26 de março de 2010
Pastor Adelilton é cercado por multidão
Foto: Ivan Pacheco/Terra
Um homem com uma Bíblia na mão causou um grande tumulto em frente ao Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, ao defender o perdão ao casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, julgados pela morte da menina Isabella Nardoni. Ao dizer frases como "Jesus perdoará o casal Nardoni", o homem, identificado apenas como pastor Adelilton, revoltou parte das pessoas que aguardam o veredicto no local.
Houve muita discussão e garrafas de água foram atiradas no homem, que foi agarrado pelo pescoço e agredido. "Vocês são assassinos que nem eles", gritava o pastor, enquanto sofria agressões. Antes que outra tragédia acontecesse, a Polícia Militar apareceu e retirou o homem do tumulto, levando-o para longe do fórum.
"Achei ele um covarde. Como ele vem pedir para perdoar um caso desses?", disse Ster Silvano Filante, 61 anos. "Ele estava na hora errada e no lugar errado e teve o que mereceu", completou. Em outro momento, um homem que estava no local teve uma convulsão e foi levado para o Pronto Socorro da Vila Nova Cahoeirinha. Ele foi identificado como Israel de Jesus.
O caso
Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.
O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias. Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro. Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois