Publicada em 08/04/2010 às 07h49m
Tribuna Online, VNewsSÃO PAULO - A chuva deu uma trégua na Baixada Santista, mas o frio continua nesta quinta-feira e o mar está agitado. Segundo a Capitania dos Portos, as ondas podem varias de dois a quatro metros nesta quinta-feira no litoral paulista. De acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, a ressaca é provocada por um ciclone extratropical que atua ao largo da costa sudeste. Nesta quinta, a chuva diminui na Grande São Paulo. A capital amanheceu com temperatura baixa e frio avança em Minas Gerais.
( Previsão é de frio e ressaca em SP para o fim de semana )
O mar deverá permanecer muito agitado até sexta-feira, diminuindo só a partir de sábado. A forte massa de ar frio vai continuar influenciando São Paulo e o centro-sul do Brasil nos próximos dias. Há a possibilidade de novos recordes de frio. No fim de semana, as temperaturas já terão maior elevação.
Nesta quarta, a chuva causou deslizamento de terra em Cubatão. Um muro de contenção de um barranco no Grotão cedeu atrás de uma residência e a terra que desceu atingiu vários imóveis. A Defesa Civil dE Cubatão e técnicos do Instituto Geológico (IG) do Estado de São Paulo interditaram sete casas e outras cinco foram consideradas ameaçadas e devem ser monitoradas. Quatorze pessoas ficaram desalojadas e tiveram de buscar abrigo na casa de parentes.
O Grotão é uma das duas principais áreas de risco de Cubatão. A outra é o núcleo Pedreira da Mantiqueira, um aglomerado de residências em um morro entre a Serra do Mar e o Polo Industrial, às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (antiga Piaçaguera-Guarujá). Desde o início da semana, a Mantiqueira registrou mais de dez deslizamentos. Na madrugada de segunda-feira, sete famílias tiveram de sair de casa até que a chuva pare e estão alojadas no centro comunitário do bairro. Nesta quarta, mais duas famílias foram retiradas.
Das 19h30m de domingo até às 17h de ontem, o acumulado de chuva em Cubatão era de 305 milímetros.
- É a chuva de um mês inteiro - comparou o coordenador da Defesa Civil do Município, José Antônio dos Santos.
Segundo dados históricos da Defesa Civil, os deslizamentos começam a ocorrer na Serra do Mar quando o acumulado de chuva atinge 100 milímetros em 84 horas.
Em Mongaguá, cinco bairros permanecem alagados, após o transbordamento das águas do Rio Aguapeú. Vinte e três famílias, num total de 103 pessoas, tiveram de deixar suas casas e foram abrigadas no Ginásio de Esportes Municipal. O número de desabrigados pelas chuvas, no entanto, é maior porque a maior parte dos atingidos prefere ir para casa de parentes ou amigos.
Em Peruíbe, o Rio Preto transbordou e 32 pessoas ficaram desalojadas.
No litoral Norte, Caraguatatuba é a cidade mais atinfida. O Rio Juqueriquere subiu e vários quarteirões estão alagados. Cerca de 40 mil pessoas vivem na bacia do rio, que corta a cidade em dez quilômetros de extensão, e deságua no mar. Como o volume de água é grande na cabeceira e a maré está alta, o rio transborda em muitos pontos. Alguns moradores deixaram suas casas e duas famílias foram retiradas de áreas alagadas.
A Defesa Divil também está em alerta por causa dos possíveis deslizamentos nas áreas de encostas. Mais de 100 famílias vivem em áreas de risco.
Com a chuva dos últimos quatro dias, a terra está muito encharcada e um deslizamento pode acontecer a qualquer momento. Por isso, essas regiões são monitoradas constantemente.
- Já começaram a aparecer alguns sinais, ou seja o aumento de água, as enxurradas começam a aumentar nas encostas, a água começa a ficar mais vermelha, estalos nas encostas, árvores se movendo. Então, por enquanto, não atingiu nenhuma residência, mas os sinais de instabilidade estão acontecendo - diz o capitão Campos Junior, coordenador da Defesa Civil.