você tem essa resposta?
Tenho, eu acho que o espírito da gente, ele não tá muito interessado se você tem tudo, ou se você não tem tudo, se você faz sucesso. Eu fui, sei lá, eu fui brincar com uma coisa que eu não tinha dimensão de o quanto perigosa ela é. Porque eu acho que a gente tem um lado às vezes que é autodestrutivo, entendeu? Eu me coloquei em risco várias vezes, risco de saúde, risco de vida, risco de ter problemas legais. Eu me sinto abençoado porque, quando eu estive na clínica, conheci pessoas que tem sequelas, pessoas que acabaram se envolvendo em acidentes, coisas que não se pode mais reverter. Então eu acho que passei por essa tempestade e me sinto muito bem, me sinto feliz...
Nesse período de tratamento, como ficaram os relacionamentos? Os amigos se afastaram de você ou ficaram do seu lado? O que aconteceu?
Eu tive alguns amigos que foram embora. Mas eu não tenho nenhum ressentimento em relação a isso. Esse momento só me ensinou o verdadeiro significado da amizade.
E quem deu mais forca pra você nesse desafio de largar o vício?
Bom, a Karina, totalmente.
Sua namorada, né?
É. Não tem nem o que dizer assim, não arredou o pé um minuto.
Karina que inclusive está acompanhando a entrevista hoje aqui, né?
Meus pais, meus pais nessa época da clinica se aproximaram muito de mim.
Você hoje se sente completamente curado?
Não! De jeito nenhum, de jeito nenhum e não quero me sentir. Porque eu acho que esse lado, esse lado da doença eu não posso fingir que isso não existe, esse diabinho, eu não posso achar que ele não existe, eu tenho que ter o respeito por ele. Mas assim eu estou encantado de como a recuperação é uma coisa genial. Eu hoje poder marcar os meus compromissos e eu estar lá, isso me da uma sensação de vitória. Pô, eu tô conseguindo!
Em algum momento pintou alguma tentação? De querer voltar atrás?
Não é querer voltar atrás, isso jamais. Eu peguei um caminho agora que não tem volta pra mim, entendeu? Eu não vou dar mais brecha pra que minha vida volte a ser aquele inferno que era antes.
O que significa pra você estar voltando pra TV esta semana?
Significa prazer! Prazer de estar voltando a trabalhar. Mesmo com tudo isso que aconteceu, eu tô voltando muito positivo, trabalhando com pessoas que confiam em mim.
Agora pra gente encerrar, eu vou pedir pra você mandar uma mensagem pros telespectadores, que acompanharam a sua história, que torceram por você, que torceram pela sua recuperação.
Eu espero que o que eu estou construindo nesse momento seja bom pra quem tá precisando. Às vezes tem umas pessoas na rua, umas pessoas mais velhas, que vêm me dar um puxão de orelha, entendeu? É serio, eu levo umas broncas, tem umas senhoras que vêm me dar bronca. “Menino, você volta direito”. É uma coisa sempre positiva, divertida. Natural, natural os puxões de orelha que eu levei valeram também. Foi muito bom, está sendo muito bom.
Obrigada pela confiança de falar comigo sobre um assunto tão pessoal, mas que ao mesmo tempo é enfrentado por tantos brasileiros, obrigada também pela franqueza, pela coragem de falar sobre esse assunto. E pode ter certeza que, nós do Fantástico e o pessoal de casa, todos nós vamos estar torcendo por você mais ainda.
Maravilha, Patrícia. Obrigada você pela oportunidade. Eu nunca tinha falado sobre o assunto. E isso também não é uma coisa que eu pretendo continuar falando, porque eu também não quero ser representante de nada. Assim, se o que eu tô fazendo agora é um incentivo pra pessoas que estão vivendo isso, eu acho genial essa oportunidade.
BBC - Dias 2 e 3 abril deste ano. Reunião do G20 em Londres. Qual era a sua expectativa para a reunião. Chegando a Londres para a reunião, o que é que o senhor tinha em mente? O que o senhor esperava? Lula -Antes da reunião de Londres tivemos a reunião nos Estados Unidos. Fui para a reunião com um certo ceticismo. Era a primeira vez que os países emergentes eram convidados a participar de um fórum superior ao G8 mais G-5, e que tinha como pauta principal a crise econômica. Nós fizemos um avanço já na Cúpula de Pittsburg (na verdade, a reunião foi em Washington) e depois chegamos a Londres. A reunião de Londres superou as expectativas. Eu fui muito cético e lá, no auge dos debates, das discussões, percebemos que tinha uma coisa importante numa reunião de chefes de Estado: ninguém tinha certeza de nada. Não tinha mais um Estado superior ao outro, porque, quanto mais rico, mais (o país) tinha sofrido o revés da crise. Então, estava todo mundo muito humilde, todo mundo querendo ouvir, todo mundo querendo aprender e eu acho que as decisões que tomamos foram extraordinárias. Primeiro, discutimos a necessidade da regulamentação do sistema financeiro; depois, a necessidade de democratizar mais o FMI e o Banco Mundial, de aportar mais recursos para essas instituições; depois a necessidade de fiscalizar os paraísos fiscais, de não permitir a existência de paraísos fiscais. Foram passos importantes que agora começam a ser executados. Por isso, eu estou convencido de que o G20 passa a ser um fórum extremamente importante, e espero que não seja um fórum apenas para resolver o problema da crise. Os pobres do mundo, os emergentes do mundo são chamados apenas para resolver o problema da crise e, quando a crise terminar, acaba-se com o G20 e volta ao G8. Cria-se um grupo de amigos e a vida continua. Não! Nós vamos brigar, é uma decisão já dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China), é uma decisão de países importantes como a França. Penso que o próprio Gordon Brown está convencido de que o G20 precisa continuar. Talvez faltem países importantes. O que é sagrado nessa história é que todo mundo agora quer ser ouvido e todo mundo tem condições de dar o seu palpite, sua opinião. Ninguém pode discutir a economia hoje e esquecer que existe uma China. Ninguém pode esquecer uma Índia. Ninguém pode esquecer um Brasil, uma África do Sul, um México, uma Indonésia. São países importantes que têm que ser levados em conta na discussão BBC - Nesse sentido, o G8 não tem mais representatividade para resolver um problema como esse da crise econômica? Lula - O problema é que o G8 é um clube fechado. Do ponto de vista da discussão da crise econômica, acho que o G8 não tem legitimidade. Acho que é preciso, além do G20, se incluir outros países importantes, porque estamos tomando decisões não para amanhã. Estamos tomando decisões para o século 21. Estamos tomando decisões que podem durar cem anos, 50 anos. Temos que mudar as coisas que não deram certo no século 20 para aprimorá-las no século 21. E aí nos temos que ouvir os outros atores da política mundial, que não estão apenas no G8. BBC - Nesse sentido, então, é necessário que se crie uma nova arquitetura econômica, como o senhor vem dizendo? Lula - Estou convencido de que precisamos mudar a arquitetura mundial. A base dela foi a conversa que tivemos no G20, foi um bom início. Mas é preciso que o G20 tenha uma maior densidade de funcionamento. É preciso que nossos ministros da Economia se encontrem sempre, é preciso que os bancos centrais se encontrem sempre, é preciso que os ministros das Relações Exteriores se encontrem sempre. Esse fórum G-20 não pode ficar apenas discutindo a crise econômica. Temos que discutir a política econômica dos próximos cem anos, dos próximos 30, dos próximos 40. Temos que discutir não apenas a crise, mas discutir desenvolvimento. Vamos continuar tratando a África como tratamos no século 20 ou vamos colocar dinheiro para o desenvolvimento da África? À medida que aparecem mais chineses no mundo comendo, mais indianos comendo, mais africanos comendo, mais brasileiros comendo, nós precisamos aumentar a produção de alimento. Onde é que tem terra para aumentar essa a produção de alimento? Obviamente que é na América Latina e na África. Então é preciso acabar com essa política meramente assistencialista de dar um dinheirinho para isso, dar um dinheirinho para aquilo. É preciso que a gente coloque dinheiro em projetos de desenvolvimento, que a gente construa parcerias com os países africanos para que eles possam ser donos do seu nariz, produzir seus alimentos. E aí tem que ter um acordo na Rodada de Doha na OMC. Porque é preciso que a gente desbloqueie os subsídios europeus e americanos para os produtos agrícolas dos países mais pobres. BBC - Quais são os riscos de o G8 resistir e isso não acontecer? De essa nova arquitetura não acontecer? Lula - Acho que eles vão resistir um pouco, mas acho que terá pouca duração. Porque, veja, o Sarkozy defende não mais o G8. O Gordon Brown já defendeu mais que o G8. A Alemanha defende mais que o G8. O Obama já falou mais que o G8. Já não tem mais sentido o G8. A não ser que você queira criar um clube de amigos. Mas se quiser discutir a sério a produção, o consumo e a economia do mundo, inclusive a paz, não podem prescindir dos países emergentes. Tem que levar em conta esses países porque são grandes produtores e grandes consumidores. Esses países têm muita coisa a ver com a tranquilidade que nós queremos para o mundo. BBC - Voltando ao G20, que foi uma reunião histórica. O senhor sentiu que aquela foi a reunião que mudou a percepção que os grandes líderes tinham do Brasil, por exemplo? Houve uma mudança ali? Lula - Na verdade não sei se foi ali que houve a mudança sobre o Brasil. O Brasil vem trabalhando seriamente há muito tempo para que as pessoas o levem mais em conta. E você só é levado em conta se agir com seriedade. Eu aprendi, no mundo sindical, que um interlocutor só respeita o outro se ele se respeitar. O Brasil vem conquistando com seu procedimento, com o trabalho dos ministros, com o trabalho do governo, com o trabalho dos empresários. O Brasil vem crescendo, com sua imagem positiva no cenário mundial. Era preciso todo mundo pegar no remo e remar. Eu lembro que o Obama começou a reunião dizendo o seguinte: olha, eu sou novo no governo, eu vim aqui para aprender. Você imagina, o presidente americano falar isso numa reunião. Ou seja, demonstra que houve mudança substancial na visão que os Estados Unidos ou que o presidente Obama tem do mundo. A partir daquela reunião, o Obama várias vezes vem falando em construir parceria com os países africanos, com a América Latina. Não é aquela visão hegemônica de uma grande nação, mais poderosa militarmente falando, a mais poderosa economicamente falando. Mas é mais aquela coisa de aparecer sempre por cima. O Obama está dizendo: eu quero construir uma parceria, quero uma coisa mais sólida, uma coisa de mais confiança, em que os americanos não sejam vistos como os inimigos a priori. BBC - Naquela mesma reunião, o presidente Obama disse que o senhor era o político mais popular do mundo, que o senhor era "o cara". Isso reflete esse peso do Brasil? Lula - Não, acho que Obama foi apenas gentil. Mas independente disso, a verdade é que o Brasil ganhou muita credibilidade nos últimos anos. Basta que você converse com qualquer brasileiro que visite o exterior, basta que você acompanhe a imprensa no exterior. Antes você viajava o mundo e, para sair uma matéria de pé de página do Brasil na visita de um presidente, haja sacrifício... Hoje eu acredito que os embaixadores brasileiros, que o governo brasileiro, que os empresários brasileiros e que os jornalistas brasileiros estejam vendo que nunca saiu tanta matéria positiva sobre o Brasil como tem saído nos últimos tempos. Às vezes dão até mais importância do que a própria imprensa brasileira. BBC - Presidente, o senhor pode fazer um paralelo entre essa crise que nós estamos vivendo agora, uma crise que começou nos países ricos, e a crise do final da década de 90, que foi muito forte no Brasil, por exemplo? Lula - Essa crise foi infinitamente mais forte do que a crise da década de 90. Se você pegar a crise asiática, a crise do México, a crise da Rússia e a crise da América Latina, que envolve o Brasil, o montante de dinheiro envolvido não chega a 10% do que foi essa crise agora. Naquela crise você falava em bilhões. Nessa crise você fala em trilhões. E não se sabe se foram 10 trilhões, 15 trilhões, 20 trilhões, 7 trilhões... Porque todo mundo ainda está fazendo avaliações. Até agora. Até agora não se deu o número razoável dos títulos tóxicos, ou seja do chamado crédito podre que existe na praça. Até agora não sabemos o total. Mas que são trilhões e trilhões de dólares, são. Porque muitos bancos importantes quebraram. Eu acho que isso foi infinitamente superior a tudo que nós conhecemos em crise, a não ser a crise de 1929. Possivelmente no montante de dinheiro, esta foi maior. Só que essa pegou os países pobres mais organizados. Imagina se nós não estivemos organizados? Imagina se a economia dos países pobres não tivesse estabilizado, se não estivesse crescendo a economia nos países da África, da América do Sul, na América Latina, no Brasil? Se nos estivéssemos na UTI, como passamos toda a década de 80, teríamos morrido. O dado concreto é que quando essa crise veio, o Brasil estava sólido, com alto crescimento, boas reservas, e até hoje nós continuamos com a reserva de US$ 207 bilhões, coisa impensável cinco anos atrás.
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