Diogo Vilela, como Zazá, e Miguel Falabella, na pele de Georges
Miguel Falabella e Diogo Vilela são amigos há 30 anos, mas só agora vão dividir o mesmo palco. Os dois são estrelas do musical "A gaiola das loucas", que estreia sexta-feira, no Teatro Oi Casagrande.
— É um encontro de uma geração — afirma Falabella, de 53 anos.
Diogo, de 52, faz coro:
— Miguel e eu sentimos em "Toma lá da cá" que daríamos certo juntos e estamos coroando isso no teatro. Já chorei em cena, sem que ninguém percebesse, lembrando a nossa amizade.
E a empreitada dos dois é enorme. O espetáculo grandioso, com 25 atores-cantores-bailarinos, 300 figurinos e 40 trocas de roupas é o maior até hoje produzido por Falabella.
— É uma maluquice! Olha que "Os produtores" e "Hairspray" eram grandes, mas este consegue ser maior ainda. Mas ou a gente se propõe a fazer direito ou não faz — afirma o ator.
Diogo conta que os ensaiam foram árduos, com dez horas diárias.
— Foram sete semanas sem parar. Intensifiquei as aulas de canto, tive que montar um comportamento específico para o personagem, além de levar duas horas para ficar pronto, quando ninguém me apressa — diz o ator referindo-se à maquiagem que ele mesmo faz: — Só a sobrancelha leva 40 minutos.
Tanto trabalho é para viver Zazá, a transformista vedete do cabaré mais famoso de Saint Tropez, A Gaiola das Loucas, cujo proprietário é Georges (Falabella). Quando tira a maquiagem, transforma-se em Albin, com quem o dono do cabaré mantém uma relação estável há mais de 20 anos. A história se complica quando Jean Michel, fruto de um breve caso de Georges com uma corista, diz que vai se casar e que o pai de sua noiva é o presidente de um partido que promete varrer os homossexuais da Riviera. O musical é uma adaptação da Broadway, de 1983, do texto do francês Jean Poiret.
Diogo se diverte ao lembrar de sua reação ao se ver como Zazá.
— Levei um susto. Achei que fosse ficar um dragão, mas até que não fiquei horrível, fiquei agradável para os olhos do público — brinca ele, que só reclama dos sapatos: — Mulher é um problema. Usa muita pulseira, tem que colocar salto, minhas pernas ficavam inchadas, precisando de massagem. Mas, agora, já incorporei a dor.
Para Falabella, o musical é uma história de amor.
— A peça mudou com o passar dos anos. A graça das bichices não é mais tão importante. O que vale é a linda história de amor de duas pessoas que escolheram estar juntas — analisa.
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