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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Força, Fábio (Por Lucio Mauro Filho)







Por Lucio Mauro Filho


Eu não tenho nenhuma intimidade com o Fábio Assunção, nunca trabalhamos juntos, mas sempre que nos encontramos eu sinto uma vibração boa, de quem a gente admira, respeita e, mesmo a distância, quer bem. E os colegas que temos em comum sempre me confirmam essa vibração, pois todos têm muito carinho e respeito por ele. Quando surgiram os fatos que tornaram pública a situação do Fábio, rapidamente me interessei em acompanhar o caso, de longe, torcendo muito por um final feliz. Me interessei por ser também uma pessoa pública, mas principalmente por ser também um ser humano comum, a mercê de todas essas tentações, lícitas ou ilícitas, que a vida nos oferece.


O que aconteceu com o Fábio pode acontecer com qualquer um. Ator, lixeiro, dona de casa ou até mesmo um Presidente da Republica. E os modos, ou o porquê das pessoas ultrapassarem o limite da segurança física e mental são diversos, cada história é uma história. As drogas, os estimulantes, os afrodisíacos, existem desde que o mundo é mundo. E a percepção da sociedade em relação ao assunto já deu várias reviravoltas, talvez por que a questão da droga nunca tenha sido discutida de fato, com a amplitude que o tema pede.


Neste momento, é interessante que figuras públicas como os ex-presidentes, César Gaviria, Ernesto Zedillo e Fernando Henrique Cardoso, estejam empenhados em discutir novas formas de lidar com a questão das drogas, através da Comissão Latinoamericana Sobre Drogas e Democracia. É um passo importante, pois a sociedade tende a achar que a questão é menos importante, assim como o pai que faz vista grossa para o filho que está se drogando. A questão envolve economia, segurança publica, saúde, liberdades individuais e tantas outras questões. E quando uma celebridade aparece no Fantástico para falar do assunto, como fez o Fábio, é porque realmente a droga não escolhe ninguém e mesmo as pessoas com acesso a boa educação e cultura estão sujeitas a experimentar, usar e abusar dela. Portanto, o assunto é da hora. É hora sim de discutir e procurar meios de esclarecer cada vez mais o que a droga representa para a sociedade, como devemos lidar com ela e principalmente, com quem está prisioneiro dela.


Vivo me cobrando uma posição à respeito da descriminalização das drogas. Confesso que ainda não cheguei a uma conclusão. Tenho dois filhos e penso que daqui a pouco terei que introduzir o assunto lá em casa. Às vezes penso que com as drogas liberadas, os pais vão descobrir com mais rapidez se seus filhos estão fazendo uso de substancias entorpecentes e sendo assim, será mais fácil entrar no assunto e se posicionar a respeito. Mas é uma visão muito simples para um tema tão abrangente.


Ver o depoimento do Fábio foi para mim um grande momento de reflexão. E confesso, fiquei emocionado de ver um cara que como eu é pai, artista e acima de tudo ser humano, abrindo sua intimidade em prol de alguma coisa que ele parecia estar tentando saber o que é e mesmo assim o fez, com dignidade, coragem e peito aberto. Parabéns Fábio. Você mostrou que é um cidadão de respeito, que merece toda a admiração que seus colegas e seu público tem por você. Estejamos todos alertas!


E não esqueçamos de discutir.


Lucio Mauro Filho, ator e roteirista

14 de setembro de 2009







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