Giselle Mourão Do Contas Abertas |
Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM) e divulgada nesta semana aponta que 46% dos brasileiros, em um universo de 12 mil entrevistados em todo o país, leem jornal impresso. As revistas são lidas por 35% do público. Dentre os que leem jornais, 30% afirmam que o fazem uma vez por semana, enquanto outros 25% leem todos os dias. Os leitores (42%) ainda elegeram o domingo como o melhor dia da semana para se ler jornal. O estudo aponta que o maior percentual de leitura se encontra no Sul do país, 54%. O Nordeste é o que apresenta pior índice de leitura dos jornais; apenas 28% dos nordestinos admitem lê-los. Os adultos na faixa etária de 25 a 39 anos são os que costumam mais ler jornal, já 45% dos jovens de 16 a 24 anos preferem ler revistas. Do público leitor de revista (35%), metade apontou a revista Veja com uma das mais lidas, enquanto 16% dos entrevistados preferem a Época. Revistas de entretenimento como Caras, Contigo e Nova também foram votadas na pesquisa. O cruzamento de dados do estudo mostrou que grande parte dos entrevistados que costuma ler livros e revistas também lê jornais. Quase a metade, 47% dos entrevistados, costuma ler livros, sendo que 30% leem apenas em finais de semana e 17% cultivam o hábito de leitura diária. Mais da metade afirmou que não leem livros (53%). A televisão foi apontada como o canal de comunicação mais utilizado pela população brasileira (97%). Os canais de televisão aberta são os mais assistidos (83%). Outros 10% assistem também canais de TV por assinatura. No total, os canais abertos são assistidos por 94% dos entrevistados. Apenas 3% afirmaram que assistem somente os canais por assinatura. Os telejornais são considerados, em maior proporção, como a programação televisiva mais relevante (65%). A novela foi a segunda programação considerada mais importante, com 16%. A Rede Globo é o canal de televisão preferido entre os entrevistados, com 70% de indicação dos entrevistados. Já a Rede Record apresentou o segundo percentual de preferência (13%), ficando a frente do SBT, com 5% dos votos. O Jornal Nacional, da Rede Globo, é o telejornal mais assistido do país (56% da preferência). O Jornal da Record aparece em seguida, com 7%. A confiança na emissora foi apontada como o principal motivo para assistir o Jornal Nacional por 28% dos entrevistados. No caso do Jornal da Record a preferência foi motivada, principalmente, pela identificação com as notícias veiculadas (27%) e pela confiança na emissora (26%). William Bonner é mais confiável A dupla de apresentadores do Jornal Nacional lidera o ranking de comunicadores mais confiáveis do país. Para 34% dos entrevistados, William Bonner é o apresentador mais confiável. Outros 18% consideram Fátima Bernardes a apresentadora que se pode mais confiar. Em terceiro lugar encontra-se Boris Casoy, da Rede Bandeirantes, com 4% das indicações. Bonner também foi destacado como comunicador que auxilia na decisão de opinião ou mudanças de idéia (12%). Contudo, a maioria (85%) dos entrevistados afirma que nenhum comunicador influenciou na formação da opinião ou alguma mudança de ponto de vista. O rádio também é muito utilizado para se informar (80% dos entrevistados) e, embora tenha um percentual inferior ao da televisão, constitui um índice muito elevado e significativo. Entre os ouvintes de rádio predomina a preferência pela programação musical (69%). O noticiário foi citado por 19% como a programação preferida, seguido do futebol, com 5%. Com isso, se verificou o predomínio de rádios FM (programação predominantemente musical) sobre rádios AM (programação predominantemente jornalística). Rádios FM são ouvidas por 73% dos usuários de rádio, enquanto que rádios AM são ouvidas por apenas 31% dos usuários. A grande maioria escuta rádio em casa (70%), enquanto outros 21% no carro. Muitos usuários escutam rádio no trabalho (18%), sendo que o mesmo percentual escuta no celular. Rádios comunitárias (12%) e internet, 10%, também foram votadas. Meios de comunicação modernos A internet se consolidou como um dos principais responsáveis pela chamada revolução na comunicação mundial. Atualmente, devido ao constante aumento de usuários de computadores em todo o mundo, é considerado um meio de comunicação de massa. Os dados apontam que 46% da população brasileira maior de 16 anos costumam acessar a internet, dos quais 66% possuem acesso em sua própria residência. A banda larga via cabo é o tipo de conexão de 65% dos entrevistados que possuem internet em casa. O acesso à internet está associado às classes de renda e idade do entrevistado. Entre os entrevistados de renda familiar mais alta - superior a dez salários mínimos mensais - o percentual de acesso à internet é de 80%. Esta proporção cai à medida que diminui a renda, alcançando 23% entre os entrevistados de renda familiar de até dois salários mínimos. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram percentuais mais elevados de acesso à internet, superiores a 45%. O Norte apresentou uma proporção de 39%, e o Nordeste, 37%. Do público mais jovem - 16 a 24 anos - 69% afirmaram usar a internet, sendo que o lazer é principal motivo para este acesso. Já entre os internautas de idade superior a 40 anos, o trabalho e a busca por informações são os principais motivos de acesso. Entre os principais serviços oferecidos pela web, destaca-se o site de busca e pesquisa Google, utilizado por 72% dos internautas. Os sites e redes de relacionamento social também são utilizados por parcela expressiva dos internautas brasileiros: 65% freqüentam o Orkut e 65% utilizam a ferramenta de mensagens instantâneas MSN. Conclusões dos pesquisadores Os pesquisadores concluíram que a televisão e o rádio se constituem nos meios de comunicação de maior abrangência da população brasileira. Os meios de comunicação impressos são consumidos em menor intensidade, em comparação à televisão e a rádio. O hábito de leitura da população apresentou relação direta com o nível de escolaridade e renda familiar. A internet no Brasil segue a tendência de crescimento mundial no número de usuários.
A internet se constitui no principal meio concorrente à televisão em determinados segmentos. Apesar de esse último ser o veículo de maior abrangência nacional e possuir acesso a todos os segmentos da sociedade, perde espaço à internet junto ao público de escolaridade e renda mais alta, e principalmente junto aos públicos de classe C e mais jovem. Foi identificado um público de alta predisposição e intensidade de consumo de meios de comunicação. Esse público é formado por um grupo de indivíduos que costuma ler jornal diariamente, ou se não lê jornal diariamente, costuma ler alguma revista. Costuma ouvir rádio e assistir televisão entre uma e duas horas diárias, priorizando a programação de notícias. É internauta e costuma navegar no mínimo nove horas semanais. Os pesquisadores da Meta Pesquisas de Opinião entrevistaram pessoas com mais de 16 anos residentes em domicílios particulares em todo o território brasileiro, entre homens e mulheres de diferentes renda familiar mensal e escolaridade. A pesquisa foi aplicada em uma amostra de 12 mil domicílios, totalizando a realização de 12 mil entrevistas em 539 municípios em todos os estados do país. |
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Piada : Pesquisa aponta que 46% dos brasileiros leem jornal
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