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sábado, 1 de novembro de 2008

Cristo Redentor fica sem trenzinho por divergência no contrato com a União

da Agência Brasil

O trenzinho que leva ao Cristo Redentor, um dos pontos turísticos mais procurados na cidade do Rio de Janeiro, não funcionou neste sábado (1º). O contrato da empresa que operava os trens com a dona da concessão, a União, venceu ontem e não foi renovado. O serviço foi suspenso e só será restabelecido com um novo contrato.

Apesar do dia nublado, os turistas procuraram a atração neste sábado. A maior parte era formada por estrangeiros desavisados, como o espanhol Jose Antonio Sanches e sua mulher. Eles estiveram ontem (31) no Cristo, mas, por causa do mau tempo, resolveram voltar hoje. No entanto, mais uma vez, saíram decepcionados.

"Hoje, é o nosso último dia no Rio. Saímos frustrados porque ontem o trem funcionava", afirmou Sanches. O casal, que está de férias, resolveu usar táxi ou van para chegar ao topo do Cristo, mas, para ele "não será a mesma coisa".

O acesso de vans e táxis funciona normalmente. A empresa Estrada de Ferro do Corcovado, que opera os trenzinhos há 25 anos, questiona a licitação, realizada pela Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento. Embora tenha vencido a concorrência, o presidente da empresa, Sávio Neves, afirma que o processo não correu às claras.

"Não entramos na Justiça para manter as operações porque acreditamos que essa polêmica coloca luz no problema. É um jeito de chamar atenção para forma como a licitação foi conduzida. A secretaria habilitou empresas que não estavam credenciadas, que não apresentaram todos os documentos e produziu um contrato frágil", afirmou Neves.

Neves afirma que a concorrência fez com que a empresa ofertasse pela concessão um valor alto, o que pode complicar investimentos nos trens. Pelo novo contrato, a operadora pagará R$ 1,1 milhão à União por mês. Antes, o valor era de R$ 320 mil. "Essa não é a nossa reclamação, mas a forma do processo", disse Neves. A secretaria argumenta que a licitação, apesar das contestações judiciais, foi homologada.

"O governo foi surpreendido com a notícia de que a empresa não assinaria o contrato", afirmou a secretária Alexandra Reschke, em nota. Segunda ela, o novo documento inclui seguro para passageiros e garantia da proteção ao meio ambiente.

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26/10/2008 free counters

Carro usado pagará menos IPVA em 2009

MARCOS CÉZARI
da Folha de S.Paulo

Os donos de carros usados licenciados no Estado de São Paulo gastarão menos para quitar o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) de 2009.

Isso ocorrerá porque, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), não houve, na média, variação nominal no preço dos veículos entre setembro de 2007 e setembro passado. Com isso, o valor real (sem a inflação) a ser pago em 2009 será menor que o deste ano.


Editoria de Arte/Folha Imagem

Ontem, a Secretaria da Fazenda publicou no "Diário Oficial" do Estado a tabela com os valores venais (de mercado) dos veículos usados -sobre eles é aplicada a alíquota do imposto. Os valores foram obtidos pela Fipe após pesquisa de mercado em setembro (em lojas de veículos usados, em concessionárias e em publicações especializadas).

Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda paulista, a Fipe justificou "esse comportamento [de preços estáveis] pela alta disponibilidade de financiamentos com prazos maiores e taxas de juros menores, o que facilitou a troca de veículos seminovos por novos." Essas trocas resultaram em maior oferta de veículos usados, com a conseqüente queda dos preços. Logo, o imposto a ser pago também será menor.

Apesar de pagar menos imposto em 2009, o contribuinte não deve comemorar. É que, nesse caso, seu patrimônio está valendo menos. Neste ano, o imposto já havia sido reduzido em 1,5%, em média. Em 2007, houve aumento médio de 6,5%.

Como não houve variação nominal "na média", significa que, em alguns casos, poderá até haver aumento do imposto --mas esses casos devem ser minoria. É mais provável que ocorra até queda nominal no valor a pagar, como no exemplo da tabela ao lado. Um Siena 1.0, 2007, flex, pagará 15,05% menos do que em 2008 --o imposto será de R$ 1.037,92 em 2009, contra R$ 1.221,84 deste ano (valores sem o desconto).

Como a tabela divulgada ontem tem apenas os valores venais, o contribuinte precisará fazer contas para saber quando pagará em 2009. Para isso, ele terá de entrar no site www.imprensaoficial.com.br e, a seguir, em "IPVA 2009". É preciso informar a faixa do IPVA do veículo (o número está no certificado de propriedade) e o ano de fabricação.

O site fornece o valor venal do veículo. Basta aplicar a alíquota respectiva --gasolina e bicombustível, 4%; álcool e gás, 3%; picape cabine dupla, 4%; utilitários (cabine simples), ônibus, microônibus, tratores e motos, 2%; e caminhões, 1,5%.

O valor obtido será o imposto a ser pago. Se pagar em cota única, em janeiro, o contribuinte terá desconto de 3%. Veículos com mais de 20 anos de fabricação (de 1988, inclusive, para trás) estão isentos.

12 milhões pagam

Em dezembro, a Fazenda enviará "Aviso de Vencimento" a cerca de 12 milhões de proprietários de veículos automotores terrestres (exclui embarcações e aeronaves) registrados no Detran de São Paulo.


Editoria de Arte/Folha Imagem

Essa é a frota de veículos que terá de pagar o imposto. Há ainda 3,8 milhões de veículos isentos (fabricados há mais de 20 anos) e 200 mil considerados isentos, imunes ou dispensados do pagamento (pertencem a deficientes físicos, taxistas, igrejas, partidos políticos etc.).

Como nos anos anteriores, o pagamento do imposto será feito no primeiro trimestre. Na tabela ao lado estão os prazos de vencimento e as principais instruções para o pagamento.

Atrasar o pagamento custa caro. Os retardatários terão de arcar com multa de 20% e juro pela taxa Selic.

É vantagem pagar o imposto com desconto, de uma só vez, em janeiro, do que em fevereiro, sem o desconto. É que os 3% equivalem a juros de 3,09% ao mês --taxa não obtida em aplicações financeiras.

Seguro obrigatório

Os donos de carros de passeio, motos, ônibus e caminhões são obrigados a pagar o imposto e o seguro obrigatório, também chamado de Dpvat.

Quem deixar de pagar o seguro obrigatório não poderá licenciar o veículo. Sem o licenciamento, o veículo poderá ser apreendido em bloqueios e em caso de acidente.

A Fazenda prevê arrecadar cerca de R$ 9 bilhões em 2009. Neste ano, até setembro, a receita somou R$ 7,1 bilhões.

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26/10/2008 free counters

Cotovelada de Raúl Castro em Lula


Essa é toda a sequência da cotovelada que o presidente de Cuba Raúl Castro deu em Lula, durante uma caminhada pelas ruas de Havana. Castro tentava acalmar jornalistas desesperados por alguma frase quando acertou nosso presidente.
São fotos exclusivas do Dida, que mostrou mais uma vez que estava no lugar certo e na hora certa.

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26/10/2008 free counters

ONU denuncia crescente número de execuções na Colômbia


HUGH BRONSTEIN - REUTERS

BOGOTÁ - A matança sistemática e disseminada de civis inocentes por forças de segurança colombianas deve ser investigada pelo governo ou então as cortes internacionais podem intervir, disse a ONU neste sábado.

O governo demitiu 27 oficiais do Exército na quarta-feira, depois que um inquérito os implicou nas mortes de um grupo de jovens que desapareceram de seus lares e mais tarde foram fuzilados, jogados em valas comuns e reportados como baixas de combate.

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navanethem Pillay, solicitou uma maior investigação daquilo que grupos de direitos dizem ser uma tendência crescente entre os soldados: melhorar as estatísticas atirando em civis e entregando seus corpos como se fossem combatentes mortos na guerra de guerrilha colombiana, que já dura 44 anos.

Centenas de casos semelhantes aguardam investigação enquanto membros das famílias das vítimas condenam os assassinatos.

"Um ato ilegal se torna um crime contra a humanidade quando se torna uma prática sistemática e disseminada contra uma população civil. Estamos observando e nos mantendo a par do número de execuções extra-judiciais, que de fato parecem ser sistemáticas e disseminadas em minha opinião", disse Pillay a repórteres, ao final de uma viagem de uma semana para averiguar os fatos.

"Somente quando um país é incapaz ou indiferente a investigar esses crimes sérios é que a Corte Criminal Internacional teria o poder de intervir", acrescentou.

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26/10/2008 free counters

Evo suspende operações antidrogas dos EUA na Bolívia


Presidente acusou o Departamento Antidroga de 'espionagem' e 'conspiração' contra seu governo

EFE


LA PAZ - O presidente da Bolívia, Evo Morales, decidiu neste sábado, 1, suspender "indefinidamente" as operações em seu país do Departamento Antidroga dos Estados Unidos (DEA), após acusá-lo de realizar "espionagem" e de "conspiração" contra seu Governo.

Morales anunciou a decisão em um quartel da região cocaleira de Chapare, no centro do país, onde foi a um ato para conhecer os resultados da erradicação da coca e da luta contra o narcotráfico.

"A partir de hoje está suspensa de maneira indefinida qualquer atividade da DEA americana", disse Morales em seu discurso.

O governante acusou a DEA de manter, nos últimos meses, "uma participação política" e de "conspiração contra o Governo" junto a grupos opositores, em atividades fora de sua competência verdadeira, no caso, a luta contra o narcotráfico.

Morales frisou que os agentes da DEA fizeram "espionagem política, financiando grupos delinqüentes para que atentem contra a vida das autoridades, por não dizer do Presidente".

Segundo ele, a agência antidroga dos EUA também financiou grupos cívicos para que "sabotem" os aeroportos no oriente da Bolívia com o propósito de impedir a chegada de autoridades.

Concretamente, o líder citou o nome de um agente antidroga dos EUA que trabalha na região oriental de Santa Cruz, a quem acusou de realizar viagens às cidades de Trinidad e Riberalta com o objetivo de "financiar os civis envolvidos no golpe de Estado civil dos meses de agosto e setembro".

Morales também disse que um pequeno avião da DEA fez vários vôos às regiões opositoras sem nenhum controle e também sem elaborar relatórios sobre o que transportaram a esses lugares.

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26/10/2008 free counters

“Veremos quem lida melhor com a crise”


Dilma Rousseff -
A ministra diz que o governo Lula mostrará até 2010 que teve mais competência que a oposição na economia
Ricardo AmaralfonteTxt=Ricardo Amaral

Desde que os efeitos da crise financeira global começaram a chegar ao país, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, passou a fazer jornada dupla. Além de coordenar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), acompanha de perto a elaboração e os resultados de cada uma das últimas medidas da área econômica. Dilma Rousseff é o nome preferido, mas ainda não declarado, do presidente Lula para disputar a sucessão em 2010, quando os efeitos da crise serão avaliados pelo eleitor. Na quinta-feira, depois de divulgar um balanço do PAC, a ministra recebeu ÉPOCA para esta entrevista. Ela aposta que o governo Lula vai se sair melhor que o anterior, de Fernando Henrique Cardoso, no enfrentamento da crise e no julgamento das urnas.


ENTREVISTA - Dilma Rousseff
Anderson Schneider

QUEM É
Economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 60 anos, a chefe da Casa Civil da Presidência é a principal auxiliar do presidente Lula

O QUE ESTUDOU
É a gerente do principal plano do governo Lula no segundo mandato: o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

O QUE FEZ
Foi ministra de Minas e Energia. Também foi secretária de Energia no Rio Grande do Sul

ÉPOCA – Os efeitos da crise econômica vão prejudicar o candidato do governo ao Planalto em 2010?
Dilma Rousseff –
Vou dizer o que espero de 2010 e acredito que meus companheiros de governo também esperam: que o povo reconheça o esforço feito por este governo para mudar as condições de desenvolvimento, fazer o país crescer e incluir milhões de brasileiros. A característica principal deste governo é que aumentamos a classe média brasileira em quase 20 milhões de pessoas, resgatamos da pobreza mais de 10 milhões de brasileiros. O governo será avaliado pelo que é.

ÉPOCA – Mas a crise será um componente dessa avaliação em 2010.
Dilma –
Tenho certeza de que esse componente será favorável ao governo, na visão do povo. Estamos mostrando que sabemos governar na hora mais difícil. Até lá, veremos quem sabe lidar melhor com a crise.

ÉPOCA – A senhora não acha que ela favorece a oposição?
Dilma –
Só se fosse uma oposição contra o Brasil. Como a crise pode favorecer a oposição, se ela é contra o país, se o governo está tomando as medidas para enfrentá-la? Desde 2003, construímos as condições para ter o melhor desempenho que este país já teve diante de uma crise dessa proporção. Quando começamos a acumular reservas, muita gente criticou, diziam que estávamos loucos. Isso foi possível porque mantivemos a inflação sob controle, fizemos superávit primário (a economia entre a arrecadação de impostos e os gastos do governo), enviamos ao Congresso as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foi isso que nos permitiu tomar as medidas preventivas agora.

ÉPOCA – O país foi abalado pelas crises no governo Fernando Henrique. Por que não seria no governo Lula?


Dilma –
Há muita gente achando que o Brasil hoje é o mesmo país de antes de 2003, quando ocorreram crises até pequenas se comparadas à atual. Eram crises de bilhões de dólares. A atual é de trilhões. Essas pessoas apostam que o governo vai falir, como faliu naquele período. Mas não vai. Naquela época, se havia crise, o governo quebrava, porque a dívida pública estava denominada em dólares e explodia. Não havia reservas suficientes e tinham de recorrer ao FMI e adotar políticas extremamente restritivas, ampliando a recessão que a própria crise já trazia. Naquela época, as crises implicavam uma apatia do governo. Ele estava quebrado, não tinha instrumental para agir e acabava realimentando a crise. Hoje, é completamente diferente: para começar, o governo não quebrou.

ÉPOCA – E por que não quebrou? Quais são as diferenças?
Dilma –
A primeira grande diferença é nossa robustez macroeconômica. Temos a inflação sob controle, as contas externas são robustas, acumulamos US$ 215 bilhões em reservas. Estamos fazendo um superávit primário maior até que a meta estabelecida. Fizemos superávits durante todo esse período. Apostamos no crescimento do mercado interno. A economia brasileira tem hoje mais condição de sustentar o crescimento diante de uma recessão na economia real de países desenvolvidos. E diversificamos bastante as relações comerciais com outros países.

ÉPOCA – A diferença está nas condições macroeconômicas do país?
Dilma –
Condições que nós construímos, mas não é só. Há uma diferença de atitude. Sabemos que a crise existe, é real e já nos afetou. Ela nos pega pela escassez mundial de crédito. Mas o governo tem perfeita tranqüilidade para lidar com isso. O presidente Lula não fica choramingando por um probleminha aqui, outro ali. Em vez de ficar apático, ou até de ser uma das maiores partes do problema, como nas crises antes de 2003, o governo hoje é um ator presente no cenário, com muitos instrumentos.

ÉPOCA – Por exemplo?
Dilma –
As medidas preventivas tomadas pelo BC e pela Fazenda mostram essa robustez. O uso de reservas para conter a especulação com a volatilidade do câmbio, o emprego dessas reservas diante de um crédito externo seco, quase desértico, a liberação do compulsório para irrigar o crédito. E as políticas setoriais, para a construção civil, a agricultura, com a ação do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES. São instrumentos de Estado para viabilizar o setor privado. Temos R$ 10 bilhões para o Fundo de Marinha Mercante, R$ 3 bilhões para a construção civil. Decidimos manter os programas sociais e os investimentos do PAC. Eles são importantes para nossa economia interna.

ÉPOCA – O ex-presidente Fernando Henrique, entre outros, diz que os gastos do governo criarão um problema fiscal grave, com o cenário de queda da arrecadação.
Dilma –
Ainda vamos ter de avaliar. Mas é preciso levar em conta, primeiro, que a economia vai continuar crescendo em 2009, mesmo que haja redução no ritmo. Estamos fazendo seguidos superávits primários e temos o excesso de arrecadação. Poderemos contar com um instrumento apresentado antes da crise, o Fundo Soberano. É um fundo fiscal, a poupança que podemos fazer com o excesso de arrecadação para carregar no tempo. A gente poupa nos dias bons para usar na hora de pior desempenho. O Fundo Soberano foi aprovado pela Câmara. Acreditamos que ninguém pode deixar de aprovar (no Senado) algo que seja o melhor para o país.

ÉPOCA – A oposição aposta no pior?
Dilma –
Não sei. Tendo a achar que nenhum cidadão brasileiro consciente aposta nisso. Agora, temo que as pessoas, em suas paixões, podem às vezes perder a razão. Quem aposta no pior é aquele tipo de pessoa que diz: “Ah... Quero ver se esse governo se desempenha bem numa crise”. Asseguro: teremos um dos melhores desempenhos no enfrentamento da crise. E estaremos em melhores condições para receber investimentos que outras economias, quando houver a retomada.

ÉPOCA – Amigos comuns dizem que a senhora e o governador José Serra têm idéias semelhantes sobre economia. Como seria uma disputa com ele em 2010?
Dilma –
Respeito muito o governador Serra. Que bom que tenhamos a mesma visão, mas andam imaginando coisas muito prematuramente. Como imaginar é livre, podem continuar imaginando.

ÉPOCA – O que iria diferenciá-los numa campanha?
Dilma –
Não vou discutir o que me diferencia do governador Serra, mas não estamos no mesmo projeto. O governador estava no projeto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu estou no projeto do presidente Lula.







O cérebro do roubo ao cofre

Com passado pouco conhecido,
a ministra envolveu-se em ações
espetaculares da guerrilha

Alexandre Oltramari

Antonio Milena
A ficha nos arquivos militares de Dilma Rousseff, hoje ministra das Minas e Energia: só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armamentos em unidades do Exército no Rio de Janeiro






No atual governo, há dois ex-guerrilheiros com posto de ministro de estado. Um é o ex-presidente do PT, José Dirceu, ministro da Casa Civil, cuja trajetória política é bastante conhecida. Foi preso pelo regime militar, recebeu treinamento de guerrilha em Cuba e, antes de voltar às escondidas para o Brasil, submeteu-se a uma cirurgia plástica no rosto para despistar a polícia. O outro integrante do primeiro escalão com passagem pela guerrilha contra a ditadura militar é a ministra Dilma Rousseff, das Minas e Energia — mulher de fala pausada, mãos gesticuladoras, olhar austero e passado que poucos conhecem. Até agora, tudo o que se disse a respeito da ministra dava conta apenas de que combatera nas fileiras da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares, um dos principais grupos armados da década de 60. Dilma Rousseff, no entanto, teve uma militância armada muito mais ativa e muito mais importante. Ela, ao contrário de José Dirceu, pegou em armas, foi duramente perseguida, presa e torturada e teve papel relevante numa das ações mais espetaculares da guerrilha urbana no Brasil — o célebre roubo do cofre do governador paulista Adhemar de Barros, que rendeu 2,5 milhões de dólares.

O assalto ao cofre ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro. Até então, fora "o maior golpe da história do terrorismo mundial", segundo informa o jornalista Elio Gaspari em seu livro A Ditadura Escancarada. Naquela tarde, a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão do irmão de Ana Capriglioni, amante do governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio. Quatro guerrilheiros ficaram em frente à casa. Nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre. Pesava 350 quilos. Devia deslizar sobre uma prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de Araújo, que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma. O casal planejou, monitorou e coordenou o assalto ao cofre de Adhemar de Barros. Dilma, no entanto, não teve participação física na ação. "Se tivesse tido, não teria nenhum problema em admitir", diz a ministra, com orgulho de seu passado de combatente.

"A Dilma era tão importante que não podia ir para a linha de frente. Ela tinha tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização. Era o cérebro da ação", diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro Darcy Rodrigues, que adotava o codinome "Leo" e, em outra ação espetacular, ajudou o capitão Carlos Lamarca a roubar uma Kombi carregada de fuzis de dentro de um quartel do Exército, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. "Quem passava as orientações do comando nacional para a gente era ela." O ex-sargento conta que uma das funções de Dilma era indicar o tipo de armamento que deveria ser usado nas ações e informar onde poderia ser roubado. Só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército, no Rio. Quando foi presa, em janeiro de 1970, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: "Joana D'Arc da guerrilha" e "papisa da subversão". Dilma passou três anos encarcerada em São Paulo e foi submetida aos suplícios da tortura.

Décio Bar
O capitão Carlos Lamarca, o maior mito da esquerda armada no Brasil, e Iara Iavelberg, com quem o capitão manteve um tórrido e tumultuado romance. Com Lamarca, Dilma Rousseff polemizou sobre os rumos da guerrilha, numa famosa reunião realizada em Teresópolis. Com Iara, ia à praia, falava de cinema, e tornaram-se confidentes

A atual ministra era tão temida que o Exército chegou a ordenar a transferência de um guerrilheiro preso em Belo Horizonte, o estudante Ângelo Pezzuti, temendo que Dilma conseguisse montar uma ação armada de invasão da prisão e libertação do companheiro. Durante o famoso encontro da cúpula da VAR-Palmares realizado em setembro de 1969, em Teresópolis, região serrana do Rio, Dilma Rousseff polemizou duramente com Carlos Lamarca, o maior mito da esquerda guerrilheira. Lamarca queria intensificar as ações de guerrilha rural, e Dilma achava que as operações armadas deveriam ser abrandadas, priorizando a mobilização de massas nas grandes cidades. Do encontro, produziu-se um racha. Dos 37 presentes, apenas sete acompanharam Lamarca. Ficaram com boa parte das armas da VAR-Palmares e metade da fortuna do cofre de Adhemar de Barros. Os demais concordaram com a posição de Dilma Rousseff.

A divergência com Carlos Lamarca não impediu Dilma de manter uma sólida amizade com a guerrilheira Iara Iavelberg, musa da esquerda nos anos 60, com quem o capitão manteve um tórrido e tumultuado romance. Dilma chegou a hospedá-la em seu apartamento, no Rio. Juntas, iam à praia, falavam de cinema, tornaram-se confidentes. Nos três anos que passou na cadeia, seu nome chegou a aparecer em listas de guerrilheiros a ser soltos em troca da libertação de autoridades seqüestradas — mas a ação que renderia sua liberdade foi malsucedida. Aos 55 anos, recentemente separada de Carlos Franklin de Araújo, Dilma Rousseff não lembra a guerrilheira radical de trinta anos atrás, embora exiba a mesma firmeza. "Ela é uma mulher suave e determinada", diz a jornalista Judith Patarra, autora do livro Iara, que conta a trajetória de Iara Iavelberg (1944-1971). "Quando a vi na televisão, percebi que Dilma continua a mesma. É uma mulher espetacular e será uma sargentona no governo. Ela não é mulher de meio-tom", resume o ex-companheiro de guerrilha Darcy Rodrigues.

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26/10/2008 free counters

PMs depõem sobre sumiço de engenheira


Publicada em 31/10/2008 às 23h47m

Cristiane de Cássia - O Globo e CBN

Patrícia de Franco. Foto de arquivo

RIO - Seis policiais militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro Franco, de 24 anos, em junho passado, na Barra, voltaram a prestar depoimento na Delegacia de Homicídios esta semana. Segundo a polícia, eles foram reinquiridos porque há muitas contradições nas versões que apresentaram à Delegacia Anti-Seqüestro (DAS). Um supervisor e um oficial do 31º BPM (Recreio), onde os seis são lotados, acompanharam os novos depoimentos. A polícia não descarta a possibilidade de pedir a prisão temporária de quatro dos seis policiais.

A Delegacia de Homicídios - que recebeu um relatório do caso do delegado Marcos Reimão, da DAS, primeiro a investigar o caso - está checando os álibis dos PMs. Segundo policiais, existem vários pontos obscuros e contraditórios nos depoimentos dos policiais. Um dos pontos é a posição da patrulha dos PMs, pelo GPS, que mostra que o veículo não estaria na região onde deveria estar, logo após o carro da engenheira ter caído no Canal de Marapendi

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26/10/2008 free counters

Japão teme falta de banheiros em caso de terremoto


Falta de banheiros seria um dos maiores riscos se baía de Tóquio sofrer tremor.


- Um relatório do governo japonês afirma que um dos principais riscos, no caso de um terremoto de grande magnitude em Tóquio, seria a falta de banheiros para os sobreviventes.

O documento afirma que os sobreviventes teriam que esperar até quatro horas e meia na fila para usar os banheiros que continuassem funcionando no centro da cidade, e pede que sejam tomadas medidas preventivas.

No cenário examinado pelo relatório do Departamento de Prevenção a Desastres, do governo, a baía de Tóquio seria atingida por um terremoto de 7,3 graus na escala Richter.

Especialistas acreditam que até 11 mil pessoas poderiam morrer, e milhões ficariam desabrigadas.

Mas avaliando a experiência em Kobe, atingida por um forte tremor em 1995, o painel de especialistas afirma que um dos principais perigos seria o corte do suprimento de água na cidade, que inutilizaria muitos banheiros.

O alerta foi manchete nos jornais japoneses nesta semana. Um deles chegou a publicar: "820 mil refugiados de banheiro".

O relatório prevê uma Tóquio arrasada por um terremoto com menos da metade do número de banheiros necessários para os sobreviventes, aumentando o risco de doenças.

O painel responsável pelo documento pede a empresários que mantenham um estoque de banheiros temporários, e sugere que os moradores podem adotar medidas simples para se proteger do risco.

"Mesmo que você só tenha um saco plástico e um pacote de lenços de papel, isso já fará uma enorme diferença", teria dito o líder do painel de especialistas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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26/10/2008 free counters

Casal Nardoni vai a júri popular


Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pela morte de Isabella, estão presos em Tremembé -- no interior de SP.

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26/10/2008 free counters

Passageiros provocam tumulto em embarque de catamarã


Confusão aconteceu na estação da Praça XV.
Roletas foram travadas após catamarã atingir lotação de passageiros.

Do G1, no Rio, com informações da TV Globo


Um grupo de passageiros provocou um tumulto no início da noite desta sexta-feira (31) na estação das barcas na Praça XV, no Centro do Rio. Segundo a Barcas S/A, 15 minutos antes da partida de um catamarã com destino a Charitas, em Niterói, na Região Metropolitana, o número de usuários atingiu a capacidade total da embarcação. Algumas pessoas que chegaram depois não puderam embarcar e pularam as roletas.



O especificador Sérgio Aluizio Guimarães, um dos passageiros, contou que a confusão começou porque as pessoas que compraram os bilhetes não puderam embarcar e que não foi disponibilizada um outro catamarã.

“Mesmo depois de atingida a capacidade, eles continuaram a vender as passagens. Muita gente entrou depois que as roletas travaram. As pessoas ficaram revoltadas porque não conseguiram embarcar”, disse o passageiro.

A Polícia Militar foi acionada para reforçar a segurança no local. Um grupo de seis pessoas foi para a 5ª (Gomes Freire), onde registrou a ocorrência.

A Barcas S/A disse que a embarcação deixou a estação no horário previsto, às 21h. A concessionária não soube informar se foi disponibilizada uma outra embarcação para os passageiros após a confusão


Barca apresenta problemas na Baía de Guanabara

Na quinta-feira (30), uma embarcação com destino a Ilha de Paquetá apresentou problemas técnicos por volta de 19h. Segundo a Capitania dos Portos, a barca Embuí teve problemas na máquina. Durante cerca de dez minutos a embarcação teve que se deslocar com velocidade muito baixa.

Ela foi reparada e seguiu com velocidade baixa até o destino final. O conserto e o fim do trajeto foram acompanhados pela Capitania. A barca não chegou a ficar à deriva. Quando chegou a Paquetá, a embarcação foi vistoriada.


A Barcas S/A, que administra o serviço, informou que a embarcação apresentou um problema técnico durante o trajeto e, por medida de segurança, teve que reduzir a velocidade, aumentando o tempo de viagem, previsto em 70 minutos.

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26/10/2008 free counters

Criança perde fala e movimentos após tratar dor de dente no RS

Garota deve passar por nova bateria de exames.

Hospital afirma que paciente recebeu a assistência necessária.

Do G1, em São Paulo


Pai conta que filha sempre foi uma criança saudável (Foto: Reprodução/RBS TV)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul investiga o caso de uma menina, de 6 anos, que perdeu a fala e os movimentos do corpo depois de ser internada para tratar uma dor de dente em Passo Fundo (RS).

A menina foi internada no Hospital da Cidade de Passo Fundo no dia 3 de setembro e recebeu alta no dia 25 de outubro. “Ela passou por uma cirurgia e teve alta com seqüelas neurológicas graves. Parou de falar, de ouvir, de se movimentar e se alimenta por sonda”, afirma José Gonçalves Luz, pai da menina.

“Estamos avaliando as condições que levaram a menina a ficar nessa situação de saúde. Queremos averiguar se houve negligência da rede de atendimento ou dos pais”, afirma Ana Cristina Ferreveze Cirne, promotora de Justiça da 2ª Promotoria de Passo Fundo.

“A equipe médica me informou que houve uma parada cardíaca e que faltou oxigênio no cérebro, porque minha filha teria se desentubado sozinha”, afirma Edna Aparecida dos Santos, mãe da garota. Os pais da menina são catadores de papel e afirmam estar sem trabalhar por conta do problema de saúde da filha.

De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, assim que chegou à unidade a paciente recebeu atendimento. Por meio de nota, o hospital diz que “após averiguação dos fatos, a paciente recebeu a assistência necessária” e “toda a infra-estrutura da instituição foi disponibilizada para que os profissionais realizassem o referido atendimento”.

O pai da menina se mostra inconformado com a situação. “Ela era uma criança saudável, nunca teve nenhum problema grave. Foi muito triste ouvir que ela não tem chance de melhorar”, diz.

Na noite de quinta-feira (30), ela foi internada no Hospital São Vicente de Paulo, onde deve passar por uma bateria de exames. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, o estado de saúde da menina é estável.

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26/10/2008 free counters

Policiais trocam tiros com bandidos e Linha Vermelha é fechada


Marcelo Dutra e Simone Intrator - O Globo e CBN

A Linha Vermelha foi fechada nos dois sentidos no início da noite após um tiroteio entre policias e traficantes da favela Parque Alegria. Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo

RIO - Policiais do Módulo Operacional de Vias Especiais (Move) trocaram tiros por volta das 18h desta sexta-feira com criminosos na Linha Vermelha, nas proximidades da Favela Parque Alegria, no Caju, sentido Baixada Fluminense. O trânsito na via foi interditado por cerca de 20 minutos, provocando grande lentidão.

A PM informou que uma patrulhinha do Move estaria passando pelas imediações da favela quando foi recebida a tiros. Carros da polícia foram posicionados na entrada da favela e os policiais ficaram com as armas apontadas para o morro, deitados no chão e se protegendo através das muretas.

Segundo a rádio CBN, ninguém ficou ferido.

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26/10/2008 free counters

Bono, o ilustrador



Bono Vox, o líder do U2, realmente não pára quieto.

A Editora Conrad está mandando às livrarias brasileiras uma nova edição do clássico infantil "Pedro e o Lobo". O cantor e suas filhas Eve e Jordan assinam as ilustrações do livro (imagem ao lado), inspirado na ópera escrita especialmente para crianças pelo compositor russo Sergei Prokofiev, em 1936.

Dessa forma, o vocalista novamente se engaja numa causa social, uma vez que o projeto arrecada fundos para o Irish Hospice Foundation, instituição sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento do tratamento de pacientes terminais.

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26/10/2008 free counters

ONGs que trabalham com portadores de HIV estão sob suspeita


Procuradoria acusa entidades de fraudar convênios; ONGs são intimadas a devolver R$ 560 mil

Fabiane Leite, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - O Programa Nacional de Aids informou nesta sexta-feira, 31, que 57 Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com portadores do HIV em todo o País não comprovaram o uso adequado de R$ 2,9 milhões que receberam do Ministério da Saúde para a realização de ações preventivas e de apoio a pessoas que vivem com o vírus da Aids, valor suficiente para a compra de mais de 9 milhões de preservativos - quantidade capaz de abastecer as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro ao longo de um Carnaval, por exemplo.


De acordo com o programa, não foram apresentados documentos comprobatórios de despesas ou há irregularidades nos papéis encaminhados e o órgão decidiu levar os casos ao Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) e ao Ministério Público Federal.

Em São Paulo, a Procuradoria já cobra na Justiça a devolução de R$ 560 mil repassados a três ONGs que atuavam na capital. Os valores correspondem aos prejuízos, correções e indenizações ao Estado pelas possíveis irregularidades praticadas pelas organizações, cujos dirigentes estão sendo processados por improbidade administrativa (má gestão) em razão de utilizarem irregularmente recursos públicos.

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26/10/2008 free counters