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quinta-feira, 25 de março de 2010

Lula defende continuidade e ataca a imprensa


(Foto: Gustavo Miranda / O Globo)

De Chico de Gois, O Globo:

Sem citar nomes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou nesta quarta-feira estar confiante de que conseguirá assegurar a "continuidade" das políticas de seu governo. Em discurso durante o balanço do programa social Territórios da Cidadania, Lula aproveitou também para criticar a imprensa e seus antecessores, e prometeu mais obras e serviços.


Lula diz acreditar na continuidade do governo e volta atacar a imprensa

Publicada em 24/03/2010 às 12h55m

Chico de Gois - O Globo; Agência BrasilReuters

Presidente Lula participa do encontro sobre o desenvolvimento dos  territórios rurais, em Brasília - Divulgação / Presidência

BRASÍLIA - Sem citar nomes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou nesta quarta-feira estar confiante de que conseguirá assegurar a "continuidade" das políticas de seu governo. Em discurso durante o balanço do programa social Territórios da Cidadania, Lula aproveitou também para criticar a imprensa e seus antecessores, e prometeu mais obras e serviços.

Lula afirmou que lançará a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no dia 29 para garantir que seu sucessor já tenha projetos prontos para executar. A plateia então gritou o nome de Dilma.

" Acho que podemos fazer muita coisa no próximo período porque nós aprendemos "

-Não posso dizer quem vai ser porque vamos aguardar. Não posso dizer, apesar de na minha cabeça eu ter consciência do que vai acontecer neste país neste ano. Tenho consciência de que nós vamos ter continuidade - disse o presidente, durante a cerimônia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. - Acho que podemos fazer muita coisa no próximo período porque nós aprendemos.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é a pré-candidata do PT à Presidência da República. Mas o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro.

Lula também voltou a criticar a oposição, que tem acusado o governo de utilizar a máquina pública com objetivos eleitorais.

- Do ponto de vista administrativo, precisamos ficar muito atentos. É um ano em que vai ter muitos embates, e nós não temos o direito de permitir que qualquer coisa venha a atrapalhar os programas sociais que nós estamos fazendo... porque tem gente no Brasil que fica incomodado quando as coisas começam a dar certo.

Lula afirmou ainda que os governantes que vieram antes dele achavam que sabiam de tudo, mas que ele, Lula, "ao não saber de nada", está fazendo as coisas.

Ao criticar, segundo ele, quem se incomoda com o sucesso de seu governo, Lula aproveitou também para atacar a imprensa. Depois de citar as mais de 60 conferências nacionais realizadas em seu governo, ele disse que os grandes grupos de comunicação se recusaram a participar da Conferencia de Comunicação realizada no final do ano passado.

- Foi uma lição de democracia o que vivemos. Isso incomoda muita gente, mas a mim não importa se eles ficarem incomodados.

" É triste quando as pessoas têm o direito de escrever as coisas certas e escrevem as coisas erradas "

Lula também disse que "fica triste" ao ver nas manchetes dos jornais muitas "desgraças" e não o fato, por exemplo, de ele ter inaugurado e entregue casa populares à população.

- É triste quando as pessoas têm o direito de escrever as coisas certas e escrevem as coisas erradas - afirmou.

" Se você se acovardar eles vêm pra cima "

Depois de colocar um boné que foi entregue pelos participantes do evento, Lula lembrou que em 2003, ao por um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi criticado pela imprensa. Ele disse que depois do episódio começou a colocar todos os bonés que lhe foram entregues.

- Se você se acovardar eles vêm pra cima. Se tem uma coisa que não temos vergonha é do que fizemos pelo país.

Lula: não vamos brincar com a estabilidade econômica

Ainda na cerimônia, Lula afirmou que o governo manterá os atuais pilares macroeconômicos neste ano eleitoral.

- Não podemos brincar com a economia. Não vamos brincar com a estabilidade econômica, ela tem que ser mantida - assegurou. - A questão fiscal tem que ser tratada com muita seriedade, e a inflação tem que ser controlada.




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