Presidente disse que extinção da contribuição foi 'mesquinharia'.
Ele disse que futuro presidente terá que discutir receita para a saúde.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou em seu discurso nesta quinta-feira (25), durante uma cerimônia de entrega de 650 ambulâncias em Tatuí, São Paulo, relembrou o episódio em que o Senado derrubou a renovação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que arrecadava recurso para a área de saúde.
"Fiquei muito magoado e ofendido quando a minha oposição no Senado derrubou a CPMF", afirmou o presidente, acrescentando ainda que isso ocorreu por "mesquinharia". Neste momento uma pessoa do público o interrompeu gritando: "Foi por ciúme".
O presidente voltou a dizer que a extinção da CPMF, além de trazer prejuízos para a saúde devido a perda de arrecadação, não gerou benefícios para o consumidor. "Não vi nenhum empresário reduzir em 0,38% (alíquota que era cobrada na CPMF) o preço do seu produto por conta disso", disse.
Ele alertou que quem for eleito presidente este ano terá que discutir as fontes de receita para a saúde.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), participou do evento e acompanhou todo o discurso do presidente. Após a cerimônia, Serra, que deve disputar as eleições para a Presidência da República, foi questionado se apoiaria um retorno da CPMF. O governador respondeu apenas que foi à favor da criação da CPMF.
Ambulâncias
Sem citar nomes, Lula disse que um ex-prefeito do Rio de Janeiro, trancafiou ambulâncias fornecidas pelo governo federal por ser da oposição. Segundo ele, as unidades não foram destinados ao atendimento da população e sequer motoristas foram contratados.
"Nem o Bolsa Família eles cadastravam", criticou Lula. Ele voltou a dizer, como já fez em discurso anteriores, que não discrimina prefeitos por serem de partidos da oposição. "Nunca perguntei se um prefeito é do meu partido ou não", disse.