With LULA DA SILVA, banks make a profit R$ 127, 8 bi
El presidente del tribunal considera una "vergüenza para el país" las condiciones en las que están los presos
JUAN ARIAS - Rio de Janeiro - 18/04/2010
El magistrado Cezar Peluso, no ha esperado a asumir oficialmente el viernes próximo su cargo como nuevo presidente del Supremo Tribunal Federal (STF) y ya ha lanzado la mayor crítica hecha hasta ahora a la situación de las cárceles de este país. Y lo ha hecho con palabras durísimas, que han irritado impresionando al gobierno. Ha calificado la situación de "crimen de Estado contra el pueblo" y de "vergüenza para el país".
Otros críticos habían calificado el sistema penitencial brasileño como "crimen del silencio", ya que del tema, considerado tabú, no suelen hablar ni el gobierno ni la oposición. Sólo la ONU, el 15 de marzo pasado había criticado en su reunión sobre Derechos Humanos una serie de presuntos crímenes perpetrados en las cárceles brasileñas, como torturas, abarrotamientos de las presiones, mantenimiento de detenidos en lugares irregulares, como delegacías de policía y hasta en contenedores. El índice de recaída en el crimen de los presos brasileños que salen de la cárcel es el más alto del mundo: un 70% vuelven a cometer crímenes. El índice en Europa y en los Estados Unidos es de un 16%. Es con mucho el más alto de América Latina, donde por ejemplo en Argentina Chile o Uruguay dicho índice es inferior al 25%. La semana pasada el caso del preso pedófilo Adelmir Jesús da Silva que nada más salir de la cárcel, con orden judicial, asesinó el mismo día a seis adolescentes en Goiás, conmovió al país.
A las duras críticas del nuevo Presidente del Supremo que ha querido reventar ese "silencio maldito" como también ha sido llamada la situación de las cárceles en un país que pretende ser la quinta potencia económica del mundo y que tantos logros está consiguiendo por otra parte en sus programas sociales, el gobierno ha respondido que se trata de un problema que se arrastra desde hace 40 años. No es por tanto, un déficit sólo del actual gobierno del Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sino que debe ser adjudicado también a una acumulación de dejadez de los gobiernos anteriores, desde los tiempos de la dictadura militar.
Este gobierno había destinado 420 millones de reales para la reestructuración de las cárceles, en las que se hacinan más de medio millón de presos, de los cuales el 12% están detenidos de forma irregular en delegacías de policía al no haber lugar en las otras cárceles. El caso es sangrante en el Estado de Bahía donde aún el 42,4% de los presos siguen en dichas delegacías de policía.
El gobierno había dedicado 420 millones de reales para la construcción de nuevas cárceles, pero según investigaciones del diario O Globo dicho dinero está parado en los bancos por problemas burocráticos. Lo cierto es que nunca la oposición, ni la de izquierdas ni la de derechas, se ha preocupado excesivamente de lo que hoy el nuevo Presidente del Supremo califica de "vergüenza del país". El hecho de haber llamado de "crimen de estado contra el pueblo" al actual sistema de prisiones es además porque el 90% de los presos actuales son negros o mulatos, que llegan a la cárcel de los lugares más pobres del país y que acaban hacinados en cárceles insalubres, verdaderas incubadoras de crimen y violencia, tanto por parte de los presos como de las fuerzas del orden. Son verdaderas universidades donde los presos aprenden nuevas prácticas de violencia y donde se llevan a cabo, en tres bandas rivales que se disputan el poder interno de las cárceles, crímenes horribles, como decapitaciones, degüellos, mutilaciones de todo tipo y venganzas colectivas.
El hecho de que el alto magistrado Peluso haya querido quebrar ese silencio vergonzoso, va a obligar a los candidatos tanto del gobierno como de la oposición, que disputan las presidenciales de octubre para sustituir a Lula, a colocar con relieve el tema en sus programas electorales. El silencio, por fin, está quebrado.
Sempre que questionado sobre os ganhos espetaculares acumulados pelo sistema financeiro ao longo de seu governo, o presidente Lula sai-se com essa: “Quero mais é que os bancos deem lucro”. Pois dados consolidados pelo Banco Central, referentes aos sete anos da administração do petista, mostram que as 100 maiores instituições financeiras do país não se fizeram de rogadas. Acumularam, no período, R$ 127,8 bilhões em lucros, o equivalente a 2,3 vezes os R$ 55,2 bilhões gastos pelo Ministério do Desenvolvimento Social por meio do Bolsa Família, programa que ajuda a melhorar as condições de vida de 46 milhões de brasileiros.
Nem mesmo o estrago provocado pela crise mundial foi suficiente para inibir o apetite dos bancos. No ano passado, também segundo o BC, as 100 maiores instituições engordaram o seus cofres com ganhos de R$ 23,2 bilhões, resultado que superou em 26% os retornos de 2008 (R$ 18,4 bilhões). Isso, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB), o total de riquezas produzidas pelo Brasil, ter encolhido 0,2% na mesma comparação. Quem acompanha o mercado de perto avisa: o último ano da gestão Lula será fechado com pompa pelo sistema bancário: os lucros serão os maiores da história, o que poderá ser comprovado quando saírem os números do primeiro trimestre.
Os dados do BC consideram, porém, somente os resultados dos bancos com a atividade própria. Ou seja, não contabilizam, por exemplo, as seguradoras controladas por eles, que têm inflado ainda mais os ganhos. Pelo critério do BC, o BB embolsou R$ 6,1 bilhões no ano passado (o total passou de R$ 10 bilhões, um recorde). Já Itaú Unibanco e Bradesco ganharam, respectivamente R$ 5,4 bilhões (foram R$ 10 bilhões no geral) e R$ 4 bilhões (R$ 8 bilhões).
Para um técnico do governo, não se deve ver com preconceito os lucros dos bancos. Pelo contrário, são eles que garantem a solidez do sistema financeiro, que foi fundamental para que o país saísse mais rápido da crise provocada pelo estouro da bolha imobiliária americana. (1)“O Brasil foi elogiado em todo o mundo pela robustez de seus bancos”, afirmou. “Ao lucrarem mais, as instituições podem liberar mais crédito e, dessa forma, contribuir para o crescimento sustentado do país”, acrescentou.
1 - Estatização no mundo
As estripulias feitas pelos bancos americanos no crédito imobiliário deixaram um rastro de prejuízos em todo o mundo. Gigantes com o Citibank, o Goldman Sachs e a seguradora AIG tiveram de ser socorridos pelo governo dos Estados Unidos. Na Europa, várias instituições foram estatizadas para não quebrarem. Com isso, garantiu-se os depósitos de milhões de poupadores.
E EU COM ISSO
Boa parte dos lucros dos bancos decorre da concentração do sistema financeiro. Com um menor número de instituições no mercado, os consumidores ficam desprotegidos. Os bancos aumentam o poder para impor taxas de juros elevadas nos empréstimos. Também ficam confortáveis para fixar tarifas maiores nos serviços que prestam, já que a competição diminui.
Concentração aumentará
O interesse do Santander pelo Safra é apenas mais um movimento no intenso processo de concentração bancária no Brasil, afirmou Luís Miguel Santacreu, analista da consultoria Austin Asis. Os cinco maiores bancos do país detém ativos de R$ 2,397 bilhões, o correspondente a 78,22% do sistema. Com a possível junção do Santander e do Safra, esse índice passaria para 80,54%.
Na avaliação de Santacreu, o processo de concentração deve continuar, com um número cada vez menor de bancos detendo um volume maior de créditos e de depósitos. “Não estamos inventando nada. Se formos olhar para outros países, a presença de grandes bancos de varejo no mercado também é reduzida”, assinalou.
Há uma parcela importante de analistas acreditando que, além do Safra, a outra noiva cobiçada no mercado é o Citibank, que enfrentou sérias dificuldades nos Estados Unidos durante a crise mundial e só não ruiu porque foi socorrido pelo governo de lá. A disputa pelo Citi envolveria, inclusive, o Banco do Brasil, que nos últimos meses assumiu o controle da Nossa Caixa e arrematou 50% do Votorantim. A Caixa Econômica Federal, por sua vez, ficou com metade do Banco Panamericano, do grupo Sílvio Santos.
Os grandes perdedores nesse jogo, segundo Ione Amorim, economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), são os consumidores, que ficam reféns dos poucos bancos. (MG)
Santander quer o Safra
Em meio ao processo de concentração do sistema financeiro brasileiro, uma operação é aguardada com expectativa: a possível compra do Safra, o oitavo maior banco do país, pelo Santander. Se concretizada, a instituição espanhola saltará do quinto para o quarto lugar no ranking do varejo financeiro elaborado pelo Banco Central, com ativos totais de R$ 405,1 bilhões. Deixará para trás, com longa margem, a Caixa Econômica Federal e encostará no Bradesco.
Se arrematar o Safra, o Santander herdará uma carteira de clientes e de operações bancárias diferenciadas, geridas por Joseph Safra. Junto com o irmão Moise, o banqueiro tornou-se uma lenda na administração de grandes fortunas (2)no Brasil. A atividade bancária da família remonta ao início do século passado, quando o patriarca do clã abriu um banco na região onde hoje é a Síria. O terceiro irmão, Edmond Safra, morto há 11 anos em um incêndio criminoso em Mônaco, foi o dono do Republic National Bank of New York. O Safra tem ativos de R$ 71 bilhões, 99 agências e quase 5 mil funcionários.
A possível compra do Safra pelo Santander começou a ser especulada pelo mercado no fim do ano passado, quando se tornaram públicas as informações de que a instituição havia enfrentado saques maciços de clientes no auge da crise mundial. O Safra era controlador da Aracruz Celulose, que perdeu bilhões de reais em operações arriscadíssimas no mercado de câmbio. Temia-se que o banco estivesse por trás dos negócios malsucedidos. A Aracruz acabou sendo vendida para o grupo Votorantim, mas a desconfiança em relação ao Safra não se dissipou por completo.
Procurado pelo Correio, o Safra não se manifestou. E o Santander se limitou a informar que “não comenta especulações”. Apesar desse silêncio, José Luiz Rodrigues, sócio-titular da consultoria JL Rodrigues e especialista em sistema financeiro, disse que a operação Safra-Santander faz todo o sentido. “O Safra vive um momento em que precisa definir seu rumo como um banco de varejo. Não dá para pensar que poderá ter uma política de expansão agressiva contando com menos de 100 agências”, afirmou. (MG)
2 - Privilegiados
O objetivo maior do espanhol Santander com a possível compra do Safra é entrar com tudo no mercado de alta renda, hoje dominado pelo Bradesco, com a marca Prime, e pelo Itaú Unibanco, com o Uniclass e o Personalité. Para esse público com grande disponibilidade de recursos para investimentos, o Santander oferece a marca Van Gogh, que pertencia ao Real.