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quarta-feira, 24 de março de 2010

Pai de Isabella era considerado 'paizão' por amigos da faculdade


Publicada em 06/04/2008 às 10h40m

Cristina Christiano e Mariana Pinto, Diário de S.Paulo Alexandre Nardoni, em foto com amigos - Reproduçao

SÃO PAULO - Consumista, sem sorte nos negócios, mas divertido e carinhoso com a filha Isabella de Oliveira Nardoni, 5, morta no último dia 29 ao cair do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo. Este é o perfil do pai da menina, Alexandre Nardoni, 29, e a imagem deixada entre os amigos da Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG), onde cursou Direito. Nardoni e sua atual mulher, Anna Carolina Jatobá, são os únicos suspeitos pelo crime e estão presos desde a última quinta-feira. O Ministério Público diz que fará reconstituição do crime, mas ainda não marcou data.

Quando ele entrou no curso estava prestes a ser pai pela primeira vez. Ana Carolina Cunha de Oliveira tinha 17 anos e estava grávida de Isabella. Neste sábado, ela completou 24 anos e diz que não quer sofrer, apenas sentir saudades da filha. Não fez qualquer acusação pública contra o pai da menina.

No segundo ano da faculdade, Nardoni conheceu Anna Carolina Trota Jatobá. Ela também engravidou e os dois foram morar juntos desde o nascimento de Pietro, que tem 3 anos. , dado pelo pai de Nardoni.

Sem sorte nos negócios

Quatro empresas em cinco anos. Esse é o saldo dos negócios abertos pelo consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni entre 1997 e 2002. Nenhum deles, no entanto, deu certo. Foi em agosto de 1997, na Rua Almirante Barroso, no Brás, que Alexandre começou sua carreira pouco promissora no ramo do vestuário. Todas as empresas abertas tinham como foco as roupas e duraram menos de dois anos.

Nardoni com a roupa da formatura - Reprodução Diário de S.Paulo
Na Rua Almirante Barroso, reduto de lojas de confecções, Alexandre passou um ano, segundo comerciantes. No local onde ele abriu sua primeira empresa, funciona hoje uma loja de jeans.

- Ele tinha uma confecção. Por isso, a porta ficava sempre fechada - diz Gerlando Holanda Soares, gerente da loja de jeans.

Segundo informações da Junta Comercial, Alexandre tinha como sócia Maria de Fátima Moreira Santos. O "Diário de S.Paulo" tentou localizar Maria, mas ninguém atendeu o telefone no endereço que consta como sendo dela. A parceria com Maria durou até maio de 1998. A sócia foi substituída por Luciana Santos de Souza. No endereço que consta como sendo da casa dela, na Rua Mere Amedea, na Vila Maria, zona norte, ninguém a conhece.

Em janeiro de 2001, Alexandre inaugurou uma loja na Rua Tuiuti, Tatuapé, zona leste. Em novembro do mesmo ano, mudou o endereço do comércio para a Avenida Guilherme Cotching, Vila Maria, zona norte.

Ali, abriu uma franquia da marca de surfe 775. Hoje, funciona no local uma franquia da marca Prelude, de roupa feminina. "Ele saiu daqui e foi para o Tucuruvi", conta a gerente da Prelude. Em fevereiro de 2002, Alexandre montou, na Avenida Coronel Sezefredo Fagundes, um comércio em sociedade com o tio, Márcio Alves de Moura. A passagem pelo local novamente foi curta.

- Ele ficou um ano e pouco. Tanto é que eu nem lembrava dele, meu sobrinho é quem o viu na TV e lembrou que ele tinha loja aqui do lado - relata a comerciante vizinha.

Consumista e apaixonado por roupa de surfe

Alexandre sempre foi consumista. Sua paixão por roupas de surfe tornou-se obsessão depois que encerrou seus negócios no ramo comercial. Na época, tinha acabado de entrar na faculdade de Direito, em Guarulhos.

Um de seus locais favoritos de compras era a Kanos Surf Shopping, na Avenida Júlio Buono, que pertencia a um amigo, também chamado Alexandre. Ele costumava escolher as peças, sem se importar com preço.

Alexandre ainda depende financeiramente do pai para se sustentar e pagar as contas.

- Os vendedores brigavam para atender o Alexandre, porque ele gastava muito. Eu vivia praticamente das comissões que recebia dele - lembra o empresário Pablo Fernando Mariano Alves, de 25 anos, que naquela época trabalhava como vendedor na loja. Ele reconheceu nas últimas fotos de Alexandre divulgadas na imprensa várias roupas que vendeu a ele.

- O Alexandre perguntava o que tinha de novidade e enchia sacolas com camisetas, tênis, calças. Depois, pedia para segurar a mercadoria por uns três dias, até levantar um dinheirinho com o pai - relata Pablo.

- Ele demorava entre 10 e 15 dias para voltar. Aí, voltava e pagava tudo na hora - recorda Pablo.


Nardoni e Anna Carolina oficializaram o casamento em fevereiro

Plantão | Publicada em 06/04/2008 às 09h43m

Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - Embora estivessem morando juntos desde que engravidou de Pietro, de 3 anos, Anna Carolina Jatobá, 24, e Alexandre Nardoni, 29, suspeitos da morte de Isabella de Oliveira Nardoni, 5, só oficializaram o casamento civil em fevereiro deste ano, quando foram morar no apartamento da Rua Santa Leocádia, na Vila Mazzei, dado pelo pai dele. Amigos de Alexandre dizem que Anna Carolina Jatobá era extremamente possessiva e ciumenta.

- Ela ligava a toda hora para ele, querendo saber onde estava, com quem e fazendo o quê. Se ela falasse para o Alexandre voltar e ele demorasse, virava bicho - conta um deles.

Filha do meio, pretendia retornar ao curso de Direito nas Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG) - abandonado no sexto semestre, durante a gravidez, no fim de 2005 - e trabalhar como policial federal.

Mas Guigui - apelido dado pelo irmão mais velho quando ela nasceu - é descrita por parentes como carinhosa e dedicada aos filhos. Era o que demonstrava nas reuniões de família.

- Sempre estava com um dos filhos no colo. Só parou de amamentar o filho mais velho quando o caçula nasceu - conta a prima Anna Trotta da Costa.

- Ela é uma pessoa maravilhosa, excelente mãe. Não bebe, não fuma, não tem vício. Isso (a prisão) é um grande engano - completa a tia Clarice Trotta.

Coberta com edredom

Eram 8h de ontem quando a carcereira chegou ao 89 DP (Portal do Morumbi) para verificar as quatro celas, nos fundos da delegacia. Anna Carolina Jatobá já estava acordada. Mas permanecia deitada, em cela isolada. As outras três celas eram divididas por nove mulheres. Às 10h, seguia na mesma posição, com o corpo coberto por um edredom.

"Você tomou o café?", perguntou a carcereira. "Não", respondeu Anna Carolina. "Por quê?", insistiu a funcionária. "Porque não quis. Comi bolachas que o meu pai trouxe", disse a presa. Uma hora depois, tomou banho. Às 12h40, a leitura da Bíblia foi interrompida pela chegada do marmitex. Ela avisou que não estava com fome e nem tocou na comida. O prato de carne moída, arroz e abobrinha acabou sendo doado a uma catadora de papel e à sua filha, que pediram comida no local.



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