A família do engenheiro Clóvis Pinheiro Rosas vem, através desta nota, esclarecer as informações que estão sendo divulgadas nos meios de comunicação do Estado do Acre.
A família do engenheiro Clóvis Pinheiro Rosas vem, através desta nota, esclarecer as informações que estão sendo divulgadas nos meios de comunicação do Estado do Acre.
No dia 22/07, Clóvis e família embarcaram para a cidade de Manaus, a fim de realizar um check-up de rotina em toda a família, e retornaram no dia 04/08, todos bem de saúde. No domingo, dia 09/08, Clóvis começou a apresentar alguns sintomas de gripe, como coriza e mal-estar, mas continuou em suas atividades de rotina.
No dia 11/08, devido a epidemia da "gripe suína", o engenheiro Clóvis, que sempre foi muito preocupado com sua saúde, procurou o LABSUL para fazer exames, e a surpresa foi a confirmação da Influenza A. A conduta do bioquímico responsável foi orientá-lo a procurar o Hospital Regional do Juruá e, em seguida, comunicou o fato ao controle de Vigilância Epidemiológica do Município. No mesmo dia, Clóvis procurou a instituição supracitada, onde foi atendido e medicado com amoxicilina, nimesulida, AIRES e paracetamol. Logo em seguida, foi liberado. Clóvis chegou a questionar sobre o resultado do exame, porém o médico explicou-lhe que este resultado não confirmava se era a gripe da epidemia que estamos vivenciando. Informou, também, que não iria dar o medicamento por não haver na instituição.
No outro dia, Clóvis procurou a Vigilância Epidemiológica, onde notificaram e encaminharam o material coletado para as instituições apropriadas para a confirmação do resultado. Lá, foi orientado a usar máscaras. Clóvis seguiu as orientações e continuou tomando o medicamento prescrito. Os dias foram se passando e seu quadro clínico não evoluía para melhor, surgindo uma tosse intensa.
No domingo, dia 16/08, por volta das 18 horas, Clóvis procurou o Hospital Regional do Juruá pela segunda vez, onde foi atendido pelo médico plantonista, o qual solicitou um Raio-X e exames de sangue. Na tentativa de realizar o procedimento (Raio-X), o paciente Clóvis e sua acompanhante (esposa do mesmo) foram informados de que o Raio-X não estava funcionando, mas que iriam chamar o técnico para arrumar e, assim que concertassem o aparelho, chamariam o paciente para realizar o exame. Concluindo, o exame não foi realizado no paciente.
Às 21 horas, chegou o resultado do exame de sangue e a acompanhante foi verificar com o médico plantonista qual seria o diagnóstico do paciente. Com base no resultado, o médico informou ser uma gripe infecciosa e que já iria prescrever a conduta. A acompanhante (esposa do paciente) teve que se ausentar para amamentar seu filho de 4 meses, deixando sua mãe como acompanhante. Vale ressaltar que, após o paciente entrar no isolamento, nenhum profissional entrou para verificar o estado clínico do mesmo.
A acompanhante (mãe da esposa) relatou que o paciente perguntou a ela sobre o resultado dos exames. Foi quando a acompanhante, que também é profissional da área de saúde, verificou o prontuário e viu que estava prescrito: ranitidina, diclofenaco, dipirona, nebulização e tamiflu (este medicamento estava sem horário e sem checar). A acompanhante questionou com o técnico de enfermagem, que estava no posto de enfermagem, o porquê de ainda não ter feito a medicação. Ele informou que seria feito pela manhã do outro dia, pois o medicamento estava trancado na farmácia central do Hospital. A acompanhante, preocupada, pediu o nome do medicamento para comprar fora, porém o técnico informou que não havia esse medicamento nas farmácias e, sim, nas instituições hospitalares referenciadas pelo SUS.
Às 23 horas, o paciente queixou-se para a acompanhante que não estava se sentindo bem, pois não conseguia respirar pelo nariz e que a mesma procurasse o médico. A acompanhante saiu pelo corredor à procura do médico e encontrou uma senhora, a quem perguntou pelo médico. Ela informou que era a médica do horário e se prontificou a ajudar. Foram conversando até bem próximo do local onde o paciente estava, quando a médica perguntou quem era o paciente. A acompanhante informou que era o paciente que estava no isolamento. A médica reagiu de forma muito rude com a acompanhante e disse que não iria ver o paciente porque estava grávida e que o outro médico estava repousando. A acompanhante retornou ao isolamento e viu que o quadro clínico do paciente estava piorando. Inconformada, saiu à procura de socorro, quando encontrou o enfermeiro plantonista que, prontamente, fez todos os procedimentos que cabiam a ele, chamando o médico intensivista, o qual tomou as devidas providências.
Às 04 horas da manhã, a família do paciente foi informada pela acompanhante que o paciente, Clóvis Pinheiro Rosas, não estava passando bem. Ao chegarmos ao hospital, fomos informados que ele estava sendo encaminhado para a UTI e que estavam fazendo o procedimento de entubação. Ao ver o médico que o estava assistindo, perguntamos o que estava acontecendo com o paciente. O médico informou que a situação dele era delicada, pois se iniciou uma parada respiratória, mas que estavam dando a assistência devida.
Às 04:30h, o médico vai novamente à recepção a procura do medicamento (Tamiflu). A recepcionista fez várias ligações e não conseguiu falar com o pessoal responsável para liberar o medicamento. Depois de alguns minutos (mais ou menos 30), o médico pegou a chave com o vigilante e foi buscar o medicamento na farmácia central.
Por volta das 05h30, o médico saiu do isolamento onde se encontrava o paciente, dando a notícia de que fizeram o possível e o impossível para salvá-lo, mas que o paciente foi a óbito.
A partir das 07 horas da manhã, o bebê de 4 meses ficou internado juntamente com sua mãe, pois, além de apresentarem os sintomas de um resfriado, tiveram contato direto com o paciente. Vale ressaltar que, dias atrás, o bebê já havia sido atendido pelo médico particular, quando foi diagnosticada uma faringite forte, e já estava fazendo uso de medicamentos. Na manhã do dia 19/08, a mãe e o bebê receberam alta e passam bem.
Com esta nota de esclarecimento, a família enlutada quer conscientizar a população do descaso com relação à assistência no hospital e o despreparo dos profissionais de saúde atuantes no Hospital Regional do Juruá. Solicitamos aos nossos representantes que tenham um olhar mais humano e digno para com a nossa população, pois a assistência dada às pessoas que dão entrada nesta instituição está longe de ser de primeiro mundo, como falam.
Desde já, pedimos a colaboração e o respeito de todos com a dor da família enlutada e que, quaisquer dúvidas com relação ao Sr. Clóvis Pinheiro Rosas, procurem a família e não façam comentários sem saber do assunto. Hoje, foi um de nossos entes queridos; amanhã, poderá ser um de vocês!
Atenciosamente,
A família enlutada.
(texto foi postado no site tribunadojurua.com)
Até o fechamento desta, foi informado que a criança estaria fora de perigo e não corria risco de vida.
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