da Folha Online, em Brasília
Preso há 42 dias acusado de participar do suborno de uma das testemunhas do esquema de corrupção no governo Arruda, o ex-secretário de Comunicação do Distrito Federal Weligton Morais terá que ficar sem roupas e passar por uma vistoria de agentes da Polícia Federal antes e depois de se encontrar com seus advogados.
A determinação é do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Fernando Gonçalves, que é responsável pelas investigações do esquema de arrecadação e pagamento de propina. Em um despacho sobre o pedido dos advogados para não serem vistoriados na Papuda, Gonçalves determinou que o ex-secretário fique "desnudo" para falar com seus defensores.
Na decisão, o ministro ainda estabeleceu que os advogados sejam vitoriados na entrada, caso levem pastas. O pedido da defesa era para que não houvesse qualquer tipo de vistoria.
Morais vai depor na segunda-feira sobre o esquema de arrecadação e pagamento de propina que derrubou o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), que também prestará esclarecimentos sobre o caso no mesmo dia.
Morais seria um dos interlocutores de Arruda na tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do esquema de corrupção. Por decisão do STJ, Morais, Arruda e mais cinco aliados foram presos por obstruírem as investigações do esquema de distribuição de propina.
Na próxima semana, a Polícia Federal deve ouvir 42 pessoas citadas no inquérito que investiga o esquema. Também deve ser ouvido o conselheiro do Tribunal de Contas local, Domingos Lamoglia, além de todos os políticos --inclusive deputados distritais-- e empresários, que aparecem em vídeos gravados por Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção.