Publicada em 11/12/2009 às 00h27m
Letícia Lins Nós e você. Já são dois gritando. Clique e participe
SÃO LUÍS - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que nenhum governo investiu tanto em saneamento básico quanto o dele. Durante a cerimônia de assinatura de contratos do programa Minha Casa, Minha Vida no Maranhão, Lula chegou a usar um palavrão para dizer que quer tirar o povo da pobreza. ( Ouça um trecho do discurso de Lula )
" Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto "
- Eu não quero saber se o João Castelo é do PSDB. Se o outro é do PFL. Eu não quero saber se é do PT. Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto - disse o presidente, que em seguida reconheceu que será criticado por ter dito o palavrão.
- Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país. E é por isso que queremos mudar a história desse país. Mudar a história desse país não é escrever um novo livro, é escrever na verdade uma nova história desse país incluindo os pobres como cidadãos brasileiros.
No final do discurso, Lula disse que quem vai ganhar a eleição de 2010 é quem está comprometido com a população mais pobre.
- E é quem eu penso que vai ganhar - disse Lula.
Após o discurso, a plateia começou a gritar o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT à presidência.
Mais cedo, Lula defendeu que o PMDB ocupe a vaga de vice na chapa de Dilma em 2010. Segundo ele, o partido deveria indicar, até março, três nomes para que a ministra possa escolher aquele com quem tem mais afinidade.
Água e esgoto cobrem parte da Zona Leste de São Paulo
Publicada em 10/12/2009 às 20h54m
Donizeti Costa, O Globo, Bom Dia S.Paulo, SPTV
SÃO PAULO - As águas que alagam bairros Zona Leste de São Paulo não são apenas do Rio Tietê. A Sabesp confirmou nesta quinta-feira que a enchente do rio queimou o motor de uma estação elevatória de esgoto na área, agravando o problema dos 10 mil moradores da região. Além da água, o esgoto se espalha pelas ruas e casas. Só depois que as águas baixarem é que a Sabesp poderá consertar o motor da estação. Passados dois dias das chuvas que causaram oito mortes na Grande São Paulo , parte da Zona Leste continua coberta por meio metro de água.
- A estação fica em um poço com três metros de profundidade, que está totalmente cheio e ainda sob mais meio metro de água que invadiu as ruas - disse Paulo Massato, diretor da área metropolitana da Sabesp.
- Só vamos poder consertar o equipamento quando as águas baixarem. De qualquer forma ele só age nos esgotos, e não tem o efeito de controle da cheia.
Segundo a Subprefeitura de São Miguel Paulista, as águas refluíram nas oito lagoas existentes na região, que normalmente desaguam no Tietê. Com o Tietê cheio, elas também transbordaram. Entre as ruas afetadas no Jardim Romano estão a André de Magalhães, a Duarte Martins, a Manoel Félix e as 3 e 4. Essas ruas são travessas da Capachós, que é uma das principais do lugar. A assessoria da subprefeitura diz que boa parte das casas afetadas foi erguida irregularmente no local, que é uma APA (Área de Proteção Ambiental).
Muitos moradores perderam todos os seus pertences. Gente que mora há 20 anos no local diz que nunca houve enchente ali. Desta vez, porém, a água do Tietê se espalhou com o esgoto e invadiu as casas, que permanecem alagadas. Em algumas residências, a água chega na cintura.
- Pagamos esgoto e ficamos dentro da lama, o esgoto vai para dentro da casa da gente - diz a comerciante Andrea Queiroz, indignada.
Além do alagamento, os moradores reclamam do mau cheiro. Francisco Severino, que mora 22 anos no bairro, teve de esvaziar a casa e diz que nunca viu coisa igual. A casa de dona Maria Soares Barros, que fica abaixo do nível da rua, está repleta de água e a cama que ela dormia ficou totalmente encoberta. Ela morava ali com três filhos e todos procuraram abrigos na casa de parentes.
No início da noite, funcionários distribuíram cloro para as pessoas fazerem a limpeza dos utensílios. Em algumas famílias, já há casos de pessoas doentes.
Na casa de Elisângela Oliveira Pereira a água que sai da torneira parece limpa. não tem cheiro, mas preocupa.
- Eu conheço três crianças que tomaram essa água e ficaram doentes - diz ela.
Maria Aparecida Rocha, vigilante, diz que o filho de 1 ano e 9 meses está com diarreia.
- Da mesma forma que o meu adoeceu, eu estou com diarreia e está todo mundo doente - diz.
Segundo a Defesa Civil, 1.200 famílias que vivem na área foram cadastradas para receber uma cesta básica, um cobertor e um colchão nos bairros de Jardim Romano, Chácara Três Meninas, São Martinho, Vila Seabra e Vila Itaim, Vila da Paz. Três escolas foram usadas para abrigar as famílias na primeira noite. Nesta quinta, alguns desabrigados começaram a retornar para suas casas na Chácara Três Meninas e Vila Seabra, onde a água começa a baixar. O problema persiste nas demais vilas.
A previsão para o conserto da bomba da Usina da Traição, que quebrou e reduziu a capacidade de vazão do Rio Tietê em 25%, é de 10 dias.
Praticamente todas as casas do bairro foram afetadas. Os moradores dizem as comportas do Rio Tietê estão fechadas e por isso a água da chuva não escoa. Escolas estão fechadas e os alunos estão sem aula. Muitos moradores estão sem telefone. O córrego Três Pontes, que corta o bairro, está cheio de lixo, e o nível da água dele está acima do normal.
Nesta quarta, mais duas mortes pela chuva foram confirmadas. Ambos são homens e morreram afogados depois de serem levados pela enxurrada em córregos nas cidades de Cajamar e Itapevi, na Grande São Paulo. Com isso, chegam a oito os mortos.
Em toda a Região Metropolitana, oito pessoas morreram. Segundo a Defesa Civil, mais de mil pessoas tiveram de deixar suas casas e 451 dependem de abrigos públicos. Os desalojados, que buscam a casa de parentes, são cerca de 700.
Rio JuqueriNa cidade de Caieiras, onde a Companhia Melhoramentos alagou, o problema foi o assoreamento do Rio Juqueri. O prefeito da cidade, Roberto Hamamoto, afirmou que a Prefeitura fez tudo o que podia ser feito, mas o problema real é que uma obra de limpeza do rio, do governo do estado, afundou a calha do Juqueri em Caieiras mas não continuou ao longo do leito. O resultado foi que a água represou ali e invadiu a cidade. O governo do estado prometeu liberar verba para desassorear mais 22 quilômetros do Rio Juqueri, que alagou também o município de Franco da Rocha.
O corpo de um homem que caiu em um córrego que atravessa o município da Itapevi, na Grande São Paulo, foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros de Barueri, por volta de 14h desta quarta-feira. Segundo os Bombeiros, o corpo da vítima foi encontrado num córrego na cidade de Jandira, também na grande São Paulo, preso a entulhos e galhos nas margens. Jandira é uma cidade vizinha a Itapevi. Ele estava desaparecido desde a tarde de terça-feira.
A Defesa Civil de Cajamar também confirmou a morte de Antonio Carlos Vasco, que foi levado pela enxurrada do córrego Ribeirão dos Cristais, na Vila União, em Jordanésia. Ele atravessava uma ponte improvisada e seu chinelo caiu na água. Ele voltou para pegar, se desequilibrou e caiu na água, sendo arrastado pela correnteza.
Pelo segundo dia seguido, chuva alaga ruas, interrompe fornecimento de luz e complica trânsito
Publicada em 11/12/2009 às 00h18m
Natanael Damasceno
RIO - O mau tempo voltou a causar transtornos aos cariocas nesta quinta-feira. Ao longo do dia, a chuva deixou o trânsito lento em toda a cidade, exigindo paciência dos motoristas. No fim da noite, um temporal atingiu vários bairros, principalmente da Zona Sul, alagando diversas ruas e deixando o trânsito caótico na região.Na quarta-feira, outro temporal também parou a cidade Em 24 horas, o órgão registrou 104 ocorrências, nenhum delas com vítimas.
Veja imagens da chuva na Zona Sul Os motoristas que seguiam do Centro para a Barra da Tijuca encontravam um bolsão d'água na saída do Túnel Zuzu Angel, em São Conrado, na altura das obras do PAC da Rocinha, que fazia com que os carros só passassem em meia pista. Com isso, formou-se um engarrafamento que se estendeu à Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, com reflexos no Humaitá, no Túnel Rebouças e até no Elevado Paulo de Frontin, no Rio Comprido. Na Avenida Niemeyer, um outro bolsão d'água se formou em frente à Favela do Vidigal, deixando o tráfego lento.
Temporal também afeta fornecimento de energiaA Lagoa ficou com vários pontos de alagamento. Em frente ao Corte do Cantagalo, os carros que passavam nas pistas da Avenida Epitácio Pessoa, nos dois sentidos, ficavam com a água na altura da metade dos pneus. Já na Avenida Borges de Medeiros, uma verdadeira lagoa se formou no entroncamento com a Lineu de Paula Machado. Alguns motoristas tentaram enfrentar as águas, mas seus carros acabaram enguiçados. O trecho da Rua Jardim Botânico na altura da Rua Pacheco Leão ficou completamente alagado e nem mesmo os ônibus conseguiam passar pela via. Houve ainda alagamentos nas ruas Barata Ribeiro e Figueiredo Magalhães, em Copacabana; na Rua Farani, em Botafogo; e na Rua do Catete, entre outras.
Para piorar, vários sinais de trânsito entraram em pane, tanto na Avenida Borges de Medeiros, quando na orla de Ipanema e do Leblon, deixando o trânsito ainda mais confuso, pois nenhum agente da CET-Rio ou da Guarda Municipal foi encontrado nos cruzamentos.
A chuva causou ainda problemas de abastecimento de energia em vários pontos da região. Segundo a Light, faltou luz em trechos da Gávea, do Posto 6, em Copacabana, da Barra da Tijuca e do Leme. De acordo com a empresa, a previsão era que a energia nesses pontos fosse restabelecida ainda na noite desta quinta-feira. Já no Alto da Boa Vista, um poste e um transformador caíram, interditando a Avenida Edson Passos nos dois sentidos.
Os aeroportos Santos Dumont, no Centro, e Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, operaram com o auxílio de instrumentos, mas não chegaram a fechar.
Segundo o Instituto Climatempo, nesta sexta-feira a chuva dá uma trégua e o sol reaparece entre nuvens no Rio. Deverão ocorrer pancadas de chuva isoladas no fim da tarde. A temperatura deverá subir, e a máxima esperada é de 33 graus. No sábado, o tempo abre. A previsão é de sol forte, com máxima de 37 graus, mas no fim do dia haverá pancadas de chuva.
A chuva, no entanto, deve voltar à cidade no domingo, quando uma nova frente fria chega ao Rio. O dia deve começar com sol e tempo abafado, mas à tarde as nuvens aumentarão e a chuva cairá com força. A temperatura voltará a baixar. A previsão dos meteorologistas é que os termômetros oscilem entre 22 e 32 graus.
Turistas são recebidos por nuvem de pernilongos no aeroporto de Fortaleza
Os pernilongos incomodam até a Infraero. Por causa deles, a cada três meses, estão sendo realizadas aplicações de inseticida.
Os pernilongos voam, fazem barulho e estão espalhados pelo aeroporto de Fortaleza. Mas, não são tão visíveis quanto os aviões. Os pernilongos decolam de um córrego em frente ao terminal de passageiros e têm lugar certo para pousar.
"Vai no olho, na perna, na mão, em todo canto", reclama uma passageira
Os passageiros tentam se defender como podem. "Tem que ter bastante cuidado aqui. Fica abanando a criança até ela sair", conta uma cearense.
Os pernilongos já estão incomodando até a Infraero. Por causa deles, a cada três meses, estão sendo realizadas aplicações de inseticida. Além disso, aparelhos que produzem vento foram instalados em todas as entradas do saguão para tentar impedir que os insetos tenham acesso ao interior do aeroporto.
Quem trabalha aqui tenta conviver com o problema. "Quem não aguenta muito ou usa um repelente, ou traz um inseticida”, diz uma aprendiz.
"Depois das 17h ou é aquela raquetizinha que mata no choque ou então você sai batendo palma. Parece uma festa de aniversário", brinca um auxiliar de locadora.
Se é assim dentro do saguão, do lado de fora nem os táxis escapam. Os passageiros acabam levando esta irritante companhia pela cidade.
"Eles começam reclamando lá de dentro do aeroporto, chega no táxi e encontram mais pernilongos. São passageiras. Faz parte do turismo", aponta o taxista Luziano Damasceno.
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